Especial Ana Vidovic, segunda parte

 Foto: Paulo Pedrassoli
vidovic190b
Ana Vidovic, concerto no Leopoldo Miguez, 2010

A segunda parte do recital da violonista croata Ana Vidovic, em gravação ao vivo no Salão Leopoldo Miguez, no dia 12 de dezembro de 2010, foi a atração desta semana dos “Concertos UFRJ”.

Foto: Paulo Pedrassoli
vidoci300
podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110704|250|20| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

A segunda parte do recital da violonista croata Ana Vidovic, em gravação ao vivo no Salão Leopoldo Miguez, no dia 12 de dezembro de 2010, foi a atração desta semana dos “Concertos UFRJ” – programa radiofônico produzido pela Escola de Música em parceria com a rádio Roquette Pinto, sintonia 94,1 FM. O registro foi feito por ocasião do festival Violão na UFRJ: 30 anos, que comemorou a criação de um dos primeiros bacharelados no instrumento do país. Vidovic, último músico internacional a subir ao palco, encerrou com brilhantismo o evento.

 

Vidovic nasceu na cidade de Karlovac, Croácia, em 1980, e foi criança prodígio. Começou a estudar violão aos cinco anos, inspirada por seu irmão. Aos 11 anos, já fazia apresentações internacionais, e aos 13 tornou-se o mais jovem estudante na National Music Academy em Zagreb, onde foi aluna de Istvan Romer. Sua reputação na Europa rendeu-lhe um convite para estudar no Peabody Conservatory em Baltimore, nos Estados Unidos, com Manuel Barrueco, onde se formou em 2003.

 

Na do concerto ela apresentou peças de Bach, Albeniz, Tárrega, Antonio Lauro e canções populares transcritas por Toru Takemitsu. Na segunda, começou executando a Sonata para violão em ré maior op. 77 do compositor espanhol Mário Castelnuovo Tedesco (1895-1968), conhecida também como “Ommagio a Boccherini”. Escrita em 1934, possui quatro movimentos: Allegro com Spirito, Andantino quasi canzona, Tempo di minueto e Vivo e energico.

 

A seguir, Ana Vidovic nos brindou com uma interpretação respecial de “La Catedral, a mais conhecida peça de Augustin Barrios (1885-1944). Composta em 1921, e inspirada em Bach, ela apresenta três movimentos: Prelúdio, Andante Religioso e Allegro solene. Além de famoso por suas apresentações ao vivo, em que, com frequência, usava trajes guaranis típicos, o paraguaio Augustín Barrios foi um dos pioneiros das gravações e suas composições, impregnadas em geral de forte caráter romântico, marcaram a produção latino-americana para o instrumento.

 

Encerrando a apresentação, Vidovic ofereceu dois bis. O primeiro, a “Serenata Espanhola” do compositor catalão Joaquim Malats (1872-1912). Escrita originalmente para piano foi transcrita para o violão por Francisco Tárrega e, desde então, assegurou lugar de relevo no repertório para o instrumento. O segundo, a conhecida “Cavatina” do compositor inglês Stanley Myeers (1930-1993) – peça escrita para a trilha sonora do filme “O franco atirador”, 1978, estrelado por Robert de Niro.

 

Aproveitando o restinho de tempo, o programa levou ao ar ainda duas peças de Enrique Granados (1867-1916), “La Maja de Goya” e “Valsas Poéticas”, ambas na interpretação do violonista inglês Juliam Bream.

Concertos UFRJ são apresentados por André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

Contatos através do endereço eletrônico: .

“Il campanello di notte”, de Donizetti

Reprodução
GaetanoDonizetti190
Donizetti, em momento difícil, escreve uma de suas óperas mais divertidas.

“Il campanello di notte”, ou “A campainha da noite”, divertidíssima ópera em um ato de Gaetano Donizetti, é o destaque da edição de Concertos UFRJ veiculada no dia 27 de junho. 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110627|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

“Il campanello di notte”, ou “A campainha da noite”, divertidíssima ópera em um ato de Gaetano Donizetti, é o destaque da edição de Concertos UFRJ veiculada no dia 27 de junho.  Produzido pela Escola de Música em parceria com a rádio Roquette Pinto, o programa de uma hora de duração é apresentado por André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

Curiosamente “Il campanello di notte” foi escrito em um período particularmente doloroso na vida de Donizetti. Acabara de perder a mãe e o pai, a esposa dera à luz uma criança natimorta, e, para agravar as circunstâncias, o cólera assolava Nápoles, cidade em que residia. O libretto é do próprio compositor e se baseia em um vaudeville francê intitulado “La Sonnette de nuit”, de autoria de Leon Levy Brunswick e Mathieu Barthélemy.

 

A ópera estreou no Teatro Nuovo em 1º de junho, quando da reabertura das casas de espetáculos fechadas por causa da epidemia e alcançou logo um imenso triunfo, o que obrigou o compositor a escrever, às pressas, outra farsa em um ato, intitulada “Betly”. No ano seguinte, por ocasião da reprise da peça no Teatro del Fondo, também em Nápoles, Donizetti transformou os diálogos em recitativos e abandonou o dialeto local em que – de acordo com as convenções em vigor – se expressava Don Annibale.

 

Essas mudanças visaram atingir um público mais amplo e, na verdade, a ópera fez notável carreira em vários países antes de desaparecer do repertório, no final do século XIX. Seu eclipse foi, porém, menor do que outras obras do compositor e, felizmente, desde que foi redescoberta na década de 1950,  vem sendo encenada com frequência.

 

O enredo é simples, como, aliás, sugere este tipo de espetáculo. Enrico, fanfarrão e boêmio, é apaixonado por Serafina, mas esta se casa com Don Annibale, o boticário. A farmácia funciona na própria residência de Don Annibale, que, por lei, é obrigado a atender a todos que procuram seus serviços a qualquer hora do dia ou da noite. Don Annibale sairá de viagem, para Roma, no dia seguinte às núpcias. Sabendo disso, Enrico passará toda a noite tentando evitar que o casamento se consuma.

