Uma noite dedicada aos instrumentos de sopros e percussão na Semana

Na Semana de Aniversário da Escola de Música, às 19:00h, do dia 17 de agosto, com regência de seu diretor musical, Marcelo Jardim, professor de prática de orquestra e de regência de banda, a Orquestra de Sopros e Percussão da Orquestra Sinfônica da UFRJ celebra o aniversário dos 175 anos  Escola de Música da UFRJ.  

  Reprodução
 
  Quinteto Villa-Lobos

Essa orquestra que é formada por servidores técnicos da Escola de Música tem sido desde o ano de 2020, quando foi instituído, a sustentação do Bacharelado em regência de Banda e responsável por algumas dezenas de gravações do repertório brasileiro do século XIX e início do século XX dessa formação musical.

Nesse concerto, em sua Primeira Parte, a Orquestra Sinfônica de Sopros e Percussão da UFRJ apresentará as seguintes obras:

Gaetano Donizetti                   – Sinfonia para sopros, em Sol menor

(1797-1848)                                       

Charles Gounod                                  – Pequena Sinfonia para sopros

(1818-1893)                                        I. Adagio, Allegro

II. Andante Cantabile

III. Scherzo: Allegro Moderato

IV. Finale: Allegretto

                        José Siqueira               – Noite de Primavera (valsa, arr. Marcelo Jardim)                    

                        (1907-1985)

Após o Intervalo, sobe ao palco em comemoração ao aniversário da Escola de Música e também aos seus sessenta anos o Quinteto Villa-Lobos, apresentando um repertório totalmente brasileiro.

Ronaldo  Miranda (1948-)                       – Variação sobre um tema de Anacleto Medeiros

Edino Krieger (1928-2022)                     – Serenata a Cinco (dedicada ao Quinteto Villa-Lobos)

Hermeto Pascoal (1936-)                        – Suite Norte Leste Oeste (arr. Jaques Morelenbaum)

Escola de Música da UFRJ e Secretaria de Estado de Cultura e Economia

Entre 14 e 18 de agosto, foi realizada a Semana de Aniversário da Escola de Música da UFRJ, evento que celebrou os 175 anos da mais antiga instituição dedicada ao ensino musical no Brasil. O evento, cuja temática foi “EM Conexões: Perspectivas Cruzadas”, contou com uma extensa gama de apresentações, além de debates e mesas-redondas. Os presentes também tiveram a oportunidade de acompanhar duas solenidades. A primeira foi a cerimônia de posse festiva da direção da EM/UFRJ para o novo mandato. A segunda contou com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (SECEC/RJ), para a apresentação da proposta do Programa de Apoio às Bandas e Orquestras do Estado do Rio de Janeiro. Na mesa formada para a exposição do programa estavam a Secretária Danielle Barros (SECEC/RJ), a professora Cássia Curam Turci, vice-reitora da UFRJ, o Prof. Ronal Silveira e o Prof. Marcelo Jardim, respectivamente diretor e vice-diretor.
Na abertura da mesa, o vice-diretor Marcelo Jardim discorreu sobre a importância do momento e do futuro estabelecimento oficial da parceria envolvendo a EM/UFRJ e a SECEC/RJ. “O Estado do Rio de Janeiro, durante muito tempo, foi balizador de inúmeras ações de apoio às bandas, orquestras e projetos sociais das cidades fluminenses, principalmente pelo fato de possuir considerável quantidade de bandas centenárias em atividade. Mas, realmente a pandemia dizimou não somente vidas, mas também instituições culturais. Por outro lado, os projetos socioculturais estão na ponta de ações de suporte que são muito significativas e podem ser exemplos para muitas associações de bandas. Se faz necessário iniciar um programa de apoio às bandas e orquestras, no sentido de apoiá-las no desenvolvimento de seus planos pedagógicos e artísticos. A UFRJ, através da Escola de Música, em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, pode apoiar esse programa nesta ação de interiorização cultural, fornecendo suporte pedagógico para as atividades artísticas, direcionando esforços ao processo de educação musical e prática de conjunto”, explicou.

Na sequência, mencionando o tema que dava nome à Semana, o diretor da EM/UFRJ, professor Ronal Silveira, e a vice-reitora comentaram sobre a importância dessas conexões com outras instituições. Por sua vez, a Secretária de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros, destacou o prazer que era estar presente na Escola de Música da UFRJ, um “verdadeiro patrimônio histórico do Rio”, e que tem “muita admiração pelo trabalho que é desenvolvido pela Universidade”, para em seguida comentar sobre a importância de tal parceria.
“Desde que chegamos na Secretaria de Cultura, muitos foram os desafios enfrentados naquela casa, mas também é muito grande a nossa vontade de viver cada dia mais este processo de interiorização e fortalecimento da nossa cultura popular. Algumas pesquisas recentes apontaram o Estado do Rio de Janeiro como um dos mais criativos da nação. Nosso PIB criativo é superior à média nacional. E eu não tenho dúvida de que muito dessa criatividade está justamente no campo da Música. Por isso, valorizar espaços como este, que investem nesta formação, é fundamental. É para isso que a Secretaria de Cultura está aqui, no início dessa parceria, para a estruturação de um termo de cooperação técnica, a ser preparado, para que juntos possamos promover a música no interior do Estado, através de processos colaborativos e formativos”, disse Danielle Barros.

O Prof. Marcelo Jardim destacou que, ainda no tocante à estruturação da parceria, serão realizadas atividades de capacitação pedagógica em seis cidades do interior do Estado do Rio, neste segundo semestre de 2023 (Areal, Barra do Piraí, Casimiro de Abreu, Paraty, Santo Antônio de Pádua e São Francisco de Itabapoana). E, de 19 a 23 de outubro, a Escola de Música sediará o III Simpósio de Bandas de Música Funarte-UFRJ-SECEC/RJ, no âmbito do projeto de extensão Bandas: Sistema Pedagógico de Apoio às Bandas de Música.

Projeto Bandas: Sistema Pedagógico de Apoio às Bandas de Música

A história das bandas de música no Brasil se confunde com a história do desenvolvimento cultural da grande maioria das cidades do país, com atuação imprescindível nos festejos populares, cívicos, religiosos, e entretenimento da população. No entanto, mesmo com toda tradição e uma enormidade de obras escritas para a formação, a falta de modelos pedagógicos e de pesquisas aplicadas afastaram a banda de música do processo de educação musical. Inovações artísticas, novas metodologias de ensino, melhores técnicas de ensaios e tecnologias modernas na criação de novo repertório são conceitos que devem ser discutidos e incorporados no dia a dia das bandas de música para que se possa dar suporte aos novos músicos, maestros, educadores musicais e produtores, sabendo que estas pessoas são hoje ainda crianças e jovens ávidos por informação.

