Ópera na UFRJ aceita inscrições até 08/08 para a produção Bororó, teatro de revista com música de Francisco Mignone

A Escola de Música da UFRJ, por meio do projeto Ópera na UFRJ, está com inscrições abertas para a seleção de atores-cantores para sua próxima produção: Bororó, teatro de revista em dois atos com texto de Carlos Rabelo e música de Francisco Mignone (1897–1986). A audição será realizada presencialmente no dia 8 de agosto, a partir das 13h, na Sala do Coro II, na sede da Escola de Música, localizada na Rua do Passeio, 98, Lapa, Rio de Janeiro.

As inscrições podem ser feitas até o dia 5 de agosto, por meio do formulário disponível neste link: https://forms.gle/cEmo49RF6roCsBjR9. Por se tratar de um projeto de ensino, pesquisa e extensão, a seleção está aberta a alunos de graduação, pós-graduação e extensão da UFRJ e de outras instituições, bem como a candidatos da comunidade externa.

Os participantes devem ter disponibilidade para os ensaios — que acontecerão nos meses de agosto, setembro e outubro — e para todas as apresentações. A estreia está prevista para o dia 1º de novembro de 2025, com temporada ao longo do mês de novembro. O espetáculo poderá permanecer em cartaz por mais tempo, a depender da disponibilidade do elenco e das condições de produção. Serão selecionados dois elencos.

Personagens e estilo vocal

A obra exige um estilo de canto que transita entre a ópera, a opereta e o canto popular da era do rádio (décadas de 1930 a 1960). O repertório e os textos para a audição serão enviados por e-mail após a inscrição. Cada personagem possui uma canção específica:

  • Bororó (jovem compositor) – tenor lírico, tenor leve ou barítono leve – Alma em pena
  • Dolores (famosa vedete) – soprano lírico ou soprano leve – Miami
  • Anacleto (empregado de Bororó) – barítono ou tenor grave – Muié… É Café!
  • Zinha (aspirante a vedete) – soprano lírico ou mezzo leve – Ahi! Pirata!…
  • Juremir (fazendeiro, namorado de Zinha) – tenor lírico, tenor leve ou barítono leve – Num Vórto A Pé!

Etapas da audição

O processo seletivo será composto por três etapas:

  1. Apresentação vocal: o(a) candidato(a) interpretará a canção referente à personagem escolhida. Podem ser solicitadas vocalizações ou ajustes musicais durante a audição.
  2. Interpretação cênica: será solicitado um texto do próprio espetáculo, a ser interpretado preferencialmente de memória. A banca poderá solicitar variações e leituras adicionais.
  3. Coreografia: após as apresentações individuais, será ensinada uma coreografia simples pelo coreógrafo do projeto. A atividade será realizada em grupo ou em pequenos grupos, conforme o número de inscritos.

Em caso de dúvidas, os interessados podem entrar em contato com Fabrícia Medeiros pelo e-mail fabricia.medeiros@musica.ufrj.br, com o assunto Projeto Ópera 2025 – Bororó.

UFRJazz Ensemble apresenta concerto “Em Formação de Quadrilha” no Salão Leopoldo Miguez

A UFRJazz Ensemble, big band da Escola de Música da UFRJ, sobe ao palco do Salão Leopoldo Miguez no dia 4 de julho de 2025 (quinta-feira), às 19h, com o concerto especial “Em Formação de Quadrilha”, que une jazz e tradição popular nordestina. A apresentação tem entrada franca e contará com direção musical e regência do professor Julio Merlino.

Celebrando o período de festas juninas, o repertório passeia por obras de Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Marinês, Jackson do Pandeiro, Sivuca, Moraes Moreira, Anastácia e Miguel Dias, entre outros. O concerto também inclui uma composição do próprio Julio Merlino. A proposta é celebrar a riqueza rítmica e melódica da música nordestina com arranjos sofisticados e improvisação característica do jazz.

Além do corpo principal da orquestra, formado por alunos e ex-alunos da Escola de Música da UFRJ, o concerto contará com participações especiais de destaque:

  • Gabriel Grossi (gaita)
  • Marcos Nimrichter (acordeon)
  • Rodrigo Serra (vibrafone)
  • Marcelo Martins (saxofone tenor)
  • Levi Chaves (saxofone barítono)

Tradição e inovação

Fundada em 1995 pelo professor José Rua, a UFRJazz Ensemble tornou-se uma referência no cenário da música instrumental brasileira, unindo excelência acadêmica e experimentação artística. Desde 2017 sob a batuta de Julio Merlino, o grupo tem explorado novos caminhos sonoros, incorporando influências contemporâneas sem perder a conexão com as raízes da música brasileira.