 

Domenico Gaetano Maria Donizetti nasceu em Bérgamo, em 29 de Novembro de 1797, e foi um dos mais fecundos compositores italianos de ópera do período do romântico, tendo escrito mais de setenta delas. Apesar de oriundo de uma família pobre e sem tradições no mundo da música, logo se destacou pelo talento. Donizetti iniciou os seus estudos com Simon Mayr em Bérgamo e, em seguida com Mattei em Bolonha. Suas primeiras obras são religiosas e escritas num estilo restrito. Em 1814 regressa a Bergamo ficando responsável pela música na Igreja de Santa Maria Maggiore. Em 1818 é representada sua primeira ópera, “Enrico di Borgogna”, em Veneza. O sucesso veio, dez anos mais tarde, com “Esule di Roma”, estreada em 1828 em Nápoles. Embora mais conhecido por suas peças dramáticas, deixou uma produção significativa em gêneros como quartetos de cordas e peças orquestrais. Faleceu em 1848, aos 50 anos.

 

A gravação de “Il campanello di notte” traz Agnes Baltza, Enzo Dara, Angelo Romero, Carlo Gaifa e Biancamaria Casoni como solistas e a orquestra Sinfônica de Viena, sob a regência de Gary Bertini.

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Sinopse de Il campanello di notte

 

Gaetano Donizetti, múisca e libreto

IlCampanello

Personagens

 

Serafina, jovem noiva, soprano.

Don Annibale di Pistacchio, um boticário, seu marido, baixo.

Spiridione, empregado de Don Annibale, tenor.

Madama Rosa, tia da Serafina, mezzo-soprano.

Enrico, primo de Serafina, barítono.

 

A ação se se passa em Foria, um subúrbio de Nápoles.

 

Ato único

 

Don Annibale Pistachio, um idoso boticário, inventor de pílulas contra a tosse e a asma, está radiante, pois conseguiu se casar com a jovem e bela Serafina. Durante a festa de casamento, Enrico um rapaz fanfarrão e boêmio, primo de Serafina, planeja atrapalhar a noite de núpcias do casal por ter sido preterido.

 

Para colocar seu plano em prática faz um trato com um empregado do velho boticário, o senhor Spiridione. Começam tentando adiar ao máximo o término da festa, oferecendo vinho a todos além de propor brindes e danças. Don Annibale, por sua vez, deseja encerrá-la para ficar a sós com a esposa. É que no dia seguinte seguirá em viagem para Roma, onde permanecerá por um mês.

 

Enrico adota então outra estratégia. Por lei todo paciente deve ser atendido pessoalmente pelo boticário durante a noite, bastando para tal tocar sua campainha. Durante a madrugada, Enrico se faz passar por diferentes “clientes” do velho boticário. Sendo assim, batem a porta, sucessivamente, um francês afeminado e resfriado, um cantor de ópera rouco e um marido preocupado com sua mulher cega e paralítica.

 

Enrico faz soar a campainha (Il Campanello) de Don Annibale durante toda a madrugada, o que impede o velho farmacêutico consumar seu casamento.

 

Ao amanhecer, Enrico aparece, agora sem disfarces, mas para lembrar ao boticário que o coche está a sua espera. Don Annibale, sem alternativas, se vê obrigado a se despedir da esposa, enquanto Enrico promete substituí-lo em sua ausência.

Especial Ana Vidovic

 Foto: Paulo Pedrassoli
vidoci300
Ana Vidovic, concerto no Leopoldo Miguez, 2010

Mais um recital gravado ao vivo no Salão da Leopoldo Miguez da Escola de Música é o destaque da edição que foi ao ar em 20 de junho dos “Concertos UFRJ” – programa radiofônico produzido pela Escola de Música em parceria com a rádio Roquette Pinto, sintonia 94,1 FM.

Foto: Paulo Pedrassoli
vidoci300
podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110620|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

Mais um recital gravado ao vivo no Salão da Leopoldo Miguez da Escola de Música é o destaque da edição que foi ao ar em 20 de junho dos “Concertos UFRJ” – programa radiofônico produzido pela Escola de Música em parceria com a rádio Roquette Pinto, sintonia 94,1 FM. Desta vez, a apresentação da extraordinária violonista croata Ana Vidovic, em dezembro do ano passado, no festival Violão na UFRJ: 30 anos. Último artista internacional a subir ao palco, Vidovic fechou com chave de ouro o evento, que comemorou a criação de um dos primeiros bacharelados em violão do país. Serão dois programas dedicados a ela.

 

Ana Vidovic nasceu em 1980, em Karlovac, na Croácia. Criança prodígio, começou a tocar violão aos cinco anos, inspirada por seu irmão. Aos 13 tornou-se a mais jovem aluna da prestigiosa Academia Nacional Musical em Zagreb, onde estudou com Istvan Romer. Mais tarde, teve Manuel Barrueco como professor no Conservatório de Peabody, em Baltimore, Estados Unidos, onde se formou em 2003.

 

Desde 1988, quando Ana Vidovic subiu ao palco pela primeira vez, foram mais de mil apresentações em cidades como Londres, Paris, Viena, Salzburgo, Roma, Budapeste, Pequim, Toquio, Seul, Kuala Lumpur, Jacarta, Varsóvia, Tel Aviv, Oslo, Toronto, São Francisco. No Brasil ela esteve pela primeira vez em 2008, em Terezina. Voltou dois anos depois para concertos nas cidades de Maringá, São Paulo e Rio de Janeiro.

 

Hoje Ana Vidovic é uma das maiores virtuoses do instrumento e ganhou um número impressionante de prêmios em concursos internacionalmente prestigiados, como o Albert Agostinho em Bath, Inglaterra; o Fernando Sor, em Roma, Itália; o Eurovisão de Jovens Artistas; o Printemps de la Guitare, na Bélgica;, o Young Concert Artists International Auditions, em Nova York; e o Concurso Francisco Tárrega, na Espanha.