Atualmente, a EM/UFRJ desenvolve o projeto Bandas: Sistema Pedagógico de Apoio às Bandas de Música através do Programa Arte de Toda Gente, parceria entre a Funarte e a UFRJ, e que tem o foco de atuação em três eixos: GESTÃO E DESENVOLVIMENTO TÉCNICO DE BANDAS DE MÚSICA: com objetivo de desenvolver uma plataforma de comunicação, pesquisa e prática interpretativa para regentes, compositores, arranjadores e instrumentistas de sopros e percussão, bem como disponibilizar dados sobre projetos musicais, e sobre a produção musical brasileira e latino-americana para a banda sinfônica, banda de música e orquestra de sopros. EDUCAÇÃO MUSICAL ATRAVÉS DA BANDA: com objetivo de avaliação de material e modelos pedagógicos que possam servir de base para as bandas criarem seus planos pedagógicos. DESENVOLVIMENTO ARTÍSTICO E CRIAÇÃO DE REPERTÓRIO: com objetivo de estimular a criação de repertório original, arranjos e transcrições para bandas, bem como atuar na orientação a compositores, arranjadores e regentes com cursos, simpósios, palestras e congressos.

A organização de um sistema pedagógico é fundamental para a conciliação das práticas de ensino e das metodologias utilizadas pelas bandas de música em sua estruturação didática com foco na iniciação e formação de jovens músicos. A utilização do repertório, seja original, arranjo ou transcrição, pode ser um dos principais fatores de transformação e desenvolvimento pedagógico e artístico destas corporações musicais. Assim, esta é uma ação que objetiva a capacitação dos agentes envolvidos direta e indiretamente nas atividades desenvolvidas pelas Bandas de Música do Estado do Rio de Janeiro, com cuidadosa atenção aos pilares da interação dialógica, interdisciplinaridade, indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão, impacto na formação do estudante e atuação direta na transformação social.

O I Congresso de Pedagogia e Performance Coral na Semana do

Com coordenação de Juliana Melleiro Rheinboldt e Maria José Chevitarese, fruto do Projeto Um Novo olhar, parceria entre a UFRJ e a Fundação Nacional das Artes-FUNARTE-, o I Congresso de Pedagogia e Performance Coral da UFRJ tem por data os dias 18, 19 e 20 de agosto do ano em curso.

Com a participação de 300 inscritos, vindos das mais diferentes regiões do Brasil e até de Portugal, todas as atividades desse congresso serão desenvolvidas na Escola de Música, situada na Rua do Passeio, 98, Lapa.

   Nadeja Costa
 
  Da esq. para dir.: :Juliana Melleiro Rheinboldt e Maria José Chevitarese

A conferência de abertura do congresso, que tem por título “Pedagogia e performance coral”, será proferida por Carlos Alberto Figueiredo Alberto Figueiredo-RJ-, no horário de 9:00h às 10:30h . E de sua estrutura em seu primeiro dia fazem parte: a “Oficina de Técnica Vocal”, ministrada por Lúcia Passos-RS-; a “Oficina de Regência e Dinâmicas de Ensaio”, dada por Isabela Sekeff-DF–, e, a “Oficina de Prática Vocal Cantando com as Comilanças”,  que será aplicada por Juliana Melleiro Rheinboldt -RJ, Jefferson Sini-SP- e Karelin Cavallari-SP-.

A palestra intitulada “Contribuições do Projeto Um Novo Olhar (FUNARTE e EM-UFRJ) ao Canto Coral” será proferida por Marcelo Jardim- EM-UFRJ-, coordenador geral dos Projetos Funarte-UFRJ, entre os quais o Projeto Um Novo Olhar.

E após esta palestra, no horário das 18:00 às 18h45 serão lançados os livros: “Rebolinho de Maniva: histórias dos 30 anos dos corais do Colégio São Vicente”, de Patrícia Costa; “Canções para ouvir e sonhar”, de Vladimir Silva e Sabrina Cipriano; “Fazer musical em movimentos: o corpo sonoro e os cantos de trabalho na Educação Básica”, de Lélia Campos Soares e, “Cantando com as comilanças”, de Juliana Melleiro Rheinboldt, Jefferson Sini e Karelin Cavallari.

Nesse primeiro dia do congresso, às 19:00h,  serão três os corais responsáveis pelos concertos, no Salão Leopoldo Miguez. Com regência de Juliana Melleiro Rheinboldt e o pianista Renan Santos, o primeiro a se apresentar será o Coral Infantil da UFRJ, que tem por monitoras Eloá Frem e Caroline Ribeiro.

Com regência de Maria José Chevitarese, tendo por pianista, André Santos e como monitora, Pâmella Malaquias, no concerto dos Corais Infantil e Infantojuvenil da UFRJ, acontecerá a estreia da obra Vamos brincar de música, do compositor Tim Rescala, dedicada a Maria José Chevitarese e a estes dois coros.

Valéria Matos é a regente do Conjunto Sacra Vox-EM-UFRJ- que encerrará os concertos do dia 18 de agosto. A preparação vocal coube a Veruschka Mainhard, o pianista será Rafael Lima e a assistente Miriã Valeriano.

O segundo dia do I Congresso de Pedagogia e Performance Coral da UFRJ, 19 de agosto, tem seu início com a mesa-redonda “Escolha de repertório: aspectos pedagógicos e performáticos”, com as exposições de Maria José Chevitarese- RJ- e Júlio Moretzsohn –RJ-  e Mediação: Juliana Melleiro Rheinboldt-RJ-.

A esta mesa-redonda seguirão a Oficina de Técnica Vocal, ministrada por Lúcia Passos-RS- e a Oficina de Regência e Dinâmicas de Ensaio, aplicada por Isabela Sekeff –DF-.

No período compreendido entre 15:30h e 17:00h , em diferentes salas da Escola de Música, serão apresentados os 25 trabalhos científicos que foram selecionados por membros do Comitê Científico e pareceristas das seguintes Universidades: UFRJ, UNICAMP , FAMES, UFCG, UFBA, UFRGS,  UFSCAR, California State University, Stanislaus, USA, UNIRIO, UNESP, UFMS, UFSJ, UFOP, UnB, UFPE, UFRGS, UFSCAR, UNESP, USP, UNICAMP;  UniSant’Anna e UniCESUMAR.

