Concertos UFRJ: Franz Schubert

Foto: Reprodução
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Schubert, 1875. Tela de Wilhelm Au­gust Rieder.

Concertos UFRJ desta semana abordam a produção de Franz Schubert, cujas composições marcam, no início do séc. XIX, a transição do estilo clássico para o romântico. Como Mozart foi um dos maiores prodígios da história da música e como ele morreu ainda jovem, no ápice da criatividade, com pouco mais de trinta anos.

Concertos UFRJ desta semana abordam a produção de Franz Schubert, cujas composições marcam, no início do séc. XIX, a transição do estilo clássico para o romântico. Como Mozart foi um dos maiores prodígios da história da música e como ele morreu ainda jovem, no ápice da criatividade, com pouco mais de trinta anos.

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Franz Peter Schubert nasceu em 1797 em Himmelpfortgrund, pequeno subúrbio de Viena, durante a Monarquia de Habsburgo. Sua formação inicial foi com o pai, músico amador, e como menino cantor no coro da Capela Imperial austríaca. Por volta dos 12 anos começou a mostrar interesse pela composição, passando a ser orientado por Antonio Salieri.

 

Em 1814, com apenas 17 anos, já havia escrito inúmeras obras incluindo peças para piano, canções, quartetos de cordas e, pelo menos, uma sinfonia e uma ópera. Com um grupo de amigos, promovia em sua casa reuniões musicais concorridas que ganharam o nome de Schubertíades.

 

Lieds

 

Apesar de ter cultivado inúmeros gêneros Schubert se notabilizou como autor de canções. Nelas encontramos não apenas uma melodia vocal acompanhada por piano, mas uma verdadeira interação musical onde cantor e pianista se unem para ressaltar as qualidades dramáticas do texto. Um capítulo a parte pela qualidade, os textos de que lança mão incluem poemas de autores do quilate de Goethe, Schiller e Heine. Com Schubert o lied alemão foi elevado a uma das mais importantes formas musicais do século XIX.

 

Da sua enorme produção de canções, que chega a mais de 600 peças, as agrupadas em ciclos, ou seja, reunidas em torno da mesma temática, são particularmente relevantes. Um dos mais famosos, o de Schwanengesang, sobre poemas de Ludiwig Rellstab, Heinrich Heine e Johan Seidl, foi composto em 1828 e publicado após a morte do compositor. O programa apresentou as quatro primeiras canções, todas com textos de Rellstab. São elas “Mensagem de amor”, “Mau presságio”, “Saudades da primavera” e a famosa “Serenata”, uma das melodias mais conhecidas do autor. A interpretação veiculada foi a do barítono Boje Skovhus com Helmut Deutsch ao piano.

 

Música de câmara

 

A música para piano de Schubert é igualmente notável, especialmente as últimas sonatas que representam o ápice de sua produção pianística. Escreveu também obras para piano a quatro mãos e peças mais leves que ficaram muito conhecidas, como, por exemplo, a Marcha Militar op. 51 no 1 que Concertos UFRJ apresentou na versão de Paul Badura-Skoda e Jörg Demus ao piano.

 

No terreno ainda da música de câmara Schubert escreveu desde duos para violino e piano até um octeto para cordas, passando por trios, inúmeros quartetos e quintetos. Um das mais executadas hoje em dia é “A Truta”, quinteto escrito para piano e cordas quando tinha 22 anos. Ao invés da formação tradicional com dois violinos Schubert põe em cena um conjunto de cordas com apenas um violino e acrescenta um contrabaixo. A obra é baseada na melodia da canção “A Truta” que foi usada pelo compositor para uma série de variações no quarto movimento. A interpretação veiculada foi reuniu os membros do Quarteto Amadeus, o pianista Emil Gilels e o contrabaixista Rainer Zepperitz.

 

Sinfonias

 

No conjunto das obras sinfônicas de Schubert se destacam as suas oito sinfonias, com destaque para a famosa “Inacabada” em apenas dois movimentos. A primeira delas foi composta em 1813, quando contava 17 anos. A Sinfonia de número 5, em Si bemol maior, que o programa apresentou com a Orquestra de Câmara da Europa e a regência de Cláudio Abbado, foi terminada em 1816, porém sua primeira audição pública ocorreu somente em 1841, após a morte do compositor.

 

O que mais chama a atenção nela é o frescor juvenil e uma expressão legitimamente clássica aliada à grande riqueza melódica. É uma obra de instrumentação modesta onde o equilíbrio, a transparência e alegria dos movimentos extremos se alternam com momentos mais melancólicos no segundo e mais enérgicos no minueto do terceiro.

 

A saúde de Schubert, que sofria de sífilis desde 1822, se deteriorou no auge de suas potencialidades. Morreu a 19 de novembro de 1828, na casa do seu irmão Ferdinand, em Viena, com 31 anos de idade. A sua sepultura jaz no cemitério de Währinger, perto da de Ludwig van Beethoven, a quem venerou em vida.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ: Villa-Lobos

Foto: Reprodução
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Os Choros e as Bachianas Brasilei­ras são destaques do programa.

Em tempos de Festival Villa-Lobos, que ocorre todos os anos no Rio no mês de novembro, Concertos UFRJ destacam duas obras importantes deste  compositor carioca que nasceu em 1887 e conquistou o mundo com uma obra original e que, ao mesmos tempo, reflete como poucas a enorme diversidade brasileira.

Em tempos de Festival Villa-Lobos, que ocorre todos os anos no Rio no mês de novembro, Concertos UFRJ destacam duas obras importantes deste  compositor carioca que nasceu em 1887 e conquistou o mundo com uma obra original e que, ao mesmos tempo, reflete como poucas a enorme diversidade brasileira.

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Da obra monumental de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), que abrange mais de mil títulos e inclui desde pequenas peças para instrumentos solo até gigantescos painéis corais, sinfônicas e óperas, se destacam duas séries: as Bachianas Brasileiras e os Choros.

As Bachianas, como o nome sugere, são tentativas de misturar características da música brasileira a procedimentos contrapontísticos típicos da obra de Johann Sebastian Bach, compositor a quem Villa-Lobos dedicava especial admiração. São nove peças para conjunto os mais variados – desde formações pequenas, como o duo para flauta e fagote da no 6, até a grande orquestra sinfônica da no 7, passando por aqueles de dimensões intermediárias que o próprio compositor estabeleceu, a exemplo da orquestra de violoncelos, na primeira e na quinta.

