O Projeto Ópera na UFRJ apresenta, em sua temporada 2025, a revista musical Bororó, com texto de Carlos Rabelo e canções de Francisco Mignone. O espetáculo terá apresentações em Teresópolis, no Teatro da FESO, no dia 30 de novembro, e no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ, nos dias 13 e 14 de dezembro, sempre às 16h, com entrada franca.
Ambientada no Rio de Janeiro da década de 1950, época em que o teatro de revista vivia seu auge, a obra narra a trajetória de Herbert Rodgers, um compositor de música clássica que, por dificuldades financeiras, passa a trabalhar em um teatro popular sob o pseudônimo Bororó. Ali, entra em conflito com Dolores, a vedete principal do elenco, mas ambos acabam unindo forças para salvar o teatro da falência. Paralelamente, a história acompanha os sonhos de Zinha, uma jovem cozinheira que aspira a ser artista, e de Juremir, seu namorado, que vem do interior em busca de reconquistá-la — e se encanta com o universo do espetáculo.
A peça foi encomendada ao dramaturgo Carlos Rabelo em 2019, quando foram publicadas as canções populares de Francisco Mignone assinadas com o pseudônimo Chico Bororó, numa iniciativa de Maria Josephina Mignone e Anete Rubin. A produção foi adiada durante a pandemia e agora ganha vida em grande escala, unindo o Projeto Ópera na UFRJ ao grupo Sôdade Brasilis, reconhecido por seu trabalho dedicado à música brasileira.
A direção geral e preparação musical são de Lenine Santos, com direção cênica e iluminação de José Henrique Moreira, co-direção e direção de movimento de Marcellus Ferreira, e direção artística de Leonardo Pinto. O elenco conta com André Cisco, Maria Clara Justino, Haile Muziki, Mariana Leandro e André Hipólito.
A música ao vivo é interpretada pelo grupo Sôdade Brasilis, com coordenação e preparação de Sérgio Álvares e Sheila Zagury, e participação de Cecília Brandão (piano), Rafael Miranda (violão 7 cordas), Raphael Rodriguez (violão 6 cordas), Yago Pessanha (clarineta), Aline Silveira (flauta) e Ezequias Cândida (trompete).
Com arranjos musicais de Tiê Kühl, preparação musical de Lenine Santos e José Sacramento, e produção executiva de Fabrícia Medeiros e André Garcez, Bororó promete uma experiência vibrante, repleta de humor, ritmo e memória da cena musical brasileira do século XX.
Ópera na UFRJ 2025 – Bororó 📅 30/11 (domingo) | 16h 🏛️ Teatro FESO – Teresópolis
📅 13/12 e 14/12 (sábado e domingo) | 16h 🏛️ Salão Leopoldo Miguez – EM/UFRJ 📍 Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro/RJ 🎟 Entrada franca
O projeto Ópera na UFRJ abriu inscrições para os interessados em participar das suas produções de 2026. As audições buscam selecionar cantores para o singspiel Der Schauspieldirektor (O Empresário), de Mozart, com libreto de Johann Gotlieb Stephanie. A seleção também definirá uma soprano para participar do primeiro concerto da temporada da Orquestra Sinfônica da UFRJ, interpretando a ária Ruhe Sanft, da ópera Zaïde, também de Mozart.
Nesta primeira chamada, as audições são voltadas exclusivamente a alunos de graduação, pós-graduação e extensão oficialmente matriculados na EM/UFRJ, e serão realizadas presencialmente no dia 12 de dezembro, a partir das 13h, no prédio histórico da Escola de Música da UFRJ, que fica na Rua do Passeio, 98, na Lapa, Rio de Janeiro.
É necessário ter disponibilidade de tempo para ensaios e apresentações. A estreia está prevista para junho de 2026 e os ensaios serão realizados nos meses de março, abril, maio e junho. Está prevista ainda uma temporada adicional em novembro de 2026, podendo o espetáculo se estender conforme as condições de produção e disponibilidade do elenco.