Às 17:30h, no Salão Leopoldo Miguéz , com regência e direção musical de Kaique Stumpf , o primeiro concerto será do Coral Ars e Anima-RJ-. A este concerto, seguirá o do Coral São Vicente a Cappella-RJ-, com direção e regência de Tatiana Machado, assistência de direção e preparação vocal, de Danilo Frederico; direção cênica de Patrícia Costa; monitoria de Lucas Linder; e comunicação e redes sociais de Lucas Menezes.

O último dia do congresso tem início com a mesa-redonda intitulada “Formação do regente coral”, com a participação dos especialistas Eduardo Lakschevitz -RJ- e Vladimir Silva-PB- e mediação de Juliana Melleiro Rheinboldt-RJ-.

Após esta mesa-redonda serão realizadas as Oficinas de: Técnica vocal, ministrada por  Lúcia Passos–RS-, e a de Regência e Dinâmicas de Ensaio, administrada por Isabela Sekeff–DF-.

No horário das 15:30h às 17:00h será realizada a  leitura de repertório por  Isabela Sekeff-DF-.

Às 17:00h, a interpretação dos programas dos últimos concertos do I Congresso de Pedagogia e performance Coral, na Semana de Aniversário da Escola de Música da UFRJ, será o do Coro de Câmara da Escola de Música Villa-Lobos-RJ-, do Grupo Vocal Boca que Usa-RJ-  e do Madrigal Contemporâneo-RJ-.

O Coro de Câmara da Escola de Música Villa-Lobos realizará seu concerto sob a direção geral e regência de José d’Assumpção Jr; direção musical de José d’Assumpção Jr. e Dani Ramalho; preparação cênica de Aline Gomes, preparação vocal, de Dani Ramalho e figurino, de Carlos Almeida.

O Grupo Vocal Boca que Usa tem regência musical compartilhada e seu preparador vocal é Bruno dos Anjos.

Danielly Souza é a regente e a diretora musical do Madrigal Contemporâneo.

Programação da Semana de Aniversário da EM/UFRJ terá debate sobre

Em 2023, a Escola de Música da UFRJ completa 175 anos dedicados ao ensino musical no Brasil. Para celebrar este um século e três quartos de história, entre 14 e 18 de agosto, será celebrada a Semana de Aniversário da EM/UFRJ, evento que contará com uma extensa gama de apresentações.

Os trabalhos da quinta-feira (17/08) serão iniciados às 14h com o debate “Música e Arte na construção da Cidadania: os projetos socioculturais e o desenvolvimento musical através da estruturação pedagógica”. Participarão representantes de diversos projetos, entre eles:

João Victor Reis, coordenador do Projeto Aprendiz Musical, de Niterói, que tem por missão promover a educação musical para crianças e jovens até 24 anos, que tenham estudado na rede municipal de ensino da cidade, garantindo o acesso à cultura e às artes.

Magali Kleber, diretora artística doFestival de Música de Londrina, evento promovido pelo Governo do Paraná, Prefeitura do Município de Londrina, Universidade Estadual de Londrina e Associação de Amigos do Festival Internacional de Música de Londrina, e reconhecido pela inclusão social e pela diversidade tanto nos cursos quanto na grade artística.

Marcelo Emygdio Santos, coordenador da Rede Brasileira de Práticas Musicais Reflexivas – Centro de Convivência Arte & Vida. Originado em Arapongas, no Paraná, o projeto foi fundado em 2005 e atua no tripé do desenvolvimento da arte, da cultura e do protagonismo social, possibilitando acessos a experiências, manifestações culturais e esportivas, e contribuindo para a superação de situações de vulnerabilidade e de risco social.

Marcelo Jardim, vice-diretor da EM/UFRJ e coordenador do Programa Arte de Toda Gente, fruto de uma parceria que une UFRJ e Funarte, que tem como objetivo maior democratizar e estimular, de modo inclusivo, a produção das artes e a diversidade cultural brasileira. Atualmente o Programa compreende sete projetos que juntos abarcam uma intensa agenda de eventos e atividades, todas focadas no desenvolvimento artístico e pedagógico das artes através de capacitação, formação, aperfeiçoamento, compartilhamento, difusão de informação, inclusão e acessibilidade.

Milton Dornellas, coordenador do Programa de Inclusão através da Música e das Artes (PRIMA), uma política pública do Governo do Estado da Paraíba que busca fomentar o exercício da cidadania e promover a inclusão, democratização do acesso à arte, difusão da música em sua diversidade e o desenvolvimento humano através do ensino coletivo de música com formação de orquestras e outros grupos musicais voltados para crianças e adolescentes atendidos pela rede pública de ensino ou em situação de vulnerabilidade social.

Rodrigo Belchior, coordenador doProjeto Solar Meninos de Luz, dedicado a transformar vidas de crianças e adolescentes da comunidade do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo com ações preventivas e assistenciais, através da educação integral e humanista, promotora da paz e harmonia na família e sociedade.

A entrada é gratuita e a Escola de Música da UFRJ fica na Rua do Passeio, 98, Centro.

Orquestra Feso Pro Arte se apresentará na Escola de Música

A Orquestra Feso Pro Arte será uma das atrações do terceiro dia da Semana de Aniversário da Escola de Música da UFRJ de 2023. Na quarta-feira, 16/08, o grupo de Teresópolis se apresentará no Salão Leopoldo Miguez.

A orquestra conta com apoio sistemático da FESO (Fundação Educacional Serra dos Órgãos), a qual tem por finalidade a prestação de serviços e atividades de utilidade pública nas áreas educacionais, assistenciais na área da saúde, artísticas e culturais.

A regente da orquestra é a pianista Priscila Bomfim, a primeira mulher a reger as óperas da temporada do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde atua desde 2002. A apresentação está agendada para as 19h.

19:00 Orquestra FESO Pro Arte

Priscila Bomfim, regente

Tibor Fittel, solista e arranjador

Tibor Fittel Abertura Portenha

Astor Piazzolla Saint Louis en Lile

Astor Piazzolla Oblivion

Ariel Ramírez Alfonsina y el mar

Carlos Gardel Por una cabeza

Astor Piazzolla Libertango

                                                   

Parceria: FESO/ProArte

 

 

Orquestra de Sopros e Percussão da FUNDEC presente nas celebrações do

Nas comemorações do aniversário da Escola de Música, o concerto do dia 17 de agosto, às 17:00h, no Salão Leopoldo Miguéz, com regência  de Rafael Oliveira será realizado pela Orquestra de Sopros e Percussão da FUNDEC.

Orquestra que faz parte do Polo de Música Ricardo Boechat, da Fundação de Apoio à Escola Técnica, Ciência, Tecnologia, Esporte, Lazer, Cultura e Políticas Sociais do município de Caxias- FUNDEC-, e que é formada por alunos, professores e músicos da Baixada Fluminense e adjacências.