Com mais de 260 apresentações realizadas ao longo de sua trajetória, a big band já se apresentou ao lado de grandes nomes como Hermeto Pascoal, Guinga, Nivaldo Ornelas e Rosa Marya Colin, além de ter lançado três álbuns aclamados pela crítica especializada.

O concerto “Em Formação de Quadrilha” promete ser mais uma prova da versatilidade e vitalidade do grupo, reafirmando seu compromisso com a arte, a formação e a inovação musical.


📍 Salão Leopoldo Miguez – Escola de Música da UFRJ
Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro
🗓️ 4 de julho de 2025 (quinta-feira), às 19h
🎟 Entrada franca

Nilcemar Nogueira ministra palestra sobre gestão de projetos musicais na EM/UFRJ

No dia 3 de julho de 2025, quinta-feira, a Escola de Música da UFRJ recebe a gestora cultural Nilcemar Nogueira para uma palestra especial sobre gestão de projetos no campo musical. O encontro acontece das 10h30 às 12h30, na sala 107 da unidade, com entrada gratuita e aberta ao público.

Com uma trajetória profundamente ligada à valorização do samba e da cultura popular brasileira, Nilcemar é doutora em Psicologia Social pela UERJ e mestre em Bens Culturais pela FGV. É fundadora do Museu do Samba, ex-diretora de Carnaval da Estação Primeira de Mangueira, ex-presidente do Museu da Imagem e do Som (MIS-RJ) e ex-secretária municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

Neta de Dona Zica e do mestre Cartola, Nilcemar também é autora de livros e artigos que abordam a força feminina no samba e a memória afetiva de sua família. Sua atuação une vivência, pesquisa e gestão com foco no fortalecimento de políticas culturais e no reconhecimento de saberes tradicionais.

A palestra é promovida pelo curso de Musicoterapia e pela área de Extensão da Escola de Música da UFRJ, como parte das atividades voltadas à formação crítica e à integração entre arte, cultura e sociedade.

Serviço
📍 Local: Sala 107 – Escola de Música da UFRJ
Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro
🗓️ Data: 03 de julho de 2025 (quinta-feira)
🕥 Horário: Das 10h30 às 12h30
🎟 Entrada gratuita | Evento aberto ao público
Realização: Curso de Musicoterapia | Extensão EM/UFRJ

Mozart com sotaque brasileiro: Ópera na UFRJ leva “As Bodas de Fígaro” ao palco com protagonismo estudantil

A ópera As Bodas de Fígaro, de Wolfgang Amadeus Mozart, ganha uma nova leitura nas mãos de estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com récitas nos dias 26, 27, 28 e 29 de junho e 03 de julho, no Salão Leopoldo Miguez, e no dia 05 de julho, em Teresópolis, a montagem faz parte do Projeto Ópera na UFRJ, em parceria com a Orquestra Sinfônica da universidade.

Sob regência do maestro André Cardoso e direção cênica de José Henrique Moreira, o espetáculo destaca-se pelo envolvimento direto de alunos em todas as frentes — do palco à costura, da música ao cenário, da iluminação à captação de vídeo. “A ópera é um gênero grandioso e complexo: tem teatro, figurino, cenário, luz, orquestra, coro, gravação, transmissão ao vivo… Fazer isso numa universidade pública, com todos os seus limites estruturais e financeiros, é um desafio. Mas temos uma riqueza humana infinita”, afirma Lenine Santos, diretor geral da montagem.

Segundo ele, participar de uma produção dessa dimensão representa um marco na formação de estudantes de canto. “É um divisor de águas, mesmo para quem canta um papel menor ou está no coro. Amplia os horizontes culturais. Vários alunos que passaram pelo projeto estão hoje em teatros importantes, como o Municipal do Rio, ou seguiram carreira internacional em companhias e óperas-estúdio”, afirma.

Além da Escola de Música, o projeto envolve alunos da Escola de Belas Artes e outras unidades da UFRJ. Os figurinos e cenários são concebidos pelos próprios estudantes, sob orientação das professoras Andréa Renk e Desirée Bastos. “Todo o espetáculo é criado pelos alunos. Eles cortam tecido, costuram, fazem provas, desenham croquis, constroem elementos de cena. Muitos saem do projeto já com convites profissionais”, relata Lenine.

