Semana de Aniversário 2025: EM/UFRJ celebra 177 anos com a série “Caminhos Modernos II”

Fundada em 1848, a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro consolidou-se, ao longo de quase dois séculos, como referência nacional e internacional no ensino, na pesquisa e na produção artística. Sua trajetória acompanha e influencia a história da música no Brasil, preservando tradições e, ao mesmo tempo, abrindo espaço para novas linguagens e formas de expressão. É nesse espírito que, em 2025, a Escola celebra seus 177 anos com a segunda edição da série Caminhos Modernos, reafirmando seu compromisso com a reflexão crítica, a inovação estética e a formação artística de excelência.

Entre os dias 11 e 15 de agosto de 2025, a Escola realiza sua tradicional Semana de Aniversário, com concertos diários às 19h no Salão Leopoldo Miguez, sempre com entrada franca.

A primeira edição de Caminhos Modernos, realizada em 2011, dedicou-se à criação musical posterior a 1950, contemplando a vanguarda do pós-guerra e as diversas correntes estéticas que marcaram a segunda metade do século XX. Inspirada no contexto histórico do polêmico artigo “Morreu Schoenberg”, de Pierre Boulez, a série buscou proporcionar ao público a experiência de ouvir, cotejar e refletir sobre obras esteticamente diversas, sem se restringir a debates teóricos.

Em Caminhos Modernos II, a proposta se expande com um distanciamento histórico de setenta e cinco anos em relação ao recorte original e incorpora as transformações ocorridas no mundo nas últimas décadas. A programação presta homenagem a dois compositores centenários — Pierre Boulez (1925-2016) e Luciano Berio (1925-2003) —, resgata nomes ausentes na primeira edição e celebra os 90 anos de Arvo Pärt e Terry Riley, além dos 80 anos de John Rutter e da compositora brasileira Vânia Dantas Leite (1945-2018).

O evento reunirá grupos artísticos da própria Escola — Orquestra Sinfônica da UFRJ, Coral Brasil Ensemble, Grupo de Percussão da UFRJ, Grupo ContempoMúsica — além do Laboratório de Música e Tecnologia (LaMuT) para apresentar obras que transitam do neoclassicismo ao minimalismo, da música tonal às experimentações eletroacústicas, explorando interseções entre tradição e inovação. Entre os compositores representados, figuram Sofia Gubaidulina, Astor Piazzolla, Olivier Messiaen, Karlheinz Stockhausen, György Ligeti, Henryk Górecki, entre outros.

Mais do que uma celebração institucional, a Semana de Aniversário da EM/UFRJ reafirma o papel da Escola como espaço de produção artística, pesquisa, preservação e difusão do repertório musical contemporâneo. A iniciativa mantém viva a vocação da instituição para a formação de intérpretes, compositores e pesquisadores, promovendo o diálogo entre o legado histórico e as novas possibilidades criativas do nosso tempo.

Confira a seguir, a programação:

11 de agosto (segunda-feira)
O primeiro dia do evento marca também a abertura da exposição “Orquestra Sinfônica da UFRJ, 100 anos: Uma Trajetória de Música e Educação”. A mostra apresenta um panorama histórico da OSUFRJ, o mais antigo conjunto sinfônico em atividade no Rio de Janeiro, cuja trajetória se entrelaça com a história da música no Brasil e da própria Escola de Música.

O público poderá conhecer imagens raras, painéis informativos e trechos do livro Orquestra Sinfônica da UFRJ – 100 anos, de autoria do maestro André Cardoso. QR Codes distribuídos pelo percurso permitirão ouvir obras de compositores ligados à Escola de Música. A exposição conta ainda com um espaço instagramável e totens que homenageiam personalidades marcantes na história da instituição.

A abertura, às 18h30, será seguida por um concerto do grupo de cordas da OSUFRJ, que apresenta um programa que atravessa linguagens e épocas, do neoclassicismo às texturas tintinnabuli de Arvo Pärt, passando pela releitura de tradições históricas de Henryk Górecki e pela atmosfera poética de Voyage, de John Corigliano, com o solista Eduardo Monteiro (professor de flauta da EM/UFRJ). O programa ainda conta com o Concerto para clarone da irlandesa Geraldine Green, com Thiago Tavares (clarone) como solista, e Pelimannit, de Einojuhani Rautavaara, que homenageia o folclore e os músicos populares finlandeses.