 

Particularmente brilhante, a Bachianas Brasileiras no 7 foi escrita em 1942 para orquestra sinfônica e os títulos ambivalentes dos quatro movimentos revelam o desejo de conciliação entre a música brasileira e a do mestre barroco. São eles: Prelúdio (Ponteio), Giga (Quadrilha Caipira), Toccata (Desafio) e Fuga (Conversa).

 

A gravação veiculada tem um charme especial, conta com o próprio Villa-Lobos a frente da Orquestra Sinfônica da Rádio de Berlim.

 

A série de Choros também abarca uma enorme variedade de formações instrumentais e vocais. Começa com o Choros no 1, para violão solo, e termina com o de no 12 que põem em cena uma grande orquestra sinfônica. Talvez seja essa a mais importante série composta por Villa-Lobos e marca algumas das mais ousadas propostas de sua linguagem musical.

 

O Choros no 6, composto em 1926 também para orquestra sinfônica, é um dos mais apreciados e executados em todo o mundo e nele podemos perceber as características da música urbana carioca, não só por seus procedimentos típicos mas também pelo uso inovador de determinados instrumentos de percussão que foram incorporados por Villa-Lobos ao conjunto sinfônico, como o tambu-tambi, a cuica e o tamborim de samba.

 

A gravação destacada pela edição é também especial. Foi realizada ao vivo no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1986 durante turnê da Orquestra Sinfônica Mundial, dirigida na ocasião pelo maestro norte-americano Lorin Maazel.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ: Quinteto Villa-Lobos

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Quinteto e Guinga (no chão), com quem o grupo vem colaborando.

Concertos UFRJ dedicam a edição da semana ao Quinteto Villa-Lobos, mais antigo conjunto de câmara brasileiro que em 2012 comemora 50 anos de atividades ininterruptas. O programa destaca obras do seu repertório do grupo, muitas compostas especialmente para a formação.

Concertos UFRJ dedicam a edição da semana ao Quinteto Villa-Lobos, mais antigo conjunto de câmara brasileiro que em 2012 comemora 50 anos de atividades ininterruptas. O programa destaca obras do seu repertório do grupo, muitas compostas especialmente para a formação.

 

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Trajetória única

 

O Quinteto Villa-Lobos foi criado por cinco jovens estudantes da Escola de Música (EM): o flautista Celso Woltzenlogel, o oboista Paolo Nardi, o clarinetista Wilfried Berk, o fagostista Airton Barbosa e o trompista Carlos Gomes de Oliveira. Woltzenlogel e Carlos Gomes se tornariam mais tarde docentes de seus instrumentos na própria EM. O nome foi sugerido for Dona Mindinha Villa-Lobos, viúva do compositor, com quem o grupo manteve forte ligação afetiva. O concerto de estreia aconteceu no Salão Leopoldo Miguez em 18 de agosto de 1962.

 

Como parte das comemorações do seu cinquentenário, o quinteto se apresenta no dia 18 de novembro às 11 horas no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com a Orquestra Sinfônica da UFRJ no Festival Villa-Lobos apresentando o Concerto a 5 escrito pelo compositor João Guilherme Ripper especialmente para o grupo. No dia 22 de novembro às 19h no Salão Leopoldo Miguez mais um concerto, desta vez com a Orquestra de Sopros da UFRJ. No programa, o Concerto Grosso de Villa-Lobos e a primeira audição da Brasiliana no 3 de Hudson Nogueira.

 

Gravações

 

Nestas cinco décadas, muitos músicos integraram o conjunto. Nas gravações que foram ao ar Antônio Carrasqueira se apresenta na flauta, Luiz Carlos Justi no oboé, Paulo Sérgio Santos na clarineta, Aloysio Fagerlande no fagote e Phillip Doyle na trompa. Abre a audição, a Suíte para Quinteto de Sopros de Lorenzo Fernandez – a primeira obra brasileira composta para a formação. Escrita em 1926 inclui quatro movimentos: Pastoral (Crepúsculo do Sertão), Fuga (Saci Pererê), Canção da Madrugada e Sherzo (Alegria da Manhã).

 

Fotos: Divulgação
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Duas épocas. Acima, 1964, o quinteto em turnê pela América Latina. Abaixo, em recente concerto em Porto Alegre.

Muitos compositores brasileiros escreveram obras especialmente para a formação. A primeira delas, Instantâneos Folclóricos, foi composta Raphael Batista, professor da Escola de Música, e destinada a uma série de concertos didáticos que se tornariam marca do grupo. Utiliza temas populares facilmente reconhecíveis e os movimentos receberam os subtítulos Marcha do Soldado Biruta, Bagunça com o Gato, Tema, Valsinha e Chorinho e Gavião no Terreiro.

 

Outra faceta do Quinteto Villa-Lobos são as parcerias que desenvolveu com expoentes da nossa tradição instrumental popular. Exemplo dessa aproximação, o programa veiculou a interpretação da Suíte Norte-Sul-Leste-Oeste de Hermeto Pascoal.

 

Como resultado de uma trajetória de sucesso, o Quinteto Vila-Lobos ganhou vários prêmios importantes. Entre eles o Carlos Gomes, em São Paulo, em 2001 e 2009, como melhor grupo de câmara, o BR-Rival, também como melhor grupo em 2008. Em 2006 venceu o Prêmio Funarte, o que possibilitou uma turnê de 12 concertos pelo Ceará e Pernambuco. Em 2006 e 2010 o Quinteto foi indicado aos Prêmios TIM e Música Brasileira. Mais recentemente foi lembrado para o Grammy Latino pelo CD “Rasgando Seda”, lançado pelo Selo SESC-SP, com obras de Guinga. Deste importante compositor e violonista, foram apresentadas Picotado e Cheio de Dedos, obras incluídas no CD “Fronteiras”, que o quinteto gravou pelo selo Rio-Arte.

 

Do compositor que dá nome ao grupo o grupo já gravou toda a obra de câmara para sopros, incluindo o Quinteto em Forma de Choros composto em 1928 para uma formação inusitada que inclui o corne inglês no lugar da trompa. A intepretação do grupo adota a formação tradicional com trompa, versão que acabou se consolidando é a que costuma ser a executada nas salas de concerto.

