Orquestra Sinfônica da UFRJ é declarada patrimônio cultural imaterial do Município do Rio de Janeiro

A Orquestra Sinfônica da UFRJ passou a integrar oficialmente o patrimônio cultural de natureza imaterial do Município do Rio de Janeiro. A Lei nº 9.176, sancionada em 26 de novembro de 2025 pela Câmara Municipal, reconhece a relevância histórica, artística e formadora da OSUFRJ e consolida seu papel como uma das instituições musicais mais representativas da cidade.

O ato legislativo, de autoria do vereador Marcio Ribeiro, afirma a importância da Orquestra tanto como espaço de produção artística quanto como núcleo de excelência acadêmica vinculado à Escola de Música da UFRJ. Com um século de atividades ininterruptas (desde 1924), a OSUFRJ tem desempenhado função central no cenário cultural carioca e na formação de gerações de músicos brasileiros, contribuindo para a difusão do repertório sinfônico e para a criação contemporânea.

O reconhecimento como patrimônio imaterial amplia a proteção institucional da Orquestra e reforça sua inserção na memória cultural do município. A nova lei determina ainda que o Poder Executivo municipal realize os registros necessários, conforme previsto no Decreto nº 23.162/2003, que regulamenta a política de salvaguarda dos bens culturais de natureza imaterial no Rio de Janeiro.

Para a Escola de Música da UFRJ, a medida simboliza a consolidação de um trabalho contínuo de excelência artística e compromisso público. A OSUFRJ atua não apenas como conjunto sinfônico, mas como espaço de prática profissional, pesquisa, inovação pedagógica e extensão universitária. O reconhecimento municipal dá visibilidade a essa trajetória e projeta a Orquestra em novas frentes de preservação, circulação e valorização.

A conquista chega em um momento de forte atividade artística do grupo, que tem intensificado apresentações, estreias de obras brasileiras, exposições etc. Com o novo status de patrimônio cultural imaterial, a OSUFRJ reafirma sua missão de servir à sociedade por meio da música, fortalecendo a presença da UFRJ no cenário cultural do país.

XXVI Bienal de Música Brasileira Contemporânea: edição comemorativa de 50 anos terá concerto da OSUFRJ

A Escola de Música da UFRJ participa da realização da XXVI Bienal de Música Brasileira Contemporânea, promovida pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) e pelo Ministério da Cultura, entre os dias 22/11 e 28/11, no Rio de Janeiro. A edição celebra os 50 anos tanto da Bienal quanto da própria Funarte e reúne 50 obras que marcaram a história do evento.

A programação contará com oito concertos — três de música de câmara, quatro de música orquestral e um de obras eletroacústicas — na Sala Cecília Meireles e no Espaço Guiomar Novaes. Todas as apresentações terão transmissão ao vivo pelo canal da Funarte no YouTube.

A atuação da UFRJ se destaca especialmente na área orquestral, com a participação da Orquestra Sinfônica da UFRJ, ao lado da Orquestra Sinfônica Nacional da UFF, Orquestra de Cordas de Volta Redonda e Orquestra Sinfônica de Barra Mansa. Também integram a programação o Quinteto Villa-Lobos, o Bahia Brass e solistas como Marina Spoladore, Gabriella Pace e Lars Hoefs. A parceria reforça o envolvimento contínuo da Universidade com a Bienal, um dos principais espaços de apresentação e difusão da música de concerto no país.

Orquestra Sinfônica da UFRJ se apresenta em 24/11

A presença da Orquestra Sinfônica da UFRJ na Bienal constitui um dos pontos centrais da participação institucional da Universidade na edição comemorativa. O concerto do grupo, no dia 24 de novembro, às 19h, na Sala Cecília Meireles revela o alcance histórico da atuação da OSUFRJ no evento.

Um dos destaques é a retomada de obras que a Orquestra estreou em edições anteriores da Bienal. Três toques emotivos para cordas, de Guilherme Bauer, e Cordel nº 1 “A saga de Corisco”, de Liduíno Pitombeira, foram apresentadas originalmente na XVII Bienal (2007). Na XXII Bienal, em 2017, o grupo também estreou Il respiro del silenzio, de Edson Zampronha, peça que retorna ao repertório deste concerto.

