Família Bach em “Concertos UFRJ”

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J. S. BaCH é o ponto mais alto de uma família de músicos talentosos.

O sobrenome Bach está hoje, quase invariavelmente, associado a Johann Sebastian (1685-1750), um dos pilares da tradição musical ocidental. No entanto, a família Bach ofereceu ao mundo outros compositores importantes que, embora não tenham alcançado o patamar do mestre de Leipizig, produziram obras significativas.

 

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Imagem: Famíla Bach, Toby Edward
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{magnify}images/stories/noticias/bachs_familiy600.jpg|Imagem: Famíla Bach, Toby Edward{/magnify}Como o séc. XIX concebia a famíla Bach.

O sobrenome Bach está hoje, quase invariavelmente, associado a Johann Sebastian (1685-1750), um dos pilares da tradição musical ocidental. No entanto, a família Bach ofereceu ao mundo outros compositores importantes que, embora não tenham alcançado o patamar do mestre de Leipizig, produziram obras significativas. A edição Concertos UFRJ desta semana reprisa o prograna dedicado a este clã notável – exemplo jamais superado de talentos musicais concentrados em uma única família.

A extraordinária dinastia musical da família Bach começou com o trisavô de Johann Sebastian, Veit Bach (c 1550 – 1619), e se extinguiu em meados do séc. XVII com seu neto Wilhelm Friedrich Ernst Bach (1759 – 1845). Durante esse período, mais de 70 dos seus membros, segundo o Dicionário Grove de Música, seguiram carreira musical.

 

Originário de uma região da atual Hungria, Veit Bach, moleiro e músico amador, migrou para a Turíngia, Alemanha Central, por volta de 1545, em decorrência da expulsão dos protestantes. Aí viverá a família Bach, até que os filhos de Johann Sebastian busquem horizontes mais amplos.

 

Das gerações anteriores a Johann Sebastian, o programa destaca os seus tios-avôs e compositores Johannes Hans Bach (1604-1673) e Heinrich Bach (1615-1692).  Heinrich teve vários filhos músicos, sendo o mais proeminente Johann Christoph Bach (1642-1703), organista e cravista da corte, em Eisenach, e primo em segundo grau de J. S. Bach, segundo o qual teria sido “talentoso tanto na invenção de belas ideias quanto na expressão e palavras” e composto em “um estilo galant, cantábile, com uma textura incomumente rica”.

 

Da extensa prole de J. S. Bach, quatro filhos se tornaram compositores. Wilhelm Friedemann Bach (1710-1784), o primogênito, demonstrou desde cedo grande talento, embora não tenha conseguido desenvolver uma carreia estável, o que resultou numa vida errante de músico e educador, não raro marcada por adversidades financeiras. Seu estilo oscilou entre o velho e o novo, com características que, não raro, antecipam a tensão emocional do romantismo, ao lado de elementos barrocos “arcaicos”, intimamente relacionado à estética da escola de organistas do norte da Alemanha do final século XVII. Apesar dessa ambivalência estética deixou boa quantidade de peças de excelente qualidade e foi muito apreciado há seu tempo pela notável capacidade de improvisação.

 

Ao contrário do seu irmão mais velho, o disciplinado Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788) viveu 28 anos como músico de Frederico II, o Grande, e, em 1768, sucedeu a Telemann como diretor musical da corte de Hamburgo. Em vida desfrutou de fama e prestígio. Menos influenciado pela música de seu pai do que seu irmão mais velho e fortemente marcado pelo espírito do movimento pré-romântico Sturm und Drang, produziu partituras cheias de mudanças bruscas de temperamento e notas dissonantes, tornando-se o principal representante do estilo Empfindsamkeit (“sentimentalidade”), que exerceu influência decisiva sobre compositores de gerações posteriores como Haydn e Mozart.

 

Johan Christian Bach (1735-1782) foi o mais novo dos filhos de Johann Sebastian, tendo estudado com o pai e, posteriormente com seu meio-irmão Carl Philipp Emanuel e com seu primo Johann Elias. Em 1754, foi à Itália, aperfeiçoar-se na arte do contraponto com o padre Giovanni Battista Martini e, de 1760 a 1762, trabalhou como organista na catedral de Milão.  Em 1762 transfere-se para Londres, onde alcançou enorme sucesso e ficou conhecido como “o Bach inglês”. Sua música é altamente melódica e estruturada de forma brilhante, destoando da do seu pai e da dos irmãos mais velhos. Ele compôs segundo a estética galant, que incorpora frases balanceadas, com destaque para a melodia e para o acompanhamento, sem muita ênfase na complexidade contrapontística. 

 

O último filho de Johann Sebastian a tornar-se compositor, Johann Christoph Friedrich Bach (1732-1985), estudou com o pai e com seu primo Johann Elias. Em 1750 foi nomeado, pelo Conde Wilhelm de Schaumburg-Lippe, cravista de Bückeburg e em 1759, spalla. Devido à predileção do nobre pela música italiana, se viu obrigado a adaptar-se, ainda assim retendo traços do estilo do pai. Lamentavelmente, uma parte significativa de sua produção foi perdida na Segunda Guerra Mundial.

