“La vida breve”, de Manuel de Falla

Foto: Divulgação
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Estatua de Manuel de Falla, na Avenida da Constituição, Granada.

“La vida breve”, ópera em dois atos de Manuel de Falla a partir de libreto de Fernandez-Shaw é a atração desta semana de Concertos UFRJ. Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, regente titular da OSUFRJ.

 “La vida breve”, ópera em dois atos de Manuel de Falla a partir de libreto de Fernandez-Shaw é a atração desta semana de Concertos UFRJ. Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, regente titular da OSUFRJ.

Maior compositor espanhol desde a idade de ouro do séc. XVI, Manuel de Falla (1876-1946) combinou o estilo romântico e pictórico espanhol, forjado por Albéniz e Granados, com o modernismo de Debussy e Stravinsky.

 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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“La vida breve” (A vida breve) foi escrita em um momento em que a cena lírica internacional estava dominada pelo verismo. Paixões fatídicas, destinos trágicos que assombram pessoas simples e desfechos ardilosos atraíam então o público. É em tal chave que de Falla contou a história da bela cigana Salud traída e abandonada pelo amado.

O sabor cigano da ópera a torna única. O compositor incorporou temas da música cigana e do flamenco, estilo de música e dança que se originou na Andaluzia no séc. XVIII. De todos os tesouros do folclore espanhol, de Falla escolherá este meio – então ainda pouco visitado por outros criadores – para embasar obras-primas como os ballets “El Amor Brujo” e “El sombreo de três picos” – este último composto para a lendária companhia de Sergéi Diágilev. Foi justamente ao escrever “La Vida breve” que (re)descobriu as riquezas e possibilidades do “cante jondo” (“canção profunda”), considerado a mais genuína vertente do flamenco, que servem de base a passagens importantes da ópera como as romanças de Salud e as danças no Ato II.

Ela foi escrita, quando contava quase trinta anos e em um momento em que já havia criado uma ópera e seis zarzuelas, das quais conseguira encenar apenas uma. De Falla venceu com este trabalho um concurso promovido pela Academia Real de Belas Artes de San Fernando em 1905, que prometia a montagem da peça. Ninguém, porém, na Espanha levantou um dedo para encená-la. Ofendido e decepcionado acabou migrando para Paris, onde permaneceu por longo tempo.

Lá, novas informações e amizades, entre as quais Debussy e Ravel, permitiram alargar seus horizontes criativos. A aclamação merecida finalmente chegou para a obra – “La vida breve” foi encenada em Nice em abril de 1913, em uma tradução francesa de Paul Millet. No mesmo ano ganhou uma nova montagem, agora no prestigioso Théâtre National de l’Opéra-Comique, Paris. Somente quando de Falla retornou triunfante a sua terra natal, em decorrência das ameaças da Primeira Guerra Mundial, é que ela foi finalmente levada aos palcos espanhóis, em Madrid.

Musicalmente, “La vida breve” é obra de juventude, que apresenta muitas influências do impressionismo e do romantismo tardio, impregnadas de forte componente nacionalista. Mas nela já está presente uma de suas grandes preocupações: a busca pela clareza através da economia de meios.

O libreto, baseado em um poema de Carlos Fernandez Shaw (1876-1946), dramaturgo, poeta e jornalista espanhol, foi escrito pelo próprio poeta, por solicitação do compositor. Nele há mais a sugestão do ambiente e do modo de sentir espanhol do que a elaboração de uma trama dramática no sentido usual do termo. Aliás, o personagem principal, Salud, carinhosamente recriada, talvez se aproxime mais do ideal espanhol da mulher do que a sensual e transgressora Carmen, que ganhou vida com Bizet.

Após a vitória de Franco na Guerra Civil (1936-1939), na qual foi assassinado o poeta e amigo Garcia Lorca, perda que o impactou profundamente, de Falla se exilou na Argentina, onde morreu sete anos mais tarde. Em 1947, seus restos mortais foram transladados para a Espanha e depositados na catedral de Cádis, cidade em que nasceu.