Serão também executadas obras que estiveram em outras edições do evento, mas que não foram originalmente interpretadas pela OSUFRJ. É o caso de Matinas para oboé e cordas, de João Guilherme Ripper, apresentada na XII Bienal (1997), e do Concertino noturno para flauta e cordas, de Rodrigo Cicchelli, que integrou a XXII Bienal (2017). A presença dessas peças amplia o diálogo histórico proposto na edição comemorativa, que revisita obras marcantes de meio século de programação.

Outro aspecto a ser destacado no repertório é o vínculo direto com a criação contemporânea oriunda da própria Escola de Música da UFRJ. As obras de Ripper, Pitombeira e Cicchelli refletem essa produção, assim como a participação dos solistas Eduardo Monteiro (flauta), docente da Escola, e Juliana Bravim (oboé), integrante da própria Orquestra Sinfônica da UFRJ. A regência é do maestro e professor Thiago Santos.

A articulação desses elementos num mesmo concerto — estreias históricas, diálogo com repertórios de outras formações e valorização da produção acadêmica — consolida a densidade artística da participação da Universidade na Bienal.

Histórico

Criada em 1975 por Edino Krieger e Myrian Dauelsberg, a Bienal consolidou-se como um dos eventos de maior permanência na música brasileira, reunindo ao longo de cinco décadas mais de 1.900 obras, incluindo mais de 1.000 estreias mundiais.

Desde 1981, a Bienal passou a ser realizada pela Funarte, ampliando seu alcance. A edição comemorativa de 2025 apresenta uma mostra retrospectiva de 50 obras selecionadas entre trabalhos já apresentados ao longo da história do evento.

Mais detalhes sobre a programação aqui.


Concerto da OSUFRJ na 26ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea
📅 24/11 (segunda-feira) | 19h
📍 Sala Cecília Meireles
🏛️ Largo da Lapa, 47 – Centro, Rio de Janeiro
🎟️ Ingressos

Orquestra Sinfônica da UFRJ apresenta Weber, Borne e Mendelssohn em concerto no Salão Leopoldo Miguez

A Orquestra Sinfônica da UFRJ dá continuidade à sua 101ª temporada com um concerto no dia 13 de novembro de 2025 (quinta-feira), às 19h, no Salão Leopoldo Miguez, sob a regência do maestro André Cardoso. A apresentação contará com a participação do flautista Jean Gabriel Benício Silva como solista convidado.

O programa se inicia com a Abertura Der Freischütz, Op. 77, de Carl Maria von Weber (1786–1826), marco da ópera e do romantismo musical alemão. Escrita em 1821, a obra reflete o universo fantástico e sobrenatural da ópera homônima, inspirada em lendas populares e histórias de fantasmas. Com melodias retiradas da própria ópera, a abertura destaca-se pelo vigor dramático e pela engenhosa orquestração que consagrou Weber como um dos precursores da ópera nacional alemã.

Na sequência, o público ouvirá a Fantasia brilhante sobre Carmen, de François Borne (1840–1920), em orquestração de Alexandre Travassos. Baseada em temas da célebre ópera de Bizet, a peça é conhecida por exigir do intérprete grande virtuosismo técnico e expressividade. Escrita por volta de 1880, tornou-se uma das obras mais executadas do repertório para flauta. Nesta apresentação, o solista será o jovem flautista Jean Gabriel Benício Silva, aluno da Escola de Música da UFRJ e vencedor do Concurso Jovens Solistas da OSUFRJ 2024.

Encerrando o concerto, a orquestra interpreta a Sinfonia nº 5, Op. 107, “Reforma”, de Felix Mendelssohn (1809–1847). Composta para as comemorações do tricentenário da Confissão de Augsburgo, documento fundamental do luteranismo, a obra reflete musicalmente os conflitos religiosos da época da Reforma Protestante. Em seus quatro movimentos, Mendelssohn incorpora temas da liturgia católica e melodias associadas a Martinho Lutero, como Ein feste Burg ist unser Gott (“Castelo forte é nosso Deus”), conduzindo a sinfonia a um desfecho triunfante.