 

Apresentado por André Cardoso, diretor da EM e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ, a série Concertos UFRJ é resultado de uma parceria da Escola de Música (EM) com a Roquette Pinto e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições anteriores do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Bandolim na música de concerto

Foto: Divulgação
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Paulo Sá, convidado especial de Concertos UFRJ

Aproveitando o evento Momento Rio Bandolim, que vem chamado atenção para a diversidade e possibilidades do instrumento, Concertos UFRJ reprisam o programa de 29 de novembro de 2010 que foi dedicado a ele. Como convidado, o bandolinista Paulo Sá – professor do recentemente criado bacharelado em bandolim da Escola de Música.

Aproveitando o evento Momento Rio Bandolim, que vem chamado atenção para a diversidade e possibilidades do instrumento, Concertos UFRJ reprisam o programa de 29 de novembro de 2010 que foi dedicado a ele. Como convidado, o bandolinista Paulo Sá – professor do recentemente criado bacharelado em bandolim da Escola de Música (EM).

 

 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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A origem do bandolim remonta ao séc. XVI, no sul Itália, região de grande influência árabe, e onde, muitas vezes, sucedeu o alaúde. O bandolim apresenta então diversas formas, já que cada cidade da península acabou desenvolvendo uma configuração própria, que se diferenciava das demais pela forma, número e qualidade das cordas e afinação adotada.

 

A maioria dos autores situam as raízes históricas do bandolim no rabât árabe, bem como na mandora medieval e renascentista. Comumente se distingue dois grupos do instrumento, cada um deles com forma, afinação, técnica de execução e história musical distintas. O bandolim lombardo, milanês, barroco, para o qual Vivaldi (1678-1741) teria composto concertos, é similar a um pequeno alaúde com seis pares de cordas de tripa e, tal como ele, predominantemente tocado com os dedos, sendo que a técnica da execução com palheta somente foi incorporada na segunda metade do séc. XVII e inícios do séc. XVIII. O tipo napolitano, que deu origem ao bandolim contemporâneo, com quatro pares de cordas, designa mais propriamente um instrumento desenvolvido em meados do séc. XVIII.

 

O Bandolim ganhou lugar na música popular nos Estados Unidos, na América Latina e no Japão. No Brasil, o instrumento chegou através de Portugal, onde tem uma longa tradição, e se adequou particularmente bem aos grupos de choro e a outras formações populares.

 

Além de Vivaldi, alguns dos mais importantes compositores da história da música de concerto escreveram para o instrumento, o que é em geral pouco lembrado. Essa nobre linhagem inclui nomes do calibre de Haendel (1685-1759), Mozart (1756-1791), Paisiello (1740-1816), Beethoven (1770-1827), Verdi (1813-1901). No século séc. XX o bandolim foi inserido na formação orquestral por Mahler (1860-1911) em sua 7ª e 8ª Sinfonias e em A Canção da Terra, Schönberg (1874-1951), em sua Serenata Op.24 e Variações Orquestrais Op.31, Webern (1883-1945), em Cinco Peças Orquestrais, Henze (1926), em König Hirsch, e Stravinsky (1882-1971), em Agor.

 

Entre os grandes compositores brasileiros, merece destaque Radamés Gnattali (1906-1988) que escreveu para o instrumento. Cabe mencionar, entretanto, como lembra Paulo Sá, que o bandolim brasileiro, embora com a mesma afinação do bandolim napolitano, possui um formato diferente, que sugere muito a guitarra portuguesa e permite uma sonoridade mais brilhante.

 

Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, Concertos UFRJ vão ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

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Música do Brasil em vozes alemãs

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Capa do CD
Capa do CD do Kammerchor Apollini et Musis. Clique para ampliar
O programa Concertos UFRJ presenteou seus ouvintes com a divulgação de um CD dedicado à música coral brasileira, recentemente lançado pelo coro de câmara Apollini et Musis, formado por músicos alemães. A gravação recebeu o título de “Saudade”, palavra que, com se costuma dizer, habita apenas os dicionários da língua portuguesa, e representa uma novidade, já que raramente cantores do Velho Continente se dedicam ao nosso repertório.

O programa Concertos UFRJ presenteou seus ouvintes com a divulgação de um CD dedicado à música coral brasileira, recentemente lançado pelo coro de câmara Apollini et Musis, formado por músicos alemães. A gravação recebeu o título de “Saudade”, palavra que, com se costuma dizer, habita apenas os dicionários da língua portuguesa, e representa uma novidade, já que raramente cantores do Velho Continente se dedicam ao nosso repertório.

 

 

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“Apollini et Musis” é composto por membros do Coro da Berliner Staatsoper Unter den Linden, a famosa Ópera Estatal de Berlim, que na primavera de 2006 resolveram se juntar e formar um grupo dedicado à música coral de câmara. O nome remete a uma inscrição no pórtico daquela casa de espetáculos que retrata a cena mitológica em que Apolo, acompanhado das nove Musas, diverte com cantos e danças os demais deuses reunidos no monte Parnaso.

