Concertos UFRJ: Nelson Freire, segunda parte

Foto: Divulgação
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Especial dedicado ao pianista.

O programa Concertos UFRJ apresentou nesta segunda-feira, 12, a continuação do especial Nelson Freire, pianista brasileiro reconhecido internacionalmente.

O programa Concertos UFRJ apresentou nesta segunda-feira, 12, a continuação do especial Nelson Freire, pianista brasileiro reconhecido internacionalmente, que receberá no dia 15 de setembro o título de Doutor Honoris Causa da UFRJ.

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Distinção máxima oferecida pela instituição, o título que lhe será outorgado, em sessão solene do Conselho Universitário (Consuni), que começa às 18h no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música, é um reconhecimento pelo conjunto da sua produção e por sua contribuição as artes no País. Será a primeira honraria acadêmica de Nelson Freire que coleciona uma enorme – e justa – lista de homenagens e premiações, tendo sido o único pianista brasileiro incluído na série Great Pianists of the 20th Century lançada mundialmente pelo selo Phillips em 1999.

 

As suas gravações, aliás, têm merecido significativo destaque. Em 2001 assinou contrato de exclusividade com a Decca e o primeiro CD produzido, dedicado à obra Chopin, compositor pelo qual Nelson Freire manifesta especial predileção, obteve aprovação unânime da crítica musical internacional. Ele recebeu o “Diapason d’Or” da revista “Monde de la Musique”, a cotação máxima da revista “Répertoire” e foi indicada para o Grammy Awards de 2006. Já a sua performance nos 24 “Prelúdios” do músico polonês foi laureada com o Edison Award.

 

Sua gravação ao vivo dos dois concertos para piano de Brahms com a Orquestra do Concertgebouw de Amsterdã e regência de Riccardo Chailly merece uma menção a parte. Obteve os maiores prêmios da crítica especializada, entre eles o Grand Prix de l’Académie Charles Cros, o Classic FM Gramophone Awards (2007), o Grammy Awards de 2007 como a “Gravação do Ano”, o Diapason d’Or e o “Choc” du Monde de la Musique.

 

Concertos UFRJ apresentam duas dessas gravações memoráveis, ambas pelo selo Deca. A da “Barcarolle” Op. 60, de Chopin, incluída por Freire em seu segundo álbum dedicado aos “Estudos” do compositor polonês, e a da sua bela e premiada interpretação do Concerto no 2, para piano e orquestra, em Si Bemol Maior Op.83 de Brahms.

 

Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Peças do Programa

 

• Frédéric Chopin, Barcarolle, Op. 60.
• Johannes Brahms, Concerto no 2, para piano e orquestra, em Si Bemol Maior Op.83, com a Orquestra do Concertgebouw de Amsterdã e regência de Riccardo Chailly. Movimentos: Allegro non tropo, Allegro appassionato, Andante e Allegretto grazioso.

Concertos UFRJ: Nelson Freire

Foto: Divulgação
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Especial dedicado ao pianista.

O programa Concertos UFRJ dedica duas edições às extraordinárias interpretações de Nelson Freire, pianista brasileiro aclamado internacionalmente, que receberá dia 15 o título de Doutor Honoris Causa da UFRJ em sessão solene do Conselho Universitário, marcada para as 18h no Salão Leopoldo Miguez. Na primeira, que foi ao ar no dia 5 de setembro, Freire executa peças de Schumann, Debussy, Beethoven, Villa-Lobos e Chopin.

O programa Concertos UFRJ dedica duas edições às extraordinárias interpretações de Nelson Freire, pianista brasileiro aclamado internacionalmente, que receberá dia 15 de setembro o título de Doutor Honoris Causa da UFRJ em sessão solene do Conselho Universitário, marcada para as 18h no Salão Leopoldo Miguez. Na primeira, que foi ao ar no dia 5 de setembro, Freire executa peças de Schumann, Debussy, Beethoven, Villa-Lobos e Chopin. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Um dos mais importantes músicos brasileiros das últimas décadas, Nelson Freire nasceu em 1944, em Boa Esperança, Minas Gerais, e começou a tocar piano com apenas três anos de idade, tendo realizado o primeiro recital com oito. Seus principais professores no Brasil foram Nise Obino e Lúcia Branco. Em 1957, com 12 anos, foi o sétimo colocado no Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, cujo júri era composto por Margherite Long, Guiomar Novaes e Lili Kraus, algumas das maiores pianistas do século XX. Em decorrência da sua participação, ganhou uma bolsa de aperfeiçoamento para estudar em Viena com Bruno Sidelhofer.

 

A carreira internacional começou em 1964 ao conquistar o primeiro lugar no Concurso Internacional de Piano Vianna da Motta em Lisboa e em Londres as medalhas de ouro Dinu Lipatti e Harriet Cohen. Esses sucessos abriram as portas das salas de concerto do mundo para o tímido e introvertido músico.

 

Como convidado, Freire tocou com as mais importantes orquestras do mundo. A lista é impressionante e inclui a Filarmônica de Berlin, a Filarmônica de Munique, a Orquestra da Rádio Bávara, a Orquestra Real do Concertgebouw de Amsterdã, a Filarmônica de Roterdã, a Sinfônica da Rádio da Dinamarca, a Tonhalle de Zurique, a Sinfônica de Viena, a Filarmônica Tcheca, a Orquestra da Suisse Romande, a Sinfônica e a Filarmônica de Londres, a Royal Philharmonic, a Sinfônica da BBC, a Orquestra de Paris, a Filarmônica da Rádio France, a Orquestra de Montreal e a Filarmônica de Israel. Nos Estados Unidos foi solista, entre outras, das orquestras das cidades de Utha, Baltimore, Boston, Chicago, Cleveland, Nova Iorque e Filadélfia.