Do propósito inicial de sua criação, ou seja, um grupamento músico com número de componentes e formação instrumental variada destinada ao ensino da prática de conjunto, essa Orquestra de Sopros e Percussão foi além e tornou-se, faz tempo, no grupo artístico que representa a FUNDEC e a Prefeitura de Caxias nos mais diferentes espaços culturais do Rio de Janeiro.

No programa desse concerto serão por ela interpretadas as seguintes obras:

                       

Gustav Holst                                                – Segunda Suite para Banda

I – Marcha

IV – Fantasia sobre o tema “Dargason”

Renato Goulart                                            – Suíte do Vale

Rossano Galante                                        – Nostalgia

José Ursicino da Silva (1935, Duda)       – Suíte Nordestina

Hermeto Pascoal (1936)                            – Bebê (arranjo Hudson Nogueira)

  

Segundo dia da Semana de Aniversário da EM/UFRJ será dedicado ao piano

“Piano em conexões” será o tema do segundo dia da Semana de Aniversário da Escola de Música de 2023. Como o nome sugere, a data (15/08) será dedicada ao piano e à música de câmara, e estará recheada com apresentações de vários alunos de bacharelado e de docentes, além de pianistas envolvidos com o Programa de Pós-Graduação Profissional em Música da UFRJ (Promus). Haverá dois concertos. Um às 17h e outro às 19h. No repertório, obras de Beethoven, Schubert, Chopin, Liszt, entre outros.

15 de agosto, terça-feira

 17hLudwig van Beethoven Sonata Op. 31, nº 3

I. Allegro 

II. Allegretto Vivace

IV. Presto con fuoco

                                                                 Leonardo Garritano, piano

– 

Franz SchubertImproviso Op. 90, nº 4
Cecília Fabião, piano

Frederic ChopinEstudo Op. 25, nº 1

João Ricardo Sigiane, piano

Francisco MignoneValsa de Esquina nº.

Amaral VieiraToccata

José Sacramento, piano

                                 

Alexander ScriabinEstudos Op. 8, nº 2 e 4

João Daniel Matos, piano

Franz LisztFunérailles

Renan Santos, piano

Alexander ScriabinSonata nº 4

Sergei RachmaninoffEtude Tableaux Op. 39, nº 5

Elton Julien, piano

 

19:00Franz SchubertImproviso Op. 142, nº 1

Ernesto Hartmann, piano

Maurice RavelSonatina 

                                                                                         I. Modéré

                                                                                         II. Mouvement de Menuet

                                                                                         III. Animé

Tamara Ujakova, piano

Ernesto NazarethEponina

Liduino PitombeiraValsa Quase Nobre

  Maria Di Cavalcanti, piano

                                 

Maria Di CavalcantiPraça Paris

Liduino PitombeiraAs Aventuras do Visconde de Sabugosa

1. Era uma vez… 

Osvaldo Lacerda                          Embolada, Seresta e Terno de Zabumba   

                                                                                          (movimentos das Brasilianas No. 4 e 8)

Duo Vital – Di Cavalcanti (Maria Di Cavalcanti e Leandra Vital) Piano a 4 mãos 

Hermeto PascoalBebê (arranjo:  Stella Junia)

Tamara Ujakova e Stella Junia, piano a 4 mãos 

Johannes BrahmsDuas Canções op. 91

Lara Cavalcanti, contralto

Ivan Zandonade, viola

Ronal Silveira, piano

 

Semana de Aniversário da Escola de Música: instituição de ensino

“Cento e setenta e cinco anos não são cento e setenta e cinco dias”. Se o clichê aqui utilizado enquanto figura de linguagem carece de originalidade, ele ilustra bem aquilo que definitivamente não falta à Escola de Música da UFRJ: história. Um século e três quartos de história, para ser mais exato. Denominada Imperial Conservatório de Música, Instituto Nacional de Música e Escola Nacional de Música em encarnações passadas, é com imenso orgulho que a atual EM/UFRJ não foge à responsabilidade de ser instituição de ensino musical mais antiga em atividade no Brasil. De 1848 para cá, foram milhares de músicos, cantores, regentes, compositores, professores e musicólogos formados em seus bancos, muitos dos quais tiveram papel de grande protagonismo na disseminação de nossa cultura.

 
  Programação completa

Resgatar esta memória e se conectar a tantas outras histórias é fundamental para que se possa colocar o presente e o próprio futuro da educação musical do Brasil em perspectiva. É com este espírito que, entre 14 e 18 de agosto, será celebrada a Semana de Aniversário da Escola de Música da UFRJ de 2023, evento que contará com uma extensa gama de apresentações.

O dia de abertura (14/08) já dará uma bela amostra tanto das novas conexões, quanto da reverência à história que a Semana promoverá. Uma recente parceria que coloca a EM/UFRJ lado a lado com o Rio International Cello Encounter — festival que, ao longo de seus 29 anos, consolidou-se como uma plataforma multicultural de grande sofisticação artística e responsabilidade social — viabilizou que os trabalhos da Semana sejam abertos pelo Ensemble de Cellos da Unicamp, grupo que também integra a programação do festival pelo qual já passaram mais de 550 mil espectadores e 12 mil músicos, além de acumular mais de 900 concertos e 650 horas de workshops e masterclasses.

Em seguida, o diretor do grupo de Campinas, Lars Hoeffs, se apresentará como solista do concerto da Orquestra Sinfônica da UFRJ. Fundada em 1924 e em vias de completar um século de atividades ininterruptas, a Orquestra que representa um dos maiores patrimônios culturais de nossa Universidade fará uma apresentação que contará com obras de João Guilherme Ripper, Francisco Mignone e Villa-Lobos, entre outros.

“Piano em conexões” será o tema do segundo dia do evento (15/08) que, como o nome sugere, será dedicado ao piano e à música de câmara, e estará recheado com apresentações de vários alunos de bacharelado e de docentes, além de pianistas envolvidos com o Programa de Pós-Graduação Profissional em Música da UFRJ (Promus).

Na quarta-feira (16/08), ocorrerá uma cerimônia de posse festiva que marcará o novo mandato da Direção da EM/UFRJ, e que contará com a presença do novo reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho, bem como com a da vice-reitora, professora Cassia Turci. Os concertos ficarão a cargo da Orquestra Feso Pro Arte e da Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga, projetos diretamente compromissados com a construção da cidadania.

A Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga, formada por meninas da rede pública de ensino do Rio de Janeiro, tem sua origem no Instituto Brasileiro de Música e Educação (IBME). Esta é uma iniciativa pensada pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, em parceria com as secretarias municipais de Cultura e de Turismo. O nome da Orquestra é uma homenagem à primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Mesmo sendo alvo de muito preconceito, a pianista, compositora e maestrina atuou com coragem e excelência, acabando por se tornar uma grande referência na música brasileira. A regente da Orquestra é a pianista Priscila Bomfim, que, por sua vez, foi a primeira mulher a reger as óperas da temporada do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde atua desde 2002.

Os trabalhos da quinta-feira (17/08) serão iniciados com o debate “Música e Arte na construção da Cidadania: os projetos sócio-culturais e o desenvolvimento musical através da estruturação pedagógica”. Participarão representantes de diversos projetos, entre eles: João Victor Reis (coordenador do Projeto Aprendiz, de Niterói); Magali Kleber (diretora artística Festival de Música de Londrina); Milton Dornellas (coordenador Projeto PRIMA, da Paraíba); Rodrigo Belchior (coordenador Projeto Escola de Música da Rocinha), além de Marcelo Jardim (vice-diretor da EM/UFRJ e coordenador do Programa Arte de Toda Gente).

O primeiro concerto do dia ficará por conta da Orquestra de Sopros e Percussão da FUNDEC (Fundação de Apoio à Escola Técnica, Ciência, Tecnologia, Esporte, Lazer, Cultura e Políticas Sociais de Duque de Caxias). O projeto tem como objetivo aperfeiçoar a prática de música coletiva e conduzir os alunos ao mercado de trabalho, desenvolvendo a inclusão social e a democratização do acesso à música e cidadania.

O outro concerto será realizado pelo Quinteto Villa-Lobos. Formado por instrumentistas que exercem atividades de solistas em todo o Brasil e no exterior, o grupo está comemorando seus 60 anos de atividades. O repertório da apresentação contará com obras de Ronaldo Miranda, Edino Krieger e Hermeto Pacoal.

Entre um concerto e outro, ocorrerá ainda uma mesa-redonda que abordará a parceira da instituição com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro. Participarão a Secretária Danielle Barros e a vice-reitora da UFRJ, professora Cássia Turci.

O último dia da Semana de Aniversário, (18/08), será marcado pela abertura do I Congresso de Pedagogia e Performance Coral da UFRJ, o qual já conta com mais de 300 inscrições. Coordenado pelas professoras Maria José Chevitarese e Juliana Melleiro Rheinbolt, o congresso promoverá oficinas, práticas musicais e mesas-redondas, além de apresentações de trabalhos e concertos de coros infantis, infanto-juvenis, jovens e adultos do Rio de Janeiro.

Alguns destaques são: a conferência “Pedagogia e performance coral”, que contará com a participação do professor Carlos Alberto Figueiredo; a oficina de técnica vocal, com a professora Lúcia Passos (RS); a oficina de regência e dinâmicas de ensaio, com a professora Isabela Sekeff (DF); a prática vocal “Cantando com as comilanças”, com os professores Jefferson Sini, Juliana Melleiro e Karelin Cavallari. Na sequência haverá uma roda de conversa com o vice-diretor da EM/UFRJ, professor Marcelo Jardim. O tema será: “Contribuições do Projeto Um Novo Olhar (Funarte e EM/UFRJ) ao Canto Coral”.

O dia se encerra com as apresentações do Coral Infantil da UFRJ (formado por crianças de 06 a 11 anos de idade, da cidade do Rio de Janeiro e adjacências), do Coral Infantojuvenil da UFRJ e do Conjunto Sacra Vox (que toma como referência o gênero sacro, realizando pesquisas e difundindo a produção coral brasileira).

A Escola de Música da UFRJ fica na Rua do Passeio, 98, na Lapa, próxima ao metrô da Cinelândia. O evento é gratuito.

Terceirizados: trajetória dos profissionais que colocam a Escola de

Foi no governo de Fernando Henrique Cardoso que, de forma sistematizada, foram extintos nas carreiras dos servidores públicos federais e estaduais os cargos de: servente, porteiro, vigilante, marceneiro, jardineiro, bombeiro e muitos outros.

De lá, para as décadas seguintes, esses cargos e outros não citados foram incluídos na expressão Atividades-meio, e passaram a ser ocupados por uma nova classe de trabalhadores no Brasil: os terceirizados.

   Nadeja Costa
 
  Da esq. para dir.: 😮 senhor Francisco Martins de Oliveira, a senhora Maria Herotildes dos Santos, e o senhor Ricardo Santana Soares
     
  aspas2

Agora, nem tanto. Mas, tinha uma época que eu sabia soletrar o nome de todos os professores, mesmo os mais difíceis, inclusive o da professora Veruschka. Imagina, não é fácil. Mas, como todo dia eu dava a chave a todos eles, porque tudo era aqui, eu sabia.

Ricardo Antonio Santana Soares, vigilante

E por assim ser, empresas particulares passaram a ser demandadas por estatais e autarquias, para que a contratação desses serviços, remuneração, cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias dessa nova classe de trabalhadores passassem a ser de suas responsabilidades.

Como nas demais Instituições Federais de Ensino Superior, a UFRJ passou a contratar empresas em acordo à nova legislação trabalhista, e, no caso específico da Escola de Música, o resultado de tais contratações faz com que, atualmente, sejam nove os trabalhadores terceirizados que, em tempo superior a uma década, se encontram nesta Unidade de Ensino.

Trabalhadores que por solicitação de Ronal Xavier Silveira, recém eleito para cumprir o segundo mandato de Diretor desta Unidade, são aqui nomeados: Lourdes Ferreira, Maria Herotildes dos Santos, Ângela Maria de Lemos, Francisco Martins de Oliveira, Ricardo Antonio Santana Soares, José Claudio da Silva, Alexandre Silva Ribeiro, Carlos José Meireles de Oliveira e Rogério da Silva Brito.

Para elaboração desta matéria, desses nove trabalhadores, foram entrevistados cinco deles. Isso porque, tão logo foram realizadas as duas primeiras entrevistas, instalou-se a certeza de que por vivenciarem em seus postos de trabalho experiências comuns, experiência aqui entendida como alteração da consciência que é adquirida através da interligação indissolúvel das relações construídas no tempo e no espaço, uma vez que toda experiência é experiência de um tempo vivido, e, claro, esse tempo é vivenciado em um espaço, os não entrevistados terminaram também por serem citados ou mencionados os serviços que prestam.

 Um dos exemplos desta afirmativa foi dado pelo senhor Francisco que ao ser indagado sobre a razão de não ter deixado de trabalhar quando ficou sem salário, de imediato, fez questão de dizer que não havia sido o único.