Escolhida por sua força dramática e versatilidade estética, As Bodas de Fígaro é uma das óperas mais encenadas no mundo. A montagem da UFRJ aposta numa abordagem com referências visuais brasileiras. “O público vai se reconhecer nela. O diretor José Henrique Moreira conseguiu dar uma brasilidade que o figurino e o cenário abraçaram com muita beleza. A música continua universal — e maravilhosa — mas ganha um novo sotaque”, conclui Lenine.

A entrevista completa com o professor Lenine Santos sobre a montagem de As Bodas de Fígaro está disponível no episódio de 20/06/25 do podcast Som do Passeio:

SERVIÇO

Ópera “As Bodas de Fígaro”, de W.A. Mozart
📍 Escola de Música da UFRJ
Salão Leopoldo Miguez — Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro
🗓️ 26 e 27 de junho | 18h
🗓️ 28 e 29 de junho | 16h
🗓️ 03 julho | 18h (sessão extra)
✅ Entrada franca
🎟 Senhas distribuídas 30 minutos antes, na portaria da Escola de Música

📍 Teatro Feso Pro Arte – Teresópolis
🗓️ 5 de julho | 16h
✅ Entrada gratuita

Concerto do grupo ContempoMúsica apresenta oito estreias de jovens compositores da EM/UFRJ

O grupo ContempoMúsica UFRJ realiza no dia 2 de julho de 2025, às 19h, no Salão Leopoldo Miguez, o concerto “100% Música Brasileira”, com um programa inteiramente dedicado à produção nacional. A apresentação trará oito estreias mundiais de obras compostas por talentosos alunos do Curso de Composição da Escola de Música da UFRJ, além de peças de nomes consagrados como Almeida Prado, Ronaldo Miranda, Cláudio Santoro, Antônio Madureira e Alexandre Schubert.

Com sonoridade marcante e formação instrumental diversificada — que inclui violino, violão, flauta, clarineta, saxofone, trombones, sanfona, escaleta, piano, contrabaixo elétrico e percussão — o ContempoMúsica é formado por alunas e alunos de diferentes cursos de graduação da Escola de Música. O grupo é coordenado pelo professor Alexandre Schubert, responsável também pela direção artística e regência do concerto.

Vinculado às disciplinas de Prática de Música Contemporânea e ao projeto de extensão “Panorama da Música Brasileira Atual”, o grupo vem se consolidando como espaço de experimentação e difusão da música contemporânea brasileira. Em 2024, participou com destaque do XXXI Panorama da Música Brasileira Atual, também promovido pela Escola.

Programa

  • Noturno nº 4 – Almeida Prado
    piano: Giovana Machado
  • Lúdica – Ronaldo Miranda
    clarineta: Leandro Nascimento
  • Folha Seca (estreia) – Aline Freire de Rezende
    piano: Giovana Machado
  • Pequenos Ecos da Vida (estreia) – Sean Barbosa
    baixo elétrico: Sean Barbosa
  • Sonata para a Noite Estrelada (estreia) – Gabriel Arnaud
    violino: Leonardo Davi; sanfona: Matheus Queiroz
  • Pulsares nº 1 (estreia) – Matheus Queiroz
    sanfona: Matheus Queiroz; piano: Marcelo Verzoni (participação especial)
  • A Chama que é o Amor (estreia) – Gabriel PennaFirme
    flauta: Ana Márcia Corrêa; violão: Érico Alexandre; piano: Giovana Machado
  • Entre Horas (estreia) – Aline Freire de Rezende
    flauta: Ana Márcia Corrêa; baixo elétrico: Sean Barbosa; piano: Giovana Machado
  • Short Piece for Quartet (estreia) – Rodrigo Gonçalves
    interpretação pelo ContempoMúsica UFRJ
  • Desencontrado (estreia) – Vitor Marques da Silva
    violino, clarineta, trombone, vibrafone e piano
  • Mini Concerto Grosso – Cláudio Santoro
  • Brasiliana nº 1 – Alexandre Schubert
    solistas: Fernando Abner Ferreira e Wesley Onofre (trombones)
  • O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna – Antônio Madureira
    orquestração: Matheus Queiroz | regência: Alexandre Schubert

Serviço

📍 Salão Leopoldo Miguez – Escola de Música da UFRJ
Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro
🗓️ 2 de julho de 2025 (quarta-feira) | 🕖 19h
🎟 Entrada gratuita

Recital marca o lançamento do segundo volume da coletânea “O Piano na Música de Câmara”

O projeto de extensão O Piano na Música de Câmara realiza no dia 1º de julho, às 18h30, no Salão Leopoldo Miguez, o recital de lançamento do Volume II da coletânea que dá nome à iniciativa. Com entrada gratuita, o evento apresentará uma seleção de obras inéditas escritas por alunos e professores da Escola de Música da UFRJ, especialmente para formações camerísticas de duo com piano.