 

No Brasil, Freire realiza com frequência recitais solos nos nossos espaços de concerto mais importantes e se apresenta como solista das grandes orquestras nacionais como a Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), a Sinfônica de Campinas, a Sinfônica de Santos, a Sinfônica de Ribeirão Preto, a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), a Orquestra Petrobrás Sinfônica, a Filarmônica de Minas Gerais, e as dos Teatros Municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo.

 

Nelson Freire gravou para os mais importantes selos clássicos como a Sony/CBS, Teldec, Philips e Deutsche Grammophon. Recentemente gravou os concertos para piano e orquestra de Liszt com a Dresden Philharmonic sob regência de Michel Plasson para a Berlin Classics. Em 2001 assinou contrato de exclusividade com a Decca e o primeiro CD produzido foi dedicado as obras de Chopin, que ganhou aclamação unânime da crítica internacional. A gravação recebeu o “Diapason d’Or” da revista “Monde de la Musique”, a cotação máxima da revista “Répertoire” e foi indicado para o Grammy Awards de 2006.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Peças do Programa

 

• Robert Schumann, Arabesque em Dó Maior, op. 18.
• Claude Debussy, Prelúdio no. 10, “A catedral submersa”, da Suite Bergamasque.
• Claude Debussy, “Clair de Lune”, da Suite Bergamasque.
• Ludwig van Beethoven, Sonata no. 31, op. 110.
• Heitor Villa-Lobos, Bachianas brasileiras, no. 3, para piano e orquestra, com Orquestra Sinfônica Brasileira sob regência de Isaac Karabtchevsky.
• Frédéric Chopin, Noturno 10, Op 32, no. 2.

A Hora Espanhola, de Ravel

Reprodução
MauriceRavel1912
Maurice Ravel, em foto de 1912.

A Hora Espanhola (“L’Heure espagnole”), deliciosa comédia musical em um ato para cinco solistas e orquestra, composta por Maurice Ravel em 1907, é a atração desta semana de Concertos UFRJ.

A Hora Espanhola (“L’Heure espagnole”), deliciosa comédia musical em um ato para cinco solistas e orquestra, composta por Maurice Ravel em 1907, é a atração desta semana de Concertos UFRJ. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, o programa conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

 

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Juntamente com o amigo Claude Debussy, Ravel (1875 – 1937) é considerado um dos principais representantes do impressionismo musical. Sua obra apresenta ademais um audaz estilo neoclássico e, às vezes, rasgos de expressionismo, sendo fruto de uma complexa herança e de inovações que revolucionaram a produção para piano e para orquestra.

 

Sua obra uniu a tradicional elegância francesa das formas a uma fantasia transbordante e a um colorido que lembram a música popular espanhola. A influência peninsular é marcante tanto em A Hora Espanhola, como em sua Rapsódia Espanhola (1907) e em seu famoso Bolero (1928).

 

Composta a partir de uma peça de Franc-Nohain (1872-1934), A Hora Espanhola é a primeira comédia musical (preferia esta denominação à ópera) de Ravel e, com pouco menos de uma hora de duração, estreou em 1911 no Opéra-Comique de Paris em um programa duplo com Thérèse, de Jules Massenet. Não granjeou então aplausos do público, sendo considera picante demais e, mesmo, “pornográfica”. Depois de uma temporada inicial de nove representações não foi reapresentada até ser montada novamente pela Ópera de Paris, em 1921, e depois nos Estados Unidos. Aos poucos, as restrições iniciais foram sendo superadas e suas qualidades reconhecidas.

 

A versão veiculada no programa traz Elizabeth Laurence, soprano, como Concepcion; Tibere Raffali, como Gonzalve; Michel Senechal, tenor, como Torquemada; Gino Quilico, barítono, como Ramiro; e François Loup, baixo, como Don Inigo Gomes. A orquestra é a Nouvel Philarmonique com regência de Armin Jordan.

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Sinopse de “L’Heure espagnole”.

 

Ópera em um ato de Maurice Ravel sobre libreto de Franc-Nohain.

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Personagens

 

Concepcion, esposa de Torquemada, soprano.
Ramiro, arrieiro, tropeiro, isto é, guia de animais, barítono.
Torquemada, relojoeiro, tenor.
Gonzalve, bacharel e poeta, tenor.
Don Inigo Gomez, um banqueiro rico, barítono.

 

Não há coro.

 

A ação se passa em Toledo, no séc. XVIII. Toda intriga se desenvolve no atelier de Torquemada.

 

Ato único

 

Concepción, uma temperamental espanhola, está cansada do relojoeiro Torquemada, seu marido, que não lhe satisfaz mais os desejos. Ela o lembra que é dia de revisão dos relógios públicos da cidade e este se retira para dar conta do serviço.

 

A mulher pensa em aproveitar bem seu único dia de liberdade e convidou um admirador, o poeta Gonzalvo, para encontrá-la. Mas antes que apareça surge inesperadamente Ramiro – homem forte e atraente, porém com pouca experiência com as mulheres, que está atrás de Torquemada para que este conserte seu relógio de pulso e, em sua ausência, decide esperá-lo.