 

Desde que foi criado, os concertos do grupo passaram a compor a programação de música de câmara do teatro, sob a regência de renomados maestros como Dan Ettinger, Robert Heimann, Vinzenz Weissenburger, Michael Wendeberg und Eberhard Friedrich. Nesses cinco anos, atuaram ao lado, entre outros, de Anna Prohaska, Adriane Queiroz, Simone Schröder, Burkhard Fritz, Florian Hoffmann, Hanno Muller-Brachmann, do bandoneonista Lothar Hensel, e de membros da Staatskapelle Berlin.

 

“Saudade – Música Coral do Brasil” é o primeiro CD do coro e foi lançado em outubro, pelo selo Rondeau. O projeto, que nasceu da sugestão do embaixador do Brasil e contou com a colaboração da nossa representação em Berlim, reúne em 55 minutos obras corais que cobrem cerca de duzentos anos da música escrita no País. A regência é de Vincent Weissenburger e a gravação, que foi realizada na Berlin-Wilmersdorf Auenkirche e na Christ Church Berlin-Schöneweide, igrejas da capital alemã, conta com a participação de Jörg Strodthoff ao órgão.

 

O repertório do CD, pela ordem de apresentação das faixas, é o seguinte: de Camargo Garnieri (1907-1993), “Missa Diligite” (Kyrie, Gloria, Sanctus, Agnus Dei); de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), “Duas lendas ameríndias Em Nheengatu” (O lupari e o Menino, O lupari e o Caçador); de Osvaldo Lacerda (1927-2011), “O fulú Lorêrê”; de Ronaldo Miranda, “Belo Belo” e a “Suíte Nordestina” (Morena Bonita, Dendê Trapiá, Bumba chora, Eu vou, eu vou); novamente de Villa-Lobos, a “Bendita Sabedoria” (Sapientia foris predicat, Vas pretiosum labia scientiae, Principium sapientiae, Vir sapiens fortis est, Beatus homo invenit sapientian e Dexteram tuam sic notam sac); Ernani Aguiar (*1950), Psaulmius CL (Salmo 150); e de José Maurício Nunes Garcia, “Gradual para Domingo de Ramos” (Cinco motetos para o tempo da paixão: Tenuisti manum Dexteram Meam, In Monte Oliveti, Domine e Tu Mihi Lavas Pedes, Judas Mercator Pessimus, Sepulto Domino). Mais detalhes no site do grupo.

 

Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, Concertos UFRJ vão ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do .

Concertos UFRJ: Osvaldo Lacerda (reprise)

Foto:Divulgação
OsvaldoLacerda
Para Lacerda a linguagem da música era nacional.

A edição desta semana de Concertos URJ reprisa a homenagem a Osvaldo Lacerda, que faleceu em julho, aos 84 anos, e faz um passeio pela obra do compositor, pianista e professor.

A edição desta semana de Concertos URJ reprisa a homenagem a Osvaldo Lacerda, que faleceu em julho, aos 84 anos, e faz um passeio pela obra do compositor, pianista e professor – expoente do nosso nacionalismo musical. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

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Natural de São Paulo, Osvaldo Costa de Lacerda nasceu em 1927 e cresceu em um ambiente familiar musical. Iniciou sua formação aos nove anos de idade, estudando piano com Ana Veloso de Resende, Maria dos Anjos Oliveira Rocha e José Kliass. De 1945 a 1947, harmonia com Ernesto Kierski e, de 1952 a 1962, composição com Camargo Guarnieri, sendo que este o incentivou a ter aulas com outros compositores, a fim de compreender a composição de outras perspectivas. Foi assim que, em 1963, conseguiu uma bolsa de estudos da Fundação Guggenheim para estudar nos Estados Unidos com Aaron Copland e Vittorio Giannini. Representou o Brasil, em 1965, no Seminário Interamericano de Compositores, realizado na Universidade de Indiana e no III Festival Interamericano de Música, em Washington, DC.

 

O retorno ao Brasil foi marcado pela participação em um embate estético lendário, que pautaria boa parte da criação musical no país na segunda metade do século 20. Ao lado de Guarnieri, ele defendeu a ideia de uma produção musical que levasse em consideração o espírito brasileiro. Lacerda sempre entendeu que a música, não importa a roupagem estilística ou harmônica, deveria possuir as características próprias da música brasileira. Isso o levou à formação de um arcabouço teórico segundo o qual, dizia, a música não era uma linguagem universal. “A linguagem é sempre nacional, podendo ser compreendida universalmente. Essa percepção faz toda a diferença.”

 

Lacerda incentivou o ensino e o desenvolvimento musical de jovens através da participação em organizações como a Mobilização Musical da Juventude Brasileira, o Departamento de Divulgação da Música Brasileira, a Sociedade Paulista de Arte, bem como a Sociedade Pró-Música Brasileira. Dedicou-se também intensamente ao ensino da música, na qualidade de professor de teoria elementar, solfejo, harmonia, contraponto, análise musical, composição e orquestração. Seus livros “Compêndio de Teoria Elementar da Música”, “Exercícios de Teoria Elementar da Música”, “Curso Preparatório de Solfejo e Ditado Musical”, e “Regras de Grafia Musical” são adotados em inúmeras escolas de música do Brasil e de Portugal.