Coordenado pela professora Tamara Ujakova, o projeto reafirma seu compromisso com a formação pedagógica e a promoção da música de câmara brasileira contemporânea. Neste concerto, o público poderá conferir interpretações de professores e alunos dos cursos de Licenciatura e Bacharelado da EM/UFRJ, que se revezarão em palco em uma dinâmica variedade de duos instrumentais.

Organizado por Tamara Ujakova (Curso de Piano) e Alexandre Schubert (Curso de Composição), o Volume II da coletânea O Piano na Música de Câmara reúne 22 peças inéditas, que envolvem formações com flauta, clarineta, violino, viola, trompete, acordeão e piano a quatro mãos. Cada obra é acompanhada de sugestões pedagógicas — como dedilhado e uso do pedal — voltadas para o ensino do piano e para o desenvolvimento da escuta e da interação entre os músicos.

A diversidade estética e técnica do material oferece possibilidades amplas para a prática camerística em cursos de música dos níveis básico ao superior, sendo particularmente indicado para as disciplinas de instrumento complementar.


Programa do concerto:

Gustavo Rolim – “Júlia com acento”
Violino: Lidia Malaquias
Piano: João Sigiane

Gabriel Penna-Firme – “Sonata em Mi menor”

Alexandre Schubert – “Fonte Sobre Rosas”
Clarineta: Cristiano Alves
Piano: Tamara Ujakova

Matheus Ferreira – “Laços de infância”
Pianos: Lidia Malaquias e Victoria Amaturo

Tamara Ujakova – “Horizonte”
Viola: Gabriel Severiano
Piano: Inês Rufino

Gabriel Barbosa – “Chuva de Verão”
Trompete: Alison Correa do Lago
Piano: Matheus Ferreira

Paulo Richard Ramos

  1. Pequena Abertura
  2. Luz Laranja
  3. Um gato
    Trompete: Alison Correa do Lago
    Piano: Beatriz Botelho

João Vicente Marinho – “Pequena Sonata”
Flauta: Aline Silveira
Piano: Thalyson Rodrigues

Matheus Queiroz – “Alvorecer Sertanejo”
Flauta: Aline Silveira
Piano: Thalyson Rodrigues

Gabriel Penna-Firme – “Salão Dourado”
Violino: João Felix
Piano: Henrique Costa

Maria Di Cavalcanti – “Feira de São Cristóvão”
Pianos: Caio Brandão e Maria Di Cavalcanti

Matheus Ferreira – “Todas as Cores”
Clarineta: Rychard Abadio
Piano: Leonardo Garritano

Gabriel Arnaud – “Jogo das Sombras”
Violino: Antônio Henrique da Silva
Piano: Ernesto Hartmann

Matheus Queiroz – “Pulsares”
Acordeão: Matheus Queiroz
Piano: Marcelo Verzoni

Eduardo Cabral – “A rua de mão única”
Pianos: Thamires Oliveira e Henrique Costa

Matheus Ferreira – “Além das sombras”
Violino: Andrea Sula
Piano: João Sigiane

Maria Di Cavalcanti – “Lenda da Carimbamba”
Flauta: Felícia Coelho
Piano: Maria Di Cavalcanti

Stella Junia – “Uma pitada de salsa”
Pianos: João Sigiane e Matheus Ferreira


Serviço

Recital de lançamento da coletânea
O Piano na Música de Câmara – Volume II
🗓️ 1º de julho de 2025 (terça-feira)
🕕 18h30
📍 Salão Leopoldo Miguez – Escola de Música da UFRJ
Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro
🎟 Entrada franca

Intercâmbio entre Brasil e EUA promove masterclass e concerto gratuitos no Rio, com apoio do Programa Arte de Toda Gente

No próximo dia 27 de junho de 2025, o Rio de Janeiro será palco de duas atividades que fortalecem o intercâmbio cultural entre Brasil e Estados Unidos. A programação inclui uma masterclass dedicada ao Requiem de Mozart e um concerto gratuito com a participação do Coral Infantojuvenil da UFRJ e do Master Chorale of Tampa Bay. A iniciativa conta com o apoio do Programa Arte de Toda Gente, da Escola de Música da UFRJ e de outras instituições parceiras.

