II Congresso Africanias leva O Grito de Mueda, primeira ópera nacional moçambicana, aos palcos do Rio de Janeiro

Sob o leque do grupo de ensino, pesquisa e extensão Africanias UFRJ, de 16 a 18/09, acontecem o II Congresso Africanias, a IV Jornada Africanias e a II Conferência de Música e Antirracismo. Intitulado “O Grito de Mueda: música e resistência”, o encontro promove debates, mesas redondas, rodas de conversa e performances artísticas, com a participação de pesquisadores e artistas do Brasil e de Moçambique. Entre as atividades, o grande destaque desta edição será o espetáculo O Grito de Mueda, considerada a primeira ópera moçambicana e apresentada pela primeira vez fora do continente africano.

O evento terá como foco celebrar os 50 anos do Mafro (Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia), homenagear os 50 anos das independências africanas (Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau) e manifestar apoio à população de Cabo Delgado, Moçambique, lembrando os massacres de Pemba (2020) e Mueda (1960).

Ópera O Grito de Mueda: arte, resistência e memória histórica

Fruto de um trabalho de criação coletiva que envolveu músicos e dramaturgos de Moçambique, Argentina e Brasil, O Grito de Mueda será apresentada em três concertos gratuitos no Rio de Janeiro. A ópera conta com a interpretação musical do Coral Brasil Ensemble da UFRJ e da Camerata de Cordas da UFRJ, sob a direção geral de Maria José Chevitarese, direção cênica de José Henrique Moreira e regência de Feliciano de Castro Comé.

Feliciano participou de dois episódios especiais do podcast Som do Passeio que vão ao ar pela Rádio UFRJ em 12/09 e 19/09. Na entrevista, o músico de Moçambique conta sobre como surgiu a ideia da montagem dessa ópera, sobre os desafios da produção de um espetáculo com pessoas de três países e sobre os elementos culturais africanos presentes na obra, além de deixar uma mensagem final de solidariedade e resistência ao colonialismo.

A ópera envolveu músicos e dramaturgos de Moçambique, Argentina e Brasil. O libreto foi escrito por Nilza Laice, Oscar Castro, Feliciano de Castro Comé e Hortêncio Langa, e recria de forma artística um episódio crucial da história de Moçambique: o Massacre de Mueda, ocorrido em 16 de junho de 1960, na província de Cabo Delgado. Nesse dia, centenas de pessoas foram mortas pelo exército colonial português, e o acontecimento tornou-se símbolo da resistência do povo moçambicano e ponto de virada para a luta de independência nacional.

Em sua narrativa, a ópera evoca temas como a necessidade de resistir às arbitrariedades do poder, a solidariedade entre os povos africanos, a valorização da autoestima coletiva e a luta contra a pobreza e a adversidade. Mais do que rememorar a tragédia, a obra transmite uma mensagem de esperança para as novas gerações, reafirmando a importância da memória histórica como ferramenta de transformação social.

A música foi composta por Feliciano de Castro Comé, Hortêncio Langa, Ilídio Manhica, Pedro Tinga, Samuel Manhica Jr., Luis Caruana, Diego López, Oscar Castro, Maria José Chevitarese e Isaías Ferreira. Embora traga elementos inspirados em melodias e ritmos da tradição oral moçambicana, a obra é uma criação absolutamente original, que alia referências culturais diversas a uma linguagem contemporânea.

A estrutura da ópera se organiza em um prólogo e três atos. No prólogo, uma anciã sobrevivente deseja deixar seu testemunho antes de morrer. O primeiro ato se passa em uma escola rural em Mueda, onde camponeses pedem ao professor que redija uma petição a ser entregue às autoridades coloniais. O segundo ato apresenta uma aldeia Makonde, em que jovens estudantes, contra a vontade dos pais, decidem participar de uma reunião com o governador, apesar dos avisos de perigo representados pela dança de um bailarino de Mapiko, que encarna espíritos antepassados. No terceiro ato, diante do prédio da administração de Mueda, a população apresenta suas demandas, mas é recebida com desprezo e violência, culminando no massacre que marca a memória coletiva do povo.