 

Há, na obra de Osvaldo Lacerda, uma preocupação com o canto, e, sobretudo, com o canto de caráter nacional. Vai, portanto, buscar inspiração no folclore e na religiosidade popular. Foi com este espírito nacionalista que se empenhou em trabalhar com música sacra, tendo inclusive atuado como consultor junto à Comissão Nacional de Música Sacra de 1966 a 1970, propondo a introdução da música brasileira na liturgia da Igreja Católica.

 

Ao longo da vida ganhou inúmeros prêmios de música e composição. Entre eles, o prêmio “Melhor Obra Sinfônica”, em 1994, com “Cromos” para piano e orquestra; o Prêmio “Guarani 1997: Personalidade do ano”, outorgado pela Secretaria do Estado da Cultura e o “Grande Prêmio da Música 1997” da Associação Paulista dos Críticos de Arte, com o “Trio para violino, violoncelo e piano”, obra de 1970.

 

Em 1982 se casou com sua antiga aluna, a pianista Eudóxia de Barros.

 

Osvaldo Lacerda tornou-se também professor da Escola Municipal de Música de São Paulo, cargo no qual se aposentou em 1992.

 

Faleceu em 18 de julho de 2011, deixando vaga a cadeira nº 09 da Academia Brasileira de Música, cujo patrono é Tomaz Cantuária.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Peças do Programa

 

• Osvaldo Lacerda, Poemeto, com Pauxy Gentil-Nunes, flauta, flauta, e André Carrara, piano.
• Osvaldo Lacerda, Ponteio no 3, com Belkiss Carneiro de Mendonça, piano.
• Osvaldo Lacerda, Brasiliana no 5, Desafio, Valsa, Lundú e Cana-Verde, com Eudóxia de Barros.
• Osvaldo Lacerda, Variações sobre o tema “Carneirinho Carneirão”, com James Ryon, oboé, e Mark George, piano.
• Osvaldo Lacerda, Appassionato, Cantilena e Toccata, com Barbara Westpha, viola, Christian Ruvolo, piano.
• Osvaldo Lacerda, Trio (1970), com o Trio Brasileiro, formado por Erich Lehninger, violino, Watson Clis, violoncelo e Gilberto Tinetti, piano.
• Osvaldo Lacerda, Quatro Peças Modais para Orquestra de Cordas, I. Dórico, II. Pentatônico, III. Lídio e IV. Mixilídico, com a Cia. Bachiana Brasileira, sob a regência de Ricardo Rocha.

Concertos UFRJ: a Música da Venezuela

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AloysioFagerlande
Dudamel e a Simon Bolívar: pon­ta de um iceberg musical mais profundo.

O programa Concertos UFRJ está de volta à música latino-americana, a qual já dedicou um especial em que foram apresentados compositores dos séc. XVIII e XIX. Mas agora, a edição do dia 24, visita a Venezuela, país com uma rica tradição e que desenvolve uma das mais bem sucedidas experiências de ensino musical.

O programa Concertos UFRJ está de volta à música latino-americana, a qual já dedicou um em que foram apresentados compositores dos séc. XVIII e XIX. Mas agora, a edição do dia 24, visita a Venezuela, país com uma rica tradição e que desenvolve uma das mais bem sucedidas experiências de ensino musical, hoje replicada em outros países, a Fundación del Estado para la Orquesta Nacional Juvenil de Venezuela (FESNOJIV) – mais conhecida simplesmente como “El Sistema”.

 

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Criado em 1975 pelo violinista e economista José Antonio Abreu, o Sistema conta hoje com 250 000 estudantes em toda a Venezuela, 90% deles oriundos de comunidades populares. Seus objetivos são predominantemente sociais – a música serve para ajudar crianças e adolescentes em situação precária –, mas o projeto também alcançou um notável sucesso artístico, formando artistas que tocam nas melhores orquestras do mundo – o celebrado maestro Gustavo Dudamel, atualmente titular da Filarmônica de Los Angeles, é um dos seus expoentes.

 

A FESNOJIV, por exemplo, sustenta a Orquestra Sinfônica da Juventude Venezuelana Simon Bolívar, a Orquestra Sinfônica Nacional Infantil e Juvenil da Venezuela, as orquestras sinfônicas infantis e juvenis de Caracas e de todo o território nacional, além de grupos corais e de câmara que surgiram no seio do Sistema.

 

Mas o Sistema é apenas a ponta do iceberg de uma rica tradição musical que remonta à colônia, da qual o programa apresenta três peças significativas.  “Margariteña”, de Inocente Carreño (1919), com o maestro Maximiniano Valdés a frente da Orquestra Simon Bolívar; e, com os mesmos intérpretes, a “Fuga Romántica”, escrita em 1950, por Juan Bautista Plaza (1898-1965). No entanto, o destaque é sem dúvida, a “Cantata Criolla”, de Antonio Estévez (1916-1988), mais importante obra musical venezuelana. Em três movimentos – I – Lento e cadencioso, II. Lento, tenebroso e III. Allegro vivo – é uma peça coral sinfônica de grande poder expressivo. Composta sobre o texto “Florentino, el que canto con el Diablo”, uma lenda popular recolhida e retrabalhada pelo poeta Alberto Arvelo Torrealba e publicada em suas “Glosas al Cancionero”, de 1940.