 

O programa encerrou mostrando a obra do compositor carioca Ronaldo Miranda, outro ex-professor da Escola de Música. Suas Variações Sérias sobre um tema de Anacleto de Medeiros reelaboram a famosa melodia do choro “Iara”, editado em 1912 com o nome “Rasga Coração”.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ: Cornell University Glee Club

Foto: Reprodução
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Scott Tucker esteve à frente do coro masculino do CUGC por 17 anos.

Atendendo a pedidos Concertos UFRJ reprisam esta semana o programa dedicado à apresentação em 2004 do coro masculino do Cornell University Glee Club na Escola de Música (EM). O repertório apresentado incluiu música de concerto, popular, folclórica e peças contemporâneas.

Atendendo a pedidos Concertos UFRJ reprisam esta semana o programa dedicafo à apresentação em 2004 do coro masculino do Cornell University Glee Club na Escola de Música (EM). Tendo à frente o maestro Scott Tucker, que o dirigiu até março de 2012, o repertório apresentado no Salão Leopoldo Miguez incluiu música de concerto, popular, folclórica e peças contemporâneas.

 

Populares grêmios universitários norte-americanos, os Glee Clubs costumam manter conjuntos musicais integrados por alunos e ex-alunos da instituição a que se filiam. O Cornell University Glee Club (CUGC), fundado em 1868 na Universidade de Cornell, localizada em Ithaca, Nova York, é um dos mais importantes e seu coro já excursionou por diversos países da Europa, Ásia e América Latina, incluindo, em 2004, pela primeira vez, o Brasil.

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O concerto, que abriu com o grupo executando “Bawo Thixo Somandla”, canção tradicional sul-africana, mostrou um pouco de tudo. Entre os destaques duas obras de Ernani Aguiar: a estreia mundial da “Missa Brevis II”, escrita em honra a São Maximiliano Kolbe, e o “Salmo 150”, uma das peças brasileiras para coro mais difundidas.

 

Da produção contemporânea internacional, o CUGC cantou obras de Sthefen Paulus, Stephen Chapman, Franz Biebl.

 

Sthefen Paulus, um dos mais atuantes compositores americanos da atualidade, contabiliza em seu catálogo cerca de 450 obras, entre música para orquestra, coro, conjuntos de câmara, voz solo, teclado e ópera. Recebeu encomendas das principais orquestras americanas e sua obra coral foi objeto de mais de cinquenta gravações. Uma das mais executadas, “Shall I Compare Thee to a Summer’s Day”, escrita em 2002 por solicitação do The Glee Harvard Club Foundation e que toma por base o Soneto no. 26 de Shakespeare, foi a apresentada pelo grupo.

 

Como Paulos, Stephen Chapman também é um destacado compositor norte-americano. Nascido em 1950 em Minessota, atualmente leciona na Universidade de British Columbia em Vancouver, Canadá. Da sua obra foi selecionada “Reconciliation”, para coro masculino e solo de flugelhorn. Obra de 1997, escrita a partir de versos Walt Whitman.

 

Já Franz Biebl é alemão e, nascido em 1906, na cidade de Pursruck na Baviera, foi prisioneiro de guerra do exército norte-americano entre 1944 e 1946. A peça escolhida pelo CUGC “Ave Maria” tem um história curiosa. Escrita em 1964 para uma competição de coros, permaneceu praticamente desconhecida até que Biebl convidou em 1970 o CUGC, então em tournée pela Europa com o maestro Thomas Sokol, para um um programa de música coral na Rádio Bávara do qual era produtor. Biebl entregou a Sokol diversas obras suas que passaram, com o tempo, a integrar o repertório do grupo. Entre elas a “Ave Maria”, que se tornou popular e entrou no repertório de outros conjuntos norte-americanos. Com o sucesso, o compositor escreveu outras duas versões, uma para coro feminino e outra para coro misto. Franz Biebl faleceu no ano de 2001.

 

No concerto na EM, o CUGC também apresentou “Lambscapes”, composição bem humorada escrita por Eric Lane Barnes e que mistura efeitos teatrais, canto gregoriano, música gospel, e recursos onomatopaicos com acompanhamento de piano, e “Ride the Chariot” e “A that good News”, dois spirituals, gênero de canção com temas religiosos ou sociais, cantado a várias vozes que surgiu no século XIX, retratando as aspirações de igualdade dos negros norte-americanos.

 

No terreno da música popular a grande surpresa foi a inclusão no concerto da conhecida canção “Cio de Terra” de Chico Buarque e Milton Nascimento.

 

Por fim, o Cornell University Glee Club cantou as belíssimas “Quatro Pequenas Orações de São Francisco de Assis”. Escritas em 1948 pelo compositor francês Francis Poulenc são uma das mais importantes composições do repertório para coro masculino à capella da atualidade.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Repertório da Edição


Cornell University Glee Club (CUGC),

Scott Tucker, regente. 


• Bawo thixo somandla, canção tradicional sul-africana.
• Missa Brevis II, Ernani Aguiar.
• Salmo 150, Ernani Aguiar.
• Shall I Compare Thee to a Summer’s Day, Sthefen Paulus.
• Reconciliation, Stephen Chapman.
• Ave Maria, Frnaz Biebl.
• Lambscapes, Eric Lane Barnes.
• Cio da Terra, Chico Buarque e Milton Nascimento.
• Ride the Chariot, spiritual tradicional.
• A That good News, spiritual tradicional.
• Quatro pequenas orações de São Francisco de Assis, Francis Poulenc.

Concertos UFRJ em clima de Festival Internacional de Violão

Foto: Divulgação
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Vidovic é destaque outra vez na programação do festival.

Em clima de Festival Internacional de Violão, que ocorre esta semana de quarta a domingo na Escola de Música, “Concertos UFRJ” preparou um aperitivo para os inúmeros apreciadores do instrumento, o mais brasileiro e popular de todos.

Em clima de Festival Internacional de Violão, que ocorre esta semana de quarta a domingo na Escola de Música, “Concertos UFRJ” preparou um aperitivo para os inúmeros apreciadores do instrumento, o mais brasileiro e popular de todos. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, o programa que vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1, dedicou um especial à memorável da apresentação de Ana Vidovic na primeira edição do evento, em 2010. Uma performance que deixou extasiado o público que lotou o Leopoldo Miguez para ouvir uma das maiores virtuoses do nosso tempo.