Primeira ópera nacional moçambicana terá sua estreia fora do continente africano

As apresentações acontecem nos dias 16 e 17 de setembro, às 18h30, no Salão Leopoldo Miguez da EM/UFRJ, e no dia 18 de setembro, às 14h, na Igreja Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito dos Homens Pretos. A entrada é gratuita.

Ao trazer ao público brasileiro uma obra que une arte, resistência e memória histórica, a Escola de Música da UFRJ reafirma sua vocação de excelência acadêmica e artística, fortalecendo pontes entre culturas e ampliando o alcance da ópera como expressão universal.

Parcerias

O evento reúne diversas instituições nacionais e internacionais, incluindo UFBA (NGEALC), UNIFESP, UFGRS (Instituto de Artes), Orquestra Filarmônica UFRGS, UNESP, UFAM (PPGH), UEL, UNEB (XIII LEAFRO), Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane (Maputo, Moçambique), IITAB, Afoxé Ómó Ifá, Igreaja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito Escola Vai à Ópera (UFRJ) e Brasil Ensemble (UFRJ). A organização agradece também a Dom Luis Fernando Lisboa, PPGM/UFRJ, Escola de Música/UFRJ, SUAT/UFRJ e Fórum de Ciência e Cultura/UFRJ.

Programação

16 de setembro (terça-feira)

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito

  • 9h: Abertura do evento
  • 9h30: Performance Performance com Andréa Bak e Pivete
  • 10h: Homenagem aos 50 anos do MAFRO

EM/UFRJ

  • 15h às 17h: Mesa O Grito de Mueda: música e resistência
  • 18h30: Ópera O Grito de Mueda

17 de setembro (quarta-feira)

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito

  • 9h às 12h: Mesa Afrodiáspora em performance
  • 12h às 13h: Performance Canção e Festa nas ondas do mar
  • 14h: Mesa 50 anos das Independências Africanas

EM/UFRJ

  • 18h30: Ópera O Grito de Mueda

18 de setembro (quinta-feira)

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de São Benedito

  • 9h: Roda de conversa Intercâmbio de Saberes
  • 10h: Roda de conversa Música e antirracismo
  • 13h: Lançamento de livros Memórias Missionárias e Cabo Delgado (Bispo Dom Luis Fernando Lisboa) e No meio de nós: religiosidade, encontros, tensões e percursos (Org: Profª Patrícia Teixeira)
  • 14h: Ópera O Grito de Mueda
  • 16h: Encerramento

Inscrições e informações: africanias@musica.ufrj.br

Concerto da Orquestra Sinfônica da UFRJ celebra Festival de Trombonistas e os 30 anos da série Música na Candelária

No dia 21 de agosto, às 18h, a Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ) realiza um concerto especial na Igreja da Candelária, com entrada franca. A apresentação integra a programação do XXXI Festival Brasileiro de Trombonistas e marca também as comemorações dos 30 anos da série Música na Candelária, um dos mais importantes ciclos de concertos gratuitos da cidade do Rio de Janeiro.

O programa reúne obras que destacam tanto a tradição orquestral quanto a versatilidade do trombone como instrumento solista. Entre os convidados estão dois artistas de renome internacional:

  • Brian Hecht (Orquestra Sinfônica de Dallas), que interpreta Ballade de Eric Ewazen e Adoration de Florence Price.
  • Hillary Simms (American Brass Quintet), solista na Romanza op.85 de Max Bruch.

Para a celebração da série Música na Candelária, a OSUFRJ executa ainda o Te Deum em Dó maior, Hob. XXIII c:2, de Joseph Haydn, obra enérgica e festiva, escrita em 1800 a pedido da imperatriz Maria Teresa da Áustria. A peça será apresentada em conjunto com o Coro Brasil Ensemble, sob a direção de Maria José Chevitarese, e a Classe de Canto Coral da Escola de Música da UFRJ, dirigida pela professora Juliana Melleiro Rheinboldt.

A regência do concerto será de Marcelo Jardim, diretor artístico e vice-diretor da Escola de Música da UFRJ, que mantém sólida carreira como maestro, professor e consultor artístico em projetos de formação musical no Brasil e no exterior.