 

Com seu talento excepcional Ana Vidovic, ainda muito jovem, gravou obras de Bach, Giuliani, Sor e Torrobaainda para a Croatia Records. Após conquistar o primeiro prêmio no Concurso Tárrega de 1998, assinou contrato de exclusividade com a gravadora Naxos. O selo lançou mundialmente um CD em que Vidovic interpreta obras de Bach, Ponce e Willian Walton, e, logo depois, outro de sua série que busca registrar as obras completas de Moreno Torroba.

 

Ana Vidovic começou a apresentação no Leopoldo Miguez com a famosa Partita BWV 1006 de J. S. Bach, em seis movimentos (Prelúdio, Lourée, Gavotte, Minueto I e II, Bourée e Giga); e, a seguir, interpretou quatro canções populares transcritas pelo compositor japonês Toru Takemitzu: Secret Love, uma canção de Sammy Fain composta para o filme “Calamity Jane”, de 1954; “Over the Rainbow”, famosíssima canção de Harold Arlen de “O mágico de OZ”; e “Yesterday” e “Michele”, da dupla John Lennon e Paul McCartney. Prosseguindo a apresentação executou Recuerdos de la Alhambra,  do espanhol Francisco Tárrega (1852-1909), um dos mais importantes compositores para o instrumento; e, logo depois, Asturias do compositor Espanhol Isaac Albeniz. Encerrando a primeira parte do recital da violonista croata, três peças do venezuelano Antonio Lauro: El Marabino, Vals Venezolano no 2 e Vals Venezolano no 3.

 

Concertos UFRJ são apresentados por André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Homenagem a Cyro Pereira

 Foto: Divulgação
cyropereira-190b
Cyro Pereira, entre o popular e o erudito.

A edição de “Concertos UFRJ” do dia 13 de junho faz uma comovida homenagem ao maestro Cyro Pereira, recentemente falecido – criador extraordinário que transitou com desenvoltura entre a música de concerto e a popular

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110613|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

A edição de “Concertos UFRJ” do dia 13 de junho faz uma comovida homenagem ao maestro Cyro Pereira, recentemente falecido – criador extraordinário que transitou com desenvoltura entre a música de concerto e a popular. Produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), o programa é resultado de uma parceria da EM com a rádio Roquette Pinto e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

O maestro, compositor, arranjador e pianista Cyro Marin Pereira era gaúcho, da cidade de Rio Grande, onde nasceu em 1929. Seu primeiro arranjo orquestral data de 1947. Chegou a São Paulo nos anos 1950, onde não demorou a ser reconhecido como compositor e arranjador de talento. Trabalhou no rádio e, já na década de 60, na TV. Destacou-se como diretor de orquestra durante os famosos festivais da canção promovidos pela TV Record. Na mesma emissora participou de programas musicais importantes, como o “Fino da Bossa”, comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues. Ao longo da carreira recebeu diversos prêmios como compositor e arranjador, entre eles o Troféu Roquete Pinto em duas ocasiões, em 1957 e em 1967; o de compositor do ano, pela prefeitura de São Paulo, em 1962; o do Festival Onda Nueva, Venezuela, 1972; e o Carlos Gosmes, do governo do Estado de São Paulo, em 1996. A obra de Cyro Pereira obteve alcance internacional, inclusive por meio das composições em jequibau, ritmo criado por ele em parceria com Mário Albanese.

 

Em razão da sua extensa experiência, foi convidado em 1899 para lecionar orquestração no curso de graduação em música popular da Unicamp, permanecendo como docente da universidade por dez anos. Em 1990, assumiu a função de compositor residente da recém-criada Orquestra Jazz Sinfônica. Iniciativa dos músicos Arrigo Barnabé e Eduardo Gudin, ela reúne numa só formação, por assim dizer, a orquestra tradicional e a big-band, e tem o desafiador objetivo de resgatar a tradição das grandes orquestras de rádio e dar tratamento sinfônico à MPB.

 

Fazendo uma mescla original de temas oriundos da MPB e de desenvolvimentos temáticos e variações, típicos da música de concerto, as obras de Cyro Pereira não são, em geral, meros arranjos, mas composições independentes que reelaboram um vasto material popular.

 

No programa, uma seleção de obras do compositor – todas em gravações com a Jazz Sinfônica. A Fantasia para piano e orquestra sobre temas de Ernesto Nazareth, que recebeu em 1964 o prêmio da Academia Brasileira de Música, recebe a interpretação de Claudio Richerme, ao piano, e regência Mário Valério Zaccaro; e, sob a condução de João Maurício Galindo, Aquarela de Sambas e Jobiniana, esta última a partir de temas de Tom Jobim. Já com próprio Cyro Pereira à frente da orquestra, Poema para Jobim, 1995, com Paulo Braga ao piano; Solito, com Sérgio Burgani, clarineta, e Marcelo Ghelfi, piano; Cuidado com o Degrau, com Roberto Araújo ao corne inglês; e O Fino do Choro, obra de 1991, com Júlio Cerezo Ortiz, violoncelo, Luca Raele, clarineta, e Benito Suarez Sanches, ao oboé.

 

O compositor ganhou em 2005 uma biografia, de autoria do jornalista Irineu Franco Perpetuo. Intitulada “Cyro Pereira, Maestro”, foi publicada pela DBA Editora.

 

Cyro Pereira faleceu aos 81 anos, vítima de câncer, em nove de junho de 2011.

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Franz Liszt, em Concertos UFRJ

 Reprodução
Franz Liszt
Retrato de Liszt (1856), por Wilhelm von Kaulbach.

Um passeio pela obra de Franz Liszt, compositor romântico que ampliou enormemente os limites da técnica do piano e de quem, este ano, se comemora o bicentenário de nascimento, é o convite do programa “Concertos UFRJ” que foi ao ar no dia 6 de junho.