A ópera “O Empresário” será apresentada em português, mas os candidatos poderão optar por cantar o trecho designado em alemão ou português durante a audição. Ambas as versões serão disponibilizadas pela produção.
As inscrições ficam abertas até 11 de dezembro e devem ser realizadas através do formulário disponível neste link.
PERSONAGENS E REPETÓRIO:
Monsieur Vogelsang – tenor: uma ária de Mozart de livre escolha que contenha um Lá 3 (Lá agudo), mais o terceto Ich bin die erste Sängering do compasso 90 (Adagio) ao fim
Mademoiselle Silberklang – soprano leve: ária Bester Jüngling mit Entzüken, mais o terceto Ich bin die erste Sängering do compasso 90 (Adagio) ao fim
Madame Herz – soprano leve: ária Da schlägt die Abschiedsstunde mais o terceto Ich bin die erste Sängering do compasso 90 (Adagio) ao fim
Buff – baixo ou barítono: uma ária de Mozart de livre escolha
Os audicionantes para as demais personagens, relacionadas abaixo, deverão apresentar uma ária de livre escolha retirada de uma das seguintes óperas de Mozart: ‘Idomeneo’, ‘O Rapto no Serralho’, ‘Assim Fazem Todas’, ‘As Bodas de Fígaro’, ‘Don Giovanni’, ‘A Flauta Mágica’ ou ‘A Clemência de Tito’:
Frank – tenor, barítono ou baixo.
Eiler – tenor, barítono ou baixo.
Herz – tenor, barítono ou baixo.
Madame Pfeil – soprano, mezzo ou contralto.
Madame Krone – soprano, mezzo ou contralto.
Madame Vogelsang – soprano, mezzo ou contralto.
Finalmente, as candidatas à participação no primeiro concerto da Temporada 2026 da Orquestra Sinfônica da UFRJ deverão apresentar a ária Ruhe Sanft, para soprano, da ópera Zaïde, de W. A. Mozart.
Sob o leque do grupo de ensino, pesquisa e extensão Africanias UFRJ, de 16 a 18/09, acontecem o II Congresso Africanias, a IV Jornada Africanias e a II Conferência de Música e Antirracismo. Intitulado “O Grito de Mueda: música e resistência”, o encontro promove debates, mesas redondas, rodas de conversa e performances artísticas, com a participação de pesquisadores e artistas do Brasil e de Moçambique. Entre as atividades, o grande destaque desta edição será o espetáculo O Grito de Mueda, considerada a primeira ópera moçambicana e apresentada pela primeira vez fora do continente africano.
O evento terá como foco celebrar os 50 anos do Mafro (Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia), homenagear os 50 anos das independências africanas (Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau) e manifestar apoio à população de Cabo Delgado, Moçambique, lembrando os massacres de Pemba (2020) e Mueda (1960).
Ópera O Grito de Mueda: arte, resistência e memória histórica
Fruto de um trabalho de criação coletiva que envolveu músicos e dramaturgos de Moçambique, Argentina e Brasil, O Grito de Mueda será apresentada em três concertos gratuitos no Rio de Janeiro. A ópera conta com a interpretação musical do Coral Brasil Ensemble da UFRJ e da Camerata de Cordas da UFRJ, sob a direção geral de Maria José Chevitarese, direção cênica de José Henrique Moreira e regência de Feliciano de Castro Comé.
Feliciano participou de dois episódios especiais do podcast Som do Passeio que vão ao ar pela Rádio UFRJ em 12/09 e 19/09. Na entrevista, o músico de Moçambique conta sobre como surgiu a ideia da montagem dessa ópera, sobre os desafios da produção de um espetáculo com pessoas de três países e sobre os elementos culturais africanos presentes na obra, além de deixar uma mensagem final de solidariedade e resistência ao colonialismo.
A ópera envolveu músicos e dramaturgos de Moçambique, Argentina e Brasil. O libreto foi escrito por Nilza Laice, Oscar Castro, Feliciano de Castro Comé e Hortêncio Langa, e recria de forma artística um episódio crucial da história de Moçambique: o Massacre de Mueda, ocorrido em 16 de junho de 1960, na província de Cabo Delgado. Nesse dia, centenas de pessoas foram mortas pelo exército colonial português, e o acontecimento tornou-se símbolo da resistência do povo moçambicano e ponto de virada para a luta de independência nacional.