E citou o senhor Denilson da Silva que também trabalhou sem salário naquele período, informando em acréscimo, que esse senhor não mais faz parte dos trabalhadores terceirizados da Escola de Música da UFRJ.

E para que ficasse esclarecido sobre o porque de tal situação ter sido vivenciada por ele e outros colegas de trabalho em tempos atrás, explicou a seguir não ser raro a rescisão de contratos entre

   Reprodução
 
  Senhora Ângela Maria de Lemos recebe o certificado de bons serviços prestados.

as empresas e a UFRJ. E em uma dessas situações, ficaram sem contratos de trabalho e, consequentemente, sem salários pagos pela empresa. Mas, que, naquela ocasião, a UFRJ pagou a eles um mês de salário através da Fundação Universitária José Bonifácio- FUJB-, após terem sido avisados que, talvez, a Universidade não pudesse dispor de mais recursos para repetir tal procedimento, até que fossem contratados por outras empresas. Mas, ele e o colega mencionado optaram por ficar trabalhando.

Quando novamente foi a ele indagado porque assim procederam, mesmo com as supostas dificuldades financeiras, respondeu: “porque, na época, o então diretor da Escola, André Cardoso, e as autoridades da UFRJ nunca haviam faltado com a palavra”. E a essa declaração acresceu que: “a professora Maria José Chevitarese, quando foi diretora da Escola nunca faltou com a palavra, assim como o atual diretor, Ronal Xavier Silveira, também nunca faltou com a palavra empenhada”.

Isso exposto, cabe esclarecer que essa matéria não tem por pauta discorrer a respeito das ausências e atrasos de pagamentos, de passagens, de vale alimentação, embora nas entrevistas tais assuntos não deixaram de ser mencionados, quando eram citadas as empresas pelas quais foram contratados em um passado já distante.Isso porque, dos relatos dos entrevistados e das entrevistadas que aqui foram nomeados e, ainda, de suas relações com aqueles que não foram ouvidos, três denominadores comuns emergiram. Denominadores que testemunham que as dificuldades enfrentadas em suas vidas estão como que dissolvidas em suas falas por um sentimento que parece nada poder tocar ou destruir: o amor pela Escola de Música da UFRJ.

Amor que foi traduzido em seus relatos no cuidado com o patrimônio material dessa Unidade de Ensino; em suas memórias dos processos de restauração do Salão Leopoldo Miguéz e do órgão Tamburini; nas recordações a respeito das mudanças arquitetônicas realizadas no Prédio de Aulas e, consequentemente, na transferência de parte das disciplinas e dos serviços administrativos para o Edifício Ventura; e, ainda, na observação da evolução acadêmica e profissional de alunos que não mais fazem parte dos cursos de graduação da Escola.

Na demonstração desse sentimento, o primeiro desses denominadores repousa no fato dos três prédios que a Escola de Música ocupa se encontrarem muito distantes dos lugares onde moram, uma vez que a senhora Maria Heroltides tem sua casa em Senador Camará; o senhor Francisco e o senhor Carlos, em Nova Iguaçu; a senhora Ângela e o senhor Ricardo em Bangu; a senhora Lourdes, na Mangueira; o senhor Rogério em Belfort Roxo; o senhor Alexandre, na Penha; e o senhor Claudio em Japeri.

Mas apesar dessas distâncias e dos percalços do trânsito com os quais se defrontam diariamente, fazendo com que, sem exceção, saiam de suas casas no mais tardar às 4:30h, elas e eles se fazem presentes às 7:00h em seus respectivos postos de trabalho, para que docentes, técnicos e discentes possam desenvolver suas atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão e Aprendizagem.

Contudo, se por um lado, esse sentimento que nutrem pela Escola de Música manifestou-se nas entrevistas através de idêntica opinião, ou seja, de ser ela, nos três prédios que ocupa, considerada pelos entrevistados e entrevistadas, como se “suas casas fossem”, por outro lado, a partir  “desse amor que sentem por ela” sentimentos diversos são vivenciados pelas senhoras Ângela Maria, Lourdes e Maria Herotildes.

Enquanto as senhoras Ângela Maria e Lourdes dizem do Edíficio Ventura, onde trabalham, “aqui a gente está entre quatro paredes; é grande, mas é um prédio frio; aqui é gelado”, e, em oposição para ambas, “o Prédio 1 é mais aconchegante; é mais humano; tem uma energia gostosa; lá tem todo aquele movimento de todo mundo entrando e saindo; aqueles elevadores, aquelas escadas …tudo lá é lindo; e eu amo aquele prédio”, que é somado ao receio da senhora Ângela de para ele não poder voltar a trabalhar, já que encontra-se próximo o tempo de se aposentar, a senhora Maria Herotildes traz consigo a alegria de novamente poder estar trabalhando na Biblioteca Alberto Nepomuceno.

Contou a senhora Maria Herotildes  que, “quando chegou para trabalhar na Escola, em 1999, seu filho tinha seis anos de idade. Hoje ele tem trinta e um e já é pai”. E fez saber que, quando se viu longe do trabalho dedicado diariamente à Biblioteca Alberto Nepomuceno e também afastada das pessoas com as quais interagia em conseqüência de ter cumprido as exigências legais para ser aposentada, teve dificuldade de ficar em casa.

Então, amparada pelo fato de ter sido uma boa prestadora de serviços, buscou novamente a empresa, foi recontratada e pôde, em suas palavras “voltar a trabalhar no mesmo lugar que considera como se sua casa fosse”.

A materialidade concedida ao segundo denominador comum presente nas entrevistas  tem por procedência o cuidado que possuem com o patrimônio material da Escola e o mesmo sentimento que permaneceu nas memórias da senhora Ângela e do senhor Francisco, a partir da experiência advinda com a transferência de parte das atividades docentes e administrativas para o Edifício Ventura.

Quando na entrevista, existia perceptivelmente, um tom de orgulho na voz do senhor Ricardo, quando disse ser uma das poucas pessoas que conhece por dentro a máquina do órgão Tamburini, uma vez que “ajudou a família Rigatto  a desmontá-lo; viu tudo ser retirado; madeira ser trocada; veneno para cupim ser colocado”,sem deixar de informar  a seguir que “só essa família que é de São Paulo sabe mexer no Tamburini”.

Sobre a restauração da fachada e das esquadrias do Prédio de Aulas, ele conta que também acompanhou. E para comprovação dessa informação, disse que o “seu interior não foi todo restaurado, mas que nas antigas salas 301 e 301B foi feita uma grande melhora e que tudo ficou muito bonito em relação ao que era, porque antes eram salas divididas com paredes bem velhinhas, com uma lâmpada velha. Agora são  lâmpadas bonitas que estão lá na Sala da Orquestra, na Sala Coro 1 e na do Coro 2”.