A versão veiculada pelo programa trouxe Victoria de los Angeles (Salud), Ana Maria Higueras (Abuela), Inès Rivadeneyra (Carmela), Carlo Cossutta (Paco) e Victor de Narké (Sarvaor) nos papéis principais com o Orfeão Donostiarra e a Orquestra Nacional da Espanha sob a batuta do maestro Rafael Frühbeck de Burgos.

 

As edições de Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Sinopse de  “La vida breve”,

 

Ópera Manuel de Falla a partir de libreto de Fernandez-Shaw.

Albaicin

Personagens

 

Salud, cigana amante de Paco, soprano lírico spinto.
La Abuela [A Avó], avó de Salud, mezzosoprano.
Tio Sarvaor [Tio Salvador], tio de Salud, barítono.
Paco, amante de Salud, tenor lírico.
Carmela, prometida de Paco, soprano.
Manuel, irmão de Carmela, baixo.
Cantor, barítono.
Primeira vendedora, contralto.
Segunda vendedora, mezzosoprano.
Vendedor, baixo.
Voz no interior da forja / Voz de longe, tenor.

Vista de Albaicin, bairro de Granada onde tem lugar a ação.

Granada, começos do século XX.

 

Ato I

Cena I

(A cena se passa no pátio de uma casa de ciganos no bairro Albaicin de Granada. No fundo, uma porta em que se pode antever o negro de uma forja iluminada pelo brilho vermelho do fogo.)

A avó canta enquanto arruma as gaiolas de pássaros nas paredes. Ao longe se ouve um pregão de vendedores de flores e um coro masculino, são os ferreiros no bairro do Albaicín, que cantam enquanto fazem seu trabalho duro: “¡Malhaya quien nace yunque, en vez de nacer martillo…!” (“Ai daqueles que nascem bigorna,  ao invés de nascer martelo…!”), melodia que ressonará como um leitmotiv ao longo de toda obra. Salud se queixa da demora de seu amado, Paco, um conquistador que está na verdade para se casar com Carmela, uma jovem rica e órfã que vive com seu irmão Manuel. A avó, que suspeita das intensões de Paco e sinceramente ama sua neta, se preocupa com ela.  Cantam um dueto em que ela tenta acalmar as inquietudes da neta. Volta a ser ouvido o coro de ferreiros e Salud canta uma romança. A avó anuncia a chegada de Paco, para alegria de Salud, e se unem em um apaixonado dueto de amor. Entre em cena o tio Sarvaor que, sem que os amantes percebam, confirma as suspeitas de que Paco está comprometido com uma jovem de família rica. O velho cigano indignado pretende vingar a desonra matando Paco, mas a avó o detém. O quadro termina com a repetição do coro de ferreiros.

Interlúdio

A noite cai pouco a pouco. Cheio de beleza e poesia, um trecho coral e sinfônico descreve musicalmente o por de sol em Granada.

Ato II

Cena 1

(Rua de Granada. Fachada da Casa de Carmela e seu irmão Manuel com grandes janelas aberta através das quais se vê o pátio onde se celebra alegre festa e de onde se ouve um “cantaor” [cantor] flamenco, sons de guitarras e o coro que canta em honra aos recém casados)

Por uma das janelas Salud constata a traição de Paco e desesperada considera a morte a única solução para os seus sofrimentos. Chegam a avó e o tio que procuram consolá-la. Na casa, segue a festa e Salud ouve Paco cantar alegremente. Ela chega perto da janela e canta uma triste romança. Os velhos, em vão, tentam levá-la, mas ela decide entrar na casa.

Interlúdio

Cena 2

(Pátio da casa onde o casamento Paco e Carmela é realizado. Os convidados usam vestidos de luxo. Vários casais dançam alegremente.)

Manuel, irmão de Carmela, manifesta sua satisfação comas núpcias. Entram Salud e Sarvaor. Paco se perturba com a presença dos dois. Carmela, por sua vez, recebe os convidados. Manuel pergunta ao velho cigano o que faz em sua casa e este responde, dissimuladamente, que vieram apenas cantar e dançar. Salud, porém, revela a todos a traição de Paco que a abandonou. Para se defender das acusações, este assegura que não a conhece e afirma que está louca. Salud, pronunciando suavemente seu nome, morre a seus pés. Por fim, chega a avó que, diante de todos que rodeia o corpo de Salud, maldiz o nome de Paco. “¡Malhaya quien nace yunque…” (“Ai daqueles que nascem bigorna…”).