Masterclass sobre o Requiem de Mozart

Das 9h às 12h, a Escola de Música da UFRJ (Rua do Passeio, 98 – Centro) sediará mais uma edição do Projeto Master Classes. A atividade será conduzida pelo maestro norte-americano Matthew Abernathy, diretor artístico do Master Chorale of Tampa Bay, junto a integrantes do coro. Com foco na obra Requiem, de Wolfgang Amadeus Mozart, a masterclass é aberta ao público, incluindo estudantes da instituição e interessados da comunidade externa.

O encontro oferece 40 vagas, sendo até 10 para participação ativa e 30 para ouvintes. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas pelo link: https://forms.gle/naxPYCBi9scw9hA38. É necessário que cada participante leve sua própria partitura.

O Projeto Master Classes é uma iniciativa contínua que recebe convidados nacionais e internacionais para atividades formativas como palestras, oficinas e workshops, promovendo a conexão entre a Escola de Música da UFRJ e a cena musical.

Concerto reúne coros do Brasil e dos EUA

No mesmo dia, às 18h, a Igreja de São Francisco de Paula (Largo de São Francisco, s/n – Centro, RJ) recebe o concerto conjunto entre o Coral Infantojuvenil da UFRJ e o Master Chorale of Tampa Bay. Sob a regência de Maria José Chevitarese e Matthew Abernathy, a apresentação gratuita celebra a união entre diferentes tradições musicais e gerações de cantores.

O repertório inclui obras de compositores como Mozart, Verdi, Waldemar Henrique, John Rutter e outros, divididas entre os dois grupos e finalizadas com uma peça interpretada em conjunto.

Repertório

Coral Infantojuvenil da UFRJ

  • Nira Chen – Dodi-li (arr. Doreen Rao)
  • Mozart – Alphabeto
  • Waldemar Henrique – Tambata-já
  • Eva Ugalde – Kuku ué

Master Chorale of Tampa Bay

  • Verdi – Va pensiero
  • Mozart – Requiem (Kyrie & Dies Irae)
  • Hagen – Notebooks “Look at the Stars”
  • Parker/Shaw – Hark I Hear the Harps Eternal
  • Paulus – The Road Home
  • Boyd – Until I Reach My Home

Todos os coros juntos

  • John Rutter – For the Beauty of the Earth

Sobre o Master Chorale of Tampa Bay

Fundado em 1979, o Master Chorale of Tampa Bay é um dos principais coros sinfônicos dos Estados Unidos, reconhecido por sua excelência técnica e artística. Com 150 vozes selecionadas, atua como coro oficial da Orquestra da Flórida desde 1986, realizando aproximadamente 25 apresentações por ano e alcançando um público superior a 25 mil pessoas.

O grupo já executou obras de grande porte, como a Missa Solemnis, de Beethoven, e a 8ª Sinfonia de Mahler, além de colaborar com compositores renomados como Eric Whitacre e Jake Runestad. Suas gravações têm ampla circulação internacional e figuram entre os títulos mais vendidos em plataformas digitais. O coro já se apresentou com artistas e conjuntos de prestígio, como a Orquestra de Cleveland e o tenor Andrea Bocelli.

A realização do intercâmbio conta ainda com o apoio da Venerável Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, do Centro de Letras e Artes e da Escola de Música da UFRJ.

Centenário da Orquestra Sinfônica da UFRJ lota Sala Cecília Meireles em concerto histórico

Em 25/09, a Sala Cecília Meireles foi palco de um concerto histórico: o centenário da Orquestra Sinfônica da UFRJ. Exatos 100 anos antes, em 25/09/1924, deu-se no Salão Leopoldo Miguez a primeira apresentação da então Orquestra do Instituto Nacional de Música (primeira encarnação da atual OSUFRJ).