12 de agosto (terça-feira)
O segundo dia da programação traz um mergulho nas múltiplas vertentes da criação musical pós-1950, explorando desde a expressividade tonal até a pesquisa rítmica e a religiosidade na música de concerto. O concerto abre com a dramaticidade da Chaconne para piano, de Sofia Gubaidulina, interpretada por Thalyson Rodrigues. Na sequência, o pianista se une a Luciano Magalhães em Inverno Porteño, de Astor Piazzolla, obra marcada por ritmos e cores portenhas. O percussionista Tiago Calderano apresenta a vigorosa Psappha, de Iannis Xenakis, e o organista Benedito Rosa interpreta Offrande et Alleluia do Livre du Saint Sacrément, de Olivier Messiaen, de caráter contemplativo.

A segunda parte da noite é dedicada à música coral, com o Coral Brasil Ensemble sob regência de Maria José Chevitarese, interpretando o jubiloso Jubilate Deo, de Benjamin Britten, e o moteto O clap your hands, de John Rutter. O encerramento apresenta os Chichester Psalms, de Leonard Bernstein, na versão para coro, órgão, harpa e percussão, com Mariana Honorato El-Hader (soprano), Eduardo Biato (órgão), Giovana Sanches (harpa) e Pedro Moita (percussão). A combinação de linguagens, tradições e formações instrumentais faz desta noite um encontro marcante entre espiritualidade, teatralidade e inovação musical.

13 de agosto (quarta-feira)
A terceira noite apresenta um percurso pela música de câmara da segunda metade do século XX, onde tradição, nacionalismo e vanguarda se entrelaçam. A abertura traz Ritmata, de Edino Krieger, interpretada por Fábio Adour (violão), seguida da Sonatina para fagote e piano, de José Siqueira, com Aloysio Fagerlande (fagote) e Ana Paula da Matta (piano). A pianista retorna para executar Tema e variações para piano, de Marlos Nobre, antes da entrada do Grupo de Percussão da UFRJ — sob direção de Pedro Sá e com Wesley Lucas (marimba solo), Pedro Henrique, João Vítor Godoy e Matheus Barros — na intensa Marimba Spiritual, de Minoru Miki.

A noite prossegue com peças para clarineta solo, a Fantasia op. 87, de Malcolm Arnold, e o Prelude, de Krzysztof Penderecki, interpretadas por Carlos Leandro Nascimento da Silva (clarineta). O programa se aproxima do desfecho com Treffpunkt, de Karlheinz Stockhausen, e encerra-se com o marco minimalista In C, de Terry Riley, apresentado pelo Grupo ContempoMúsica sob regência de Alexandre Schubert.

14 de agosto (quinta-feira)
No quarto dia do evento, a Orquestra Sinfônica da UFRJ retorna ao palco destacando a versatilidade da música de câmara, com obras que transitam entre lirismo, pesquisa tímbrica e citações históricas. O concerto inicia com o Trio para flauta, violino e piano, de Nino Rota, interpretado respectivamente por Eduardo Monteiro, Fernando Pereira e Flávio Augusto. Em seguida, o clarinete assume o protagonismo com a Fantasia Sulamérica, de Cláudio Santoro, com Márcio Costa (clarineta), e a Sonata para clarineta solo, de Edison Denisov, com Gabriel Peter (clarineta).

O programa inclui ainda Steep Steps, de Elliott Carter, interpretada por Thiago Tavares (clarone), e Alma Redemptoris Mater, de Peter Maxwell Davies, com Helder Teixeira (flauta), Juliana Bravim (oboé), Márcio Costa e Gabriel Peter (clarinetas), Gilieder Veríssimo (trompa) e Paulo Andrade (fagote). As Rheinische Kirmertänze, de Bernd Alois Zimmermann, e a suíte da ópera The Good Soldier Schweik, de Robert Kurka, encerram a noite com o conjunto de sopros e percussão da Orquestra Sinfônica da UFRJ, sob regência de Marcelo Jardim.