Concerto da 101ª temporada da Orquestra Sinfônica da UFRJ
📅 13/11 (quinta-feira) | 19h
🏛️ Salão Leopoldo Miguez – EM/UFRJ
📍 Rua do Passeio, 98 – Lapa, Rio de Janeiro/RJ
🎟️ Entrada gratuita

Transmissão via YouTube:

Orquestra Sinfônica da UFRJ celebra compositoras do século XIX no Festival Internacional de Piano do Rio de Janeiro

A Orquestra Sinfônica da UFRJ sobe ao palco da Sala Cecília Meireles no domingo, 9 de novembro, às 11h, para mais um concerto de sua 101ª temporada, integrando a programação do Festival Internacional de Piano do Rio de Janeiro. O programa destaca duas compositoras fundamentais do século XIX — Louise Farrenc e Clara Schumann —, sob a regência da maestra Nathalie Marin e com a participação da pianista canadense Élisabeth Pion como solista convidada.

Abrindo o concerto, a Abertura nº 1 em Mi menor, op. 23, de Louise Farrenc (1804–1875), revela o vigor e a elegância da escrita orquestral da compositora francesa, figura pioneira que foi a única mulher a ocupar uma cátedra no Conservatório de Paris durante o século XIX. Farrenc, também editora e professora de destaque, construiu uma sólida carreira em um meio musical dominado por homens, deixando um legado de grande relevância para a história da música.

Na sequência, a Orquestra interpreta o Concerto para piano, op. 7, de Clara Schumann (1819–1896), composto quando ela tinha apenas 16 anos. A obra, marcada por passagens de virtuosismo e momentos de refinada delicadeza, demonstra o talento precoce e a profunda musicalidade da artista que se tornaria uma das mais admiradas pianistas e compositoras do Romantismo.

O concerto tem como solista a jovem pianista Élisabeth Pion, reconhecida internacionalmente por sua versatilidade e sensibilidade interpretativa. Natural de Québec, Pion tem se apresentado em salas prestigiadas como o Wigmore Hall e o Carnegie Hall, e acumula prêmios em concursos de destaque, entre eles o Festival de Piano do Rio – Tributo a Nelson Freire, no qual conquistou o 3º lugar em 2023.

À frente da Orquestra estará a maestra Nathalie Marin, regente francesa de carreira internacional, com passagens por orquestras e companhias de ópera em mais de 25 países. Marin traz ao concerto sua experiência no repertório sinfônico e operístico europeu, reforçando o diálogo cultural que marca a atuação da Orquestra Sinfônica da UFRJ.


OSUFRJ | Festival Internacional de Piano do Rio de Janeiro
📅 09/11 (domingo) | 11h
🏛️ Sala Cecília Meireles
📍 Largo da Lapa, s/n – Lapa, Rio de Janeiro/RJ

Orquestra Sinfônica da UFRJ apresenta programa com obras de Haydn, Satie, Bartók, Schubert e Clarice Assad

A Orquestra Sinfônica da UFRJ realiza, em 29 de outubro, mais um concerto de sua 101ª temporada, desta vez sob a regência dos alunos do curso de bacharelado em Regência Orquestral da Escola de Música da UFRJ. A apresentação acontece às 19h, no Salão Leopoldo Miguez, com entrada franca.

O programa reúne obras de diferentes períodos e estilos, proporcionando ao público uma viagem musical que vai do classicismo de Joseph Haydn à contemporaneidade de Clarice Assad e Alexandre Schubert. A abertura traz a Sinfonia nº 19 em Ré maior, de Haydn, composta entre 1757 e 1761, marcada pelos traços típicos das aberturas italianas do período inicial de sua carreira.

Na sequência, a orquestra interpreta a delicada Gymnopédie nº 1, de Erik Satie, em arranjo de Elaine Fine para harpa e cordas. A peça, originalmente escrita para piano, destaca-se pela simplicidade melódica e atmosfera contemplativa que se tornaram marcas do compositor francês.

A terceira obra da noite é Danças da Transilvânia, de Béla Bartók, baseada em melodias folclóricas coletadas pelo compositor na Romênia. A versão para orquestra de cordas, assinada por Gábor Darvas, mantém o vigor rítmico e o colorido popular característicos da música de Bartók.

O concerto prossegue com duas criações brasileiras contemporâneas, ambas encomendadas pelo Sistema Nacional de Orquestras Sociais, projeto desenvolvido pela UFRJ em parceria com a Funarte. Em Brasiliana nº 4, o compositor e professor da Escola de Música Alexandre Schubert explora ritmos e paisagens sonoras da região Sudeste, passando pelo maxixe, pela cantiga, pela toada e pela bossa. Já Clarice Assad, em Três pequenas variações sobre o tema “A maré encheu”, revisita uma melodia folclórica em três movimentos contrastantes – Cigana, Canção e Dança –, que evocam lembranças da infância e elementos da cultura popular brasileira.