 

Dona de uma técnica impecável, a violonista croata estará novamente no Rio este ano, agora encerrando o festival com um concerto que promete encantar novamente. Além de apresentar solos de peças inéditas na cidade, ela interpretará o famoso Concerto de Aranjuez, do espanhol Joaquim Rodrigo, juntamente com a Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

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Além de Vidovic, o festival contará entre outras atrações com as presenças do inglês Jonathan Leathwood, do argentino Eduardo Isaac e do costarriquense Mario Ulloa, esse em duo com o violinista Daniel Guedes. Mais detalhes na sobre o evento.

 

Ana Vidovic

 

Ana Vidovic nasceu em 1980, em Karlovac, cidade da região central da Croácia. Criança prodígio começou a tocar violão aos cinco anos, inspirada por seu irmão. Aos 13 tornou-se a mais jovem aluna da prestigiosa Academia Nacional Musical em Zagreb, onde estudou com Istvan Romer. Mais tarde, teve Manuel Barrueco como professor no Conservatório de Peabody, em Baltimore, Estados Unidos, onde se formou em 2003.

 

Desde 1988, quando Ana Vidovic subiu ao palco pela primeira vez, foram mais de mil apresentações em cidades como Londres, Paris, Viena, Salzburgo, Roma, Budapeste, Pequim, Toquio, Seul, Kuala Lumpur, Jacarta, Varsóvia, Tel Aviv, Oslo, Toronto, São Francisco. No Brasil ela esteve pela primeira vez em 2008, em Terezina. Voltou dois anos depois para concertos nas cidades de Maringá, São Paulo e Rio de Janeiro.

 

Hoje Ana Vidovic é um dos mais estacados intérpretes do instrumento e ganhou um número impressionante de prêmios em concursos internacionalmente prestigiados, como o Albert Agostinho em Bath, Inglaterra; o Fernando Sor, em Roma, Itália; o Eurovisão de Jovens Artistas; o Printemps de la Guitare, na Bélgica;, o Young Concert Artists International Auditions, em Nova York; e o Concurso Francisco Tárrega, na Espanha.

 

Com seu talento excepcional Ana Vidovic, ainda muito jovem, gravou obras de Bach, Giuliani, Sor e Torrobaainda para a Croatia Records. Após conquistar o primeiro prêmio no Concurso Tárrega de 1998, assinou contrato de exclusividade com a gravadora Naxos. O selo lançou mundialmente um CD em que Vidovic interpreta obras de Bach, Ponce e Willian Walton, e, logo depois, outro de sua série que busca registrar as obras completas de Moreno Torroba.

 

Peças do Programa

 

Da apresentação de Vidovic no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ em 12 de dezembro de 2010, o programa pinçou incialmente a Suite BWV 1006, de J. S. Bach, e as Valsas Venezuelanas, nos 2 e 3, de  Antonio Lauro. Seguiram-se duas obras emblemáticas do repertório violonístico. A Sonata em ré maior op. 77, do compositor espanhol Mário Castelnuovo Tedesco, conhecida também como “Ommagio a Boccherini”, e a famosa “La Catedral”, que foi composta em 1921 pelo paraguaio Augustín Barrios. Por último, Vidovic executa a Serenata Espanhola, do compositor espanhol de origem catalã Joaquim Malats. Não consta que Malats tenha escrito para violão e sua obra é dedicada originalmente ao piano. A versão para o instrumento é de Francisco Tárrega e, desde então, se firmou no repertório dos grandes intérpretes.

 

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A série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Repertório

 

J. S. BACH

Suite em Mi Maior BWV 1006

Preludio, Loure

Gavotte en Rondeau

Menuet 1

Menuet 2

Bourree, Gigue

Arr. para violão de Walter Despalj

 

ANTONIO LAURO

Valsas Venezolanas No 2,

Vals Venezolanas No 3.

 

MARIO CASTELNUOVO TEDESCO

Sonata em Ré Maior, op. 77

Allegro com Spirito

Andantino quasi canzona

Tempo di minueto

Vivo e enérgico

AGUSTIN BARRIOS MANGORE

La Catedral

Prelúdio

Andante Religioso

Allegro solene 

 

Joaquim Malats

Serenata Espanhola

 

Concertos UFRJ: CD reúne obras de Edino Krieger para orquestra de

Foto: Divulgação
edino190
Obra para cordas do compositor ga­nha interpretação da OCSL.

Concertos UFRJ destacam esta semana o mais novo CD da Orquestra de Câmara Solistas de Londrina (OCSL). Intitulado “Retratos Brasileiros” e integralmente dedicado à obra de Edino Krieger, que além de compositor e músico é produtor e crítico musical, foi gravado em 2011 e lançado recentemente. O disco reúne peças escritas durante os anos 1950 para orquestra de cordas, o chamado período nacionalista de Krieger.

Concertos UFRJ destacam esta semana o mais novo CD da Orquestra de Câmara Solistas de Londrina (OCSL). Intitulado “Retratos Brasileiros” e integralmente dedicado à obra de Edino Krieger, que além de compositor e músico é produtor e crítico musical, foi gravado em 2011 e lançado recentemente. O disco reúne peças escritas durante os anos 1950 para orquestra de cordas, o chamado período nacionalista de Krieger.

 

Este é o quinto CD da orquestra e conta com patrocínio da Petrobrás e da Companhia Paranaense de Energia (Copel). Criada em 1998, a OCSL é atualmente composta por treze excelentes instrumentistas de Londrina que têm como proposta a divulgação da música de câmara, com especial atenção para a produção brasileira. A direção musical é de Evgueni Ratchev, violinista que comanda o grupo e atua como seu spalla.

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Edino Krieger

 

Considerado um dos maiores músicos da atualidade, Edino Krieger nasceu em Brusque, Santa Catarina, em 1928. Sua formação inicial foi feita com o pai, o também compositor Aldo Krieger. O violino foi o seu instrumento, tendo feito diversas apresentações ainda menino. Após um recital, quando tinha 14 anos, Edino Krieger ganhou uma bolsa do governo do estado para vir para o Rio e estudar no Conservatório Brasileiro de Música, onde foi aluno de Hans Joaquim Koellreuter. Em 1948 foi escolhido em concurso para estudar com Aaron Copland, no Berkshire Music Center de Massachussets, Estados Unidos, onde assistiu aulas também com Darius Milhaud. Em seguida estagiou por um ano na Juilliard School of Music de Nova Iorque, na classe de composição de Peter Mennin. Após os estudos nos Estados Unidos, Krieger voltou ao Brasil e iniciou uma atividade como produtor na Rádio MEC e de crítico no jornal A Tribuna da Imprensa.