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110606|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

{hyphenation}Um passeio pela obra de Franz Liszt, compositor romântico que ampliou enormemente os limites da técnica do piano e de quem, este ano, se comemora o bicentenário de nascimento, é o convite do programa “Concertos UFRJ” que foi ao ar no dia 6 de junho. Produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), a série é resultado de uma parceria da EM com a rádio Roquette Pinto e é veiculada toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

Franz Liszt nasceu em 22 de outubro de 1811 no vilarejo de Raiding (em húngaro: Doborján) no Reino da Hungria, então sob dominação do Império Habsburgo, e hoje parte da Áustria. Foi batizado em latim com o nome “Franciscus”, mas seus amigos mais próximos sempre o chamaram de “Franz”, a versão alemã de seu nome. Suas primeiras composições datam de 1830, quando tinha pouco menos de 20 anos, e ao contrário de outro gênio romântico, Chopin, não se dedicou exclusivamente ao piano. Sua obra é bastante diversificada, incluído música de câmera, canções, peças sacras, além de obras orquestrais. Apesar disso, é inegável que, nela, sua produção pianística ocupe uma inegável papel de destaque.

 

Liszt foi um dos grandes virtuoses do século XIX e contribuiu para consolidar a prática do recital solo. Concertos que eram exibições de alta técnica pianística e muita de suas obras refletem esse ambiente. É o caso de seus famosos estudos, que começaram a ser compostos ainda na juventude, por volta de 1826, enquanto os últimos datam de 1852.

 

A orquestra foi outro meio importante de expressão do compositor, que também era regente, em geral de suas próprias peças. Embora se atribua a César Frank a criação do poema sinfônico, o gênero ganhou nas mãos de Liszt uma dimensão nova que ajudou a consolidar a música programática — obras escritas para ilustrar um roteiro extra-musical, uma peça de teatro, um poema, uma pintura. Ao todo, escreveu, entre 1848 e 1882, treze poemas sinfônicos que irão influenciar compositores como Bed?ich Smetana, Antonín Dvo?ák e Richard Strauss. Até mesmo suas duas importantes sinfonias, significativamente denominadas Dante e Fausto, foram criadas como poemas sinfônicos e a partir de inspirações literárias.

 

No programa, a pianista Patrícia Bretas interpreta “São Francisco de Paula caminhando sobre as ondas”, uma das Deux Légendes (1863) de Liszt, e o estudo no 11, “Harmonies du Soir”, da série Études d’exécution transcendante. Paula da Mata, Sonho de Amor (Rêve D’amour), no 3, e Rapsódia húngara, no 13. A Orquestra Sinfônica de Detroit, sob regência de Paul Pary, executa a versão orquestrada da valsa Mefisto. Já a Fantasia sobre temas populares húngaros, para piano e orquestra, ganha versão do pianista Jean-Yves Thibaudet e da Orquestra Sinfônica de Montreal sob a direção de Charles Dutoit.

 

Liszt faleceu em Bayreuth, em 31 de julho de 1886.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Gianni Schicchi, de Puccini

 Reprodução
GiacomoPuccini190
Puccini sugere destino mais ameno para falsário da Divina Comédia.

Esta semana Concertos UFRJ pre­sentou a in­te­gral de “Gianni Schicchi” – ópera cô­mica de Gia­como Puc­cini sobre libreto de Giovacchino Forzano.

A última edição de maio de Concertos UFRJ apresentou a integral de “Gianni Schicchi” – ópera cômica de Giacomo Puccini. Parceria da EM com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ é veiculada toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM, e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110530|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .
«Quel folletto è Gianni Schicchi,
e va rabbioso altrui così conciando».
(….)

Ed elli a me: «Quell’è l’anima antica
di Mirra scellerata, che divenne
al padre fuor del dritto amore amica.

Questa a peccar con esso così venne,
falsificando sé in altrui forma,
come l’altro che là sen va, sostenne,

per guadagnar la donna de la torma,
falsificare in sé Buoso Donati,
testando e dando al testamento norma».

 

La Divina Commedia – Inferno – Canto XXX
Dante Alighieri

Gianni Schicchi é uma ópera em um ato, com duração de pouco mais que meia hora,  escrita por Puccini a partir de libreto de Giovacchino Forzano e baseada numa pasagem do Canto XXX do Inferno da Divina Comédia de Dante Alighieri. É, na verdade, a única ópera cômica do compositor que a escreveu como parte de um Triptico,  um conjunto de três óperas em um ato concebidas para serem apresentadas em seqüência. Schicchi é precedida pela tragédia Il Tabarro (O Capote) e pelo drama Suor Angelica. A não ser pelo tema da morte – abordado de maneira muito diferente em cada uma delas –, não não parece haver ponto mais forte de união entre as obras. Gianni Schicchi estreiou no Metropolitan Opera House de Nova Yorque, assim como as demais do triptico, em 14 de dezembro de 1919.

 

Dante Alighieri, o autor da Divina Comédia, colocou os seus inimigos políticos e pessoais no Inferno. Entre os maiores desafetos do poeta estava Gianni Schicchi, cidadão de Florença, que teria falsificado o testamento de Buoso Donati (Dante era casado com Gemma Donati, um membro dessa família), deixando a maior parte dos bens de Buoso, que morreu a 1o de setembro de 1299, dia em que se passa a ação da ópera, para a família Schicchi. Lançado pelo poeta na última vala do Oitavo Círculo do Inferno, local confinado aos falsificadores, seiscentos anos depois, Puccini foi buscá-lo. Sua irônica proposta: provar que, afinal de contas, Gianni Schicchi não merecia o destino que Dante lhe havia reservado.

 

Há duas versões para os acontecimentos que acabaram por conduzir Schicchi ao Inferno. A primeira delas é que, tendo morrido Buoso Donati, um rico patrício florentino, seu primo Simone, muito preocupado porque o falecido havia deixado muito mais para a Igreja do que para os parentes, escondeu o acontecido e contratou o finório Schicchi para substituir o morto na cama e ditar novo testamento. Em reconhecimento, Simone Donati, que muitos dizem ter sido não primo, mas filho do falecido, teria dado ao impostor a melhor égua do estábulo que herdara. A segunda versão – adotada integralmente na ópera de Puccini – é que, uma vez tendo escondido o cadáver, Schicchi entrou no leito, fingiu-se de moribundo, mandou chamar o testamenteiro e legou a maior parte dos bens de Buoso Donati para si mesmo, incluindo a égua, que alguns afirmam que era, na verdade, uma mula. Simone nada pode reclamar, uma vez que era cúmplice do crime – gravíssimo – de falsificação.