15 de agosto (sexta-feira)
O concerto de encerramento reúne nomes históricos da música eletroacústica internacional em comemoração aos 30 anos do Laboratório de Música e Tecnologia (LaMuT), que reafirma sua vocação para a pesquisa e a experimentação sonora.

A primeira obra, Piano Memory (1982), de Vânia Dantas Leite, explora a improvisação. A parte eletrônica da obra foi composta com base em desenhos-partitura do artista plástico Paulo Garcez. A partir da gravação desta improvisação, a compositora propõe uma obra mista onde um pianista deve improvisar junto aos sons pré-gravados seguindo a mesma partitura-desenho. A interpretação é de Maria José Di Cavalcanti (piano) e Rodrigo Cicchelli Velloso (difusão)

Na sequência, um dos pioneiros da música eletroacústica no Brasil, Reginaldo Carvalho dialoga com a poesia concreta em sua obra Caleidoscópio IV (1968), uma trilha sonora para um curta-metragem em três movimentos. Semáforos, foi pensado para a abertura do filme, onde a música sincronizava com diversos sinais luminosos em uma estrada de ferro. O segundo movimento, Cleta, usa um poema de Ivan Setta, onde a própria voz do poeta é editada de forma a explorar o ritmo das palavras bicicleta, cleta e concreta. Por último, Pontuações Luminosas tem um caráter pontilhístico inspirado no ritmo de confetes sobrevoando as ruas em época de carnaval. A difusão é de Cláudio Bezz.

Em Sirens (1958), a mezzo-soprano Cathy Berberian faz uma leitura interpretativa de um trecho do capítulo onze (Sereias) da obra Ulisses, de James Joyce. Esta mesma gravação foi utilizada como matéria-prima para Thema (Omaggio a Joyce) (1961), de Luciano Berio. O compositor joga com as implicações rítmicas e semânticas do material, colocando em primeiro plano as características musicais da língua falada. A difusão é de Orlando Scarpa Netto.

Artikulation (1958), de György Ligeti, busca criar uma linguagem artificial a partir de sons eletrônicos que recriam as articulações de perguntas e respostas, entonações graves e agudas, interrupções, mudanças de humor, explosões e sussurros.

Deux Études (1952), a primeira obra eletroacústica do compositor Pierre Boulez, explora a técnica de organização serial em sons gravados. Os timbres, durações e intensidades dos sons são organizados de forma serial, criando uma ponte interessante entre a música eletrônica alemã e a música concreta francesa.

Symphonie Magnétophonique (1958) apresenta uma sinfonia de sons cotidianos capturados em fita magnética. Else Marie Pade buscou representar a paisagem sonora de um dia completo na cidade de Copenhague, Dinamarca, com sons matinais de ronco, chaleira e despertadores seguidos por sons de um dia de trabalho e, por fim, noturnos.

Semana de Aniversário da Escola de Música da UFRJ 2025
📅 11 a 15 de agosto | 19h
🏛 Salão Leopoldo Miguez – Escola de Música da UFRJ
📍 Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro/RJ
🎟 Entrada franca

Semana de Aniversário da Escola de Música: 176 anos de história e tradição

O mês de agosto será de comemorações na Escola de Música da UFRJ. Afinal, este é o mês de aniversário da Escola, que, em 2024, completa seu 176º ano de atividades. Fundada em 1848 e denominada em encarnações passadas de Imperial Conservatório de Música, Instituto Nacional de Música e Escola Nacional de Música, é com imenso orgulho que a atual EM/UFRJ não foge à responsabilidade de ser a instituição de ensino musical mais antiga em atividade no Brasil.

É com este espírito que, entre 12 e 18 de agosto, será celebrada a Semana de Aniversário da Escola de Música da UFRJ de 2024, evento que contará com uma extensa gama de apresentações e atividades.

 

12 de agosto (segunda-feira)

Link de transmissão pelo Youtube: https://youtube.com/live/8dUN-1UU1I8?feature=share

O dia de abertura contará com uma master class gratuita, às 13h, do Sigma Project (ou seja, a soma dos talentos de Andrés Gomis, Ángel Soria, Alberto Chaves e Josetxo Silguero). O projeto é mais que um quarteto de saxofones; é um veículo imprescindível para a música instrumental do século XXI. Se o quarteto de cordas foi o instrumento por excelência nos séculos passados, o SIGMA Project, no século XXI, reivindica esse papel para o quarteto de saxofones.

