176 ANOS FORMANDO MÚSICOS DE EXCELÊNCIA

Semana de Aniversário da Escola de Música: instituição de ensino musical mais antiga do país celebra 175 anos

“Cento e setenta e cinco anos não são cento e setenta e cinco dias”. Se o clichê aqui utilizado enquanto figura de linguagem carece de originalidade, ele ilustra bem aquilo que definitivamente não falta à Escola de Música da UFRJ: história. Um século e três quartos de história, para ser mais exato. Denominada Imperial Conservatório de Música, Instituto Nacional de Música e Escola Nacional de Música em encarnações passadas, é com imenso orgulho que a atual EM/UFRJ não foge à responsabilidade de ser instituição de ensino musical mais antiga em atividade no Brasil. De 1848 para cá, foram milhares de músicos, cantores, regentes, compositores, professores e musicólogos formados em seus bancos, muitos dos quais tiveram papel de grande protagonismo na disseminação de nossa cultura.

 
 Programação completa

Resgatar esta memória e se conectar a tantas outras histórias é fundamental para que se possa colocar o presente e o próprio futuro da educação musical do Brasil em perspectiva. É com este espírito que, entre 14 e 18 de agosto, será celebrada a Semana de Aniversário da Escola de Música da UFRJ de 2023, evento que contará com uma extensa gama de apresentações.

O dia de abertura (14/08) já dará uma bela amostra tanto das novas conexões, quanto da reverência à história que a Semana promoverá. Uma recente parceria que coloca a EM/UFRJ lado a lado com o Rio International Cello Encounter — festival que, ao longo de seus 29 anos, consolidou-se como uma plataforma multicultural de grande sofisticação artística e responsabilidade social — viabilizou que os trabalhos da Semana sejam abertos pelo Ensemble de Cellos da Unicamp, grupo que também integra a programação do festival pelo qual já passaram mais de 550 mil espectadores e 12 mil músicos, além de acumular mais de 900 concertos e 650 horas de workshops e masterclasses.

Em seguida, o diretor do grupo de Campinas, Lars Hoeffs, se apresentará como solista do concerto da Orquestra Sinfônica da UFRJ. Fundada em 1924 e em vias de completar um século de atividades ininterruptas, a Orquestra que representa um dos maiores patrimônios culturais de nossa Universidade fará uma apresentação que contará com obras de João Guilherme Ripper, Francisco Mignone e Villa-Lobos, entre outros.

“Piano em conexões” será o tema do segundo dia do evento (15/08) que, como o nome sugere, será dedicado ao piano e à música de câmara, e estará recheado com apresentações de vários alunos de bacharelado e de docentes, além de pianistas envolvidos com o Programa de Pós-Graduação Profissional em Música da UFRJ (Promus).

Na quarta-feira (16/08), ocorrerá uma cerimônia de posse festiva que marcará o novo mandato da Direção da EM/UFRJ, e que contará com a presença do novo reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho, bem como com a da vice-reitora, professora Cassia Turci. Os concertos ficarão a cargo da Orquestra Feso Pro Arte e da Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga, projetos diretamente compromissados com a construção da cidadania.

A Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga, formada por meninas da rede pública de ensino do Rio de Janeiro, tem sua origem no Instituto Brasileiro de Música e Educação (IBME). Esta é uma iniciativa pensada pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, em parceria com as secretarias municipais de Cultura e de Turismo. O nome da Orquestra é uma homenagem à primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Mesmo sendo alvo de muito preconceito, a pianista, compositora e maestrina atuou com coragem e excelência, acabando por se tornar uma grande referência na música brasileira. A regente da Orquestra é a pianista Priscila Bomfim, que, por sua vez, foi a primeira mulher a reger as óperas da temporada do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde atua desde 2002.

Os trabalhos da quinta-feira (17/08) serão iniciados com o debate “Música e Arte na construção da Cidadania: os projetos sócio-culturais e o desenvolvimento musical através da estruturação pedagógica”. Participarão representantes de diversos projetos, entre eles: João Victor Reis (coordenador do Projeto Aprendiz, de Niterói); Magali Kleber (diretora artística Festival de Música de Londrina); Milton Dornellas (coordenador Projeto PRIMA, da Paraíba); Rodrigo Belchior (coordenador Projeto Escola de Música da Rocinha), além de Marcelo Jardim (vice-diretor da EM/UFRJ e coordenador do Programa Arte de Toda Gente).

O primeiro concerto do dia ficará por conta da Orquestra de Sopros e Percussão da FUNDEC (Fundação de Apoio à Escola Técnica, Ciência, Tecnologia, Esporte, Lazer, Cultura e Políticas Sociais de Duque de Caxias). O projeto tem como objetivo aperfeiçoar a prática de música coletiva e conduzir os alunos ao mercado de trabalho, desenvolvendo a inclusão social e a democratização do acesso à música e cidadania.

O outro concerto será realizado pelo Quinteto Villa-Lobos. Formado por instrumentistas que exercem atividades de solistas em todo o Brasil e no exterior, o grupo está comemorando seus 60 anos de atividades. O repertório da apresentação contará com obras de Ronaldo Miranda, Edino Krieger e Hermeto Pacoal.

Entre um concerto e outro, ocorrerá ainda uma mesa-redonda que abordará a parceira da instituição com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro. Participarão a Secretária Danielle Barros e a vice-reitora da UFRJ, professora Cássia Turci.

O último dia da Semana de Aniversário, (18/08), será marcado pela abertura do I Congresso de Pedagogia e Performance Coral da UFRJ, o qual já conta com mais de 300 inscrições. Coordenado pelas professoras Maria José Chevitarese e Juliana Melleiro Rheinbolt, o congresso promoverá oficinas, práticas musicais e mesas-redondas, além de apresentações de trabalhos e concertos de coros infantis, infanto-juvenis, jovens e adultos do Rio de Janeiro.

Alguns destaques são: a conferência "Pedagogia e performance coral", que contará com a participação do professor Carlos Alberto Figueiredo; a oficina de técnica vocal, com a professora Lúcia Passos (RS); a oficina de regência e dinâmicas de ensaio, com a professora Isabela Sekeff (DF); a prática vocal "Cantando com as comilanças", com os professores Jefferson Sini, Juliana Melleiro e Karelin Cavallari. Na sequência haverá uma roda de conversa com o vice-diretor da EM/UFRJ, professor Marcelo Jardim. O tema será: “Contribuições do Projeto Um Novo Olhar (Funarte e EM/UFRJ) ao Canto Coral”.

O dia se encerra com as apresentações do Coral Infantil da UFRJ (formado por crianças de 06 a 11 anos de idade, da cidade do Rio de Janeiro e adjacências), do Coral Infantojuvenil da UFRJ e do Conjunto Sacra Vox (que toma como referência o gênero sacro, realizando pesquisas e difundindo a produção coral brasileira).

A Escola de Música da UFRJ fica na Rua do Passeio, 98, na Lapa, próxima ao metrô da Cinelândia. O evento é gratuito.

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