 

Concepción não sabe o que fazer e pede a Ramiro par levar ao primeiro andar um dos grandes relógios de pêndulo do estúdio. Surge Gonzalvo, mas nos poucos instantes que os amantes dispõem a sós o poeta gasta recitando versos intermináveis. Concepción frustrada, já que esperava algo mais ardente, ouve os passos de Ramiro descendo as escadas e esconde rapidamente o poeta em um grande relógio do marido. Sem saber o que fazer, acaba pedindo que suba o relógio, no qual está o amante, e traga o que há pouco havia levado. Ramiro, homem muito forte, não se opõe.

 

Enquanto observa Ramiro subindo, chega o gordo banqueiro Don Iñigo, que lhe faz uma declaração de amor. Quando Ramiro retorna, Concepcion não tem outra alternativa do que trancafiar também o enorme senhor no interior de um relógio Cuco. Ela pensa em trocar Gonzalvo por Iñigo, que, apesar de gordo e careca, é rico e parece ser um amante mais discreto. Pede então a Ramiro que leve o relógio Cuco a seu quarto e desça com o anterior, onde está Gonzalvo.

 

Ramiro levanta os relógios com impressionante facilidade, o que produz certa excitação em Concepción. Ele está de bom humor e se sente bem sendo admirado pela mulher. O clima de sedução se estabelece e Concepcion acaba por pedir desça o relógio Cuco do seu e, em seguida, sobe com Ramiro, que agora não carrega nenhum relógio.

 

Torquemada retorna e encontra o poeta e o banqueiro presos no interior dos relógios. Concepción e Ramiro descem as escadas e este usa novamente a força para livrar o banqueiro que, entalado, não conseguia sair do relógio em havia sido posto. Ágil nos negócios, aproveita a ocasião para vender a bom preço os relógios aos amantes da mulher.

 

Em um final jocoso, todos elogiam, ainda que por razões diversas, a força descomunal e a habilidade de Ramiro.

Francisco Braga em Concertos UFRJ

Reprodução
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Composições que primam pelo acabamento e  pela técnica.

A obra de Francisco Braga, que faz parte da geração de compositores brasileiros nascidos na segunda metade do séc. XIX e esteticamente filiados ao romantismo, é a atração desta semana de Concertos UFRJ.

A obra de Francisco Braga, que faz parte da geração de compositores brasileiros nascidos na segunda metade do séc. XIX e esteticamente filiados ao romantismo, é a atração desta semana de Concertos UFRJ. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, o programa conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

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Antônio Francisco Braga nasceu no Rio de Janeiro em 1868. Órfão de pai, a partir de 1876 foi aluno interno do Asilo dos Meninos Desvalidos, onde iniciou seus estudos musicais na clarineta e integrou a banda de música do educandário. Em 1883, Braga ingressou no Imperial Conservatório de Música. Ao terminar o curso foi nomeado, em 1887, professor do Asilo onde estudara.

 

Um grande impulso na sua carreira resultou da sua participação no Concurso para a escolha do que deveria ser o novo Hino Nacional Brasileiro, em 1890. O segundo lugar no concurso, que premiou o compositor Leopoldo Miguez, lhe valeu uma bolsa de estudos na Europa, onde se tornou aluno de Jules Massenet no Conservatório de Paris. De seu período de estudos na Europa são algumas de suas principais obras orquestrais, destacando-se os poemas sinfônicos “Paysage” e “Cauchemar”, compostos entre 1892 e 1895.

 

Em Dresden e Bayreuth, na Alemanha, Francisco Braga travou contato com a música de Richard Wagner. Sob a influência do mestre alemão, iniciou a composição de sua ópera “Jupira” cuja história se passa no interior de Minas Gerais e trata do trágico amor da índia Jupyra por Carlito. Uma história de caráter nacional envolta em uma linguagem nitidamente wagneriana.

 

De volta ao Brasil, em 1902, foi nomeado professor de fuga, contraponto e composição do Instituto Nacional de Música, instituição de ensino musical que sucedeu ao Conservatório e, atualmente, é a Escola de Música da UFRJ. No instituto, se tornou um disputado docente, tendo sido mestre de muitos compositores da primeira geração de nacionalistas, com destaque para Lorenzo Fernandez. Ele próprio desenvolveu em algumas obras essa temática como nas Variações sobre um Tema Brasileiro e no Trio para violino, violoncelo e piano, onde utiliza no terceiro movimento um lundu. A obra é de 1937, período de plena maturidade do compositor.

 

Além de compositor, Braga foi um dos mais atuantes regentes de seu tempo, tendo sido maestro titular de três orquestras no Rio de Janeiro: a do Instituto Nacional de Música, a da Sociedade de Concertos Sinfônicos e a do Theatro Municipal.

 

Fundador do Sindicato dos Músicos, foi acolhido Patrono da Cadeira de número 32 da Academia Brasileira de Música.  Em 1938, aposentou-se como professor do Instituto Nacional de Música.

 

Francisco Braga faleceu no Rio de Janeiro em 1945.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Peças do Programa

 

• Francisco Braga, Episódio Sinfônico, Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, sob regência de Benito Juarez.
• Francisco Braga, poema sinfônico “Cauchemar”, com a Orquestra Sinfônica do Paraná e a regência do maestro Roberto Duarte.
• Francisco Braga, abertura da ópera Jupira, com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e a regência de John Neschling.
• Francisco Braga, Trio para violino violoncelo e piano com o Trio Brasileiro, formado por Erich Lehninger no violino, Watson Clis no violoncelo e Gilberto Tinetti no piano.
• Francisco Braga, A Paz, cortejo para coro e orquestra, com o coro Brasil Ensemble da UFRJ dirigido por Maria José chevitarese, a Orquestra Sinfônica Nacional da UFF e a regência de Ligia Amadio.