 

Na cantata, que estreou em 1954, sobressai o clima mágico e sobrenatural que entrelaça humano e divino, bem e mau, épico e dramático, com a força rítmica e expressiva do ethos venezuelano e, em larga medida, da América Hispânica. Os dois solistas, um tenor e um barítono, representam respectivamente Florentino e o Diabo. A gravação ouvida é com a Orquestra Simon Bolívar, tendo a frente o maestro Eduardo Mata, e como solistas Idwer Alvarez e William Alvarado. Participam ainda o Orfeão Universitário Simon Bolivar ea  Schola Cantorum de Caracas.

 

Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, Concertos UFRJ vão ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (audio sob demanda) da rádio. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: universo infantil

Reprodução
AloysioFagerlande
Ilustração de Contes de Ma Mère l’Oye, Perrault, por Gustave Doré.

Outubro é o tradicional mês das crianças e, aproveitando a ocasião, Concertos UFRJ dedicam uma edição a obras que exploraram o universo infantil. No programa peças de Bizet, Villa-Lobos e Ravel.

Outubro é o tradicional mês das crianças e, aproveitando a ocasião, Concertos UFRJ dedicam uma edição a obras que exploraram o universo infantil. No programa peças de Bizet, Villa-Lobos e Ravel. Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, a série vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

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George Bizet é mais celebrado por sua Carmen, uma das mais encenadas óperas do repertório mundial. No entanto, foi autor também de uma das primeiras peças inspiradas na temática infantil que se tem notícia na França – uma série de 12 miniaturas para piano a quatro mãos, escrita em 1871, que intitulou Jeux d’enfants (Jogos Infantis), das quais orquestrou cinco delas dois anos mais tarde. Os números desta suíte, que alcançou grande popularidade, são Marche; Berceuse; Impromptu (Improviso), que corresponde à miniatura La toupie; Duo, originalmente Petit mari, petite femme; e Galop (Galope), de Le Bal. Na versão veiculada o maestro japonês Seiji Ozawa rege a Orquestra Nacional da França.

 

No Brasil, não se pode deixar de mencionar Heitor Villa-Lobos, autor de várias obras inspiradas no imaginário popular e infantil, como o caso de suas deliciosas Cirandas e Cirandinhas para piano. O programa, porém, pinça uma preciosidade, o ballet Caixinha de Boas Festas, escrito em 1932, quando o compositor retornava de sua primeira viagem à Europa, e dedicado ao maestro Walter Burle Marx, irmão do famoso paisagista. Única gravação disponível, Juan José Castro conduz a Orquestra Sinfônica de Roma.

 

De volta à França, mas agora a Maurice Ravel. Como no caso de Bizet, sua suíte Ma mère l’oye (Mamãe Gansa), inspirada em contos de fada escritos por Charles Perrault, Madame Leprince de Beaumont e Madame d’Aulnoy, foi retrabalhada diversas vezes pelo próprio autor. Baseada numa arquetípica personagem da literatura infantil francesa que arrebata as crianças com suas estórias incríveis, ela possui três versões principais: a primeira, origem da obra, foi escrita entre 1908 e 1910 para piano a quatro mãos; a segunda, de 1911, uma peça sinfônica; e a última, mais elaborada, um ballet coreografado por Jeanne Hugard em 1912 para o Théâtre des Arts, de Jacques Rouché. É esta, na interpretação da Sinfônica de Londres, com regência de Claudio Abadado, que o programa levou ao ar.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: Música de Câmara

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A edição desta semana de Concertos UFRJ reprisa programa originalmente veiculado em janeiro deste ano e dedicado a musica de câmara – um dos gêneros mais importantes da música de concerto.

A edição desta semana de Concertos UFRJ reprisa programa originalmente veiculado em janeiro deste ano e dedicado a musica de câmara – um dos gêneros mais importantes da música de concerto. Em destaque, obras de Haydn, Villa-Lobos, Vieira Brandão e Poulec. Resultado de um convênio da universidade com a Roquette Pinto, a série vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ)..

 

 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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A expressão música de câmara denota usualmente peças escritas para pequenos conjuntos instrumentais e destinadas à execução em salas de concerto menores e para platéias reduzidas. O gênero ganhou impulso significativo com o classicismo. Entre quartetos de cordas, sonatas e obras para vários tipos de conjuntos com ou sem piano, a diversidade da criação no final do século XVIII é impressionante. O público consumidor deste tipo de música incluía tanto a aristocracia como a burguesia culta, sendo as cortes e os salões em voga os espaços privilegiados para sua audição.

