EM disponibiliza papéis de parede para dispositivos e livro digital

Os principais estudos sobre a fotografia destacam sua qualidade de documento, que se reafirma nas saudades, espantos e emoções variadas que provoca. Mas a fotografia não fala apenas do passado, ela também pode nos conectar ao futuro graças a sua capacidade de transformar imagens em modelo de visualidades – formas contemporâneas que alimentam o imaginário.

E foi por essa razão, para acionar essa dimensão “invisível” das imagens − provocada pelo “realismo”, pelos efeitos da máquina e as escolhas do operador – que disponibilizamos para download o livro, editado em 2015, Projeto Ópera na UFRJ: 20 anos e papeis de parede para diversos dispositivos baseados em quatro fotografias da Escola de Música (EM), clicadas pela atenta sensibilidade da fotógrafa Nadejda Costa para aquela publicação.

Um convite, nesse período de isolamento social para combater a proliferação da COVID-19, para nos reconectarmos à EM.

Muita ópera

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O livro, disponibilizado sob a forma de PDF, recuperou as produções realizadas na EM até 2014. A publicação, que comemorou as duas décadas do Projeto Ópera na UFRJ, criado em 1994, identificou ao todo 67 montagens, a mais antiga remontando a 1949. Muitas imagens − fotográficas, impressas institucionais e jornalísticas, de arquivos públicos e privados –, personagens destacadas, entrevistas e espetáculos revisitados confirmam o papel relevante da UFRJ no campo da produção operística.

A pesquisa, coordenada pelo Setor de Comunicação, contou com bolsistas do Programa de Iniciação Artística e Cultural da PR-5, para estudantes da EM, EBA e ECO, e o patrocínio da FAPERJ. Segundo José Mauro Albino, um dos organizadores do livro, uma contribuição acadêmica pioneira, pela abrangência do material coletado. Na publicação, destacou-se a adaptação da obra O diletante, de Martins Pena, realizada pelo professor João Guilherme Ripper, composta especialmente para o aniversário do projeto.

As fontes consultadas na Biblioteca Alberto Nepomuceno, no arquivo do Setor Artístico da Escola de Música, no Arquivo Nacional, na Fundação Biblioteca Nacional e periódicos fluminenses indicaram um campo de pesquisa inédito sobre esse tema nas instituições de ensino que, decididamente, merece novos questionamentos e novas abordagens. Visuais, inclusive, pois dos retratos de estúdio famosos da cidade onde posavam nossos professores mais ilustres, ao detalhe capturado pelas modernas câmeras DSLR (Digital Single Lens Reflex), percebemos as transformações nos regimes de visualidades que colocam questões como: o que esperamos ver? O que devemos representar e como fazê-lo? 

Um olhar macro e espetacular

	Reprodução
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Perguntas que informam as belíssimas composições de Nadedja Costa para a apresentação do livro. Agrupadas pela técnica da macrofotografia, que trata os objetos em tomadas ampliadas, gradis, detalhes arquitetônicos, tecidos, talhas e pinturas ganharam dimensões espetaculares. São formas, ângulos, texturas e cores, composições rigorosas que a fotógrafa recolheu para protagonizar com força e beleza a EM e que por vezes passam despercebidas pelo olhar cotidiano.

Essas imagens, editadas para telas de desktops, tablets e celulares, adequam-se bem a esses dispositivos, frequentemente carregados de ícones de atalhos de sistema e aplicativos graças à profundidade de campo, que granula as áreas fora de foco sem polui-los visualmente.

Disponibilizadas nesses tempos tristes de pandemia, as fotografias da EM são uma forma de recuperarmos nossos espaços de trabalho, de ensino, pesquisa e extensão mantendo a recomendação das autoridades sanitárias para permanecermos em nossas casas. Descarregá-las em nossos equipamentos é também uma forma contemporânea de declararmos nossas afinidades, de valorizar e defender a universidade pública.