A Música e Shakespeare

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As peças do dramaturgo  serviram de inspiração para vários compositores.

A música ao longo do tempo permaneceu aberta a outras manifestações artísticas, em especial à literatura. Se a música foi tema de romances, crônicas e poesias, inúmeras obras inspiraram compositores e forneceram a base para libretos, letras de canções, roteiros de balés e poemas sinfônicos.

A música ao longo do tempo permaneceu aberta a outras manifestações artísticas, em especial à literatura. Se a música foi tema de romances, crônicas e poesias, inúmeras obras inspiraram compositores e forneceram a base para libretos, letras de canções, roteiros de balés e poemas sinfônicos. Os Concertos UFRJ desta semana dão prova deste diálogo ao alinhar algumas peças sinfônicas que tomaram a obra de Shakespeare, o maior dramaturgo e poeta inglês de todos os tempos, como ponto de partida. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, o programa conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

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De todos os escritores, talvez sejam as obras William Shakespeare (1564-1616) as que mais alimentaram a criatividade de compositores e músicos, independente da nacionalidade e da personalidade estética. Ainda hoje, suas peças são revisitadas e adaptadas para a televisão e o cinema. Rossini (1792-1868) foi daqueles que se rendeu à magia do poeta. Seu Otelo, baseado na peça homônima, retoma a história do mouro de Veneza que, casado com a bela Desdêmona, se deixa levar pelos ardis de Iago e acaba consumido pelo ciúme.

 

Da tragédia à comédia. A trama inusitada, a mistura dos planos humano e maravilhoso, assim como um lirismo atravessado por uma comicidade divertida fizeram de Sonho de uma Noite de Verão fonte para óperas e peças sinfônicas, como o caso da música incidental composta em 1826 por Felix Mendelssohn (1809-1847). Outro exemplo, agora do compositor francês Claude Debussy (1862-1918) para o Rei Lear. Obra, infelizmente, inacabada, pois o autor escreveu apenas dois números: as Fanfarras de abertura e a música para o Sono do Rei Lear.

 

O programa termina com dois outros exemplos de aproveitamento musical da obra de Shakespeare. As indecisões e ambiguidades do amargurado príncipe da Dinamarca servirão de material para o compositor romântico Niels Gade (1817-1890) escrever a abertura de concerto Hamlet, op. 37, de 1861. Já os jovens apaixonados de Verona, cujo amor sucumbiu ao ódio ancestral, que devorava os Capuleto e os Montechio, encantaram uma infinidade de criadores. Entre eles, Tchaikovsky (1840-1893) que em 1869 escreveu sua Fantasia Abertura Romeu e Julieta. O tema principal, que representa o amor, é curiosamente dividido em duas partes que significam a paixão e a ternura. Elas aparecem nessa ordem em seguida são reapresentadas em forma invertida com a ternura antecedendo a paixão e levando a um clímax de grande intensidade e beleza. Por fim, o tema do ódio irrompe e anuncia a morte dos amantes.

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Peças do Programa

 

• Gioachino Rossini, abertura da ópera “Otelo” com a orquestra filarmônica Nacional e a regência de Ricardo Chailly.
• Felix Mendelssohn, Abertura da música incidental para “Sonho de uma noite de verão” com a Orquestra Sinfônica de Londres e a regência de Cláudio Abbado.
• Claude Debussy, Música incidental para “Rei Lear” com a Orquestra da Rádio e Televisão Francesa e a regência de Jean Martinon.
• Niels Gade, “Hamlet” abertura de concerto op. 37, com a Orquestra Filarmônica de Rheinland-Pfalz e a direção de Ole Schmidt.
• Piotr Ilitch Tchaikovsky, Abertura Fantasia Romeu e Julieta, com a Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e a regência de Antal Dorati.

Concertos UFRJ: Osvaldo Lacerda

Foto:Divulgação
OsvaldoLacerda
Para Lacerda a linguagem da música era nacional.

Uma homenagem a Osvaldo Lacerda, que faleceu recentemente, aos 84 anos, é a proposta de Concertos UFRJ desta semana que faz um passeio pela obra do compositor, pianista e professor.

Uma homenagem a Osvaldo Lacerda, que faleceu recentemente, aos 84 anos, é a proposta de Concertos UFRJ desta semana que faz um passeio pela obra do compositor, pianista e professor – expoente do nosso nacionalismo musical. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Natural de São Paulo, Osvaldo Costa de Lacerda nasceu em 1927 e cresceu em um ambiente familiar musical. Iniciou sua formação aos nove anos de idade, estudando piano com Ana Veloso de Resende, Maria dos Anjos Oliveira Rocha e José Kliass. De 1945 a 1947, harmonia com Ernesto Kierski e, de 1952 a 1962, composição com Camargo Guarnieri, sendo que este o incentivou a ter aulas com outros compositores, a fim de compreender a composição de outras perspectivas. Foi assim que, em 1963, conseguiu uma bolsa de estudos da Fundação Guggenheim para estudar nos Estados Unidos com Aaron Copland e Vittorio Giannini. Representou o Brasil, em 1965, no Seminário Interamericano de Compositores, realizado na Universidade de Indiana e no III Festival Interamericano de Música, em Washington, DC.