 

Edino Krieger estudou também na Royal Academy of Music de Londres, orientado por Lennox Berkeley e na qualidade de bolsista do Conselho Britânico.

 

A obra do compositor se desenvolveu a partir de uma estética impressionista, expressa, por exemplo, no “Improviso para flauta solo”, de 1944, para chegar ao serialismo de obras como “Trio de Sopros”, de 1945. A partir de 1952, o serialismo cede lugar dá lugar a uma experimentação mais aprofundada das formas e linguagens brasileiras.

 

Seu catálogo é significativo e inclui obras para orquestra sinfônica e de câmara, oratórios, música de câmara, obras para coro e para vozes e instrumentos solistas, além de partituras incidentais para teatro e cinema. Elas têm sido executadas com frequência no Brasil e no exterior, inclusive por orquestras do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Bahia, Belo Horizonte, Liege, Bruxelas, Paris, Londres, Munique, Buenos Aires, Cordoba, Nova Iorque, Filadelfia, Washington, Colônia, Tóquio e outras.

 

Ocupa a cadeira número 34 da Academia Brasileira de Música, que tem como patrono José de Araujo Vianna.

 

Obras

 

OCSLO programa apresentou cinco obras do CD. A primeira, “Música para cordas”, foi inicialmente escrita para piano na cidade de Teresópolis, em 1952, durante o 3o Curso Internacional de férias Pro-Arte, ocasião em que Edino estudou com Ernst Krenek. Posteriormente transcrita para orquestra de cordas, é uma das últimas em que utiliza a técnica serial.

 

Seguiram-se o seu “Andante para cordas”, transcrição de 1956 do segundo movimento do “Quarteto de cordas no 1, composto em Londres no ano anterior; e o seu “Divertimento para Cordas” ? peça de caráter mais neoclássico.

 

Prosseguindo audição foram apresentados o “Divertimento para cordas em três movimentos (Allegretto, Seresta, que tem por subtítulo “Homenagem a Villa-Lobos” e, Variações e Presto) e “Brasiliana”, para viola e orquestra de cordas, de 1960, e inspirada em um aboio nordestino que o compositor ouviu num festival de cantoria. Muito executada, mereceu transcrições para violino de Guerra-Peixe e para sax alto por Paulo Moura. O violista Jairo Chaves atua como solista da gravação.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ: “Responsórios Fúnebres” de Nunes Garcia ganha

Foto: Divulgação
Ernani Aguiar
Ernani Aguiar rege coro e orques­tra na primeira gravação da obra.

A edição desta semana de Concertos UFRJ apresenta a primeira gravação mundial dos Responsórios Fúnebres de José Maurício Nunes Garcia, o mais importante compositor brasileiro do período colonial. Lançado no final de agosto, a intepretação é do Coral Porto Alegre com orquestra especialmente reunida para a ocasião e regência do maestro Ernani Aguiar.

A edição desta semana de Concertos UFRJ apresenta a primeira gravação mundial dos Responsórios Fúnebres de José Maurício Nunes Garcia, o mais importante compositor brasileiro do período colonial. Lançado no final de agosto, a intepretação é do Coral Porto Alegre com orquestra especialmente reunida para a ocasião e regência do maestro Ernani Aguiar, docente da Escola de Música (EM). Patrocinaram a iniciativa o Ministério da Cultura e a estatal Petrobrás.

 

Criado em 1996 sob a orientação do maestro Aguiar e da professora Gisa Volkmann, sua atual diretora artística e técnica, este é o quarto CD do Coral Porto Alegre que contabiliza um repertório bastante amplo que abrange a música à capella, a produção coral-sinfônica, a música sacra acompanhada de órgão e inclui participações em espetáculos operísticos. Os interessados em adquiri-lo devem consultar o site do grupo.

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Como muitos compositores do período após sua morte a obra de José Maurício Nunes Garcia (1767 – 1830) conheceu um ocaso que perdurou até o início do século passado, quando voltou a ser valorizada. Durante este período uma parte importante das partituras do compositor foi descartada ou desprezada como obsoleta, inadequada ao gosto do público contemporâneo. Muitas obras, entretanto, mantiveram uma circulação ainda que restrita por meio de cópias feitas à mão por músicos de outras localidades do Brasil em passagem pelo Rio, cidade em que Nunes Garcia viveu e criou. Felizmente, muitas dessas transcrições sobreviveram aos originais e vêm sendo recuperadas pelo trabalho minucioso de musicólogos e pesquisadores em acervos particulares e públicos existentes em diversos estados do Brasil.

 

É o caso dos Responsórios Fúnebres, cujo único exemplar conhecido pertence no arquivo da Orquestra Ribeiro Bastos na cidade de São João Del Rei, em Minas Gerais. A formação, que remonta a grupos musicais atuantes naquela cidade em meados do séc. XVIII, abriga um importante conjunto de manuscritos, constituído principalmente de obras destinadas às celebrações religiosas de sua responsabilidade, como também inúmeras partituras de músicas de salão do final do séc. XIX e início do XX. Em partes individuais, de copista desconhecido e sem datação, a atribuição da autoria dos Responsórios não deixa margem a dúvidas, porque tanto a música como a orquestração são inegavelmente mauricianas.

 

O conjunto é formado pelo coro a quatro vozes, uma flauta, duas clarinetas, duas trompas e cordas. José Maurício optou por não incluir solistas, o que não deixa de curioso se considerarmos a qualidade dos cantores à sua disposição, sobretudo depois de 1808. O coro torna-se então o grande protagonista da peça. A textura é essencialmente homofônica, com alguns poucos momentos polifônicos ou de movimentação das vozes em trabalho imitativo, como nos 5o e 6o responsórios. Destacam-se também alguns solos dos instrumentos de sopro, como a flauta no 1o responsório e a clarineta no 4o, e os grandes uníssonos nas cordas, de grande efeito dramático.

 

O texto usado por José Maurício é o do Ofício dos Defuntos, para o qual, aparentemente, não compôs música para o Invitatório, a antífona introdutória antes do primeiro responsório. Outra curiosidade em relação ao texto está no 9o responsório. No Liber Usualis consta o Libera me Domine de viis infernis. Na cópia manuscrita disponível encontramos o Libera me Domine de morte aeterna, comumente usado nos Sufrágios do ritual das encomendações, ou seja, a missa de réquiem. Embora não conheçamos as circunstâncias de sua criação os Responsórios Fúnebres são, inegavelmente, uma das grandes obras de José Maurício.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

O barroco coral é atração em Concertos UFRJ

Reprodução
Claudio Monteverdi
Claudio Monteverdi, c. 1640, retrata­do por Bernardo Strozzi.