Programa da noite

  1. Eric Ewazen – Ballade para trombone baixo, harpa e cordas (1986/96)
    Solista: Brian Hecht
  2. Florence Price – Adoration para trombone e cordas (1951)
    Solista: Brian Hecht
  3. Max Bruch – Romanza op.85 para trombone (1911)
    Solista: Hillary Simms
  4. Joseph Haydn – Te Deum em Dó maior Hob. XXIII c:2 (1800)
    Coro Brasil Ensemble e Classe de Canto Coral da EM-UFRJ

Direção Artística da OSUFRJ: André Cardoso
Maestros Eméritos: Roberto Duarte e Ernani Aguiar

Concerto da Orquestra Sinfônica da UFRJ
📅 21 de agosto de 2025 (segunda-feira) | 18h
🏛️ Igreja da Candelária
📍 Praça Pio X, s/n – Centro, Rio de Janeiro
🎟 Entrada franca

Semana de Aniversário 2025: EM/UFRJ celebra 177 anos com a série “Caminhos Modernos II”

Fundada em 1848, a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro consolidou-se, ao longo de quase dois séculos, como referência nacional e internacional no ensino, na pesquisa e na produção artística. Sua trajetória acompanha e influencia a história da música no Brasil, preservando tradições e, ao mesmo tempo, abrindo espaço para novas linguagens e formas de expressão. É nesse espírito que, em 2025, a Escola celebra seus 177 anos com a segunda edição da série Caminhos Modernos, reafirmando seu compromisso com a reflexão crítica, a inovação estética e a formação artística de excelência.

Entre os dias 11 e 15 de agosto de 2025, a Escola realiza sua tradicional Semana de Aniversário, com concertos diários às 19h no Salão Leopoldo Miguez, sempre com entrada franca.

A primeira edição de Caminhos Modernos, realizada em 2011, dedicou-se à criação musical posterior a 1950, contemplando a vanguarda do pós-guerra e as diversas correntes estéticas que marcaram a segunda metade do século XX. Inspirada no contexto histórico do polêmico artigo “Morreu Schoenberg”, de Pierre Boulez, a série buscou proporcionar ao público a experiência de ouvir, cotejar e refletir sobre obras esteticamente diversas, sem se restringir a debates teóricos.

Em Caminhos Modernos II, a proposta se expande com um distanciamento histórico de setenta e cinco anos em relação ao recorte original e incorpora as transformações ocorridas no mundo nas últimas décadas. A programação presta homenagem a dois compositores centenários — Pierre Boulez (1925-2016) e Luciano Berio (1925-2003) —, resgata nomes ausentes na primeira edição e celebra os 90 anos de Arvo Pärt e Terry Riley, além dos 80 anos de John Rutter e da compositora brasileira Vânia Dantas Leite (1945-2018).

O evento reunirá grupos artísticos da própria Escola — Orquestra Sinfônica da UFRJ, Coral Brasil Ensemble, Grupo de Percussão da UFRJ, Grupo ContempoMúsica — além do Laboratório de Música e Tecnologia (LaMuT) para apresentar obras que transitam do neoclassicismo ao minimalismo, da música tonal às experimentações eletroacústicas, explorando interseções entre tradição e inovação. Entre os compositores representados, figuram Sofia Gubaidulina, Astor Piazzolla, Olivier Messiaen, Karlheinz Stockhausen, György Ligeti, Henryk Górecki, entre outros.

Mais do que uma celebração institucional, a Semana de Aniversário da EM/UFRJ reafirma o papel da Escola como espaço de produção artística, pesquisa, preservação e difusão do repertório musical contemporâneo. A iniciativa mantém viva a vocação da instituição para a formação de intérpretes, compositores e pesquisadores, promovendo o diálogo entre o legado histórico e as novas possibilidades criativas do nosso tempo.

Confira a seguir, a programação:

11 de agosto (segunda-feira)
O primeiro dia do evento marca também a abertura da exposição “Orquestra Sinfônica da UFRJ, 100 anos: Uma Trajetória de Música e Educação”. A mostra apresenta um panorama histórico da OSUFRJ, o mais antigo conjunto sinfônico em atividade no Rio de Janeiro, cuja trajetória se entrelaça com a história da música no Brasil e da própria Escola de Música.