O universo das Aberturas em Concertos UFRJ

Imagem: Reprodução
Geraldine Farrar
A abertura “Festival Académico” de Brahms é destaque do programa.

A partir de obras de Telemann, Verdi, Berlioz e Brahms a edição desta semana de Concertos UFRJ desvenda o mundo das aberturas, termo usado para nomear um leque bastante amplo de composições musicais.

A partir de obras de Telemann, Verdi, Berlioz e Brahms a edição desta semana de Concertos UFRJ desvenda o mundo das aberturas, termo usado para nomear um leque bastante amplo de composições musicais. Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, regente titular da OSUFRJ.

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Telemman

O uso mais comum do termo é, sem dúvida, o de uma partitura escrita como introdução a uma peça coral ou dramática de grande porte. Antes que se estabelecessem os rituais atuais de escuta, que exigem silêncio da plateia desde os primeiros acordes, a abertura indicava o início do espetáculo e funcionava como alerta para o público ocupar os assentos.  

No barroco, sobretudo na Alemanha, ela possuía ainda outro significa e indicava também uma suíte orquestral, que reunia vários movimentos de dança com ritmos e andamentos contrastantes.  É o caso da Suíte em Ré Maior de Georg Philipp Telemann (1681-1767), um dos mais profícuos e importantes compositores de todos os tempos. São sete movimentos: Prelúdio, Bourée, Loure, Rondó, Escocesa, Minueto e Giga. A interpretação, a de Trevor Pinnock conduzindo The English Concert.

Verdi

Em todo caso, o termo é mais comumente aplicado a uma peça orquestral que “abre” uma ópera, também conhecida como prelúdio ou sinfonia. A duração varia muito e pode estar ligada ou não ao conteúdo melódico da ópera e usar algumas de suas passagens. O programa destacou a conhecida abertura de A Força do Destino (La Forza del Destino), escrita por Giuseppe Verdi (1813-1901) em 1861 com base em um drama espanhol.

A partitura foi revisada diversas vezes até a versão considerada padrão, que subiu ao palco do La Scala, Milão, em 1969. Para a ocasião, Verdi acrescentou esta famosa abertura em substituição ao breve prelúdio das elaborações anteriores. Designada como “sinfonia”, acabou ganhando autonomia e entrando para o repertório das orquestras sinfônicas como peça de concerto. A interpretação veiculada foi a da Filarmônica de Viena com a regência de Giuseppe Sinopoli.
 

Berlioz

Os compositores também costumam chamar de abertura uma forma que se aproxima do poema sinfônico, peça orquestral escrita em movimento único e composta a partir de um roteiro literário. É o caso de “O Corsário”, uma das sete aberturas de concertos de Hector Berlioz (1803-1869).

Não se conhece muito bem sua gênese, mas, escrita em 1944, foi executada pela primeira vez em 1845 como “La Tour de Nice”, o que faz pensar que tenha relação com as estadas de Berlioz naquela cidade. Num catálogo de 1846, aparece com o nome de “Le Corsaire rouge”, título francês de um romance de Fenimore Cooper muito apreciado pelo compositor. É na publicação em 1852, que, finalmente, ganha o título “Le Corsaire”, favorecendo associações com o poema homônimo de Byron.

Entre a execução de 1845 e a publicação, cabe mencionar, foram feitas modificações substanciais. A versão transmitida foi da Orquestra de Montreal com regência de Charles Dutoit.

Brahms

Por fim, o programa mostrou o exemplo de uma obra sem qualquer conexão dramática ou literária – uma peça sinfônica independente em movimento único: a Abertura “Festival Académico”, op. 80, de Johannes Brahms (1833-1897), que estreou em janeiro de 1881, tendo o próprio compositor regido, na ocasião, a orquestra.

