Mais antiga instituição do gênero no país, a Escola de Música (EM) comemora, de 10 a 15 de agosto, 172 anos de atividades ininterruptas. Por causa das medidas de combate ao novo coronavírus, que desaconselham reuniões presenciais, não será.possível, porém, realizar a tradicional semana de concertos e recitais. O eventto foi obrigado a migrar para o universo virtual. Serão seis lives, sempre veiculadas às 19h pelo canal da EM (#concertosufrj) no Youtube e por sua página (#musicaufrj) no Facebook. Divididas em uma série de três concertos virtuais e outra de três debates, cada live terá duração de cerca de 90 minutos e os internautas poderão interagir via chat.
Arte: Márcia Carnaval | |
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Reprodução | |
Ernani Aguiar, compositor homenageado pelo evento. |
Ronal Silveira, atual diretor da instituição, lembra que há muito a celebrar, mesmo de forma remota, e sublinha que a pandemia não paralisou a Escola. “Desde o início as atividades possíveis foram mantidas e ampliadas. Criamos alternativas para manter contato com os alunos da graduação, pós-graduação e extensão, transformando as adversidades em oportunidades e aprendizado”, afirma com orgulho. E acrescenta que, embora a magia da música presencial seja insubstituível, a ocupação das redes sociais pode fortalecer vínculos da universidade com a sociedade e permitir uma fruição mais ampla da sua produção artística.
EM-Lives
Os concertos, como nas edições anteriores, estão marcados pelas efemérides musicais. Este ano os destaques são os 250 anos de nascimento de Ludwig van Beethoven, gênio alemão do período de transição entre o Classicismo e o Romantismo; e os compositores brasileiros Leopoldo Miguez (170 anos de nascimento), Alberto Nepomuceno (100 anos falecimento) e Ernani Aguiar (70 anos de nascimento), todos os três com carreias vinculadas à Escola de Música. Miguez comandou a instituição de 1890 a 1902, Nepomuceno em dois períodos, 1902-1903 e 1906-1916, e Ernani Aguiar é atualmente professor de Regência e titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).
Terça-feira (11), com mediação de Ana Paula da Matta (UFRJ) e João Vidal (PPGM/UFRJ), Midori Maeshiro (UFRJ) e Valéria Matos (UFRJ), a live apresenta a obra para canto e piano de Alberto Nepomuceno (1864-1920). Quinta-feira (13), Maria José Chevitarese (UFRJ) coordena concerto virtual que discute a produção de Ernani Aguiar. Participação confirmada do compositor e de Yahn Wagner (UFRJ), Liduíno Pitombeira (UFRJ) e Leonardo David (Diretor Artístico Camerata Sesi, Vitória). Por fim, no sábado (15), tendo Andrea Adour (UFRJ) como mediadora, obras de Ludwig van Beethoven (1770-1827) e Leopoldo Miguez (1850-1902). Suelen Dias (Chefe da Biblioteca Alberto Nepomuceno da UFRJ), Flávio Augusto (Pianista acompanhador da EM), Verushka Mainhardt (UFRJ) e Fábio Adour (UFRJ) são os convidados.
Trajetória Tudo começou quando, em pleno império, a Sociedade de Música conseguiu investir os recursos obtidos com duas loterias para inaugurar sua sede, em 13 de agosto de 1848 - se instalou em uma sala do Museu Imperial, na Praça da República. A iniciativa foi do compositor, regente e professor Francisco Manoel da Silva (1795-1865). A primeira sede própria só viria 24 anos depois, quando a Sociedade se mudou para a Rua Lampadosa, hoje Luís de Camões. No ano seguinte à Proclamação da República, já em 1890, a instituição virou Instituto Nacional de Música, transferida em 1913 para a sede atual, no Passeio Público. E em 1937, tornou-se Escola Nacional de Música. A atual designação foi estabelecida em 1965, quando, por força de decreto do regime militar, a Universidade do Brasil foi transformada em Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). | |
Os demais dias estão reservados para mesas-redondas virtuais. Segunda-feira (10), Ronal Silveira (UFRJ) coordena debate sobre “As Escolas de Música das universidades federais frente aos desafios do ensino online e das ações ‘pós-pandemia’: indicadores, estratégias, inovações e integração virtual e presencial nas instituições.” Palestrantes: Jean Joubert (UFRN), Carlos Pires (UFPA), Sérgio Barrenechea (UNIRIO), José Maurício Brandão (UFBA) e Ernesto Hartmann (UFES)
.“Para além das lives: o impacto da covid-19 na performance ao vivo” é a pauta da quarta-feira (12). Mediação de Aloysio Fagerlande (Coordenador do PROMUS/UFRJ) com a participação de André Mehmari (compositor, pianista, multi-instrumentista, produtor musical), Flávio Gabriel (UFRN), Rogério Caetano (violonista, mestrando PROMUS EM/UFRJ) e Eduardo Pereira (regente/consultor artístico, OSB). Sexta-feira (14), o assunto são as “Orquestras das universidades federais brasileiras: relevância artística e acadêmica". Mediação de André Cardoso (Diretor Artístico da OSUFRJ e Coordenador Projeto SINOS). Alba Bomfim (UFPI) Miguel Campos Neto (UFPA), Fabrício Carvalho (UFMT), André Muniz (UFRN e Álvaro Carriello (UFF) são os palestrantes.