 

O retorno ao Brasil foi marcado pela participação em um embate estético lendário, que pautaria boa parte da criação musical no país na segunda metade do século 20. Ao lado de Guarnieri, ele defendeu a ideia de uma produção musical que levasse em consideração o espírito brasileiro. Lacerda sempre entendeu que a música, não importa a roupagem estilística ou harmônica, deveria possuir as características próprias da música brasileira. Isso o levou à formação de um arcabouço teórico segundo o qual, dizia, a música não era uma linguagem universal. “A linguagem é sempre nacional, podendo ser compreendida universalmente. Essa percepção faz toda a diferença.”

 

Lacerda incentivou o ensino e o desenvolvimento musical de jovens através da participação em organizações como a Mobilização Musical da Juventude Brasileira, o Departamento de Divulgação da Música Brasileira, a Sociedade Paulista de Arte, bem como a Sociedade Pró-Música Brasileira. Dedicou-se também intensamente ao ensino da música, na qualidade de professor de teoria elementar, solfejo, harmonia, contraponto, análise musical, composição e orquestração. Seus livros “Compêndio de Teoria Elementar da Música”, “Exercícios de Teoria Elementar da Música”, “Curso Preparatório de Solfejo e Ditado Musical”, e “Regras de Grafia Musical” são adotados em inúmeras escolas de música do Brasil e de Portugal.

 

Há, na obra de Osvaldo Lacerda, uma preocupação com o canto, e, sobretudo, com o canto de caráter nacional. Vai, portanto, buscar inspiração no folclore e na religiosidade popular. Foi com este espírito nacionalista que se empenhou em trabalhar com música sacra, tendo inclusive atuado como consultor junto à Comissão Nacional de Música Sacra de 1966 a 1970, propondo a introdução da música brasileira na liturgia da Igreja Católica.

 

Ao longo da vida ganhou inúmeros prêmios de música e composição. Entre eles, o prêmio “Melhor Obra Sinfônica”, em 1994, com “Cromos” para piano e orquestra; o Prêmio “Guarani 1997: Personalidade do ano”, outorgado pela Secretaria do Estado da Cultura e o “Grande Prêmio da Música 1997” da Associação Paulista dos Críticos de Arte, com o “Trio para violino, violoncelo e piano”, obra de 1970.

 

Em 1982 se casou com sua antiga aluna, a pianista Eudóxia de Barros.

 

Osvaldo Lacerda tornou-se também professor da Escola Municipal de Música de São Paulo, cargo no qual se aposentou em 1992.

 

Faleceu em 18 de julho de 2011, deixando vaga a cadeira nº 09 da Academia Brasileira de Música, cujo patrono é Tomaz Cantuária.

 

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Peças do Programa

 

• Osvaldo Lacerda, Poemeto, com Pauxy Gentil-Nunes, flauta, flauta, e André Carrara, piano.
• Osvaldo Lacerda, Ponteio no 3, com Belkiss Carneiro de Mendonça, piano.
• Osvaldo Lacerda, Brasiliana no 5, Desafio, Valsa, Lundú e Cana-Verde, com Eudóxia de Barros.
• Osvaldo Lacerda, Variações sobre o tema “Carneirinho Carneirão”, com James Ryon, oboé, e Mark George, piano.
• Osvaldo Lacerda, Appassionato, Cantilena e Toccata, com Barbara Westpha, viola, Christian Ruvolo, piano.
• Osvaldo Lacerda, Trio (1970), com o Trio Brasileiro, formado por Erich Lehninger, violino, Watson Clis, violoncelo e Gilberto Tinetti, piano.
• Osvaldo Lacerda, Quatro Peças Modais para Orquestra de Cordas, I. Dórico, II. Pentatônico, III. Lídio e IV. Mixilídico, com a Cia. Bachiana Brasileira, sob a regência de Ricardo Rocha.

Concertos UFRJ: Especial de aniversário

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Há um ano o programa Concertos UFRJ ia ao ar pela primeira vez. Para comemorar o aniversário desta parceria da Escola de Música (EM) com a Rádio Roquette Pinto, nada melhor do que um apanhado das peças que foram ouvidas nas suas mais de 50 edições. Para o maestro André Cardoso, docente da EM e seu produtor, o programa já se consolidou apesar do pouco tempo. E “não só por divulgar gravações exclusivas, mas por oferecer também um espaço privilegiado aos compositores e músicos brasileiros”, acrescenta.

Há um ano o programa Concertos UFRJ ia ao ar pela primeira vez. Para comemorar o aniversário desta parceria da Escola de Música (EM) com a Rádio Roquette Pinto, nada melhor do que um apanhado das peças que foram ouvidas nas suas mais de 50 edições. Para o maestro André Cardoso, docente da EM e seu produtor, o programa já se consolidou apesar do pouco tempo. E “não só por divulgar gravações exclusivas, mas por oferecer também um espaço privilegiado aos compositores e músicos brasileiros”, acrescenta.

 

 

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Voltando ao início desta trajetória, o especial de aniversário reapresentou a extraordinária interpretação de Nelson Freire, maior pianista brasileiro da atualidade, do Noturno, Op. 9, no. 2, de Frédéric Chopin (1810-1849). O compositor polonês, do qual na ocasião se comemorava o bicentenário de nascimento, foi tema da edição de estreia.