Duas edições atrás o programa abordou o barroco, estilo musical que, na música, se originou na Itália e desconstruiu a simetria e o equilíbrio, próprios do renascimento, em favor de uma arte que explora as tensões e valoriza o contraste. Está semana Concertos UFRJ retornam ao tema. O foco, porém, é agora a profícua produção sacra coral dos compositores da península.

Duas edições atrás o abordou o barroco, estilo musical que, na música, se originou na Itália e desconstruiu a simetria e o equilíbrio, próprios do renascimento, em favor de uma arte que explora as tensões e valoriza o contraste. Está semana Concertos UFRJ retornam ao tema. O foco, porém, é agora a profícua produção sacra coral dos compositores da península – uma característica geral e não apenas da produção daquele país, cabe mencionar, pois os embates entre os mundos da reforma e da contrarreforma marcaram profundamente a cultura do período.

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Ouça aqui o programa: 

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No programa, obras de quatro compositores, dos mais significativos, Monteverdi, Caldara, Vivaldi e Albinoni. Do primeiro, um importante artífice da transição da renascença para o barroco, o programa apresentou o moteto “Adoramus Te Christe”, composto em 1620 para seis vozes. Obra para coro a capella, ou seja, sem a participação de instrumentos, nela a polifonia, típica da do momento anterior, já é menos marcante e dá lugar a uma movimentação mais paralela das vozes.

 

O texto do Magnificat, retirado do Evangelho de São Lucas, relatada a visita de Maria a sua prima Isabel. Um dos mais conhecidos cânticos marianos, serviu de base à inspiração de diversos compositores. Entre eles Antonio Caldara, compositor italiano, que viveu entre 1670 e 1736. Mais conhecido pela produção operística, sua música sacra, entretanto, merece a mesma atenção.

 

Antonio Vivaldi, que foi objeto de atenção no programa dedicado à vertente instrumental do barroco, escreveu dois Glórias, ou seja, música para a segunda parte do ordinário da missa. São as peças sacras mais conhecidas do compositor. Ambos datam do início do século XVIII. O primeiro deles, que a edição levou ao ar, recebeu o número de catálogo RV 588 e foi composto provavelmente no período em que foi professor e diretor de música na Ospedale della Pietá, em Veneza, um orfanato para moças que ganhou fama pela qualidade de suas atividades musicais. O texto do Glória é dividido em diferentes partes em forma de cantata, onde os trechos corais se alternam com árias e duetos.

 

Para encerrar, o programa veiculou outro Magnificat, o de Tomaso Albinoni, violinista e compositor que viveu entre 1671 e 1751 em Veneza, um dos centros musicais mais importantes do período.

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Repertório da Edição


• Adoramus Te Christe, de Claudio Monteverdi, com o coro da Abadia de Westminster e direção de Sthefen Cleobury.
• Magnificat, de Antonio Caldara, com o soprano Marta Szucs, o contralto Klara Takacs, o tenor Dénes Gulyás, o baixo Tamás Bátor, o Coro Madrigal de Budapest, a orquestra de cordas de Budapest e a direção de Ferenc Szekeres.
• Glória, RV588, de Antonio Vivaldi, com os sopranos Lynda Russel e Patrizia Kwella, o mezzo soprano Anne Wilkens, o tenor Kenneth Bowen, o coro do Saint John College de Cambridge, a orquestra WREN e a direção de George Guest
• Magnificat, de Tomaso Albinoni, com o soprano Marta Szucs, o contralto Klara Takacs, o tenor Dénes Gulyás, o baixo Tamás Bátor, o Coro Madrigal e a orquestra de cordas de Budapeste sob a direção de Ferenc Szekeres

Concertos UFRJ: Cornell University Glee Club

Foto: Reprodução
ScottTucker
Scott Tucker esteve à frente do coro masculino do CUGC por 17 anos.

Concertos UFRJ resgatam na edição desta semana uma preciosidade: a apresentação em 2004 do coro masculino do Cornell University Glee Club na Escola de Música (EM). Tendo à frente o maestro Scott Tucker, que o dirigiu até março de 2012, o repertório apresentado no Salão Leopoldo Miguez incluiu música de concerto, popular, folclórica e peças contemporâneas.

Concertos UFRJ resgatam na edição desta semana uma preciosidade: a apresentação em 2004 do coro masculino do Cornell University Glee Club na Escola de Música (EM). Tendo à frente o maestro Scott Tucker, que o dirigiu até março de 2012, o repertório apresentado no Salão Leopoldo Miguez incluiu música de concerto, popular, folclórica e peças contemporâneas.

 

Populares grêmios universitários norte-americanos, os Glee Clubs costumam manter conjuntos musicais integrados por alunos e ex-alunos da instituição a que se filiam. O Cornell University Glee Club (CUGC), fundado em 1868 na Universidade de Cornell, localizada em Ithaca, Nova York, é um dos mais importantes e seu coro já excursionou por diversos países da Europa, Ásia e América Latina, incluindo, em 2004, pela primeira vez, o Brasil.

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O concerto, que abriu com o grupo executando “Bawo Thixo Somandla”, canção tradicional sul-africana, mostrou um pouco de tudo. Entre os destaques duas obras de Ernani Aguiar: a estreia mundial da “Missa Brevis II”, escrita em honra a São Maximiliano Kolbe, e o “Salmo 150”, uma das peças brasileiras para coro mais difundidas.

 

Da produção contemporânea internacional, o CUGC cantou obras de Sthefen Paulus, Stephen Chapman, Franz Biebl.

 

Sthefen Paulus, um dos mais atuantes compositores americanos da atualidade, contabiliza em seu catálogo cerca de 450 obras, entre música para orquestra, coro, conjuntos de câmara, voz solo, teclado e ópera. Recebeu encomendas das principais orquestras americanas e sua obra coral foi objeto de mais de cinquenta gravações. Uma das mais executadas, “Shall I Compare Thee to a Summer’s Day”, escrita em 2002 por solicitação do The Glee Harvard Club Foundation e que toma por base o Soneto no. 26 de Shakespeare, foi a apresentada pelo grupo.