“A ocasião era uma solenidade de entrega de prêmios a alunos laureados, na qual esteve presente, inclusive, o então presidente da República Arthur Bernardes. Dirigida pelo professor Ernesto Ronchini, a orquestra contou com 33 alunos, vários dos quais viriam depois a se destacar no cenário musical brasileiro, como o violoncelista Iberê Gomes Grosso, o violinista Oscar Borgerth, a violinista Mariuccia Iacovino e Yolanda Peixoto, a primeira spalla da Orquestra. Foram executados dois números de uma suíte do compositor Leopoldo Miguez, Cenas Pitorescas, e duas pequenas danças de autoria do próprio maestro Ronchini”, comenta o maestro André Cardoso, diretor artístico da OSUFRJ. Foi um concerto breve, mas fundamental.

Cem anos depois, ali perto, ocorreria aquele que pode ser descrito como um dos mais importantes concertos da história da Orquestra, sob a regência de três gerações de maestros que estiveram à sua frente: André Cardoso, Roberto Duarte (titular entre 1978 e 1995) e Ernani Aguiar (titular entre 1995 e 2023), todos merecidamente homenageados ao longo da noite, vale salientar.

A Sala Cecília Meireles lotada pode acompanhar uma impactante apresentação que incluiu o Episódio Sinfônico de Francisco Braga, o “principal regente da Orchestra do Instituto Nacional de Música”. A obra foi composta em 1898 e se tornou uma das mais executadas pela orquestra ao longo de suas cem temporadas.

Em seguida foi apresentado o Scherzo Sinfônico, de Raphael Baptista, um dos maestros responsáveis pela reformulação da orquestra em 1969 e nomeado seu regente titular em 1977. Outro destaque foi a emocionante ária Era un Tramonto d’oro, impecavelmente interpretada pelo barítono Inácio de Nonno, e que suscitou gritos de “bravo” entre os presentes. A peça relembra a gravação da ópera Colombo, de Carlos Gomes, que conquistou prêmios importantes no final dos anos 1990.

O público também pode apreciar Sugestões de Coral e Dança, de César Guerra-Peixe, e a estreia mundial do poema sinfônico O Pássaro Mágico, de Pedro Lutterbach, vencedor de um concurso de composição em homenagem ao centenário da UFRJ. A obra, inspirada em uma lenda indígena, narra a história de um tincoã que se transforma em homem e enfrenta desafios amorosos e tribais.

Os quinze minutos de pausa foram providenciais para que todos pudessem se recompor de tão belo e emocionante espetáculo, que chegava apenas em sua metade ainda.

Na segunda parte, a música se tornou mais popular, com Saudades de Pirapora, peça original de Everson Moraes, trombonista da Orquestra, que presenteou o público com uma deliciosa “história de pescador” acerca de um oficleide (raríssimo precursor do saxofone), encontrado por seu Nilton, o agora “pescador de oficleide”, nas margens do Rio São Francisco, em Pirapora (MG).

A história é tão insólita que vale o parêntese. Após décadas submerso, o instrumento chegou às mãos do músico da Orquestra, que descobriu que ele já havia passado pelo Rio de Janeiro há mais de 100 anos. O oficleide, muito utilizado por bandas e orquestras no passado, estava em péssimas condições, levando o luthier Marcelo Castro a realizar reparos por oito meses. Reza a lenda que ele inclusive decidiu se aposentar depois deste trabalho. Durante a restauração, foram encontradas marcas que indicavam sua origem no Rio, como a assinatura de um fabricante francês e um endereço de uma loja carioca. Everson escolheu tocar a famosa Carinhoso, de Pixinguinha, ao reintroduzir o instrumento após sua incrível jornada.

A festa seguiu com o tango Aí, Morcego, de Irineu de Almeida, peça que contou com participação especial de todos os presentes na plateia. Após um breve “ensaio”, ao sinal do maestro André Cardoso, toda a casa soltava a voz e repetia “Aí, Morcego!”, rendendo uma homenagem ao boêmio Norberto Amaral, o Amaral dos Correios, que, sob a alcunha de “Morcego”, ganhou fama de “o maior carnavalesco de todos os tempos” e acabou imortalizado naquela que pode ser considerada a principal obra de Irineu de Almeida.

Dois choros de Pixinguinha também foram apresentados. Ingênuo trouxe como solistas os professores Cristiano Alves (clarineta) e Júlio Merlino (saxofone). Na sequência, Um a Zero, que remete à vitória da seleção brasileira sobre o Uruguai no campeonato sul-americano de futebol de 1919, com gol do craque Friedenreich. Esta, segundo consta, teria sido a primeira obra da música nacional a abordar a temática futebolística.