 

Mas a pauta de Concertos UFRJ não privilegiou apenas o repertório tradicional, em que sobressai em geral a música europeia que vai do barroco ao romantismo, com umas poucas incursões na do início do século passado. A produção brasileira e nossos compositores, em particular os contemporâneos, tiveram nela um lugar importante. Entre outros, programas foram dedicados a padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), mestre de capela de D. João VI e a personalidade musical mais importante do período colonial; a Ernani Aguiar, um dos mais importantes criadores da atualidade; a Murillo Santos; e a Francisco Mignone (1897-1986) – este último escolhido para inaugurar a série “Grandes Mestres da UFRJ”, que mensalmente homenageia um docente da instituição.

 

Programas temáticos, especiais de óperas e formações integradas por alunos da Escola de Música também frequentaram com assiduidade o cardápio do primeiro ano de Concertos UFRJ.

 

Por fim, cabe mencionar a importância concedida ao violão, instrumento que transita com a desenvoltura tanto pelas mais elegantes salas de concertos como pelas mais descontraídas das nossas festas populares. Ponto alto desta presença foram as gravações dos recitais oferecidos pelos convidados internacionais do festival Violão: 30 anos na UFRJ, evento que comemorou, no ano passado, três décadas de implantação do bacharelo do instrumento na universidade.

 

O programa “Concertos UFRJ” vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela rádio Roquette Pinto, na sintonia 94,1 FM. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Peças do Programa

 

• Frédéric Chopin, Noturno, Op. 9, no. 2, com Nelson Freire.
• Padre José Maurício Nunes Garcia, Salmo 116 “Laudate Dominum”, com o Ensemble Turicum sob a direção de Luis Alves da Silva.
• Ernani Aguiar, Instantes, no. 2, para cordas em quatro movimentos: Moderato Fluente, Boi Mofado, Cantilena e Ronda. Gravação da Orquestra de Câmara do Sesi Minas.
• Murillo Santos, Valsa Elegante, com o pianista Roberto Szidon.
• Francisco Mignone, Valsas de Esquina nos. 1 e 2, com o pianista Arthur Moreira Lima.
• J. S. Bach, Concerto de Brandenburgo no. 1, com a Academia de Saint Martin-in-the-fields sob a direção de Neville Marriner.
• Henry Purcell, “Lamento de Dido” e coro final da ópera Dido e Eneas, soprano Ann Murray, Coro Arnold Schoenberg, dirigido por Erwin Ortner, e Concentus Musicus de Viena, sob a regência de Nikolaus Harnoncourt.
• Edino Krieger, Serenata a 5, com o Quinteto Experimental de Sopros da UFRJ formado por Milher Moraes na flauta, Juliana Bravin no oboé, Diogo Lozza na clarineta, Carlos Bertão no fagote e Alessandro Jeremias na trompa.
• Augustin Barrios, La Catedral, com Ana Vidovic.

“Colombo”, de Carlos Gomes

Reprodução
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AS OBRAS de Carlos Gomes carecem de edições críticas.

“Colombo”, de Carlos Gomes (1836-1896), é a atração o último programa de julho de Concertos UFRJ. Nomeado um Poema Vocal-Sinfônico pelo autor, para atender às normas do concurso para o qual o trabalho foi escrito, a obra apresenta, porém, a estrutura e as características de uma ópera e tem sido, com alguma frequência, montada sob esta forma.

“Colombo”, de Carlos Gomes (1836-1896), é a atração o último programa de julho de Concertos UFRJ. Nomeado um Poema Vocal-Sinfônico pelo autor, para atender às normas do concurso para o qual o trabalho foi escrito, a obra apresenta, porém, a estrutura e as características de uma ópera e tem sido, com alguma frequência, montada sob esta forma.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Última obra lírica de Carlos Gomes, foi escrita para as comemorações do quarto centenário da viagem de Colombo. Um concurso selecionaria uma cantata a ser executada durante a “Exposição Universal de Chicago”, nos Estados Unidos, mas o compositor acabou não a enviando. Ofereceu-a, porém, ao comitê organizador das Festas Colombianas da cidade de Gênova que, entretanto, preferiu uma peça de Alberto Franchetti.

 

A estreia mundial ocorreu em 12 de outubro de 1892, no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, tendo sido recebida com frieza. Foi Villa-Lobos (1887-1959), atento às características dramáticas da partitura, o primeiro encená-la como ópera, em 1936, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Na verdade, a segunda audição da peça, que não havia sido novamente executada.

 

O libreto de “Colombo” é atribuído a certo Albino Falanca, que seria o pseudônimo do escritor e político Aníbal Falcão (1859-1900), a quem Carlos Gomes encomendou o argumento da obra. Essa não é, porém, a única hipótese. O musicólogo Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, por exemplo, afirma que o texto é de Angelo Zanardini, que havia colaborado anteriormente com o compositor. Por fim, há a possibilidade de a autoria ser do próprio Gomes.

 

Uma curiosidade, em carta a Escragnole Dória, datada de seis de junho de 1892, o compositor fala com humor da obra, apesar das dificuldades por que passava: “Já sabes que não era possível deixar passar este centenário colombiano sem dar sinal de vida. O tal ‘nhô-Colombo’ andou em 1492 agarrando macacos pelo mato e metendo medo na gente. Eu, porém, que sou meio ‘home’, meio ‘macaco velho’, acabo de me vingar dele, pois agarrei no tal ‘nhô-Colombo’ e botei-o em música, desde o Dó mais grave até a nota mais aguda da rua da amargura. Estou vingado, arre diabo…!”.