 

Brahms compôs a Abertura “Festival Académico” durante o Verão de 1880, como agradecimento musical à Universidade de Breslau, que, no ano anterior, lhe havia atribuído um doutoramento “honoris causa”. O compositor, ao que consta, detestava homenagens públicas e, inicialmente, se limitou a enviar uma nota de agradecimento manuscrita.

 

O maestro Bernard Scholz, que o havia indicado ao título, o convenceu, porém, de que o protocolo exigia dele um gesto mais significativo. A Universidade esperava nada menos que uma oferta musical do compositor. Scholz escreveu a Brahms: “Compõe uma bela sinfonia para nós. Mas bem orquestrada, meu velho, não demasiado densa.” Brahms escreveu, então, uma espécie de rapsódia de várias cantigas estudantis de seu tempo.

 

A Abertura “Festival Académico” continua a ser uma obra muito importante do repertório de concerto e a interpretação veiculada foi a da Filarmônica de Berlim sob a batuta de Claudio Abbado.

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Música norte-americana em Concertos UFRJ

Foto: Reprodução
Geraldine Farrar
Copland é um dos compositores destacados no programa.

A música dos compositores norte-americanos é assunto desta semana de Concertos UFRJ. Em destaque, peças de Gershwin, Barber, Bernstein e Copland.

A música dos compositores norte-americanos é assunto desta semana de Concertos UFRJ. Em destaque, peças de Gershwin, Barber, Bernstein e Copland. Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, regente titular da OSUFRJ.

A música norter-americana é, sem dúvida, uma das mais ricas em termos de diversidade, sendo o jazz, o pop e o musical os gêneros internacionalmente mais difundidos. No plano da música de concerto, os EUA fomentam hoje uma das mais importantes cenas artísticas, com grandes casas de óperas, salas de concerto e algumas das melhores orquestras do planeta. No terreno da criação, entretanto, contribuem de maneira relevante somente a partir do século passado.

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Gershwin

George Gershwin (1898-1937), nascido Jacob Gershowitz, formou com seu irmão mais velho Ira, letrista da maioria de suas obras vocais e teatrais, uma dupla que renovou os musicais da Broadway. Gershwin teve também pretensões na música de concerto, tendo escrito uma das mais conhecidas obras do reportório para piano e orquestra – a Rhapsody in Blue, que foi orquestrada por Ferde Grofé para a jazz band de Paul Whiteman. Grofé faria dela mais duas versões: uma em 1926, outra em 1942.

Na primeira apresentação pública no Aeolian Hall, Nova Iorque, o próprio compositor atuou como solista e estiveram presentes a audição nomes como Stravinsky, Rachmaninov e Leopold Stokowski. A versão veiculada trouxe a Orquestra Sinfônica de Chicago e James Levine como pianista e regente.

Barber

Outro compositor norte-americano relevante foi Samuel Barber, que viveu entre 1910 e 1891. Em 1936, com apenas 26 anos, escreveu um quarteto de cordas, cujo segundo movimento transcreveu para orquestra de cordas e intitulou “Adaggio para Cordas”. Em 1938, o grande maestro Arturo Toscanini estreou a nova versão com a orquestra da NBC, e a peça se tornou uma das mais conhecidas de Barber, tendo sido incluída trilha sonora de Platoon, filme de Oliver Stone.

A edição de Concertos UFRJ apresentou a versão da Filarmônica de Los Angeles, tendo a frente Leonard Bernstein.
 

Bernstein

Além de grande maestro, Leonard Bernstein (1918-1990) foi também um dos mais importantes compositores dos EUA e deixou obras fundamentais como os musicais West Side Story (1957) e On the Town (1944), três sinfonias, e os Chichester Psalms (1965), entre outras.

O programa destaca uma de suas obras sinfônicas mais executadas, a abertura do musical Candide (1956), baseado na obra homônima do filósofo ilustrado Voltaire. Na versão veiculada, o próprio compositor dirige a Filarmônica de Los Angeles.

Copland

O último compositor abordado foi Aaron Copland (1900-1990), contemporâneo de Barber e Bernstein. Copland nasceu no Brooklyn, Nova Iorque, descendente de judeus lituanos, e deixou uma obra vigorosa em que sobressaem as brilhantes composições sinfônicas, especialmente os ballets.