Em sua narrativa, a ópera evoca temas como a necessidade de resistir às arbitrariedades do poder, a solidariedade entre os povos africanos, a valorização da autoestima coletiva e a luta contra a pobreza e a adversidade. Mais do que rememorar a tragédia, a obra transmite uma mensagem de esperança para as novas gerações, reafirmando a importância da memória histórica como ferramenta de transformação social.
A música foi composta por Feliciano de Castro Comé, Hortêncio Langa, Ilídio Manhica, Pedro Tinga, Samuel Manhica Jr., Luis Caruana, Diego López, Oscar Castro, Maria José Chevitarese e Isaías Ferreira. Embora traga elementos inspirados em melodias e ritmos da tradição oral moçambicana, a obra é uma criação absolutamente original, que alia referências culturais diversas a uma linguagem contemporânea.
A estrutura da ópera se organiza em um prólogo e três atos. No prólogo, uma anciã sobrevivente deseja deixar seu testemunho antes de morrer. O primeiro ato se passa em uma escola rural em Mueda, onde camponeses pedem ao professor que redija uma petição a ser entregue às autoridades coloniais. O segundo ato apresenta uma aldeia Makonde, em que jovens estudantes, contra a vontade dos pais, decidem participar de uma reunião com o governador, apesar dos avisos de perigo representados pela dança de um bailarino de Mapiko, que encarna espíritos antepassados. No terceiro ato, diante do prédio da administração de Mueda, a população apresenta suas demandas, mas é recebida com desprezo e violência, culminando no massacre que marca a memória coletiva do povo.
Primeira ópera nacional moçambicana terá sua estreia fora do continente africano
As apresentações acontecem nos dias 16 e 17 de setembro, às 18h30, no Salão Leopoldo Miguez da EM/UFRJ, e no dia 18 de setembro, às 14h, na Igreja Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito dos Homens Pretos. A entrada é gratuita.
Ao trazer ao público brasileiro uma obra que une arte, resistência e memória histórica, a Escola de Música da UFRJ reafirma sua vocação de excelência acadêmica e artística, fortalecendo pontes entre culturas e ampliando o alcance da ópera como expressão universal.
Parcerias
O evento reúne diversas instituições nacionais e internacionais, incluindo UFBA (NGEALC), UNIFESP, UFGRS (Instituto de Artes), Orquestra Filarmônica UFRGS, UNESP, UFAM (PPGH), UEL, UNEB (XIII LEAFRO), Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane (Maputo, Moçambique), IITAB, Afoxé Ómó Ifá, Igreaja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito Escola Vai à Ópera (UFRJ) e Brasil Ensemble (UFRJ). A organização agradece também a Dom Luis Fernando Lisboa, PPGM/UFRJ, Escola de Música/UFRJ, SUAT/UFRJ e Fórum de Ciência e Cultura/UFRJ.
Programação
16 de setembro (terça-feira)
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito
9h: Abertura do evento
9h30: Performance Performance com Andréa Bak e Pivete
10h: Homenagem aos 50 anos do MAFRO
EM/UFRJ
15h às 17h: Mesa O Grito de Mueda: música e resistência
18h30: Ópera O Grito de Mueda
17 de setembro (quarta-feira)
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito
9h às 12h: Mesa Afrodiáspora em performance
12h às 13h: Performance Canção e Festa nas ondas do mar
14h: Mesa 50 anos das Independências Africanas
EM/UFRJ
18h30: Ópera O Grito de Mueda
18 de setembro (quinta-feira)
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito
9h: Roda de conversa Intercâmbio de Saberes
10h: Roda de conversa Música e antirracismo
13h: Lançamento de livros Memórias Missionárias e Cabo Delgado (Bispo Dom Luis Fernando Lisboa) e No meio de nós: religiosidade, encontros, tensões e percursos (Org: Profª Patrícia Teixeira)