No campo da música de câmara, estimularam a criação de mais de 85 obras a eles dedicadas e propiciaram as primeiras audições na Espanha de obras de compositores internacionais como Sofia Gubaidulina, Salvatore Sciarrino, Peter Eötvös, George Friedrich Haas e Hugues Dufourt.

Sua discografia está distribuída entre os mais prestigiados selos, como Mode Records (EUA), Vergo (Alemanha), Kairos (Áustria), Col Legno (Áustria) e os espanhóis IBS Classical e Orpheus Classical. O SIGMA Project desenvolve sua atividade internacional com o apoio do Instituto Nacional de Artes Cênicas e da Música do Ministério da Cultura da Espanha, o Instituto Etxepare do Departamento de Cultura do Governo Basco, a Fundação de Música Ernst von Siemens da Alemanha e Ibermúsicas.

Os interessados em se inscrever na masterclass devem enviar email para:

A partir das 19h, haverá apresentações do Grupo de Percussão da UFRJ, do time de Sopros e Percussão da Orquestra Sinfônica da UFRJ (que completa 100 anos em 2024), além da Rio Brass Band.

Criado em 2009 pelo Prof. Dr. Pedro Sá, o Grupo de Percussão da UFRJ é um dos conjuntos estáveis da EM/UFRJ. Formado por alunos, possui um repertório eclético que abrange música contemporânea, histórica e brasileira, e explora uma ampla gama de formações e timbres, incluindo a participação de outros instrumentistas convidados.

Os Sopros e Percussão da Orquestra Sinfônica da UFRJ possuem características variadas e prometem para este concerto uma homenagem aos 100 anos de estreia da obra “Octandre”, de Varése, e um marca da escrita para percussão no Brasil, a obra “Rhythmetron”, de Marlos Nobre.

Já a Rio Brass Band foi criada em 2022 por Kenneth Anderson com o objetivo de oferecer concertos variados, enriquecendo o cenário artístico local e proporcionando aos instrumentistas de metais novas oportunidades. A banda, formada por músicos da Orquestra Sinfônica Nacional, Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais e Orquestra Sinfônica Jovem Brasileira, combina arranjos populares e peças específicas para Brass Band. Comprometida com a inovação, mistura tradição europeia e diversidade musical brasileira em apresentações memoráveis.

 

13 de agosto (terça-feira)

Link de transmissão pelo Youtube: https://youtube.com/live/yRslZWU-k4o?feature=share

A partir das 19h da terça-feira, 13/08, o Salão Leopoldo Miguez receberá várias apresentações. Uma delas será a de Henrique Cazes, que desde 1976 exerce atividade de performance em instrumentos de cordas, com destaque para o cavaquinho, atuando também como curador, produtor musical e arranjador em diversos projetos nas áreas de choro, samba, música de concerto e música infantil. É professor no pioneiro bacharelado de cavaquinho na Escola de Música da UFRJ e exerce atividade de docência em cavaquinho e prática de conjunto em oficinas, cursos livres e festivais, dentro e fora do Brasil, trabalhando sempre para a valorização do cavaquinho e do choro.

Seus estudos sobre a obra de Pixinguinha resultaram inicialmente na “Orquestra Pixinguinha”, que recriou arranjos originais, populares e dançantes do Mestre do Choro. Mais tarde, foi convidado pelo neto de Pixinguinha para trabalhar sobre 50 melodias inéditas. Daí surgiu o projeto “Pixinguinha como Nunca”, em que assinou a produção, direção e arranjos e que se desdobrou em espetáculos e 4 álbuns lançados em 2023. Também idealizou e foi o curador do I Festival Internacional do Cavaquinho (FICAV) e participa desde 2016 do Coletivo Choro na Rua, uma iniciativa que visa levar o choro a um público maior, requalificando espaços urbanos.