 

Com o tempo se acumulou um sofisticado e vasto repertório e se desenvolveu uma série de formações instrumentais e tímbricas características. Nessa trajetória, cabe lugar de destaque o austríaco Joseph Haydn (1732-1809), mestre do classicismo vienense e compositor intensamente profícuo. Haydn tem sido apontado como o responsável pela consolidação de formações, hoje tradicionais, como trio com piano, para a qual escreveu 45 peças, e quarteto de cordas, a qual dedicou nada menos do que 68 partituras – uma produção não só volumosa, mas de elevado nível de sofisticação e requintada expressão artística. O programa apresenta o Trio em sol maior para violino, violoncelo e piano H. XV no. 25, dos mais conhecidos do compositor, cujo subtítulo “Cigano”, deriva do último movimento, um Rondo all’Ongarese, inspirado na música popular húngara que Haydn conheceu quando a serviço do príncipe Eszterházy, seu patrono.

 

Bem distante das preocupações clássicas, o Sexteto Místico de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) adota uma formação inusitada: flauta, oboé, saxofone, harpa, celesta e violão. Composta em 1917, nele transparece a influência do impressionismo francês e é evidente a busca por horizontes mais amplos do que os oferecidos pelo romantismo, que se expressa de forma contundente na adoção da harpa, do violão e da celesta como instrumentos harmônicos em detrimento do piano.

 

A terceira obra apresentada por Concertos UFRJ foi o Duo para oboé e violoncelo de José Vieira Brandão (1911-2002). Formado no Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ, a trajetória de Brandão está intimamente vinculada ao nacionalismo de Villa-Lobos, do qual foi assistente no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico e primeiro intérprete de várias de suas obras.

 

O programa se encerra com o Sexteto para piano, flauta, oboé, clarineta, fagote e trompa de Francis Poulenc (1899-1963), compositor francês que integrou o chamado Grupo dos Seis (Les Six). Inspirados em Erik Satie e Jean Cocteau e na contramão das experiências das vanguardas e dos modernismos, esses autores propunham o regresso à melodia, ao contraponto e ao sistema total, além de valorizarem a precisão, a simplicidade e a concisão.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Programa

 

  1. Joseph HAYDN (1732-1809) – Trio em sol maior “Cigano” para violino, violoncelo e piano H. XV no 25 com o Trio Beaux Arts.
  2. Heitor VILLA-LOBOS (1887-1959) – Sexteto Místico com Antônio Carlos Carrasqueira na flauta, Luis Carlos Justi no oboé, Dilson Florêncio no saxofone, Cristina Braga na harpa, Maria Teresa Madeira na celesta e Turíbio Santos no violão.
  3. José VIEIRA BRANDÃO (1911-2002) – Duo para oboé e violoncelo com James Ryon (oboé) e Regina Mushabac (violoncelo).
  4. Francis POULENC (1899-1963) – Sexteto para piano, flauta, oboé, clarineta, fagote e trompa com Pascal Roge (piano), Patrick Galois (flauta), Maurice Bourgue (oboé), Michael Portal (clarineta), Amaury Wallez (fagote) e André Cazalet (trompa).

Concertos UFRJ: fagote em CD, segunda parte

Foto: Ana Liao
AloysioFagerlande
Aloysio, projeto premiado pela Faperj.

O programa Concertos UFRJ dedica mais uma edição ao lançamento do CD “Música brasileira de concerto para fagote”. A iniciativa de Aloysio Fagerlande reúne sete peças em que o instrumento atua como solista à frente de orquestra de câmara, tenso sido contemplada com edital da Fundação de Apoio à Pesquisa Carlos Chagas do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em 2010.

O programa Concertos UFRJ dedica mais uma edição ao lançamento do CD “Música brasileira de concerto para fagote”.  A iniciativa de Aloysio Fagerlande reúne sete peças em que o instrumento atua como solista à frente de orquestra de câmara, tenso sido contemplada com edital da Fundação de Apoio à Pesquisa Carlos Chagas do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em 2010.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

 

O repertório do CD valoriza obras pouco conhecidas e compostas, exclusivamente, por músicos que tiveram, de alguma forma, trajetórias profissionais relacionadas à Escola de Música (EM). São professores, ex-professores e alunos da instituição que representam, nas sete composições do disco, diferentes estilos e épocas. “Nomes importantes da composição de música de concerto brasileira que passaram pela Escola de Música, como Francisco Braga, Francisco Mignone, José Siqueira e Mário Tavares estão presentes no disco, ao lado da geração atual, representada por Sérgio Di Sabbato, Eduardo Biato e Paulo Sérgio Santos”, resume Fagerlande.

 

Além dos compositores, todos os intérpretes estão vinculados à instituição – os músicos da Orquestra Sinfônica da UFRJ, formada por profissionais e alunos da Escola de Música, e os docentes Aloysio Fagerlande, professor do instrumento desde 1997; André Cardoso, professor de regência e maestro da Orquestra Sinfônica da UFRJ e atual diretor da Escola de Música; e Eduardo Monteiro, professor de flauta.

 

Aloysio Fagerlande foi aluno de Noël Devos na EM, a quem sucedeu como docente. Obteve o mestrado na mesma instituição e o doutorado na UniRio. Faz parte atualmente do Quinteto Villa-Lobos que tem um importante papel na divulgação da música de câmara brasileira. Realizou curso de aperfeiçoamento na classe de Gilbert Audin, na França, onde obteve o “Prix de Virtuosité”, em 1987, e com Gerald Corey, no Canadá, em 1994.