 

Gianni Schicchi é prova da profunda capacidade criativa de Puccini. Apesar de ter forjado seu estilo, ao longo dos anos, nas óperas trágicas, o compositor não encontra dificuldades em transitar para a comédia. A obra rende tributo ao melhor tradição italiana, mas sua roupagem é nova. A música de Schicchi é a do século XX, com sua própria personalidade, denunciada na energia dos ritmos incisivos e dos tempos quase sempre rápidos.

 

Grande parte do mérito pertence a Forzano.  Muito culto, cônscio da herança teatral italiana, o libretista forjou seus personagens nos antigos arquétipos da Commedia dell’Arte. Um dos aspectos mais divertidos é o da exposição dos antagonismos de classes. Os Donati, membros da antiga nobreza florentina, tratam Schicchi com desprezo, por ele ser um burguês oriundo do campo – “la gente nuova” –   em processo de ascensão econômica e social.  Aliás, nascido no seio de uma das mais tradicionais famílias florentinas, essa foi provavelmente uma razão adicional para Dante odiar o falsário.

 

A gravação do programa traz nos papéis principais um elenco de grandes cantores. O barítono Fernando Corena, como Gianni Schicchi, a soprano Renata Tebaldi, no papel de Lauretta, o tenor Agostino Lazzari, como Rinuccio e Lucia Danieli, como Zita. O coro e a Orquestra do Maggio Musicale Fiorentino são dirigidos por Lamberto Gardelli.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Sinopse de Gianni Schicchi

 

Giacomo Puccini

Giovacchino Forzano, libreto

Personagens

CDGianniSchicchi

Gianni Schicchi , barítono
Lauretta, sua filha , soprano
Buoso Donati , morto, não canta
A velha Zita, prima de Buoso , contralto
Rinuccio, neto de Zita, noivo de Lauretta , tenor
Gherardo, sobrinho de Buoso , tenor
Nella, esposa de Gherardo , soprano
Gherardino, filho de Gherardo e de Nella , contralto
Betto di Segna , baixo
Simone , baixo
Marco , barítono
La Ciesca , mezzo-soprano
Mestre Spinelloccio, médico , baixo
Pinellino, sapateiro , baixo
Guccio, pintor de paredes , baixo

 

A ação se passa na casa do morto, em 1o de setembro de 1299.

 

Ato único

 

Florença, 1o de setembro de 1299. Buoso Donati acaba de morrer. Seus parentes, reunidos no quarto em torno do leito do defunto, choram lágrimas fingidas, cada um deles de olho na herança. O falecido é membro da alta burguesia, dono de moinhos e distribuidoras de farinha, fábricas de macarrão e panetone, padarias, etc., sendo as Indústrias Donati uma das empresas mais bem sucedidas de toda a Toscana. Em meio às preces fúnebres e aos prantos, cochicham nos ouvidos uns dos outros: “Ouviste o que dizem em Signa (onde estão situados os moinhos)? ” “Parece que ele deixou todos os bens para os frades do convento de Santa Reparata.” Este rumor causa alarme entre os membros da família. “Se o testamento já está no cartório,” diz o velho Simone, “nada resta a fazer. Mas pode ser que ainda esteja neste quarto.” Rebuliço, abrem gavetas, fuçam aqui, fuçam ali, até que Rinuccio, excitado, anuncia: “Achei! O testamento de Buoso Donati!” Fantasia que o tio pode tê-lo deixado rico, permitindo assim seu casamento com Lauretta, a filha de Gianni Schicchi. A leitura do testamento, porém, causa grande decepção entre os Donati. O falecido deixou quase tudo para os frades, e praticamente nada para eles, que começam a chorar – agora sim, lágrimas de verdade. Mas nem tudo está perdido, diz Rinuccio; há uma pessoa que pode nos ajudar. Quem? Gianni Schicchi. Mas ao ouvir tal nome, a velha Zita se enfurece – Nunca! Nunca vou permitir que meu neto se case com a filha desse cidadão, sem eira nem beira, sem dote nem nada, esse forasteiro que chega aqui em Florença e pensa que pode… Mas Rinuccio defende seu futuro sogro, dizendo que ele é um grande jurista, além de muito esperto, e que ele é um desses talentos que, vindos de outras partes, assim como Giotto, Arnolfo, ou os Medici, enriquecem a vida de Florença (Firenze è come un albero fiorito).

 

Chega Gianni Schicchi com sua filha Lauretta, e se põe a par da situação. Ele sabe que é detestado naquela casa, mas isto não quer dizer que tenham qualquer pejo em recorrer a ele, agora que estão em apuros. Lauretta, que está perdidamente apaixonada por Rinuccio, pede ao pai que faça algo pelos Donati. “Por essa gente?” diz ele. “Nada! Não faço absolutamente nada!” É então que Lauretta, canta sua célebre ária O mio babbino caro e consegue amolecer o coração do pai. Gianni expõe seu plano: já que ninguém fora daquela casa sabe que Buoso Donati morreu, que alguém vá à cidade avisar ao tabelião que a saúde do Sr. Donati piorou muito, e que este quer fazer seu testamento. Enquanto isto, o cadáver é escondido, e Gianni Schicchi, cuja semelhança física com o falecido é marcante, além de poder imitá-lo com perfeição com sua voz de falsetto, se põe no leito para a farsa. Assiste-se então a um espetáculo de ganância, sordidez e mesquinharia, quando cada um dos Donati tenta subornar Gianni Schicchi para poder ficar com a maior parte dos bens. Gianni adverte-os, porém, do risco que estão correndo: a pena para a falsificação de documentos na República de Florença é a amputação da mão e banimento perpétuo da cidade, tanto para o perpetrador do crime quanto para seus cúmplices. Addio Firenze, addio cielo divino, io ti saluto con questo moncherino… (Adeus, Florença, adeus céu divino, eu te saúdo com este toco de braço) canta ele, fazendo troça dos parentes.