O concerto reafirma o compromisso da Orquestra Sinfônica da UFRJ com a formação de novos maestros e com a difusão do repertório sinfônico, tanto clássico quanto contemporâneo, nacional e internacional.

Orquestra Sinfônica da UFRJ — 101ª Temporada
📅 29 de outubro (quarta-feira) | 19h
🏛️ Salão Leopoldo Miguez – EM/UFRJ
📍 Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro/RJ
🎟️ Entrada franca

Concerto da Orquestra Sinfônica da UFRJ na Sala Cecília Meireles terá estreia nacional e grandes mestres do repertório sinfônico

A Orquestra Sinfônica da UFRJ dá continuidade à sua 101ª temporada com um concerto especial em 17 de outubro, às 19h, na Sala Cecília Meireles, um dos palcos mais tradicionais da música de concerto no Rio de Janeiro. Sob a regência de Thiago Santos, o programa apresenta uma combinação de novidade e tradição, com uma estreia nacional, o romantismo poético de Chopin e a elegância nórdica de Sibelius.

A abertura da noite será marcada pela estreia de “Acalanto & Alvorada” (2023), obra do compositor Alexandre Guerra, encomendada pelo Sistema Nacional de Orquestras Sociais – Sinos, projeto desenvolvido em parceria entre a Funarte e a UFRJ. A peça descreve dois momentos simbólicos da vida cotidiana: o acalanto, em que pais embalam o sono dos filhos, e a alvorada, quando os primeiros raios de sol anunciam o despertar do dia. A obra se desenvolve em um longo e lento crescendo em que uma melodia simples e singela é acompanhada por texturas orquestrais transparentes e delicadas, para, ao final, repousar em acordes calmos, dando por encerrado o pleno despertar da manhã.

Em seguida, o público será conduzido ao universo lírico de Frédéric Chopin (1810–1849), com a execução do Concerto nº 2 para piano em Fá menor, Op. 21. A obra, composta quando o autor tinha apenas 20 anos, combina vigor e sensibilidade, com três movimentos que expressam as nuances do espírito romântico — do ímpeto do Maestoso à doçura apaixonada do Larghetto e ao brilho dançante do Allegro vivace. O solista da noite será o jovem pianista Yuri Bello, aluno da Escola de Música da UFRJ e vencedor do Concurso Jovens Instrumentistas da Orquestra Sinfônica da UFRJ.

Após o intervalo, a orquestra interpreta a Sinfonia nº 3 em Dó maior, Op. 52, de Jean Sibelius (1865–1957), concluída em 1907. Considerada a mais clássica das sete sinfonias do compositor finlandês, a obra representa um marco de transição entre o romantismo e o modernismo. De caráter mais contido e estruturado, a Terceira Sinfonia revela o domínio de Sibelius sobre o desenvolvimento temático e a construção formal, privilegiando a clareza e a organicidade em detrimento do grandiloquente estilo pós-romântico.

O maestro Thiago Santos, regente convidado da noite, é um dos nomes de destaque da nova geração de maestros brasileiros. Com sólida formação nacional e internacional, atuou como assistente da BBC Philharmonic e da Royal Liverpool Philharmonic, e já regeu importantes orquestras no Brasil e na Europa.

O concerto reafirma o compromisso da Orquestra Sinfônica da UFRJ com a excelência artística e a formação de novas gerações de músicos, ao mesmo tempo em que celebra a vitalidade da música sinfônica brasileira e internacional em sua 101ª temporada.

Orquestra Sinfônica da UFRJ – 101ª Temporada
📅 17/10 (sexta-feira) | 19h
🏛️ Sala Cecília Meireles
📍 Largo da Lapa, s/n – Lapa, Rio de Janeiro
🎟 Ingressos a preços populares disponíveis na bilheteria da Sala ou em funarj.eleventickets.com

Orquestra Sinfônica da UFRJ apresenta recital de formatura de Glauco Fernandes

Em 01/10, às 19h, a Escola de Música da UFRJ recebe no Salão Leopoldo Miguez o recital de formatura em Regência Orquestral de Glauco Fernandes, como parte da 101ª temporada da Orquestra Sinfônica da UFRJ. O evento tem entrada franca e apresenta um programa cuidadosamente elaborado, que percorre obras de diferentes períodos e estilos da música de concerto.