O concerto também destacou a importância da música popular no contexto sinfônico, com a inclusão de um arranjo de A Voz do Morro, de Zé Ketti, para a abertura do filme “Rio, 40 Graus”. Este arranjo, recriado por Leonardo Bruno, é uma homenagem ao cineasta Nelson Pereira dos Santos. E, como nem tudo acaba em samba, para encerrar a apresentação, o público foi brindado com a Dança de Chico Rei e da Rainha N’Ginga, do balé “Maracatu de Chico Rei”, de Francisco Mignone, uma verdadeira obra-prima da música sinfônica brasileira.

Sob o som dos efusivos aplausos, ainda pode-se ouvir um merecido “Parabéns pra você” ao som da agora centenária Orquestra, encerrando com alegria uma noite de festa que certamente ficará marcada na memória de todos os presentes. Afinal, não é todo dia que se faz cem anos!

Concerto em 29/10 celebra a reinauguração do órgão Tamburini no Salão Leopoldo Miguez

O Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, será palco de um momento histórico no dia 29 de outubro, às 18h30, com a reinauguração do seu renomado órgão Tamburini. O concerto marcará a volta do instrumento, que passou por uma revitalização após a substituição das suas placas digitais queimadas, um processo coordenado pelo diretor da Escola, professor Ronal Silveira.

“Este é ainda um retorno parcial, já que um de seus manuais, ou seja, um de seus teclados ainda não pode ser inteiramente consertado. Apesar disso, o instrumento já está novamente disponível às nossas aulas e atividades artísticas”, pontuou o diretor.

Construído pela Fabbrica D’Organi Comm. Giovani Tamburini, na Itália, o órgão foi encomendado pela então diretora da Escola Nacional de Música, Joanídia Sodré, para substituir um antigo modelo de fabricação alemã. Inaugurado em 1954, o Tamburini conta com 4.620 tubos e é um dos mais importantes instrumentos de seu tipo no Brasil, tendo recebido grandes organistas internacionais como Fernando Germani e Karl Richter ao longo das décadas.

A programação do concerto contará com a participação de destacados organistas, incluindo Benedito Rosa, Inês Rufino, Regina Lacerda, Eduardo Biato, Tamara Ujakova e Alexandre Rachid, que também coordena o evento. O concerto será uma homenagem à ilustre organista Gertrud Mersiovsky, que deixou um legado significativo na música organística brasileira.

Gertrud, com formação na Alemanha e na Itália, é reconhecida por suas contribuições ao ensino e à pesquisa em música, tendo publicado diversos trabalhos sobre o órgão da UFRJ e executado obras de compositores renomados em festivais internacionais. Sua carreira inclui gravações aclamadas e apresentações que ajudaram a solidificar a reputação do órgão Tamburini.

“O concerto de reinauguração está intimamente ligado ao esforço de reabilitação do instrumento, que foi cuidadosamente coordenado para garantir sua funcionalidade e a continuidade de seu uso em recitais e gravações”, afirmou Alexandre Rachid.

O evento promete não apenas celebrar a volta do órgão, mas também reafirmar sua importância na promoção da música clássica no Brasil. A comunidade musical está convidada a prestigiar essa celebração que une história, arte e renovação.

A entrada é gratuita e o Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, fica na Rua do Passeio, 98, próximo à estação Cinelândia do metrô.

Pianista Arthur Moreira Lima recebe título de doutor honoris causa da UFRJ

Arthur Moreira Lima, um dos mais renomados pianistas do Brasil e uma figura central na promoção da música clássica e popular brasileira, recebeu na última terça-feira, 24/9, o título de doutor honoris causa, concedido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A indicação do músico para receber a honraria foi fruto de uma iniciativa da Escola de Música aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni).

Nascido no Rio de Janeiro em 16/7/1940, Moreira Lima iniciou sua trajetória musical cedo, destacando-se como um prodígio em concursos de piano desde 1949. Sob a orientação da mestra Lúcia Branco, ele conquistou notoriedade ao vencer aos nove anos o concurso Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica Brasileira. Mais do que um intérprete de música clássica, ele é um defensor fervoroso da cultura brasileira, promovendo a identidade musical do país e revitalizando compositores esquecidos. Com uma carreira que abrange mais de seis décadas, Arthur Moreira Lima não apenas elevou o piano brasileiro em palcos internacionais, mas também promoveu uma reflexão profunda sobre a identidade cultural do Brasil.