Na década de 1940, que foi, sem dúvida, a mais produtiva e que lhe rendeu granjeou fama mundial, Copland recebeu uma encomenda do Ballet Russo de Monte Carlo, para o qual escreveu o ballet Rodeo. Coreografado por Agnes de Mille s obra é composto por cinco números de grande força rítmica e orquestração brilhante em que são elaborados vários temas folclóricos norte-americanos.  

Na versão sinfônica, cuja interpretação da Orquestra Sinfônica de Saint Louis sob a regência de Leonard Slatkin o programa apresentou, um dos números é omitido e os outros desenvolvidos na forma de suíte: “Buckaroo Holiday”, “Corral Nocturne”, “Piano Interlude & Saturday Night Waltz” e “Hoe-Down”.

 

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Peças para múltiplos solistas em Concertos UFRJ

Imagem: Reprodução
Geraldine Farrar
Concerto “In due Cori”, para 11 solistas, de Vivaldi, é destaque da edição.

Peças escritas para dois ou mais solistas são a atração de Concertos UFRJ desta semana. Em destaque, composições de Bach, Mozart e Vivaldi.

Peças escritas para dois ou mais solistas são a atração de Concertos UFRJ desta semana. Em destaque, composições de Bach, Mozart e Vivaldi. Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, regente titular da OSUFRJ.

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Bach

J. S. Bach (1685-1750), um dos maiores compositores da música do Ocidente, escreveu várias partituras para mais de um solista. Entre elas, o Concerto para Dois Violinos em Ré Menor, BWV 1043, considerado uma de suas maiores obras instrumentais e modelo do barroco tardio. Escrito em Cöthen, entre 1717 e 1723, os movimentos são Vivace, Largo ma non tanto e Allegro. Além dos solistas, o concerto exige cordas e baixo contínuo, e há uma versão para dois cravos, com transposição para dó menor (BWV 1062).

A interpretação veiculada foi a dos violinistas Henryk Szeryng e Maurice Hasson, acompanhados da Academy of St. Martin in the Fields, conduzida por Sir Neville Marriner.

Mozart

W. A. Mozart (1756-1791) foi outro gênio musical que escreveu com frequência para vários solistas. Entre suas obras encontramos, entre outras, peças para dois violinos, para violino e viola, para dois ou três pianos e para flauta e harpa. O programa destacou a Sinfonia Concertante em Mi Bemol, K 297, para quatro solistas, oboé, clarineta, trompa, fagote, e orquestra, nos movimentos Allegro, Adagio e Andantino con variazio.

A interpretação, a de Stephen Taylor, David Singer, William Purvis Steven Dibner, acompanhados pela Orquestra de Câmara Orpheus.

Vivaldi

Encerrando o programa, um exemplo de criatividade e domínio técnico: o Concerto “In due Cori” em Lá Maior RV 585, do compositor italiano Antonio Vivaldi (1678 – 1741), para nada menos que 11 solistas. São quatro flautas, quatro violinos, dois violoncelos e órgão, acompanhados por uma orquestra de cordas e baixo contínuo. Os solistas são divididos em dois grupos, os “due Cori” de instrumentos do título. O primeiro é formado por duas flautas, dois violinos e um violoncelo; o segundo inclui duas flautas, dois violinos, um violoncelo e o órgão. Ao longo da partitura, estes grupos se alternam como solistas, tocam juntos ou dialogam com a orquestra, o que cria um inusitado efeito estereofônico, ainda mais interessante quando apreciado ao vivo.

A peça é dividida em três movimentos – Allegro, Adagio e Allegro – e os solistas da versão apresentada são integrantes da orquestra Concerto Köln, conjunto alemão dedicado ao repertório barroco.

 

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Música Antiga em Concertos UFRJ

Foto: Marco Fernandes/SGCOMS
Geraldine Farrar
Anthony Flint e João Ferreira são  solistas do concerto.

O primeiro programa Da temporada 2012 de Concertos UFRJ aborda a chamada música antiga com peças de compositores dos séculos XVII e XVIII dos períodos barroco e clássico.