Neste dia também haverá a apresentação do convidado internacional Emanuele Schillaci. Músico de formação clássica com grande paixão pela música popular brasileira e pelo violão moderno, formou-se com nota máxima no Conservatório de Música de Santa Cecília de Roma em Violão Clássico com o Maestro Arturo Tallini. Durante os anos no Conservatório, seu encontro com a música erudita estimulou a pesquisa musical além da partitura e, através de grandes nomes do violão como H. Villa Lobos e Augustin Barrios, foi transportado para o universo da América do Sul, onde aprendeu bossa nova, choro, samba e tango. Desse intenso encontro, amalgamado pelo estudo do jazz, nasceu seu repertório como violonista solo, que passeia entre a música clássica e sul-americana alternando com composições de canções originais.

O grupo Violões da UFRJ também participará da festa. Projeto de extensão criado em 2003 pelo professor Bartholomeu Wiese, o grupo lançou seu primeiro CD em 2010 e, no mesmo ano, viajou para a Espanha onde apresentou seu trabalho obtendo sucesso de público e crítica. Em 2019, foi reconhecido como Grupo Artístico de Representação Institucional da UFRJ (GARIN). Com a criação das cadeiras de bandolim e cavaquinho na EM/UFRJ, estes instrumentos foram inseridos na formação original, dando mais brasilidade ao conjunto.

O dia se encerra com o grupo In-versos, projeto que também é um GARIN. Sua proposta é resgatar a canção como poesia cantada para o âmbito dos estudos poético-literários como uma forma de compreendê-la desde o seu movimento originário, ou seja: antes da cisão entre música e poesia e que enquanto indissociáveis conformam o movimento do poético como uma unidade.

 

14 de agosto (quarta-feira)

Link de transmissão pelo Youtube: https://youtube.com/live/BWDvXF-IS1I?feature=share

As atividades do dia 14 começam às 19h com o Duo Santoro, único duo de violoncelos em atividade permanente no Brasil, que conta com Paulo e Ricardo Santoro. Ambos pertencem à Orquestra Sinfônica Brasileira e à Orquestra Sinfônica da UFRJ, e seus recitais vão do erudito ao popular.

Na sequência, Ernesto Hartmann, professor da Escola de Música da UFRJ e do Programa de Pós-Graduação em Música da UFPR, tocará Chopin e Oscar Lorenzo Fernandez no piano. Hartmann idealizou e organizou a Orquestra de Câmara da UEMG entre 2000 e 2005. Premiado no 1º Concurso SESI Minas de Composição para Orquestra em 2006, participou de festivais de música contemporânea, incluindo as Bienais da Funarte. Foi docente em instituições como UFMG, UFES, UFSCar e UFF, e coordenou cursos de música na Universidade do Vale do Rio Verde e no Conservatório de Música de Niterói.

O Duo Maria de Cavalcanti (professora de piano na UFRJ e doutora em Artes Musicais pela Louisiana State University) e Tiago Carneiro (trompista da Orquestra Sinfônica da UFRJ e da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro),  foi criado para dar vida à obra “Pasárgada”, que busca representar um lugar utópico de liberdade e bem-estar através de harmonias inspiradas no jazz, e também se apresentará.

O dia segue com o Duo Adour, que conta com Andrea Adour (voz) e Fabio Adour (violão) e já possui 30 anos de atuação. Especializada em música contemporânea, a dupla já realizou diversas estreias mundiais e brasileiras de obras de variados compositores. Ambos são docentes na Escola de Música da UFRJ. Andréa Adour é professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ e do Departamento Vocal, coordena o grupo de pesquisa Africanias, e é Superintendente de Difusão Cultural do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. Fabio Adour é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ e do projeto de pesquisa Transcrição Auditiva; é integrante da linha Música, Educação e Diversidade e professor do Departamento de Musicologia e Educação Musical.

A próxima apresentação será a do Duo Ujakova e Alves, que conta com Tamara Ujakova no piano e Cristiano Alves na clarineta. Tamara é graduada em Piano e Órgão pela Escola de Música da UFRJ e Doutora em Música pela UNIRIO. É reconhecida por suas atuações como solista e camerista e tem se destacado na música brasileira contemporânea com turnês internacionais e participações em Bienais de Música Contemporânea. Cristiano Alves, doutor em Música pela UNICAMP e mestre pela UFRJ. Premiado em diversos concursos, participou de muitas gravações e colabora com artistas renomados da MPB.