 

Como Paulos, Stephen Chapman também é um destacado compositor norte-americano. Nascido em 1950 em Minessota, atualmente leciona na Universidade de British Columbia em Vancouver, Canadá. Da sua obra foi selecionada “Reconciliation”, para coro masculino e solo de flugelhorn. Obra de 1997, escrita a partir de versos Walt Whitman.

 

Já Franz Biebl é alemão e, nascido em 1906, na cidade de Pursruck na Baviera, foi prisioneiro de guerra do exército norte-americano entre 1944 e 1946. A peça escolhida pelo CUGC “Ave Maria” tem um história curiosa. Escrita em 1964 para uma competição de coros, permaneceu praticamente desconhecida até que Biebl convidou em 1970 o CUGC, então em tournée pela Europa com o maestro Thomas Sokol, para um um programa de música coral na Rádio Bávara do qual era produtor. Biebl entregou a Sokol diversas obras suas que passaram, com o tempo, a integrar o repertório do grupo. Entre elas a “Ave Maria”, que se tornou popular e entrou no repertório de outros conjuntos norte-americanos. Com o sucesso, o compositor escreveu outras duas versões, uma para coro feminino e outra para coro misto. Franz Biebl faleceu no ano de 2001.

 

No concerto na EM, o CUGC também apresentou “Lambscapes”, composição bem humorada escrita por Eric Lane Barnes e que mistura efeitos teatrais, canto gregoriano, música gospel, e recursos onomatopaicos com acompanhamento de piano, e “Ride the Chariot” e “A that good News”, dois spirituals, gênero de canção com temas religiosos ou sociais, cantado a várias vozes que surgiu no século XIX, retratando as aspirações de igualdade dos negros norte-americanos.

 

No terreno da música popular a grande surpresa foi a inclusão no concerto da conhecida canção “Cio de Terra” de Chico Buarque e Milton Nascimento.

 

Por fim, o Cornell University Glee Club cantou as belíssimas “Quatro Pequenas Orações de São Francisco de Assis”. Escritas em 1948 pelo compositor francês Francis Poulenc são uma das mais importantes composições do repertório para coro masculino à capella da atualidade.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Repertório da Edição


Cornell University Glee Club (CUGC),

Scott Tucker, regente. 


• Bawo thixo somandla, canção tradicional sul-africana.
• Missa Brevis II, Ernani Aguiar.
• Salmo 150, Ernani Aguiar.
• Shall I Compare Thee to a Summer’s Day, Sthefen Paulus.
• Reconciliation, Stephen Chapman.
• Ave Maria, Frnaz Biebl.
• Lambscapes, Eric Lane Barnes.
• Cio da Terra, Chico Buarque e Milton Nascimento.
• Ride the Chariot, spiritual tradicional.
• A That good News, spiritual tradicional.
• Quatro pequenas orações de São Francisco de Assis, Francis Poulenc.

Concertos UFRJ: Barroco italiano

Reprodução
Vivaldi
Vivaldi, em gravura de François Morellon la Cave, 1725.

Concertos UFRJ destacam esta semana o barroco, período que a historia da música costuma delimitar entre os anos 1600 e 1750, e que os estudos contemporâneos caracterizam mais como uma continuidade, ainda que reelaborada, dos padrões e pressupostos estéticos anteriores. Os mesmos modelos da Antiguidade Clássica, interpretados agora de forma diversa. O foco são os compositores da Itália, país em que o estilo nasceu.

Concertos UFRJ desta semana destacam o barroco, que, na historia da música, costuma ser delimitado entre os anos 1600 e 1750.  Período que vai do nascimento da ópera e das primeiras obras-primas do gênero, com Monteverdi, até a morte de J. S. Bach. Um século e meio em que, segundo os estudos contemporâneos, predominou mais a continuidade reelaborada dos padrões estéticos anteriores do que propriamente a ruptura com eles. Os mesmos modelos da Antiguidade Clássica, interpretados agora de forma diversa.

 

Afinal, havia algo de precário no pensamento renascentista. O equilíbrio, a simetria e a contenção que seus intelectuais e artistas propugnavam não era um produto da época, mas um ideal sobreposto (e imposto) a ela. Não poderia sobreviver aos impactos de um mundo cada vez mais desigual e em franco processo de transformação. Deveria, como aconteceu, ceder lugar a uma arte mais consentânea, baseada em contrastes e na valorização do excesso.

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No século em meio da vigência do estilo, o regime estamental, forjado no final da Idade Média, permanecerá como paradigma social, ainda que domine a sociedade urbana e o crescimento da economia mercantilista, baseada no comércio, fortaleça uma burguesia cada vez mais ambiciosa.  Legitimadas por direito divino, as monarquias absolutistas dominarão a cena política, enquanto a cultura artística ficará marcada pelas tensões entre o espírito da reforma e da contrarreforma.

 

Do ponto de vista do seu lugar na ordem social, os criadores culturais continuarão dependendo do sistema tradicional de mecenato: a igreja, os reis, a nobreza e alguns burgueses refinados serão os principais promotores das obras musicais e artísticas. Mas os criadores culturais – os músicos em especial – vão aos poucos abrindo mão da generalidade renascentista e se tornando, para o bem e para o mal, especialistas.

 

O barroco nasceu na Itália, país que desde a Renascença havia se tornado polo de atração de inúmeros artistas e referência para as demais nações do continente. Se os modelos estéticos continuam os mesmos, as formas puras, uniformes, equilibradas e idealizadas do período anterior dão lugar a emoção, a exuberância, a grandiosidade e a opulência. O artista se vê livre para experimentar novas formas e em sua vontade de expressão recorre aos efeitos teatrais, à distorção e à assimetria das formas e da ornamentação.

 

Apesar da origem peninsular, o barroco é heterogêneo e a ausência de uniformidade se manifesta na formação de estilos nacionais, locais e mesmo individuais, uma diversidade que torna extremamente complexas definições para a música e as artes em geral no período.

 

Seus principais representantes do barroco italiano, que ganhou características católicas, se opondo à Reforma que se formara na Alemanha, foram o pintor Caravaggio, o escultor Bernini, o arquiteto Borromini e, na música, Vivaldi. O programa mostra um pouco desta rica diversidade elegendo obras de seis compositores do período.

 

Reprodução
Arcangelo Corelli Francesco Geminiani
Albinonib Francesco_Manfredini
Acima, Corelli e Francesco Geminiani. Abaixo, Albinoni e Francesco Manfredini.