Os objetos deixados sobre os pianos, mesmo que seja apenas uma folha de papel e as capas não recolocadas nas harpas é motivo de incômodo para esse vigilante que disse “não saber tocar nenhum desses instrumentos e não saber do valor de cada um, mas sabe que são muito valiosos e, por isso, cuida deles, assim como da guarda de todos os demais”.

Nos trabalhos por eles e elas desenvolvidos constam: a guarda dos Prédios 1 e 2; a recepção aos docentes, técnicos, estudantes e visitantes; a entrega das chaves das salas e o controle da entrada e saída da utilização de todas elas;  a colocação e retirada de equipamentos nas salas; a limpeza das salas e copa do Edifício Ventura; a abertura e fechamento dos portões dos estacionamentos dos Prédio 1 e 2; as rondas diárias pelos andares dos prédios para verificar se as  janelas se encontram devidamente fechadas ou não, assim como se as lâmpadas foram ou não deixadas acesas; se as capas dos instrumentos foram recolocadas e, se os carrinhos  e equipamentos deixados em lugares indevidos foram recolocados em seus lugares.

O segundo denominador, comum a todas as entrevistas, adveio inicialmente do fato de ter sido “muito triste encaixotar tudo e trazer para cá” (Edifício Ventura), como dito pela senhora Ângela.  A essa tristeza somou-se o impacto causado nela e no senhor Francisco pelo vazio que era o andar agora lá ocupado pela Escola de Música, depois que parte das atividades do Prédio 1 foram para lá transferidas: “só havia um vão enorme; tudo lá era um vazio só, acompanhei as montagens das divisórias e da parte elétrica na gestão do professor André Cardoso”.

Na intersecção das três realidades dos servidores da Escola de Música, isto é, da realidade daqueles que estão inseridos na carreira docente, na dos técnicos e na dos terceirizados, os narradores que deram existência a essa matéria, deixaram claro que mesmo não possuindo a tranqüilidade que é concedida àqueles aos quais é garantida a estabilidade, deles não é possível que seja retirado o sentimento de pertencimento à Escola de Música da UFRJ.

Sentimento de pertencimento que se manifesta na observação da trajetória de alunos/as que não mais fazem parte dos cursos de graduação, na gratidão por aquilo que foi possível aprender com os servidores técnicos, no carinho que docentes e técnicos e discentes demonstram ter por eles e elas, nas amizades construídas no dia- a- dia do trabalho e na dor pela morte de alguns dos amigos que não mais estão presentes na Escola. 

Entre outros exemplos, Francisco se recorda do tempo em que “Gilieder Veríssimo e Matheus Lisboa, que hoje são trompetistas da Orquestra Sinfônica da UFRJ, eram alunos”. Ricardo sabe que “Diego, que se formou no Curso de contrabaixo, hoje trabalha como músico no exterior; que Luan formado no Curso de Piano também foi para o exterior e que Rafaela formada no Curso de Harpa, fez concurso e hoje trabalha em Minas Gerais”.

A senhora Maria Heroltides não escondeu sua gratidão à Diretora da Biblioteca Alberto Nepomuceno, Dolores Brandão, a Diretora Suelen Dias e demais bibliotecárias pelo fato de terem ensinado a ela a higienizar os livros e a compreender como eles são organizados.

Gratidão semelhante a da senhora Maria Herotildes tem o vigilante Ricardo pelos “docentes que o tratam por seu nome, ou, que, como a pianista acompanhadora Regina Claudia o chama de guardinha”.

A senhora Lourdes que, carinhosamente, é chamada de Dona Lurdinha, faz questão de classificar o tratamento a ela concedido pela senhora Fátima Toscano como sendo “igual ao de uma mãe ao filho”. E do que pensa e sente a respeito do atual diretor, Ronal Silveira disse que: “não tenho e nem encontro palavras para dizer tudo de maravilhoso que ele é como ser humano”, após acrescentar a seguir que: “quem vem para cá e não fica, são aqueles que têm preguiça de trabalhar”.

Esse sentimento de gratidão e alegria foi expresso em tom máximo pela senhora Ângela Maria ao contar que, “em 2022, foi homenageada pela turma de formandos do Curso de Licenciatura que deu a ela um diploma de bons serviços, de amizade, companheirismo e orientação. Eu chorei à beça, fui aplaudida de pé por todo mundo, lá no Salão Leopoldo Miguéz, que estava lotado. Foi muito gratificante, para mim foi um reconhecimento do que eles dizem que eu faço.”

De todos os sentimentos que vivenciam e já vivenciaram ao longo dos anos em suas respectivas jornadas de trabalho a única nota de pesar foi expressa pela senhora Lourdes: a perda de dois amigos maravilhosos que tinha na Escola de Música da UFRJ: Estela Lima da Costa e Elizeu Barbosa de Freitas que faleceram durante a pandemia, vítimas da COVID-19.

Do reconhecimento ao trabalho desenvolvido por Lourdes Ferreira, Maria Herotildes dos Santos, Ângela Maria de Lemos, Francisco Martins de Oliveira, Ricardo Antonio Santana Soares, José Claudio da Silva, Alexandre Silva Ribeiro, Carlos José Meireles de Oliveira e Rogério da Silva Brito, e, por serem acolhidos pelo corpo social da Escola de Música do mesmo modo que são os docentes e técnicos que das carreiras estáveis da prestação de serviços públicos fazem parte, Ronal Silveira assim se assim se expressa a respeito de todos eles no que segue.

“Os servidores terceirizados são parte da espinha dorsal que sustenta esse organismo vivo que é a universidade pública. Desempenham um papel fundamental no funcionamento das estruturas, do atendimento e, não poucas vezes, são o primeiro contato do público externo com a instituição.

Neste ano em que comemoramos os 175 anos de nossa Escola de Música e trazemos as parcerias como um ponto fundamental para a sustentabilidade da instituição, destacamos a importância dos nossos colegas terceirizados, pois parcerias são institucionais, mas instituições são feitas por pessoas e a mais importante conexão que uma Escola de Música pode fazer é aquela que aproxima as pessoas, dirigindo objetivos comuns que são realizados no dia-a-dia, na troca, na experiência, na generosidade das pessoas.