 

Chega o notário, com as testemunhas do cartório. O farsante começa a ditar seu testamento. Alguns trocados para os frades, tudo bem. O dinheiro vivo que se encontra na casa, em partes iguais para os membros da família, tudo bem. Mas os Donati ficam estarrecidos quando ele deixa a mula, a casa, os moinhos e as empresas Donati para… “seu devoto amigo… Gianni Schicchi!” Após a retirada dos representantes da lei, há alvoroço na casa dos Donati – que agora é, legalmente, a casa de Gianni Schicchi. A casa é saqueada; roubam tudo que podem: as roupas de seda fina, as jóias, os objetos de arte, a prataria, até mesmo a mobília. Só os dois amantes, Rinuccio e Lauretta, alheios a tudo que se passa em torno deles, cantam seu pequeno dueto de amor.

 

Gianni Schicchi se levanta da cama, então, e pergunta ao auditório se o dinheiro de Buoso Donati poderia ter tido um fim melhor. “Se é opinião de Dante que eu deva ir parar no inferno, se vocês se divertiram, espero que tenham uma opinião melhor…”

Pro­gra­mação de Maio

 

Pro­grama 39 – Dia 02 de Maio – Es­pe­cial com o vio­lo­nista Jorge Ca­bal­lero (gra­vação ao vivo do con­certo rea­li­zado no Salão Leo­poldo Mi­guez em 12 de de­zembro de 2010)

 

Pro­grama 40 – Dia 9 de maio – Don Quixote na mú­sica (obras de Bois­mor­tier, Te­le­mann, Mas­senet e Ravel)


Pro­grama 41 – Dia 16 de maio – Grandes mes­tres da EM: obras do com­po­sitor Hen­rique Os­wald (1852-1931)

 

Pro­grama 42 – Dia 23 de maio – Mú­sica de câ­mara 2: obras de câ­mara para di­fe­rentes for­ma­ções

 

Pro­grama 43  – Dia 23 de maio – Ópera “Gianni Schicchi” de Puc­cini

Concertos UFRJ: Música de Câmara

camara190

A música de câmara, um dos gêneros mais complexos e que exige enorme destreza dos instrumentistas foi novamente assunto de Concertos UFRJ na edição do dia 23 de maio.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110523|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

A música de câmara, um dos gêneros mais complexos e que exige enorme destreza dos instrumentistas foi novamente assunto de Concertos UFRJ na edição do dia 23 de maio.. Parceria da Escola de Música com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

Ao longo do tempo alguns agrupamentos camerísticos se consolidaram como padrão. E caso dos trios, quartetos e quintetos de cordas com ou sem piano, os quartetos e quintetos de sopros com ou sem piano. Há ainda os conjuntos mistos nos quais se acrescenta ou substitui um dos instrumentos de cordas por outro de sopro, como os quartetos com flauta, ou oboé ou quintetos com clarineta. O programa destaca como primeira obra um conjunto até certo ponto inusitado: o Trio em Mi bemol K 498 de Mozart no qual se juntam ao piano uma clarineta e uma viola. Em três movimentos (Andante, Minueto e Rondó Allegretto), está peça é também conhecida como “trio boliche”, pois, segundo uma anedota, que se supõe verídica, Mozart a teria composto entre uma partida ou outra deste jogo. A gravação apresentada reúne Stephen Kovacevich ao piano, Jack Brymer na clarineta e Patrick Ireland na viola.

 

Johannes Brahms, um dos maiores músicos do século XIX, é outro compositor que deixou uma maravilhosa produção no terreno da música de câmara. Seu belíssimo Quinteto (Allegro non troppo ma com brio, Grave e appasionato e Allegro enérgico) para cordas em fá maior op. 88 agrega ao tradicional quarteto de cordas uma segunda viola, o que dá ao conjunto uma sonoridade mais encorpada nos registros médios, bem característico da escrita do compositor. A gravação, a do Quarteto Amadeus com a participação de Cecil Aronowitz na segunda viola.

 

Por fim, a última peça do programa foi Fronteiras composta em 1999 pelo compositor carioca Ronaldo Miranda – ex-aluno e professor da Escola de Música da UFRJ. A interpretação, do Quinteto Villa-Lobos formado por Antonio Carrasqueira na flauta, Luiz Carlos Justi no oboé, Paulo Sérgio Santos na clarineta, Aloysio Fagerlande no fagote e Philip Doyle na trompa. 

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Programação de Maio

 

Programa 39 – Dia 02 de Maio – Especial com o violonista Jorge Caballero (gravação ao vivo do concerto realizado no Salão Leopoldo Miguez em 12 de dezembro de 2010)

 

Programa 40 – Dia 9 de maio – Don Quixote na música (obras de Boismortier, Telemann, Massenet e Ravel)


Programa 41 – Dia 16 de maio – Grandes mestres da EM: obras do compositor Henrique Oswald (1852-1931) 

 

Programa 42 – Dia 23 de maio – Música de câmara 2: obras de câmara para diferentes formações

 

Programa 43  – Dia 23 de maio – Ópera “Gianni Schicchi” de Puccini 

 

Concertos UFRJ: a obra de Henrique Oswald

 Reprodução
Henrique_Oswald_1907
O compositor em fotografia dos últimos anos de vida.

