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Em 02/09, Orquestra Sinfônica da UFRJ faz concerto de sua 100ª temporada no Salão Leopoldo Miguez

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Em 02 de setembro, às 19 horas, a Orquestra Sinfônica da UFRJ retorna ao palco do Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, para mais um concerto da sua centésima temporada. Desta vez, a apresentação contará exclusivamente com obras de compositores brasileiros. A regência será do vice-diretor da EM/UFRJ, o maestro Marcelo Jardim.

O “Batuque” da Suíte Reisado do Pastoreio, de Lorenzo Fernandez, abre o programa com especial significado por representar as mais de 200 obras executadas pela orquestra em estreia mundial ao longo de sua trajetória artística. A obra teve sua estreia exatamente no palco do Salão Leopoldo Miguez em 29 de agosto de 1930. Mais relevante se torna a execução por ter o “Batuque” se consagrado como uma das obras orquestrais mais conhecidas e executadas de compositor brasileiro, tanto no país quanto no exterior.

A estreia da noite é a Sinfonia “Serrana”, de Ernani Aguiar, obra com textos de poetas nascidos em Petrópolis e que traz para o concerto a participação do Coro Sinfônico da UFRJ, grupo formado pela junção de todas as turmas de Canto Coral da Escola de Música, sob a responsabilidade das professoras Maria José Chevitarese (Brasil Ensemble), Valéria Matos (Sacra Vox), Juliana Melleiro Rheinboldt e do professor André Protásio (classes de Canto Coral), abrilhantados pela participação especial do professor e barítono Marcelo Coutinho como solista.

O programa finaliza com uma obra emblemática de Villa-Lobos, um ex-aluno da Escola de Música que se consagrou internacionalmente como um dos grandes compositores do século XX. O Choros no10 apresenta uma espécie de quadro sonoro da natureza e da cultura brasileira, amalgamando, de certa forma, os ambientes rurais e urbanos. Na primeira parte se ouve uma “variedade de pássaros que existem em todo o Brasil, sobretudo os que vivem nos bosques e florestas e os que cantam à madrugada e ao entardecer nos infinitos sertões do Nordeste”. Na segunda parte, melodias “à maneira dos cânticos de rede que os índios Parecis entoam” se juntam aos vocalizes do coro “sem nenhum sentido literário”, mas “apenas servindo de efeitos onomatopaicos, para formar ambiente fonético característico da linguagem dos aborígenes”. O elemento urbano é a melodia da schottish “Yara”, de Anacleto de Medeiros, outro ex-aluno da Escola de Música, reconhecido como um dos mais importantes nomes na consolidação do choro como forma musical instrumental típica do Rio de Janeiro no início do século XX. Um elemento a mais é a letra incorporada pelo poeta seresteiro Catulo da Paixão Cearense, cuja passagem pelo Instituto Nacional de Música, a convite de Alberto Nepomuceno, o fez merecedor de uma placa em sua homenagem.

A entrada é gratuita e a apresentação está marcada para as 19h, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, que fica na Rua do Passeio, 98, próximo à estação Cinelândia do metrô.

 

PROGRAMA

1. Oscar LORENZO FERNANDEZ (1897-1948) – Batuque da Suíte Reisado do Pastoreio (1930) 4’

2. Ernani AGUIAR (1950) – Sinfonia “Serrana” (2024) 20’ estreia

I- “Ária do Forte” (Allegro) – Texto de Reynaldo Chaves
II- “Antúrios” (Lento) – Texto de Wolney Aguiar
III- “Noturno” (Andante calmo) – Texto de Raul de Leoni
IV- “Aquela Serra” (Allegro molto) – Texto de Hélio Chaves

3. Heitor VILLA-LOBOS (1887-1959) – Choros no10 “Rasga Coração” (1926) 13’
Texto de Catulo da Paixão Cearense

Marcelo Coutinho (barítono)
Coro Sinfônico da UFRJ
(Classes dos professores Maria José Chevitarese, Valéria Matos, Juliana Melleiro Rheinboldt e André Protásio)
Orquestra Sinfônica da UFRJ
Regência de Marcelo Jardim