O encerramento fica a cargo do Quinteto Experimental de Sopros da Escola de Música da UFRJ, que apresentará a “Suíte sobre temas de Luiz Gonzaga”, do Mestre Duda. Formado por alunos de graduação da EM/UFRJ inscritos na disciplina “Práticas de conjunto: conjunto de sopros”, o grupo tem por objetivo pesquisar, ensaiar e apresentar publicamente, em diversos espaços da UFRJ e fora dela, o repertório para quinteto de sopros, além de divulgar esta formação camerística tradicional na música de concerto. O projeto, criado em 2009 e coordenado atualmente por Aloysio Fagerlande e Gabriel Peter Freire, desenvolve importante trabalho na formação acadêmico-profissional dos alunos.

 

15 de agosto (quinta-feira)

Link de transmissão pelo Youtube: https://youtube.com/live/KZjexKbVPgA?feature=share

Na quinta-feira, a partir das 19h, o Salão Leopoldo Miguez será palco do recital “Eternamente: modinhas e canções dramatizadas de Antônio Carlos Gomes”. O espetáculo apresenta parte do cancioneiro do compositor brasileiro, escrito no período do Segundo Império no Brasil, e que busca trazer, através da dramatização e ressignificação de seus poemas, a crônica de costumes da época. A linha condutora do enredo é uma história romântica que apresenta conflitos sociais e individuais contextualizados na segunda metade do século XIX. Cantadas em português, italiano e francês, as canções são uma parte rica da produção deste que é o maior compositor de óperas das Américas. A direção cênica fica a cargo de Lenine dos Santos e José Henrique Moreira. O elenco contará com Thalyson Rodrigues, Carolina Morel, Dhulyan Contente Raffael Uchôa, Rodrigo Barcelos e Paulo Maria.

Lenine Santos, doutor em música pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), é um renomado intérprete da canção brasileira. Nascido em Brasília, DF, ele estreou em ópera em 1993 no Teatro Municipal de São Paulo com “I Pagliacci” de Ruggero Leoncavallo. Desde então, tem se destacado em óperas contemporâneas e clássicas. No repertório, inclui oratórios, missas e cantatas de compositores como Bach, Mozart e Carlos Alberto Pinto da Fonseca. Sua discografia é dedicada à música brasileira, com álbuns como “XX Compositores Brasileiros” (1998), “Minhas Pobres Canções” (2006) e “Mais Caipira” (2010). Em seu pós-doutorado na UNICAMP/FAPESP, resgatou a obra do compositor Benjamin Silva Araújo.

José Henrique Moreira é diretor teatral e bacharel em Artes Cênicas – Habilitação em Direção Teatral e mestre em Teatro pela Unirio, além de doutorando em Planejamento Ambiental no PPE/COPPE (ingresso em 2016). É professor de Direção Teatral e Iluminação Cênica na Escola de Comunicação da UFRJ e coordenador do Sistema Universitário de Apoio Teatral – SUAT/UFRJ.

 

16 de agosto (sexta-feira)

Link de transmissão pelo Youtube: https://youtube.com/live/cSxeEiPEnBw?feature=share

Na sexta-feira, também a partir das 19h, é a vez do Coral Ordinariuzão se apresentar. Desdobramento do trabalho do grupo vocal Ordinarius, o conjunto apresenta um repertório de canções da MPB em arranjos originais de Augusto Ordine, passeando por gêneros como Bossa Nova, Afro Sambas, MPB mineira, entre outros. O Coral Ordinariuzão começou seus trabalhos em 2020, durante a pandemia, e manteve os dois anos iniciais em modo on-line. Desde o início de 2022, o grupo realizou diversas apresentações em espaços como o Memorial Getúlio Vargas, o Centro Cultural Acaso e Museu da República, além de ter participado do show do grupo vocal Ordinarius no Teatro Rival em 2023.

A sexta se encerra com uma apresentação do grupo feminino Octeto Oquyra. Inspiradas no grupo Oquyra, criado por Stella Junia em 1999 no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, que se encontra desativado desde 2010, o Octeto Oquyra foi formado em 2022 com o objetivo específico de realizar a gravação das dez obras que compõem o e-book Dádiva. O grupo é liderado pela compositora Stella Junia Ribeiro, que conta com a parceria de Marcela Gonçalves na direção musical durante a realização de seu projeto de mestrado, cujo foco é a preparação e gravação das obras selecionadas para o e-book.