A obra do pianista e compositor Henrique Oswald, um dos mais importantes artistas brasileiros de nosso romantismo musical foi o assunto da edição de Concertos UFRJ do dia 16 de maio.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110516|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

A obra do pianista e compositor Henrique Oswald, um dos mais importantes artistas brasileiros de nosso romantismo musical foi o assunto da edição de Concertos UFRJ do dia 16 de maio. Parceria da Escola de Música com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

Oswald nasceu no Rio de Janeiro em 1852, filho de pai suíço e mãe italiana. Aos dois anos de idade foi para São Paulo onde o pai abriu um pequeno comércio de venda de pianos. O menino Henrique Oswald começou então a aprender o instrumento com sua própria mãe e, mais tarde, com o músico francês Gabriel Giraudon, fazendo suas primeiras apresentações aos 12 anos de idade. Em 1868, o jovem talentoso recebeu uma bolsa de D. Pedro II para aperfeiçoamento no exterior e se transferiu para Florença, Itália, cidade na qual moraria maior parte de sua vida.

 

Henrique Oswald viveu em uma época em que a estética do romantismo foi abalada em seus ideais, por um lado, pela gradual dissolução do sistema tonal e, por outro, pela transformação da sintaxe discursiva que, herança do classicismo, era baseada no confronto temático. Seu trabalho se filia ao romantismo tardio e à escola francesa de composição. Muitos comentaristas destacam sua ligação com a obra do compositor francês Gabriel Faurée pela inspiração melódica e requinte formal. Sendo o piano o instrumento de Henrique Oswald sua produção principal é, naturalmente, para o instrumento.

 

Durante sua estada na Europa travou contato com vários compositores, em especial Franz Liszt, Rebikoff e Gabriel Pierné. Em 1902 sua peça Il Neige venceu o concurso de composição do jornal Le Figaro de Paris em cujo júri se encontrava, entre outros, os compositores Gabriel Faurée e Saint-Saenz. Em várias de suas obras os títulos insinuam elementos extramusicais, não com a intenção de descrevê-los realisticamente, mas de sugeri-los, talvez, psicologicamente.

 

Após muitos anos vivendo na Europa, Henrique Oswald foi convidado pelo governo brasileiro para retornar ao Brasil e assumir a direção do Instituto Nacional de Música (INM), atual Escola de Música da UFRJ. Aqui chegou em 1903 e permaneceu até 1906 quando retornou à Europa. Somente em 1911 se estabeleceu definitivamente no Rio de Janeiro, trazendo sua família e sendo nomeado professor de piano do INM.

 

Além de obras para piano Henrique Oswald tem também uma destacada produção para diversas formações camerísticas e abordou, também, a música sacra, sobretudo no período imediatamente após seu filho Alfredo ter optado pela vida sacerdotal. No gênero sacro, nos deixou uma missa, uma missa de réquiem e vários motetos.

 

A música de Oswald utiliza elementos colhidos em diferentes estilos. O musicólogo Luiz Heitor Correa de Azevedo identificou três diferentes influências do compositor: a alemã, devido à “profundeza de pensamento” e amplo domínio das questões formais; a francesa pelo requinte, clareza e uma “cuidadosa escolha das harmonias”; e a italiana por sua facilidade melódica. Já o escritor Mário de Andrade, contrariamente, identificou em Oswald “uma sensibilidade melódica afastadíssima da volúpia italiana e da masculinidade alemã. Mas que tem manas pela Rússia e o pai em França”. Na verdade trata-se de um compositor cujo ecletismo e profundo conhecimento da técnica composicional o faziam transitar por diferentes estilos.

 

Além das obras para piano e música de câmara Henrique Oswald deixou obras orquestrais, em que se sobressaem um concerto para piano e outro para violino, e duas sinfonias. Deixou também três óperas, sendo duas delas inéditas, canções e peças para órgão.

 

Oswald faleceu aos 79 em 1931 como um consagrado compositor e disputadíssimo professor de piano. Mais informações, no site dedicado ao compositor.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Programação de Maio

 

Programa 39 – Dia 02 de Maio – Especial com o violonista Jorge Caballero (gravação ao vivo do concerto realizado no Salão Leopoldo Miguez em 12 de dezembro de 2010)

 

Programa 40 – Dia 9 de maio – Don Quixote na música (obras de Boismortier, Telemann, Massenet e Ravel)


Programa 41 – Dia 16 de maio – Grandes mestres da EM: obras do compositor Henrique Oswald (1852-1931) 

 

Programa 42 – Dia 23 de maio – Música de câmara 2: obras de câmara para diferentes formações

 

Programa 43  – Dia 23 de maio – Ópera “Gianni Schicchi” de Puccini 

 

Concertos UFRJ: Don Quixote na música

 Reprodução
donquixote-cavaleiroandante190
{source}<div ><a href=”https://musica.dev.coordcom.ufrj.br/wp-content/uploads/images/stories/noticias/donquixote-cavaleiroandante800.jpg” rel=”shadowbox” title=”Cândido Portinari (1956)”/><img src=”plugins/content/magnify/magnify-clip.png” alt=”Clique para ampliar” title=”Clique para ampliar”/></a></div>{/source}Don Quixote cavaleiro andante, Portinari (1956). 

Genial criação do escritor espanhol Miguel de Cervantes, Don Quixote seduziu ao longo do tempo um infinidade de compositores, muitos dos quais acabaram representando em música as aventuras e desventuras do tragicômico “cavaleiro da triste figura”.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110509|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .
donquixotecontraosmoinhos230
{magnify}images/stories/noticias/donquixotecontraosmoinhos800.jpg|Cândido Portinari (1956){/magnify}Dom Quixote Arremetendo contra o Moinho de Vento, Portinari (1956).

Genial criação do escritor espanhol Miguel de Cervantes, Don Quixote seduziu ao longo do tempo um infinidade de compositores, muitos dos quais acabaram representando em música as aventuras e desventuras do tragicômico “cavaleiro da triste figura”. Um passeio por essas experiências é a proposta do programa Concertos UFRJ que foi ao ar no dia nove de maio. Parceria da Escola de Música com a rádio Roquette Pinto, a série é veiculada toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM, e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

São muitos os exemplos do interesse despertado pela obra do escritor espanhol, a começar pela música incidental composta pelo inglês Henry Purcell em 1695. Entre as óperas vale mencionar as versões de Francesco Bartolommeo (1719), Antonio Caldara (1733), Joseph Bodin de Boismortier (1743), Antonio Salieri (1770), Niccolò Piccinni (1773), Pietro Generali (1805), Felix Mendelssohn (1826) e Jules Massenet (1910). Don Quixote foi também tema de ballets, como o criado, em 1869, por Ludwig Minkus e Marius Petipa para o Teatro Bolshoi – hoje um clássico da dança. No terreno da música sinfônica há de se destacar as canções de Ravel (1932) e Jacques Ibert e os poemas-sinfônicos de Anton Rubinstein (1870), Viktor Ullman (1944) e, o mais conhecido e executado, o de Richard Strauss (1897) em que o violoncelo solista personifica o fidalgo e a viola faz o papel de Sancho Pança.

