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A gente não quer só Ciência. UFRJ quer (e faz) arte

O site da Adufrj- Seção Sindical, órgão de representação dos docentes da UFRJ, publicou no dia 01/05/2020 reportagem sobre as atividades que a UFRJ está oferecendo durante o período de isolamento social, com destaque para iniciativas da Escola de Música.

A gente não quer só Ciência. UFRJ quer (e faz) arte

Por Lucas Abreu
Publicado: 01 Maio 2020

Diante da pandemia, professores e alunos da UFRJ não ficaram paralisados e foram encontrar na arte caminhos para promover uma integração entre si, e ao mesmo tempo aproximar a universidade da sociedade, sem deixar de respeitar o isolamento social. São iniciativas ligadas à música e à dança, que mostram que o potencial criativo da arte pode ser uma ferramenta poderosa de estímulo durante um período tão difícil.

A Escola de Música se prepara para lançar ainda no começo de maio o projeto “A Escola de Música daqui de casa”, onde professores vão produzir vídeos curtos, de 3 a 6 minutos, com apresentações suas, pequenas palestras, lições ou dicas. Os vídeos serão escolhidos por uma comissão formada pela direção da escola, que vai determinar critérios de áudio, som e identidade que os vídeos devem ter.

“A ideia é dar visibilidade a todo trabalho artístico e acadêmico que é feito na Escola de Música”, explicou o diretor Ronal Silveira. “As pessoas pensam que os setores administrativos não estão funcionando, mas estamos trabalhando como nunca. O aluno tem condição de saber, mas a sociedade não sabe. A vida artística permanece, ela só mudou de perfil, e é importante que a sociedade entenda a importância da universidade” defendeu  o professor.

Silveira ressalta, ainda, que a iniciativa do projeto foi coletiva, e que coube à direção da Escola oferecer suporte para que a ideia pudesse ser colocada em prática. O diretor conta também que os professores foram estimulados a fazer atividades extracurriculares remotas com seus alunos. Para o docente, o momento trouxe perspectivas positivas. “A ideia é que essas iniciativas não acabem junto com a quarentena, mas permaneçam indefinidamente”, explicou.

Ainda na Música, o coral “Sacra Vox”, um projeto de extensão dirigido pela professora Valéria Matos, preparou ações para dar visibilidade ao grupo durante o período de isolamento. O “Estação Sacra Vox” pretende aproximar o público do coral através das redes sociais. “Queremos compartilhar com toda a comunidade os frutos das nossas ações artísticas e pesquisas acadêmicas”, explicou a professora.

No período, o grupo também vai lançar apresentações em vídeo do coral, produzidos respeitando o isolamento social. Cada um dos cantores grava a sua participação, os vídeos são reunidos e sincronizados. Utilizando como base o áudio da gravação do último CD do grupo, o resultado fica muito próximo de um videoclipe. “A gente optou por isso para poder preservar a qualidade do nosso produto, que é a música”, contou Miriã Valeriano, assistente de direção coral e produtora do vídeo.

Na Faculdade de Educação, um movimento feito para pensar a própria faculdade em tempos de pandemia estimulou a professora Silvia Soter, do curso de Licenciatura em Dança, a resgatar um antigo projeto seu, o “Corpo aceso”. “Criei esse trabalho há 10 anos, como um trabalho de consciência corporal, feito para ativar as nossas percepções”, explicou. Agora ela disponibilizou os vídeos com as lições na internet. “As práticas nos ajudam a entrar em contato com as sensações, assimetrias  e detalhes do nosso corpo, o que nos ajuda a enfrentar vários desafios neste momento, como o de estar confinados em casa”.

Criado há dez anos, o grupo de pesquisa e extensão Imagem, Texto e Educação Contemporânea (ITEC/LISE) busca articular as transformações culturais do nosso tempo com o trabalho educacional escolar, através de oficinas, ações nas escolas, cursos de extensão e diversos experimentos didáticos e artísticos. Com a pandemia, o grupo, coordenado pelas professoras Angela Santi e Aline Monteiro, vem realizando ações que convidam todos os interessados a compartilharem experiências e descobertas deste período de quarentena. Uma delas é o “Percebendo Perspectivas”, em que as pessoas são chamadas a refletir sobre o contato com elementos da casa que não eram percebidos antes do confinamento – ou pelo menos não com a intensidade de agora.

“Estava nos incomodando a sensação de que a pandemia tinha nos arrancado da rotina das nossas vidas. A quarentena vinha com uma sensação de falta, de perda, de anulação, de angústia”, afirma Angela. “Começamos a pensar maneiras de nos apropriarmos desta situação de uma forma mais potente. São experiências estéticas na contramão da lógica do mundo contemporâneo, capitalista, produtivista”, completa.(colaborou Kelvin Melo)

Correspondência

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