 

17 de agosto (sábado)

Link de transmissão pelo Youtube: https://youtube.com/live/t–OLi3_sk8?feature=share

A partir das 18h30 do sábado, o Salão Leopoldo Miguez será palco de apresentações do Coral Infantil e do Coral Infantojuvenil da UFRJ.

Criado em 1989 pela maestrina Maria José Chevitarese, o Coral Infantil da UFRJ é hoje um grupo consolidado, já tendo se apresentado junto às principais orquestras brasileiras. O grupo que possui centenas e centenas de apresentações em seu currículo já foi regido por maestros brasileiros e estrangeiros, dentre eles Isaac Karabtchevsky, Roberto Minczuk, Jamil Maluf, Roberto Duarte, Henrique Morelenbaum, entre outros. Em 2022, a regente Juliana Melleiro assumiu o Coral Infantil da UFRJ e, desde então, tem buscado dar continuidade ao legado de excelência que já possui, executando repertórios variados e, por vezes, inéditos.

Por sua vez, o Coral Infantojuvenil da UFRJ conta com mais de 450 apresentações em seu histórico. Recentemente atuou nas comemorações do bicentenário da independência da Argentina, realizando concertos em Buenos Aires. Atuou em concerto na Sala Cecilia Meireles, com a obra Coração Concreto de Ronaldo Miranda. Participou do programa de estreia da nova temporada de Blim, Blem, Blom na Rádio MEC, com o âncora Tim Rescala, da estreia mundial da ópera A nova Roupa do Imperador, composta pelo sueco Sven Kristersson, e da estreia mundial da ópera instalação Bem no Meio, com texto de Karen Acioly e música do compositor francês Camille Rocaileux.

O encerramento será com uma apresentação do Cantus Firmus, um coral independente criado em Brasília, em 1992, pela maestrina Isabela Sekeff e que figura como um dos melhores corais da capital do Brasil. O grupo tem hoje cerca de 45 integrantes e conta com um repertório eclético e variado, indo desde canções folclóricas brasileiras e latinas à música sacra e erudita, passando pelo gospel, o jazz, a música de câmara e com especial ênfase na música brasileira.

 

18 de agosto (domingo)

Link de transmissão pelo Youtube: https://youtube.com/live/1K-JjW5JL1A?feature=share

O último dia da Semana de Aniversário (18/08) começa às 16h com o grupo Madrigal Contemporâneo, surgido da ideia de se fazer música vocal com uma formação aparentemente simples, porém com ampla experiência coral, buscando sempre uma performance de qualidade. É um grupo com gosto pelos madrigais e pela música contemporânea, principalmente a brasileira. Criado em 2008, o grupo tem se mantido ativo no cenário musical realizando concertos nas mais diversas séries e projetos, com foco a música coral brasileira. Destacam-se as participações em três edições da Bienal de Música Brasileira Contemporânea, no XXIX Panorama da Música Brasileira Atual (UFRJ), na série “Quartas Clássicas” promovida pelo BNDES, a participação na série “Concertos SESC Partituras” e na série “Sala Contemporânea”, organizada pela Sala Cecília Meireles.

Finalmente, haverá também uma apresentação do Coro Contemporâneo de Campinas, fruto da união do Maestro Angelo Fernandes com os alunos de canto, instrumento, regência e composição dos cursos de música do Instituto de Artes da UNICAMP. Guiando-se pelo desejo de disseminar a música coral em Campinas por meio de um projeto capaz de desenvolver um amplo trabalho de formação de cantores e regentes corais, o coro surgiu em 2009, com uma atuação que contempla repertório a cappella e montagem de óperas e cantatas. Concomitantemente, o grupo realiza também, pesquisas com o intuito de formar um repertório de alto nível técnico e artístico, com ênfase na música coral composta nos séculos XX e XXI.

As entradas para todos os dias são gratuitas. E as apresentações serão no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, que fica na Rua do Passeio, 98, próximo à estação Cinelândia do metrô.