Nesses 175 anos, gostaríamos de homenagear todos que se conectaram com nossa instituição e, muito especialmente, queremos destacar a importância dos nossos colaboradores terceirizados que ao longo dos anos demonstraram seu amor por nossa Escola de Música. A todos os colegas citados nesta matéria, muito obrigado! “

Programação da Semana do Aniversário da EM

PROGRAMAÇÃO

14 de agosto, segunda-feira, 19:00h
Concerto das Cordas da Orquestra Sinfônica da UFRJ
Regente: André Cardoso

INTERVALO

Unicamp Cello Ensemble
Direção de Lars Hoefs

15 de agosto, terça-feira, 17:00 h
Concerto Piano em Conexões
Pianistas:
Leonardo Garritano
Cecília Fabião
João Ricardo Sigia
José Sacramento
 Caio Brandão
João Daniel Matos
Renan Santos
Elton Julien

19:00 h  Concerto Piano em Conexões
Pianistas:
Ernesto Hartmann
Tamara Ujakova
Stella Junia
 Maria Di Cavalcanti 
Ronal Silveira|
Leandra Vital 

16 de agosto, quarta-feira, 17:00h
Posse Festiva (Direção da EM/UFRJ)
Participação:    Magnífico Reitor da UFRJ, Prof. Roberto Medronho
Vice-Reitora, Profa. Cassia Turci,
Decano do CLA,  Afrânio Gonçalves Barbosa

19:00h  Concerto Orquestra FESO Pro Arte
Regente: Priscila Bomfim
Tibor Fitel: solista e arranjador

INTERVALO 

Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga 
Regente: Priscila Bomfim 

17 de agosto, quinta-feira, 14:00h

Roda de conversa e debate
Música e Arte na construção da Cidadania: os projetos sócio-culturais e o desenvolvimento musical através da estruturação pedagógica.
Participação: Milton Dornellas (coordenador Projeto PRIMA, Paraíba)
Magali Kleber (diretora artística Festival de Música de Londrina)
João Vitor (coordenador Projeto Aprendiz, Niterói)
Rodrigo Belchior (coordenador Projeto *Solar Meninos da Luz*)
*Marcelo Emygdio Santos (coordenador Rede Brasileira de Práticas Musicais Reflexivas – Centro de Convivência Arte & Vida / Arapongas PR)*
Marcelo Jardim (vice-diretor EM/UFRJ, coordenador Programa ATG)

17:00h  Concerto da Orquestra de Sopros e Percussão da FUNDEC, de Duque de Caxias
Regente: Rafael Oliveira 

18:00h Assinatura da carta de intenção de parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro
Participação: Secretária Danielle Barros
Cássia Turci, Vice-reitora da UFRJ 

19:00h Concerto Sopros e Percussão da Orquestra Sinfônica da UFRJ
Regente: Marcelo Jardim

INTERVALO

Concerto Quinteto Villa-Lobos

18 de agosto, sexta-feira 

I Congresso de Pedagogia e Performance Coral da UFRJ 

8:00h Credenciamento 

8h30: Abertura oficial 

9h-10h30: Conferência de abertura: Pedagogia e performance coral
 Carlos Alberto Figueiredo -RJ-  
Mediação: Maria José Chevitarese 

11h-12h30: Oficina de técnica vocal
Lúcia Passos -RS- 

13h30-15h: Oficina de regência e dinâmicas de ensaio
 Isabela Sekeff -DF-  

15h30-16h30: Prática vocal “Cantando com as comilanças”
Juliana Melleiro, Jefferson Sini e Karelin Cavallari

17h-18h: Contribuições do Projeto Um Novo Olhar para o  Canto Coral
Programa Arte de Toda Gente ( FUNARTE e UFRJ, com Curadoria da EM/UFRJ)
Marcelo Jardim 

18h-18h45: Lançamentos de livros:
Autores: Juliana Melleiro Rheinboldt, Jefferson Sini e Karelin Cavallari
Vladimir Silva, Sabrina Cipriano (Ilustrações), Editora Birosca do Meroveu
Lélia Campos, Pedro Pamplona (Ilustrações), Editora Multifoco
Patricia Costa, Pallas Editora

19:00h: Apresentações musicais 

Coral Infantil da UFRJ
Regente: Juliana Melleiro
Pianista: Renan Santos
Monitoras: Eloá Frem e Carolina Ribeiro

Coral Infantojuvenil da UFRJ
Estreia da obra de Tim Rescala dedicada a Maria José Chevitarese e ao Coral Infantil e ao Coral Infantojuvenil da UFRJ

Coral Infantojuvenil da UFRJ
Regente: Maria José Chevitarese
Pianista: André Santos
Monitora: Pâmela Malaquias

Conjunto Sacra Vox
Regente: Valéria Matos
Preparadora Vocal: Veruschka Mainhard
Assistente: Miriã Valeriano
Pianista: Rafael Lima

19 de agosto, sábado
9h-10h30: Mesa redonda: Escolha de repertório: aspectos pedagógicos e performáticos  Maria José Chevitarese -RJ-
Júlio Moretzsohn -RJ-
Mediação: Juliana Melleiro 

11h-12h30: Oficina de técnica vocal
 Lúcia Passos -RS-  

13h30-15h: Oficina de regência e dinâmicas de ensaio
Isabela Sekeff -DF- 

15h30-17h: Apresentações de trabalhos científicos

17h: Apresentações musicais

Coral Ars et Anima
Regência e direção musical: Kaique Stumpf

Coral São Vicente a Cappella
Direção e regência: Taiana Machado
Assistência de direção e preparação vocal: Danilo Frederico
Monitoria: Lucas Linder
Comunicação e Redes Sociais: Lucas Menezes
Direção Cênica: Patrícia Costa 

20 de agosto, domingo
9h-10h30: Mesa redonda: Formação do regente coral
Eduardo Lakschevitz -RJ-
Vladimir Silva -PB-
Mediação: Juliana Melleiro 

11h-12h30: Oficina de técnica vocal  
Lúcia Passos -RS-  

13h30-15h: Oficina de regência e dinâmicas de ensaio
Isabela Sekeff -DF- 

15h30-17h: Leitura de repertório 
Isabela Sekeff –DF- 

17h: Apresentações Musicais

Coro de Câmara da Escola de Música Villa-Lobos
Direção Geral e regência: José d’Assumpção Jr
Direção Musical: José d’Assumpção Jr e Dani Ramalho
Direção Cênica: Aline Gomes
Preparação Vocal: Dani Ramalho
Figurino: Carlos Almeida
Produção: Glaucia Sundin
Piano: Luiz Cesar

Grupo Vocal Boca que Usa
Regência musical compartilhada:
Preparador Vocal: Bruno dos Anjos

Madrigal Contemporâneo
Regência e direção musical: Danielly Souza