O recital se inicia com o Adagio para cordas, de Samuel Barber (1910-1981), composto em 1936 como parte de seu Quarteto de Cordas op. 11. A obra ganhou notoriedade em sua versão para orquestra de cordas após ser regida por Arturo Toscanini em 1939, tornando-se célebre por seu caráter emotivo e pela recorrente utilização em trilhas sonoras de filmes e programas de TV, entre eles o clássico Platoon (1986), de Oliver Stone.

Na sequência, será apresentado o Ponteio para cordas (1953), de Claudio Santoro (1919-1989). A peça marca um momento importante na trajetória do compositor, quando este abandona a linguagem dodecafônica e passa a se aproximar do nacionalismo musical ligado ao realismo socialista. O resultado é uma obra de grande expressividade, que se consolidou como referência no repertório brasileiro para cordas.

O programa prossegue com a Abertura da ópera Uma noite no castelo (1870), de Henrique Alves de Mesquita (1830-1906). O compositor, pioneiro no desenvolvimento do choro carioca, uniu a formação acadêmica adquirida no Conservatório de Música com as práticas musicais populares da época. A abertura apresentada foi composta durante seus estudos em Paris, viabilizados por uma bolsa concedida pelo governo brasileiro.

Outro destaque da noite será o Prélude à l’après-midi d’un faune (1892), de Claude Debussy (1862-1918). Inspirada no poema de Stéphane Mallarmé, a obra é considerada um marco do Impressionismo musical. Debussy, no entanto, a define não como uma tradução literal do texto, mas como uma “ilustração muito livre”, marcada por atmosferas sonoras sutis e delicadas.

O concerto se encerra com um dos ícones absolutos da música sinfônica: o primeiro movimento da Sinfonia nº 5 em dó menor, op. 67 (1808), de Ludwig van Beethoven (1770-1827). Seus quatro compassos iniciais se tornaram uma assinatura sonora universal, símbolo da força criativa do compositor e da própria história da música ocidental.

A apresentação conta com a Orquestra Sinfônica da UFRJ, sob direção artística de André Cardoso, reunindo músicos de todas as famílias instrumentais em uma celebração da tradição e da inovação no repertório sinfônico.

Recital de formatura em Regência Orquestral de Glauco Fernandes

📅 1º de outubro (quarta-feira) | 19h
🏛️ Salão Leopoldo Miguez – EM/UFRJ
📍 Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro
🎟️ Entrada franca

Orquestra Sinfônica da UFRJ encerra comemorações do centenário com duas estreias mundiais e Villa-Lobos

A Orquestra Sinfônica da UFRJ apresenta, em 25 de setembro, às 19h, no Salão Leopoldo Miguez, o concerto de encerramento das celebrações de seu centenário, iniciadas em 2024. Sob regência de André Cardoso, a apresentação reafirma duas marcas históricas do conjunto: a dedicação ao repertório brasileiro e o compromisso com a música contemporânea. A entrada é franca.

O programa será aberto com a estreia mundial de O Pássaro de areia, obra do compositor cearense Caio Facó (1992), escrita em 2023 por encomenda do Sistema Nacional de Orquestras Sociais, projeto desenvolvido em parceria pela Funarte e a UFRJ. Atualmente residente no Bahrein, onde leciona na Bahrain Polytechnic, Facó descreve a peça como uma metáfora da transitoriedade: “As melodias se desfazem no tempo contínuo, como castelos de areia, que também dialogam com as camadas mais profundas do som – harmônicos, ressonâncias e silêncios”.

Na sequência, será apresentada a segunda estreia da noite: Um Concertino para Emmanuel Rio, do compositor Gilson Santos (1977). A obra homenageia Emmanuel Rio (c.1810–1852), brasileiro negro que, levado a Viena pela imperatriz Leopoldina, tornou-se trompista de destaque no Conservatório de Praga. O solista será o trompista da própria orquestra, Tiago Carneiro, a quem a peça é dedicada.