É a primeira vez que as comemorações do aniversário ida EM incluem debates,lembra Ronal Silveira. “Isso diz muito sobre a necessidade de discutirmos a situação das escolas de música nas universidades brasileiras. Foram convidados importantes nomes do cenário nacional para debater os novos problemas colocados pela pandemia.” Ele assinala, porém, “que também é necessário pensar o futuro da música no Brasil para além do impacto imediato do coronavírus.”
As lives serão gravadas e disponibilizadas no videocast do site e nas redes sociais da EM.
A programação completa do evento, que conta com a coordenação artística do professor Marcelo Jardim, está no final da matéria.
PROGRAMAÇÃO SEGUNDA-FEIRA, 10 DE AGOSTO, 19H, DEBATE Tema: “As Escolas de Música das universidades federais frente aos desafios do ensino online e das ações “pós-pandemia”: indicadores, estratégias, inovações e integração virtual e presencial nas instituições.” Ronal Silveira, mediador (Diretor da Escola de Música da UFRJ) Convidados: Jean Joubert (Diretor da Escola de Música da UFRN), Carlos Pires (Diretor da Escola de Música da UFPA), Sérgio Barrenechea (Diretor do Instituto Villa-Lobos da UNIRIO), José Maurício Brandão (Diretor da Escola de Música da UFBA) e Ernesto Hartmann (Chefe do Departamento de Teoria de Arte e Música do Centro de Artes da UFES) TERÇA-FEIRA, 11 DE AGOSTO, 19H, CONCERTO E DEBATE Tema: “Alberto Nepomuceno em canto e piano” Ana Paula da Matta, mediadora (Departamento de Música de Conjunto, EM/UFRJ) Convidados: João Vidal (Coordenador do PPGM/UFRJ), Midori Maeshiro (Departamento de Instrumentos de Teclado da Escola de Música da UFRJ) e Valéria Matos (Chefe do Departamento de Música de Conjunto da Escola de Música da UFRJ) Compositor: Alberto Nepomuceno (1864-1920) O Salutaris Hostia, para coro misto (dur.: 2’) Canto Fúnebre, para coro misto (dur.: 2’) Valsa Op. 13 nº 2 (dur.: 2’40’’) Devaneio Op. 27 nº 1 (dur.: 2’52’’) Improviso Op. 27 nº 2 (dur.: 2’14’’) A Galhofeira (dur.: 3’15’’) Valsas Humorísticas, para piano e orquestra (dur.: 25’35’’) QUARTA-FEIRA, 12 DE AGOSTO, 19H, DEBATE Tema: “Para além das lives: o impacto da covid-19 na performance ao vivo” Aloysio Fagerlande, mediador (Coordenador do PROMUS da EM/UFRJ) Convidados:André Mehmari (compositor, pianista, multi-instrumentista, produtor musical), Flávio Gabriel (Professor de trompete, Escola de Música da UFRN), Rogério Caetano (violonista, mestrando PROMUS EM/UFRJ) e Eduardo Pereira (regente/consultor artístico, OSB) QUINTA-FEIRA, 13 DE AGOSTO, 19H, CONCERTO E DEBATE Tema: “Ernani Aguiar em Foco” Maria José Chevitarese, mediadora (Regente Coral Brasil-Ensemble | EM/UFRJ) Convidados: Ernani Aguiar (Professor de Regência da EM/UFRJ), Yahn Wagner (Departamento de Composição da EM/UFRJ), Liduíno Pitombeira (Departamento de Composição, PPGM, EM/UFRJ) e Leonardo David (Diretor Artístico Camerata Sesi, Vitória). Compositor: Ernani Aguiar (1950) Seis Duetos, para violoncelos (1985, dur.: 8’’) Meloritmias, para violoncelo solo (dur.: 6’35’’) Monodia, para trompa solo (dur.: 4’05’’) Duas Peças Curtas, para piano (dur.: 2’46’’) Pastoral, para coro e orquestra de câmera (dur.: 4’50’’) SEXTA-FEIRA, 14 DE AGOSTO, 19H, DEBATE Tema: “Orquestras das universidades federais brasileiras: relevância artística e acadêmica" André Cardoso, mediador (Diretor Artístico OSUFRJ e Coordenador Projeto SINOS) Convidados: Alba Bomfim (Professora de regência e práticas interpretativas da Universidade Federal do Piauí), Miguel Campos Neto (Regente, Escola de Música da Universidade Federal do Pará), Fabrício Carvalho (Regente, Universidade Federal do Mato Grasso), André Muniz (Regente, Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e Álvaro Carriello (Comissão Artística da Orquestra Sinfônica Nacional – UFF) SÁBADO, 15 DE AGOSTO, 19H, CONCERTO E DEBATE Tema: “Beethoven e Miguez” Andrea Adour, mediadora (Coordenador Projeto Ópera na UFRJ) Convidados: Suelen Dias (Chefe da Biblioteca Alberto Nepomuceno da UFRJ), Flávio Augusto (Pianista acompanhador da EM/UFRJ), Verushka Mainhardt (Departamento de Canto) e Fábio Adour (Departamento de Musicologia e Educação Musical). Ludwig van Beethoven (1770-1827) Sonata Les Adieux, mov. 1 (dur.: 7’30) Improvisação livre sobre dois temas da Quinta Sinfonia (dur.: 7’46’’) Wonne der Wehmut, Op. 83 nº 1 (dur.: 2’45’’) Das Göttliches, cânone, com texto de Goethe (dur.: 2’30’’) Leopoldo Miguez (1850-1902) Nocturno Op. 10 nº 1 (dur.: 4’12’’) Nocturno Op. 20 nº 1 (dur.: 3’25’’) Valsa Op. 28, para piano (dur.: 3’33’’) |
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