Arcangelo Corelli


Arcangelo Corelli (1653–1713) foi mais conhecido à época como um grande virtuose do violino, instrumento que, segundo o maestro Nicolaus Harnoncourt, encarna como nenhum outro o espírito do barroco. Embora sua produção integral resuma-se a seis antologias, sua escrita instrumental é admirada pelo refinamento harmônico e estilo brilhante, tendo sido referência para outros compositores, entre eles Johann Sebastian Bach e Georg Friedrich Haendel.

 

Pouco se sabe acerca da vida de Corelli, a não ser que a maior parte de sua carreira transcorreu em Roma, onde foi patrocinado por aristocratas e nobres. Como virtuose, contribuiu para consolidar novas técnicas de interpretação e, como professor, teve entre seus alunos Francesco Geminiani e Antonio Vivaldi. Como compositor, é conhecido, sobretudo, por seus doze concerti grossi, que representaram então uma nova forma de composição.

 

Francesco Geminiani


Francesco Geminiani (1687-1762) foi um compositor, maestro, violinista virtuose, além de importante teórico da música. Aluno de Alessandro Scarlatti, Carlo Ambrogio Lonati e Arcangelo Corelli, assumiu em 1711 o cargo de maestro em Nápoles. Em 1714, quando em Londres para uma série de concertos como violinista, acabou chamando a atenção do conde de Essex e fixando residência na cidade, trabalhando, além de intérprete, como compositor e professor. Na sua produção se destacam as sonatas para violino e baixo contínuo e os sete concerti grossi, em que introduziu a viola como parte do concertino.

 

Albinoni

 

Tomaso Albinoni (1671-1751) nasceu na República de Veneza. Famoso em sua época como compositor de óperas, atualmente é mais admirado por sua música instrumental. Graças a seu talento melódico e estilo pessoal foi tão popular na quanto Corelli e Vivaldi.

 

Albinoni foi um dos primeiros compositores a escrever concertos para violino solo. Sua música instrumental atraiu a atenção de Johann Sebastian Bach, que escreveu pelo menos duas fugas sobre temas de Albinoni e constantemente usava seus baixos como exercícios de harmonia. Grande parte do trabalho de Albinoni perdeu-se, porém, durante o bombardeio de Dresden, durante a Segunda Guerra Mundal. Sabe-se, porém, que compôs cerca de oitenta óperas, das quais não resta quase nada, além de trinta cantatas, das quais só uma sobreviveu. O que nos chegou foi sua produção instrumental, que havia sido publicada, e na qual se destacam os seus concertos para oboé, outro instrumento muito valorizado no período.

 

Giacomo Facco

 

Giacomo Facco (1676-1753), outro violinista e, ao mesmo tempo compositor, teve sua obra redescoberta pelo musicólogo italiano Uberto Zanolli, em 1962. Publicou em Amsterdã uma série de 12 concertos para violino, cordas e órgão em dois volumes (1716-1719), antes de partir para Espanha, país em que faleceu e onde ocupou importantes cargos, muitos dos quais acabou perdendo devido a intrigas de concorrentes. Compôs, então, além de numerosas obras sacras para a Capela Real de Madrid, provavelmente perdidas com o incêndio de 1734, óperas, um melodrama em estilo italiano e, pelo menos, uma zarzuela.

 

Francesco Manfredini

 

Francesco Manfredini (1680-1762) foi discípulo de Giuseppe Torelli, famoso compositor e violinista italiano e figura de destaque no desenvolvimento do concerto grosso. Muito do que Manfredini compôs acabou perdido, apenas 43 trabalhos publicados e um punhado de manuscritos são conhecidos. Os de maior destaque são o seu Concerto de Natal, Op. 3, e sua coleção de seis sonatas, editada em Londres em 1764.

 

Antonio Vivaldi

 

O padre Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741) é, sem dúvida, o mais importante compositor do barroco italiano.

 

Reprodução
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VeneziaCalledellaPietaLapideVivaldi400
Acima, somente uma placa posta em 1978 lembra a presença e morte de Vivaldi em Viena. Abaixo, placa em memória do compositor ao lado da igreja e academia da Pietà, em Veneza, onde Vivaldi foi maestro por muitos anos (1703-1740).

Conhecido como “il prete rosso” (“o padre ruivo”) por seus cabelos ruivos,  compôs quase 800 obras, entre as quais cerca de 500 concertos e mais de 40 óperas. É, porém, apreciado pelo público de hoje por sua série de concertos para violino e orquestra intitulada “Le quattro stagioni” (“As Quatro Estações”).

 

A música de Vivaldi é particularmente inovadora, rompendo com a tradição consolidada em esquemas e dando brilho à estrutura formal e rítmica do concerto, através da procura de contrastes harmônicos, da invenção de melodias e trechos originais. Ademais, Vivaldi era francamente capaz de compor música não acadêmica, apara ser apreciada por um público amplo.

 

Entretanto, tal como muitos outros músicos da época, terminou sua vida na pobreza, pois sua obra não agradava mais aos gostos das novas gerações. Como resultado, ficou praticamente esquecido até o início do século passado, quando foi redescoberto devido, sobretudo, aos de Alfredo Casella, que em 1939 organizou a agora histórica Semana Vivaldi.

 

Desde então, as obras do compositor obtiveram sucesso universal e, com o advento da “interpretação historicamente informada”, foram catapultadas novamente ao estrelato.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Repertório da Edição


• Arcangelo Corelli, Concerto Grosso op. 6 no 1 em Ré Maior. Academia de Saint Martin in the Fields com direção de Neville Marriner.
• Francesco Geminiani, Concerto Grosso em ré menor op. 2 no 3. Conjunto Tafelmusik e a direção de Jeanne Lamon
• Tomaso Albinoni, Concerto op. 9 no 6 em Sol maior para dois oboés, cordas e contínuo. Solistas Heinz Holiger e Maurice Bourgue como o conjunto I Musici.
• Giacomo Facco, Concerto a Cinco op. 1 no 11 em Sol Maior. Ensemble Albalonga e direção de Anibale Cetrangolo.
• Francesco Manfredini, Concerto Grosso op. 3 no 12 em Dó maior. Conjunto I Musici com Pina Carmirelli e Pasquale Pellegrino nos violinos concertinos e Francesco Strano no violoncelo concertino.
• Antônio Vivaldi, Concerto em Ré Menor RV 565. Concerto Koln.