Ainda menino, Emmanuel Rio foi levado a Viena pela Imperatriz Leopoldina (1797-1826) para servir como jardineiro no palácio de seu pai, o Imperador Francisco I (1768-1835). Na capital austríaca, onde chegou por volta de 1820, Emmanuel foi matriculado em escola para estudos de francês, italiano, desenho e música, destacando-se como tocador de trompa, instrumento que lhe foi presenteado pelo próprio imperador. Após a morte de Francisco I, foi enviado para se aperfeiçoar no Conservatório de Praga. Ao retornar reassumiu as funções de jardineiro, atuando também em bandas de música. São escassas as informações biográficas sobre Emmanuel Rio, mas provavelmente faleceu no ano de 1852. Sua imagem, no entanto, foi imortalizada em quadro pintado em 1836 por Albert Schindler (1805-1861), no qual foi retratado com sua trompa admirando a imagem de Francisco I pendurada na parede e os jardins do Palácio de Schönbrunn ao fundo.

Emmanuel Rio retratado por Albert Schindler

O concerto se encerra com uma das obras-primas de Heitor Villa-Lobos (1887–1959): a Bachianas Brasileiras nº 7 (1942). Nela, o compositor carioca pretendeu amalgamar as características da música de Johann Sebastian Bach (1685-1750), que tanto admirava, com as das práticas musicais do Brasil.

Conforme explica o maestro André Cardoso, cada movimento recebeu como título uma das partes da suíte barroca e ao mesmo tempo o de um gênero de cantoria ou dança folclórica do Brasil. “Assim, o Prelúdio inicial é um Ponteio, que remete ao ato de pontear dos violeiros, representado na obra pelos pizzicatos alternados entre os violinos, que apoiam as melodias expressas pelos instrumentos de sopro. No segundo movimento uma Giga, dança que normalmente finaliza a suíte barroca, é também uma movimentada Quadrilha caipira. A Tocata se transforma em um Desafio, a conhecida disputa poética improvisada entre dois cantadores. O último movimento, que finaliza a obra de forma grandiosa, é uma Fuga, forma que se caracteriza pela melodia que se alterna entre as diferentes vozes, que Villa-Lobos chamou de Conversa.”

Concerto de encerramento do centenário da Orquestra Sinfônica da UFRJ
📅 25 de setembro (quinta-feira) | 19h
🏛 Salão Leopoldo Miguez – EM/UFRJ
📍 Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro
🎟 Entrada franca

Exposição celebra os 100 anos da Orquestra Sinfônica da UFRJ

A Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro inaugura, em 11 de agosto, a exposição Orquestra Sinfônica da UFRJ, 100 anos: Uma Trajetória de Música e Educação, em continuidade às comemorações do centenário da OSUFRJ — o mais antigo conjunto sinfônico em atividade na cidade do Rio de Janeiro e um dos mais longevos do Brasil. A mostra segue na EM/UFRJ até 25/09.

As comemorações do centenário começaram em 2024 e incluíram vários concertos históricos. Entre eles, um na data exata de fundação da orquestra, 25 de setembro, na Sala Cecília Meireles, com repertório que percorreu a história da OSUFRJ. Outro evento marcante foi o lançamento do livro Orquestra Sinfônica da UFRJ – 100 anos, publicado pela Editora UFRJ. “Através do livro, as pessoas conhecem não só a história da orquestra, como uma parte da história da música no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro”, destacou o maestro André Cardoso, diretor da OSUFRJ e autor da obra, em entrevista ao podcast Som do Passeio.

As celebrações seguem agora com uma mostra que apresenta ao público um panorama histórico da orquestra, cuja origem remonta à fundação do Instituto Nacional de Música, em 1924. A exposição propõe um mergulho em sua trajetória centenária, que se entrelaça com a própria história da música no país e da Escola de Música da UFRJ, por meio de imagens raras, painéis informativos e trechos do citado livro.

Segundo André Cardoso, a iniciativa replica, em outro formato, o conteúdo da publicação, apresentando painéis cronológicos com fotos, programas e textos explicativos. Os visitantes poderão também ouvir gravações produzidas pela OSUFRJ por meio de QR Codes. Paralelamente, ao longo de agosto e setembro, haverá uma série de concertos didáticos voltados para alunos da rede pública, que visitarão a exposição e seguirão para apresentações no Salão Leopoldo Miguez. A programação conta com músicos da orquestra, docentes, discentes, egressos, técnicos-administrativos e convidados.

Além da exposição, a programação contempla uma série de concertos didáticos de música de câmara, apresentados por músicos da OSUFRJ, docentes, discentes, egressos e servidores técnico-administrativos da Escola de Música, além de músicos convidados. Voltados especialmente para estudantes da rede pública de ensino e centros de artes de diversos municípios fluminenses, os concertos buscam integrar memória, formação e fruição artística em um só evento.