O público poderá conhecer imagens raras, painéis informativos e trechos do livro Orquestra Sinfônica da UFRJ – 100 anos, de autoria do maestro André Cardoso. QR Codes distribuídos pelo percurso permitirão ouvir obras de compositores ligados à Escola de Música. A exposição conta ainda com um espaço instagramável e totens que homenageiam personalidades marcantes na história da instituição.

A abertura, às 18h30, será seguida por um concerto do grupo de cordas da OSUFRJ, que apresenta um programa que atravessa linguagens e épocas, do neoclassicismo às texturas tintinnabuli de Arvo Pärt, passando pela releitura de tradições históricas de Henryk Górecki e pela atmosfera poética de Voyage, de John Corigliano, com o solista Eduardo Monteiro (professor de flauta da EM/UFRJ). O programa ainda conta com o Concerto para clarone da irlandesa Geraldine Green, com Thiago Tavares (clarone) como solista, e Pelimannit, de Einojuhani Rautavaara, que homenageia o folclore e os músicos populares finlandeses.

12 de agosto (terça-feira)
O segundo dia da programação traz um mergulho nas múltiplas vertentes da criação musical pós-1950, explorando desde a expressividade tonal até a pesquisa rítmica e a religiosidade na música de concerto. O concerto abre com a dramaticidade da Chaconne para piano, de Sofia Gubaidulina, interpretada por Thalyson Rodrigues. Na sequência, o pianista se une a Luciano Magalhães em Inverno Porteño, de Astor Piazzolla, obra marcada por ritmos e cores portenhas. O percussionista Tiago Calderano apresenta a vigorosa Psappha, de Iannis Xenakis, e o organista Benedito Rosa interpreta Offrande et Alleluia do Livre du Saint Sacrément, de Olivier Messiaen, de caráter contemplativo.

A segunda parte da noite é dedicada à música coral, com o Coral Brasil Ensemble sob regência de Maria José Chevitarese, interpretando o jubiloso Jubilate Deo, de Benjamin Britten, e o moteto O clap your hands, de John Rutter. O encerramento apresenta os Chichester Psalms, de Leonard Bernstein, na versão para coro, órgão, harpa e percussão, com Mariana Honorato El-Hader (soprano), Eduardo Biato (órgão), Giovana Sanches (harpa) e Pedro Moita (percussão). A combinação de linguagens, tradições e formações instrumentais faz desta noite um encontro marcante entre espiritualidade, teatralidade e inovação musical.

13 de agosto (quarta-feira)
A terceira noite apresenta um percurso pela música de câmara da segunda metade do século XX, onde tradição, nacionalismo e vanguarda se entrelaçam. A abertura traz Ritmata, de Edino Krieger, interpretada por Fábio Adour (violão), seguida da Sonatina para fagote e piano, de José Siqueira, com Aloysio Fagerlande (fagote) e Ana Paula da Matta (piano). A pianista retorna para executar Tema e variações para piano, de Marlos Nobre, antes da entrada do Grupo de Percussão da UFRJ — sob direção de Pedro Sá e com Wesley Lucas (marimba solo), Pedro Henrique, João Vítor Godoy e Matheus Barros — na intensa Marimba Spiritual, de Minoru Miki.

A noite prossegue com peças para clarineta solo, a Fantasia op. 87, de Malcolm Arnold, e o Prelude, de Krzysztof Penderecki, interpretadas por Carlos Leandro Nascimento da Silva (clarineta). O programa se aproxima do desfecho com Treffpunkt, de Karlheinz Stockhausen, e encerra-se com o marco minimalista In C, de Terry Riley, apresentado pelo Grupo ContempoMúsica sob regência de Alexandre Schubert.