 

A versão veiculada traz, nos papéis principais, Inácio De Nonno (barítono), como Colombo, Carol McDavit (soprano), como Isabel de Castela, Fernando Portari (tenor), como Fernando de Aragão, e Maurício Luz (baixo), como Frade. Coro e Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFRJ (OSUFRJ), estão sob a regência de Ernani Aguiar. A gravação, pelo Selo Fonográfico UFRJ/Música, é 1998 e ganhou no mesmo ano o prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), como “Melhor CD”, e o SHARP de 1999, como “Melhor CD, Categoria Erudito”.

 

O programa radiofônico Concertos UFRJ é resultado de uma parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto. A série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela Roquette Pinto, na sintonia 94,1 FM.  Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Colombo


Poema Vocal-Sinfônico

 

Antônio Carlos Gomes, música.

Albino Falanca, libreto.

colombo250

Personagens

 

Colombo, descobridor Genovês, barítono.

Isabel de Castela, rainha de Espanha, soprano.

Fernando de Aragão, rei de Espanha, tenor.

Frade, baixo.

 

Coro e Orquestra

 

Parte I

 

Próximo ao Convento de La Rabiba. Noite fria e escura. O vento sopra a intervalos. O mar murmura ao longe. Canto longínquo de pescadores. Coros internos no Convento.

 

Em uma noite fria e escura Colombo procura o caminho para o convento onde espera encontrar consolo para a decepção de não realizar o sonho de descobrir novas terras. Ao longe um coro altivo de pescadores, que não temem sair ao mar com o mau tempo, contrasta com o desânimo de Colombo. Em momento de desespero pede que o mar seja seu túmulo definitivo. Ouve então uma “Ave Maris Stella” e o som do órgão do convento que o acalmam. Pede por fim que a “divina fé” o sustente nesse momento difícil e bate à porta do convento. Atende um frade que lhe pergunta o que quer, a quem Colombo diz que deseja “luta, perigo e glória” e sonha descobrir um novo mundo além do Atlântico. O diálogo prossegue e Colombo lhe confessa que sua vontade de partir em busca de novas terras se deve a uma decepção amorosa. Canta a ária “Era um tramonto d’oro” que diz que seu amor “parecia a primeira flor desabrochada nos jardins do Senhor”. Mas que “aquele sonho de amor tornou-se uma ilusão”, pois ao voltar de uma viagem não mais a encontrou. O Frade aconselha-o a refugiar-se no convento, mas Colombo recusa e pede que o leve à Corte para expor aos Reis suas ideias. O frade concorda, porém alerta que Colombo poderá encontra a morte. Empolgado responde que encontrará a vitória. No interior do convento é entoado um “Te Deum”.

 

Parte II


No Palácio Real

 

Na Corte, o povo celebra a vitória contra os Mouros. Mães e esposas dos soldados festejam o fim da guerra. O Rei Fernando conclama todos para que peguem em armas toda vez que for necessário para a glória da Espanha e libertação das Terras Sagradas. Isabel, louvando a coragem e beleza do marido, inicia o dueto romântico que, após réplica de Fernando, termina com Isabel pedindo que ele acredite no instinto da mulher que o ama, pois assim vencerá. Entram Colombo e o Frade que pede a rainha que “ouça a voz de um profeta”. Colombo começa a descrever seu sonho de um “mundo sublime e ignorado” perante um Rei descrente e o povo que exclama ser tal a “visão de um louco” uma “aberração”. Isabel, impressionada com as palavras de Colombo, afirma que ele é um profeta enviado do céu. Fernando, por sua vez, não está convencido, diz que não pode ceder a tal tentação e que Colombo delira. A multidão está dividida e diante do impasse e dúvida de Fernando, Isabel pede que confie em Colombo, a quem finalmente o Rei decide fornecer marujos e navios. Entusiasmados, todos proclamam a glória do soberano.

 

Parte III

 

Em alto mar.

 

A bordo da caravela Santa Maria, Colombo e a tripulação estão em plena calmaria. Um pequeno interlúdio orquestral descreve o ambiente inerte. Os marinheiros já estão descrentes do sucesso da viagem. Subitamente o tempo muda, o mar se agita e começa a tempestade. A tripulação se desespera acreditando ser a “ira do céu” e que Colombo os levará à morte. Clamam para que conduza o navio em direção norte. Colombo se nega afirmando que não terão a salvação se forem em tal direção e pede que não tenham medo e confiem nele, suplicando a clemência de Deus. A tempestade vai se abrandando e volta a calmaria. Os marinheiros tornam a ter esperanças. Ao longe, ouve-se um tiro de canhão e uma voz grita “Terra!”. Surpresos, todos a bordo agradecem a Deus: “Hosana! Salve! Glória ao Senhor!”.

 

Parte IV

 

Na Ilha

 

Os índios executam suas danças. O clima de suspense é criado pelos instrumentos graves descrevendo o desembarque dos espanhóis e as desconfianças dos nativos. É executada a “Dança Espanhola”, um solo de trompete em ritmo de “habanera”. Termina com a volta da “Dança Indígena”.

 

Na Baía de Barcelona

 

Nova cena, na Baía de Barcelona, descreve o retorno de Colombo, sendo recebido pelo povo ao som de sinos e fanfarras.