 

A edição de Concertos UFRJ veiculou três peças do CD. A primeira, a “Cantilena Nupcial, para Fagote e Quinteto de Cordas (1944)”, de Francisco Braga, mais antiga peça gravada, foi inicialmente escrita em 1944, para violino, violoncelo e órgão e transcrita pelo próprio autor para fagote solista e orquestra de cordas. A segunda, o “Concertino para Fagote e Orquestra de Câmara (1968)”, de José Siqueira, foi escrita em 1968 e dedicada a Noël Devos. Por fim, “Andanças”, composta especialmente para o CD por Paulo Sergio Santos. A interpretação reúne, além de Aloysio Fagerlande como solista, Felipe Prazeres e Denise Pedrassoli, violinos; Ivan Zandonadi, viola; Mateus Ceccato e Carlos Santoro, violoncelos; e Saulo Bezerra, contrabaixo.

 

Apresentadas no programa do dia 19 de setembro, do repertório do CD constam ainda o “Concertino para fagote e pequena orquestra (1957)”, de Francisco Mignone; o “Concertino para fagote e orquestra de cordas (2010)”, de Eduardo Biato; o “Concerto para Fagote e cordas (1997)”, de Sergio Di Sabbato; e o “Concertino para flauta, fagote e orquestra de cordas (1959)”, de Mario Tavares.

 

Ainda no universo do fagote Concertos UFRJ apresentaram outras performances de Aloysio Fagerlande: as “Bachianas Brasileiras”, no 6, de Heitor Villa-Lobos, 1938, com Antônio Carrasqueira, flauta; “Roda de amigos”, de Guerra Peixe, 1979, com Curt Schroeter, flauta; Martin Schuring, oboé; José Botelho, clarineta; e a Orquestra do 16o Festival de Música de Londrina sob a regência de Norton Morozowicz.

 

Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto,  Concertos UFRJ contam com a produção e apresentação de André Cardoso e vão ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

“A Volta do Estrangeiro”, de Felix Mendelssohn

Reprodução
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Mendelssohn, em retrato de 1839.

Die Heimkehr aus der Fremde, que pode ser traduzido por “A Volta do Estrangeiro”, ópera cômica em um ato de Felix Mendelssohn, é a atração da semana de Concertos UFRJ. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

Die Heimkehr aus der Fremde, que pode ser traduzido por “A Volta do Estrangeiro”, ópera cômica em um ato de Felix Mendelssohn, é a atração da semana de Concertos UFRJ. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

 

podcast

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Mendelssohn (1809-1847), que não deixou uma grande produção operística, compôs Die Heimkehr aus der Fremde durante sua primeira visita à Inglaterra, em 1829. Impedido de seguir viagem à Irlanda,  e retido na casa de um empresário amigo devido ao mau tempo, acabou concebendo a obra como uma homenagem às bodas de prata de seus pais. É uma opereta (ou Liederspiel) em um ato, não muito sofisticada do ponto de vista dramático, embora a música, que mostra alguma influência de Weber, seja bonita e bem construída. O libreto é de Karl Klingemann, poeta e amigo do compositor, que mais tarde também forneceria o texto para o oratório Elias. Despretensiosa no que diz respeito à forma, seus ensembles são simples e os sete números solo (exceto para Romanze da mãe) foram assinalados pelo compositor como Lieds (Canções).

 

A mãe de Mendelssohn sugeriu várias vezes que o filho publicasse a ópera, mas o compositor evitou fazê-lo, talvez pelo caráter familiar e reservado da ocasião para a qual fora escrita. Após a morte de Mendelssohn, porém, os familiares autorizaram a divulgação.

 

Apesar do caráter episódico da obra, resulta uma comédia divertida e repleta de truques inteligentes e agradáveis ao público. Sua estreia aconteceu privadamente, na casa dos Mendelssohn, em 26 de dezembro de 1829, para uma plateia de cerca de 120 pessoas. Paul, irmão do compositor, tocou na ocasião violoncelo, enquanto suas irmãs Fanny e Rebekka fizeram, respectivamente, os papéis da mãe de Hermann e de Lisbeth. A primeira apresentação pública aconteceria somente depois da morte do compositor, em 1851. Para esta ocasião, o crítico, dramaturgo e poeta Henry Fothergill Chorley fez uma tradução do libreto. O título dado por ele à versão, Son and Stranger, é às vezes o nome pelo qual a ópera é conhecida em países de língua inglesa.

 

A gravação veiculada tem nos papéis principais Helen Donath, Hanna Schwarz, Peter Scheier, Dietrich Fisher-Dieskau e Benno Kusche. O Coro e a Orquestra são as da Rádio de Munique e a regência de Heinz Wallberg.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Sinopse de Die Heimkehr aus der Fremde.

 

Ópera em um ato de Felix Mendelssohn sobre libreto de Karl Klingemann.

