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Alexandre Rachid: Improvisações eruditas ao piano 

Alexandre Rachid (foto) protagoniza recital único dia 08, no Salão Leopoldo Miguez. O público terá a oportunidade de admirar o pianista interpretando improvisações, nos estilos Barroco, Clássico, Impressionista e Contemporâneo, sobre o tema de “Cai, Cai, Balão”, cantiga folclórica resgatada por Villa-Lobos.

 Nadejda Dias
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Além de pianista Rachid é organista, compositor e docente da Escola de Música (EM). Bacharel e Mestre em Órgão pela UFRJ. Doutor em Composição pela UNIRIO, tendo sido orientado pelo renomado compositor Ricardo Tacuchian. Atualmente, é Professor Adjunto de Órgão da EM e Curador da Série Internacional de Órgão da UFRJ.

Compôs, entre outras, das obras “Ave Maria” para Coro e Orquestra, executada por ocasião da vinda do papa João Paulo II ao Rio, em 1997; “Variações sobre um Tema Chinês”, para Piano, estreada no Grande Teatro da Universidade de Pequim, em 2007, pela pianista brasileira radicada em Londres, Clélia Iruzun; e "Variações sobre o tema dos barqueiros do Rio Volga", executada pela primeira vez na reinauguração da Sala Cecília Meirelles, em 2014. Apresentou também no XXVIII Panorama da Música Brasileira Atual, em 2016, a obra “Raphsodie” sobre o tema “Ite Missa est, Alleluya”, para órgão solo. 

O professor conversou com o site da EM sobre o recital. 

Fascínio pela criação musical 

EM: Podemos afirmar que a improvisação é uma arte cultivada pelos organistas?
AR: Hoje em dia, pelos organistas e pelos músicos de Jazz. Os organistas são os músicos eruditos que mantêm esta tradição, oriunda dos pequenos espaços musicais que necessitavam ser preenchidos nas Missas e nos Cultos de modo repentino. Com isso, os organistas acabaram desenvolvendo esta tradição.   

 
quote Minha formação com relação à improvisação começou com o fascínio pela composição e a criação musical.

EM: A sua formação tem a ver com esse amor pela improvisação? 
AR: Na verdade não. Minha formação com relação à improvisação começou com o fascínio pela composição e a criação musical. Gostava de criar e descobrir novas maneiras de expressar minhas imaginações musicais e sonoras. Daí, aos poucos, fui desenvolvendo a arte de improvisar. 

EM: O que é necessário para ser um bom improvisador?
AR: Creio necessário ter um "bom ouvido", onde o improvisador tenha domínio das alturas das notas imaginadas, e treinar regularmente as passagens dos temas entre as mãos, e paralelamente suas modulações para tons vizinhos e afastados. Disciplina, Concentração e imaginação, de um modo geral. 

EM: Como surgiu o gosto pela improvisação? 
AR: Como falei anteriormente, por meio de meu fascínio pela composição e criação musical.  

EM: Parece se trata de uma tradição que perdeu espaço...
AR: Na música de concerto ocorreu principalmente pela valorização da escrita musical, com suas informações minuciosas quanto aos diversos aspectos interpretativos. E também devido à valorização do compositor como o criador e proprietário de sua obra musical. Com isso, o intérprete delegou ao compositor a integralidade da responsabilidade pela criação musical, cabendo ao primeiro a parte referente à interpretação musical. Houve na verdade uma especialização de áreas dentro da Música.

 EM: O que o fez escolher o tema “Cai cai balão”? O que o atrai no tema? 
AR: Sempre escolho temas conhecidos, quer sejam eruditos ou folclóricos. Desta maneira, o público terá um parâmetro da dimensão do trabalho de improvisação que está sendo desenvolvido. Este tema chama à atenção por apresentar vários fragmentos sub-temáticos ricos em ideias melódicas e principalmente rítmicas.

SERVIÇO
Salão Leopoldo Miguez. Rua do Passeio, 98. Lapa - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20.021-290 21 2240-1441. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Entrada Franca. Dia 08 de novembro, às 18h30. Classificação indicativa: Livre

 

cartaz

SALÃO LEOPOLDO MIGUEZ
8 NOV | 18H30 

Programa 

O Tema do Cai, Cai, Balão, Aqui na Minha Mão servirá de base para as Improvisações Barroca, Clássica, Impressionista e Contemporânea.  

Na Improvisação Barroca este tema servirá de base para utilização de técnicas contrapontísticas e de imitação, como por exemplo, fugato, com movimentos diretos e inversos, com marchas modulantes, episódios com passagens por tons vizinhos, divertimentos utilizando a cabeça ou cauda do tema, e seções com stretto.  

Na Improvisação Clássica o tema vai assumir a Forma Sonata, com tema no tom principal, ponte modulante, segundo tema no tom da dominante, desenvolvimento temático com uso de partes do tema, reexposição e coda.  

Na Improvisação Impressionista o tema vai ser trabalhado sob o prisma da Escala de Tons Inteiros, com utilização de harmonias com quintas consecutivas e superpostas, juntamente com emprego de glissando ascendentes e descendentes, e acordes de 9° Maior com inversões cromáticas.   

Na Improvisação Contemporânea o tema assumirá roupagem com emprego de ostinatos percussivo e utilização de escalas octatônicas e politonalismo.

 

Correspondência

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CEP: 20.031-170

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