14 de agosto (quinta-feira)
No quarto dia do evento, a Orquestra Sinfônica da UFRJ retorna ao palco destacando a versatilidade da música de câmara, com obras que transitam entre lirismo, pesquisa tímbrica e citações históricas. O concerto inicia com o Trio para flauta, violino e piano, de Nino Rota, interpretado respectivamente por Eduardo Monteiro, Fernando Pereira e Flávio Augusto. Em seguida, o clarinete assume o protagonismo com a Fantasia Sulamérica, de Cláudio Santoro, com Márcio Costa (clarineta), e a Sonata para clarineta solo, de Edison Denisov, com Gabriel Peter (clarineta).

O programa inclui ainda Steep Steps, de Elliott Carter, interpretada por Thiago Tavares (clarone), e Alma Redemptoris Mater, de Peter Maxwell Davies, com Helder Teixeira (flauta), Juliana Bravim (oboé), Márcio Costa e Gabriel Peter (clarinetas), Gilieder Veríssimo (trompa) e Paulo Andrade (fagote). As Rheinische Kirmertänze, de Bernd Alois Zimmermann, e a suíte da ópera The Good Soldier Schweik, de Robert Kurka, encerram a noite com o conjunto de sopros e percussão da Orquestra Sinfônica da UFRJ, sob regência de Marcelo Jardim.

15 de agosto (sexta-feira)
O concerto de encerramento reúne nomes históricos da música eletroacústica internacional em comemoração aos 30 anos do Laboratório de Música e Tecnologia (LaMuT), que reafirma sua vocação para a pesquisa e a experimentação sonora.

A primeira obra, Piano Memory (1982), de Vânia Dantas Leite, explora a improvisação. A parte eletrônica da obra foi composta com base em desenhos-partitura do artista plástico Paulo Garcez. A partir da gravação desta improvisação, a compositora propõe uma obra mista onde um pianista deve improvisar junto aos sons pré-gravados seguindo a mesma partitura-desenho. A interpretação é de Maria José Di Cavalcanti (piano) e Rodrigo Cicchelli Velloso (difusão)

Na sequência, um dos pioneiros da música eletroacústica no Brasil, Reginaldo Carvalho dialoga com a poesia concreta em sua obra Caleidoscópio IV (1968), uma trilha sonora para um curta-metragem em três movimentos. Semáforos, foi pensado para a abertura do filme, onde a música sincronizava com diversos sinais luminosos em uma estrada de ferro. O segundo movimento, Cleta, usa um poema de Ivan Setta, onde a própria voz do poeta é editada de forma a explorar o ritmo das palavras bicicleta, cleta e concreta. Por último, Pontuações Luminosas tem um caráter pontilhístico inspirado no ritmo de confetes sobrevoando as ruas em época de carnaval. A difusão é de Cláudio Bezz.

Em Sirens (1958), a mezzo-soprano Cathy Berberian faz uma leitura interpretativa de um trecho do capítulo onze (Sereias) da obra Ulisses, de James Joyce. Esta mesma gravação foi utilizada como matéria-prima para Thema (Omaggio a Joyce) (1961), de Luciano Berio. O compositor joga com as implicações rítmicas e semânticas do material, colocando em primeiro plano as características musicais da língua falada. A difusão é de Orlando Scarpa Netto.

Artikulation (1958), de György Ligeti, busca criar uma linguagem artificial a partir de sons eletrônicos que recriam as articulações de perguntas e respostas, entonações graves e agudas, interrupções, mudanças de humor, explosões e sussurros.

Deux Études (1952), a primeira obra eletroacústica do compositor Pierre Boulez, explora a técnica de organização serial em sons gravados. Os timbres, durações e intensidades dos sons são organizados de forma serial, criando uma ponte interessante entre a música eletrônica alemã e a música concreta francesa.

Symphonie Magnétophonique (1958) apresenta uma sinfonia de sons cotidianos capturados em fita magnética. Else Marie Pade buscou representar a paisagem sonora de um dia completo na cidade de Copenhague, Dinamarca, com sons matinais de ronco, chaleira e despertadores seguidos por sons de um dia de trabalho e, por fim, noturnos.

Semana de Aniversário da Escola de Música da UFRJ 2025
📅 11 a 15 de agosto | 19h
🏛 Salão Leopoldo Miguez – Escola de Música da UFRJ
📍 Rua do Passeio, 98 – Centro, Rio de Janeiro/RJ
🎟 Entrada franca