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Personagens

 

Schultz, delegado da aldeia, baixo
Hermann, seu filho, tenor
Mãe de Hermann, mezzo-soprano
Lisbeth, filha adotiva dos Schultz e prometida de Hermann, soprano
Kauz, um trapaceiro que se faz passar por Hermann, barítono

 

Coro, aldeões

 

A ação se passa numa aldeia.

 

Ato único

 

Na véspera do delegado da aldeia completar 50 anos de bons serviços, sua mulher lamenta a ausência do filho Hermann, alistado no exército há muitos anos. A filha adotiva e namorada de Hermann, Lisbeth, tenta consolá-la, procurando alegrá-la para a festa do dia seguinte. Ela, porém, também sente a falta do amado.

 

Já é noite quando o trapaceiro Kauz chega à aldeia. Ele se aproxima se Lisbeth e, espertamente, se informa de tudo, disfarçando-se em organizador da festa. Seu intuito é se passar por Hermann. Entretanto, este também chega à vila, e decide ficar incógnito até saber se seus pais o perdoaram por sua partida. Hermann se dá a conhecer apenas a Lisbeth, o que acaba frustrando os planos de Kauz. Ele pede à amada para não revelar a verdade até a festa.

 

O trapaceiro tenta perturbar o namoro dos jovens e, na chegada do delegado, insinua que há um vagabundo na vila rondando sua casa e sua pupila. Se faz passar por homem honesto e preocupado, ao mesmo tempo em que afirma conhecer Hermann. No entanto, a mãe não simpatiza com o forasteiro. A vila aguarda também a chegada do alistador do exército.

 

À noite, Hermann canta uma serenata para Lisbeth e é interrompido por Kauz, que se faz passar por guarda noturno. Hermann, que conhece o verdadeiro guarda, reage e sai. Quando Kauz tenta cantar uma serenata, o guarda o impede. Kauz se assusta, o delegado aparece e ao ver Kauz detido, acredita nele e manda soltá-lo.

 

Todos se recolhem e a madrugada cai sobre a aldeia. Com um intermezzo orquestral nasce o dia.

 

Chegam os convidados para a festa e Kauz finge ser Hermann. Este, porém, disfarçado de alistador do exército o ameaça com uma convocação forçada. Kauz, pressionado, revela sua verdadeira identidade. A seguir, é a vez de Hermann se fazer conhecer aos parentes e amigos, propondo casamento a Lisbeth e pedindo ao pai para não punir Kauz.

 

Um coro de aldeões, cantando a felicidade, encerra a obra.

Concertos UFRJ: fagote em CD

Foto: Divulgação
AloysioFagerlande
Aloysio Fagerlande lança CD dedicado à música brasileira para fagote.

O programa Concertos UFRJ recebeu na edição desta semana, dia 19, o fagotista Aloysio Fagerlande que está lançado o CD “Música brasileira de concerto para fagote”.

O programa Concertos UFRJ recebeu na edição desta semana, dia 19, o fagotista Aloysio Fagerlande que está lançado o CD “Música brasileira de concerto para fagote”. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

podcast

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Aloysio Fagerlande foi aluno de Noël Devos na EM, a quem sucedeu como professor. Obteve o mestrado na mesma instituição e o doutorado na UniRio. Faz parte atualmente do Quinteto Villa-Lobos que tem um importante papel na divulgação da música de câmara brasileira. Realizou curso de aperfeiçoamento na classe de Gilbert Audin, na França, onde obteve o “Prix de Virtuosité”, em 1987, e com Gerald Corey, no Canadá, em 1994.

 

O fagote é um instrumento pouco conhecido do grande público no Brasil, embora possua produção musicalmente interessante. Quantitativamente, não se pode compará-la ao do piano, do violino, ou mesmo ao da flauta dentre os sopros. No campo da música de câmara, a maioria dos compositores brasileiros já escreveu para o fagote, mas como instrumento solista à frente de uma orquestra, sua presença é menor.

 

O CD, que integra projeto de pesquisa desenvolvido por Aloysio contemplado com edital da Fundação de Apoio à Pesquisa Carlos Chagas do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em 2010, reúne obras para fagote solista de orquestra de câmara de compositores ligados à Escola de Música. São professores, ex-professores, e ex-alunos da Escola, cuja produção cobre um período de mais de sessenta anos e que exemplifica abordagens esteticamente diversificdas do instrumento.

 

Além de Fagerlande, a gravação conta com a Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), sob regência de André Cardoso, e a participação especial de Eduardo Monteiro, na flauta.

 

Concertos UFRJ veicularam quatro peças. São elas: o “Concertino para fagote e pequena orquestra (1957)”, de Francisco Mignone; o “Concertino para fagote e orquestra de cordas (2010)”, de Eduardo Biato; o “Concerto para Fagote e cordas (1997)”, de Sergio Di Sabbato; e o “Concertino para flauta, fagote e orquestra de cordas (1959)”, de Mario Tavares. Do repertório do CD consta ainda o “Concertino para Fagote e Orquestra de Câmara (1968)”, de José Siqueira; as “Andanças, para Fagote e cordas (2010)”, de Paulo Sergio Santos; e a “Cantilena Nupcial, para Fagote e Quinteto de Cordas (1944)”, de Francisco Braga.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.