Grupo de Percussão da UFRJ apresenta obras de compositores japoneses contemporâneos

No dia 18 de julho, às 19h, o público poderá conferir mais uma apresentação do Grupo de Percussão da UFRJ, no Salão Leopoldo Miguez, com entrada franca. Sob a direção do professor Pedro Sá, o concerto será inteiramente dedicado à música contemporânea japonesa, com obras de Minoru Miki, Gaku Okachi, Toshimitsu Tanaka, Rickey Tagawa e do aclamado Tōru Takemitsu.

O repertório evidencia a riqueza estética e sonora da criação musical japonesa voltada à percussão, unindo lirismo, força rítmica, teatralidade e experimentações tímbricas que expandem os limites dos instrumentos. “Essa imersão no repertório japonês não só é enriquecedora para os discentes, como para a plateia também. Eu não vejo, na programação aqui do Rio de Janeiro, compositores asiáticos sendo contemplados, e a cultura deles é riquíssima”, destacou o professor Pedro Sá, diretor artístico do grupo, em entrevista ao podcast Som do Passeio.

Criado em 2009, o Grupo de Percussão da UFRJ é um dos conjuntos estáveis da Escola de Música e também uma disciplina obrigatória do curso de Bacharelado em Percussão, ofertada ao longo de seis períodos como parte da formação em música de câmara. “É tão importante para o aluno de percussão quanto o quarteto de cordas é para o aluno de violino, por exemplo. Se considerarmos que o percussionista, ao longo da sua vida, vai tocar muito mais com outras pessoas do que solo, então dá para ter uma ideia da importância dessa prática”, explica Sá.

Idealizado e coordenado desde sua origem pelo professor — no ano em que passou a integrar o quadro efetivo da instituição —, o grupo é formado por estudantes e mantém uma atuação artística e pedagógica consistente. Além de apresentar obras consagradas do repertório percussivo, tem se destacado pela versatilidade nas formações e pelo diálogo com diferentes estilos e linguagens musicais. “Já fizemos repertórios que vão de Carlos Chávez a Steve Reich, passando por compositores brasileiros como Luiz da Anunciação e Edson Zampronha, e peças com flauta, piano, eletrônica e outros instrumentos convidados. Somos muito ecléticos”, afirma.

Desde 2018, o grupo também se tornou espaço para estreias de obras compostas por alunos do curso de Composição, no âmbito da disciplina Laboratório de Percussão, criada e ministrada pelo próprio professor. “Essa disciplina orienta o aluno de composição na escrita para percussão, e cuja avaliação final é uma obra executada pelo Grupo de Percussão da UFRJ. Já estreamos peças de jovens compositores como Rodrigo Camargo e Felipe de Matos Rocha, este último atualmente doutorando na Louisiana University”, conta Pedro.

O concerto do dia 18 reafirma a vocação do grupo para a diversidade estética e o diálogo intercultural, proporcionando aos estudantes uma formação artística abrangente e ao público, uma experiência sonora singular. Entre os destaques do programa estão Time for Marimba e Marimba Spiritual, de Minoru Miki, além de Two Movements for Marimba, de Toshimitsu Tanaka. “Essas obras marcaram um ponto de virada na história da marimba como instrumento de concerto, em especial após o histórico recital de 1968, impulsionado por Keiko Abe, que revolucionou o papel do instrumento”, contextualiza o professor.

“Não perca essa oportunidade de ouvir peças raras e extremamente sofisticadas, super bem interpretadas pelo Grupo de Percussão da UFRJ”, convida Pedro Sá.

A entrevista completa está disponível no episódio de 11/07/25 do podcast Som do Passeio:

Concerto do Grupo de Percussão da UFRJ
📅 18 de julho de 2025 (sexta-feira) | 19h
🏛️ Salão Leopoldo Miguez – EM/UFRJ
📍 Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro/RJ
🎟 Entrada franca
📡 Transmissão ao vivo pelo YouTube

Mozart com sotaque brasileiro: Ópera na UFRJ leva “As Bodas de Fígaro” ao palco com protagonismo estudantil

A ópera As Bodas de Fígaro, de Wolfgang Amadeus Mozart, ganha uma nova leitura nas mãos de estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com récitas nos dias 26, 27, 28 e 29 de junho e 03 de julho, no Salão Leopoldo Miguez, e no dia 05 de julho, em Teresópolis, a montagem faz parte do Projeto Ópera na UFRJ, em parceria com a Orquestra Sinfônica da universidade.

Sob regência do maestro André Cardoso e direção cênica de José Henrique Moreira, o espetáculo destaca-se pelo envolvimento direto de alunos em todas as frentes — do palco à costura, da música ao cenário, da iluminação à captação de vídeo. “A ópera é um gênero grandioso e complexo: tem teatro, figurino, cenário, luz, orquestra, coro, gravação, transmissão ao vivo… Fazer isso numa universidade pública, com todos os seus limites estruturais e financeiros, é um desafio. Mas temos uma riqueza humana infinita”, afirma Lenine Santos, diretor geral da montagem.

Segundo ele, participar de uma produção dessa dimensão representa um marco na formação de estudantes de canto. “É um divisor de águas, mesmo para quem canta um papel menor ou está no coro. Amplia os horizontes culturais. Vários alunos que passaram pelo projeto estão hoje em teatros importantes, como o Municipal do Rio, ou seguiram carreira internacional em companhias e óperas-estúdio”, afirma.

Além da Escola de Música, o projeto envolve alunos da Escola de Belas Artes e outras unidades da UFRJ. Os figurinos e cenários são concebidos pelos próprios estudantes, sob orientação das professoras Andréa Renk e Desirée Bastos. “Todo o espetáculo é criado pelos alunos. Eles cortam tecido, costuram, fazem provas, desenham croquis, constroem elementos de cena. Muitos saem do projeto já com convites profissionais”, relata Lenine.

Escolhida por sua força dramática e versatilidade estética, As Bodas de Fígaro é uma das óperas mais encenadas no mundo. A montagem da UFRJ aposta numa abordagem com referências visuais brasileiras. “O público vai se reconhecer nela. O diretor José Henrique Moreira conseguiu dar uma brasilidade que o figurino e o cenário abraçaram com muita beleza. A música continua universal — e maravilhosa — mas ganha um novo sotaque”, conclui Lenine.

A entrevista completa com o professor Lenine Santos sobre a montagem de As Bodas de Fígaro está disponível no episódio de 20/06/25 do podcast Som do Passeio:

SERVIÇO

Ópera “As Bodas de Fígaro”, de W.A. Mozart
📍 Escola de Música da UFRJ
Salão Leopoldo Miguez — Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro
🗓️ 26 e 27 de junho | 18h
🗓️ 28 e 29 de junho | 16h
🗓️ 03 julho | 18h (sessão extra)
✅ Entrada franca
🎟 Senhas distribuídas 30 minutos antes, na portaria da Escola de Música

📍 Teatro Feso Pro Arte – Teresópolis
🗓️ 5 de julho | 16h
✅ Entrada gratuita