 

No Palácio Real

 

Na Corte, Isabel recebe Colombo saudando a vitória do reino de Castela. Este, por sua vez, se diz cumpridor da promessa feita e mostra um cortejo de índios. Ouve-se novamente um trecho da “Dança Indígena”. Fernando saúda-o como “imortal conquistador”. Isabela inicia o “Hino ao Novo Mundo” e todos exclamam: “Salve, ó Terra Ocidental. Primogênita serás de uma nova humanidade

Concertos UFRJ: Música de Câmara

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A edição de Concertos UFRJ do dia 18 de julho aborda mais uma vez a música de câmara, um dos gêneros mais complexos e que exige dos instrumentistas, ao mesmo tempo, uma sensibilidade refinada e um domínio técnico apurado. No programa, obras de Beethoven e Gabriel Fauré.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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A edição de Concertos UFRJ do dia 18 de julho aborda mais uma vez a música de câmara, um dos gêneros mais complexos e que exige dos instrumentistas, ao mesmo tempo, uma sensibilidade refinada e um domínio técnico apurado. No programa, obras de Beethoven e Gabriel Fauré. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

Forma adequada a pequenos espaços, a produção de câmara possibilitou durante séculos uma maneira de amigos e parentes, reunidos em pequenos conjuntos, fazerem e ouvirem música no aconchego do lar. Não raro, as residências das famílias relativamente abastadas dedicavam um cômodo da casa à música no qual, quase sempre, sobressaia um piano, base para boa parte desse repertório. Embora a vida contemporânea tenha solapado os fundamentos sociais desta forma de escuta e de prática musical, grande parte da produção de câmara, em especial a do final do séc. XVII e a do séc. XIX, guarda certo matiz característico.

 

É o caso do trio em Sol maior para violino, viola e violoncelo, Op. 9, no 1, de Ludwig van Beethoven (1770-1827), uma de primeiras incursões do compositor alemão no gênero. Composto entre 1796 e 1798, tem quatro movimentos: Adagio-allegro con brio; Adagio ma non tanto; Scherzo, alegro; e Presto. A gravação veiculada foi a do Trio de Zurique, formado por Boris Livschitz, violino; Zvi Livschitz, viola; e Mikael Hakhnazarian, cello.

 

O conhecido quarteto no 1, em Dó menor, para piano e trio de cordas, Op. 15, de Gabriel Fauré (1845-1924), foi a segunda peça do programa.  Escrito em 1876–79 e revisado em 1883, apresenta quatro movimentos – Allegro molto moderato; Scherzo, Allegro vivo; Adagio; e Allegro molto. A interpretação, de Emanuel Ax, piano, Isaac Stern, violino, Yo-Yo Ma, cello, e Jaime Laredo, viola.

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: Heitor Alimonda

 Foto: Reprodução
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Heitor Alimonda (1922-2002)

Heitor Alimonda, um dos grandes pianistas brasileiros de sua geração, é a atração desta semana dos Concertos UFRJ. Resultado de uma parceria da Escola de Música com a rádio Roquette Pinto, o programa vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Heitor Alimonda, um dos grandes pianistas brasileiros de sua geração, é a atração desta semana dos Concertos UFRJ. Resultado de uma parceria da Escola de Música com a rádio Roquette Pinto, o programa vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

Heitor Alimonda nasceu em Araraquara, no interior de São Paulo, em 1922, e estudou no Conservatório Dramático e Musical, na capital daquele estado, concluindo o curso em 1941. Foi também aluno de Magda Tagliaferro e Tomás Terán, no Brasil, de Olga Samarof, no Conservatório de Filadélfia, de Bruno Seidloffer, em Viena, e de Denise Lassimone, na Royal Academy of Music em Londres.

 

Alimonda se destacou no início da carreira como intérprete do grande repertório romântico para piano e de compositores brasileiros. Mais tarde fez sucesso como camerista, seja em duo com suas irmãs Lydia e Alteia Alymonda, seja acompanhando diversos cantores. Foi fundador do “Ars Barroca”, no qual atuou como cravista, e do “Sexteto do Rio”, vencedor do Concurso Internacional Villa-Lobos de 1972.

 

Compês obras para piano solo, e para diversas formações de câmara, além de algumas peças para orquestra. No terreno didático o seu livro “O ensino do Piano”, em 10 cadernos, se tornou um marco do ensino musical no país.

 

O programa apresenta uma seleção de memoráveis interpretações de Alimonda: “Reverie” de Claude Debussy; acompanhando ao piano o tenor José Hue em quatro das Canções de Amor (Acalanto da Rosa, Amor em Lágrimas, Balada da Flor da Terra e Ouve o Silêncio) de Cláudio Santoro sobre texto de Vinícius de Moraes; com o clarinetista Jose Botelho e o fagotista Noel Devos, a Fantasia Concertante para clarineta, fagote e piano, na final do Concurso Villa-Lobos de 1972. Por fim, os três primeiros de uma série de 12 Prelúdios para piano compostos por Cláudio Santoro entre 1957 e 1963; e como solista da Orquestra Sinfônica do Paraná, sob regência do maestro Roberto Duarte, executando as Valsas Humorísticas de Alberto Nepomuceno.

 

Heitor Alimonda tornou-se, em 1975, Cidadão Honorário do Rio de Janeiro devido aos serviços prestados à cultura da cidade. Em 1992, após 30 anos de docência, se aposentou como professor titular da EM. Dois anos mais tarde, recebeu o título de Professor Emérito da UFRJ. Faleceu em 2002.

 

Concertos UFRJ são apresentados por André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: .