Concerto de abertura

A abertura da exposição Orquestra Sinfônica da UFRJ, 100 anos: Uma Trajetória de Música e Educação será celebrada com um concerto do grupo de Cordas da Orquestra Sinfônica da UFRJ, sob regência de André Cardoso, às 19h do dia 11 de agosto, no Salão Leopoldo Miguez. O maestro lembra que este concerto também marca o início da Semana de Aniversário da Escola de Música da UFRJ, que completa 177 anos em 2025. “O programa aborda o repertório da música de concerto da segunda metade do século XX e do século XXI, com obras recentes e já consagradas, passando pelo minimalismo, neoclassicismo, neorromantismo e outras tendências”, explica.

O programa traz Fratres, de Arvo Pärt; Voyage, de John Corigliano, com Eduardo Monteiro (flauta); Três peças em estilo antigo, de Henryk Górecki; Concerto para clarone, de Geraldine Green, com Thiago Tavares (clarone); e Pelimannit, de Einojuhani Rautavaara.

Mais detalhes sobre o concerto de abertura podem ser conferidos nesta matéria. Já a conversa completa com o maestro André Cardoso no podcast Som do Passeio pode ser conferida abaixo.

A exposição é uma realização da Escola de Música da UFRJ, da Reitoria e do Centro de Letras e Artes, com apoio da Superintendência-Geral de Comunicação Social (SGCOM) e do Sistema de Bibliotecas e Informação da UFRJ (SiBI).

Exposição Orquestra Sinfônica da UFRJ, 100 anos: Uma Trajetória de Música e Educação
📅 11 de agosto a 25 de setembro de 2025
🏛️ Escola de Música da UFRJ
📍 Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro/RJ
🎟 Entrada franca

Concerto da Orquestra Sinfônica da UFRJ celebra Festival de Trombonistas e os 30 anos da série Música na Candelária

No dia 21 de agosto, às 18h, a Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ) realiza um concerto especial na Igreja da Candelária, com entrada franca. A apresentação integra a programação do XXXI Festival Brasileiro de Trombonistas e marca também as comemorações dos 30 anos da série Música na Candelária, um dos mais importantes ciclos de concertos gratuitos da cidade do Rio de Janeiro.

O programa reúne obras que destacam tanto a tradição orquestral quanto a versatilidade do trombone como instrumento solista. Entre os convidados estão dois artistas de renome internacional:

  • Brian Hecht (Orquestra Sinfônica de Dallas), que interpreta Ballade de Eric Ewazen e Adoration de Florence Price.
  • Hillary Simms (American Brass Quintet), solista na Romanza op.85 de Max Bruch.

Para a celebração da série Música na Candelária, a OSUFRJ executa ainda o Te Deum em Dó maior, Hob. XXIII c:2, de Joseph Haydn, obra enérgica e festiva, escrita em 1800 a pedido da imperatriz Maria Teresa da Áustria. A peça será apresentada em conjunto com o Coro Brasil Ensemble, sob a direção de Maria José Chevitarese, e a Classe de Canto Coral da Escola de Música da UFRJ, dirigida pela professora Juliana Melleiro Rheinboldt.

A regência do concerto será de Marcelo Jardim, diretor artístico e vice-diretor da Escola de Música da UFRJ, que mantém sólida carreira como maestro, professor e consultor artístico em projetos de formação musical no Brasil e no exterior.

Programa da noite

  1. Eric Ewazen – Ballade para trombone baixo, harpa e cordas (1986/96)
    Solista: Brian Hecht
  2. Florence Price – Adoration para trombone e cordas (1951)
    Solista: Brian Hecht
  3. Max Bruch – Romanza op.85 para trombone (1911)
    Solista: Hillary Simms
  4. Joseph Haydn – Te Deum em Dó maior Hob. XXIII c:2 (1800)
    Coro Brasil Ensemble e Classe de Canto Coral da EM-UFRJ

Direção Artística da OSUFRJ: André Cardoso
Maestros Eméritos: Roberto Duarte e Ernani Aguiar

Concerto da Orquestra Sinfônica da UFRJ
📅 21 de agosto de 2025 (segunda-feira) | 18h
🏛️ Igreja da Candelária
📍 Praça Pio X, s/n – Centro, Rio de Janeiro
🎟 Entrada franca