 

Desta vasta gama de obras, o programa destacou quatro. A primeira, a ópera-ballet Don Quichotte chez la Duchesse (Don Quixote visita a Duquesa) do compositor francês Joseph Bodin de Boismortier (1689 – 1755). Apesar de descrita como “ballet”, a sua estrutura é de ópera, com libreto de Charles Simon Favart e se baseia no conhecido do romance em que um casal de nobres se diverte montando uma farsa para enganar Don Quixote. A estreia ocorreu em 1743, na Academia Real de Musica de Paris.

 

Já compositor barroco alemão George Phillip Telemann abordou o tema em duas oportunidades: na ópera “Don Quixote nas bodas de Camacho” e numa Suite orquestral para cordas e contínuo. Nesta última, a música passagens célebres da obra de Cervantes,  como o despertar de Don Quixote, o ataque aos moinhos de vento, os suspiros do fidalgo ao recordar-se da amada Dulcinéa e o galope de seu cavalo Rocinante ao lado do burrico Gris, de seu escudeiro.

 

A vizinha Espanha sempre povoou o imaginário dos compositores franceses. Com uma personagem tão facetada e plena de significados como esta não poderia ser diferente. Dois exemplos ilustram bem este fascínio. O de Jules Massenet (1842 – 1912), que escreveu a ópera “Don Quixote”, em cinco atos, encenada pela primeira vez em 1910 pela Ópera de Montecarlo, e o de Maurice Ravel (1875-1937), que dedicou a ela um ciclo de três canções denominado Don Quixote a Dulcinéia, a partir de poemas de Paul Morand.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Programação de Maio

 

Programa 39 – Dia 02 de Maio – Especial com o violonista Jorge Caballero (gravação ao vivo do concerto realizado no Salão Leopoldo Miguez em 12 de dezembro de 2010)

 

Programa 40 – Dia 9 de maio – Don Quixote na música (obras de Boismortier, Telemann, Massenet e Ravel)


Programa 41 – Dia 16 de maio – Grandes mestres da EM: obras do compositor Henrique Oswald (1852-1931) 

 

Programa 42 – Dia 23 de maio – Música de câmara 2: obras de câmara para diferentes formações

 

Programa 43  – Dia 23 de maio – Ópera “Gianni Schicchi” de Puccini 

 

Especial Jorge Caballero em Concertos UFRJ

 Foto: Divulgação
caballero200
O premiado violonista peruano é o destaque do programa 

Um especial com o renomado violonista peruano Jorge Caballero é o convite da primeira edição de maio de Concertos UFRJ que foi ao ar no dia 2.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110502|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

Um especial com o renomado violonista peruano Jorge Caballero é o convite da primeira edição de maio de Concertos UFRJ que foi ao ar no dia 2. No programa, a gravação ao vivo de sua apresentação no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ (EM) em dezembro do ano passado, durante a segunda parte do festival Violão na UFRJ: 30 anos que comemorou três décadas de atividades do bacharelado do instrumento na universidade – um dos primeiros do país. Parceria da EM com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ é veiculada toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM, e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

Jorge Caballero nasceu em 1977 em Lima, Peru, e é considerado um dos mais destacados violonistas na geração atual. Vem de uma família musical: aprendeu a tocar violão com o pai e sua mãe era uma cantora conhecida no Peru.

 

Iniciou sua formação profissional no Conservatório Nacional, onde estudou com Oscar Zamora e logo ganhou concursos e premiações importantes.

 

Com 19 anos obteve o primeiro lugar no prestigioso concurso Walter Naumburg em Nova York. Foi o mais jovem vencedor da competição e o primeiro violonista a ganhá-la. Este triunfo o levou a uma turnê de concertos em USA, inclusive na Alice Tully Hall em New York e na Library of Congress em Washington DC, se apresentando também como solista com orquestra.

 

Foi também premiado no Concurso Internacional de Tóquio, o Luis Sigall, e ficou em primeiro lugar no América Latina Guitar Competition. Já tocou na Biblioteca do Congresso de Washington, no Metropolitan Museum of Art, no Palácio das Artes de São Francisco, entre outros espaços dos Estados Unidos e de outros países, e se apresentou como solista de Orquestras como a Filarmônica de Los Angeles, a Filarmônica de Nápoles e a Orquestra Sinfônica Presidencial de Ancara, na Turquia. É membro fundador do quinteto de cordas Axis.

 

O seu repertório é notável por sua extensão e alcanc e se extende da música renascentista à música contemporânea de Ginastera, Berio e Carter.

 

 

O registro fotográfico da apresentação de Cabalerro no Salão Leopoldo Miguez pode ser encontado nado site.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Programação de Maio

 

Programa 39 – Dia 02 de Maio – Especial com o violonista Jorge Caballero (gravação ao vivo do concerto realizado no Salão Leopoldo Miguez em 12 de dezembro de 2010)

 

Programa 40 – Dia 9 de maio – Don Quixote na música (obras de Boismortier, Telemann, Massenet e Ravel)


Programa 41 – Dia 16 de maio – Grandes mestres da EM: obras do compositor Henrique Oswald (1852-1931) 

 

Programa 42 – Dia 23 de maio – Música de câmara 2: obras de câmara para diferentes formações

 

Programa 43  – Dia 23 de maio – Ópera “Gianni Schicchi” de Puccini