O primeiro programa Da temporada 2012 de Concertos UFRJ aborda a chamada música antiga com peças de compositores dos séculos XVII e XVIII dos períodos barroco e clássico. Os destaques são obras de Corelli e Mozart executadas pela Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ) sob a direção de Felipe Prazeres. As gravações foram feitas ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música no dia 17 de novembro de 2011 durante o I Festival de Música Antiga da UFRJ.

 

podcast

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Corelli

 

A primeira peça do programa foi uma obra de Arcangello Corelli, violinista e compositor italiano do período barroco que viveu entre 1653 e 1713. Sua carreira se desenvolveu na cidade de Roma, onde atuou, sobretudo, como violinista virtuose e professor. Entre seus alunos, expoentes da música barroca italiana como Geminiani e Vivaldi.

A obra de Corelli engloba seis antologias de peças de grande brilho instrumental e de refinado tratamento harmônico. Suas contribuições mais relevantes são, porém, seus 12 concerti grossi – forma que se caracteriza pelo contraste entre o grupo de instrumentos solistas e o tutti orquestral.

Nos concertos de Corelli, o primeiro violino se destaca e sugere em muitas passagens a textura do concerto solista, assim como o contraste entre os grupos se caracteriza pelas respostas em eco. Seus 12 Concertos Grossos, op. 6, podem ser divididos em dois grupos.  Os oito primeiros são escritos em forma de sonata da chiesa, em geral numa sequência de quatro movimentos em que se alteram andamentos lentos e rápidos, sendo o último deles, o op. 6 no 8, o mais célebre e conhecido como “Concerto de Natal” por incluir uma pastoral. Os demais seguem o estilo da sonata da câmera, movimentos de dança em forma de suíte precedidos por um prelúdio.

O concerto veiculado no programa foi o no 4, op. 6, composto por quatro movimentos: Adagio – Allegro; Adagio; Vivace; e Allegro – Giga: Presto. Os solistas: Felipe Prazeres e Adonhiran Reis, nos violinos, e Mateus Ceccato, no violoncelo.


Mozart

Mozart forma com Joseph Haydn e Ludwig van Beethoven a trinca de compositores mais representativos do classicismo musical e suas obras praticamente definem o estilo.

Mozart nasceu na cidade de Salzburgo em 1756 e durante a infância percorreu a Europa em turnês intermináveis organizadas por seu pai Leopold Mozart, que exibia o filho como criança prodígio. Com o passar dos anos, o virtuose deu origem ao compositor que, em pouco mais de 36 anos de vida, escreveu mais de seiscentas composições, que marcaram a tradição musical do ocidente.

Foto: Thamiris Tavares
Apresentação da OSUFRJ no Salão Leopoldo Miguez, durante o I Festival de Música Antiga da UFRJ.

A Sinfonia Concertante em Mi bemol para violino e viola K 364, a primeira obra do compositor apresentada na edição de Concertos UFRJ, foi uma das últimas escritas por Mozart antes de deixar Salzburgo e tentar a sorte como criador autônomo em Viena. Composta em 1779, não se sabe em quais circunstâncias, a escolha de uma forma em voga em Paris, denota influências francesas. Já a opção pelo violino e, especialmente, pela viola como instrumentos solistas sugerem ideias da Escola de Manheim. A obra funciona como uma espécie de concerto duplo, onde os dois instrumentos exibem o mesmo nível de dificuldade e protagonismo. O gênio de Mozart, entretanto, supera as influências mencionadas e os limites do gênero, criando uma obra onde a riqueza da escrita instrumental é reforçada pela beleza melódica.

Anthony Flint, violino, e João Carlos Ferreira, viola, são os solistas da versão veiculada.

A Sinfonia Haffner, que encerrou o programa, possui uma história curiosa. Em 1776, contando apenas 20 anos, Mozart recebeu uma encomenda para escrever uma serenata para o casamento de Maria Elisabeth Haffner, filha de um nobre de Salzburgo, amigo do seu pai. A obra composta para a ocasião foi a Serenata em ré maior, K 250, em oito movimentos, que passou a ser conhecida pelo nome da família homenageada.

Alguns anos mais tarde, em 1782, Leopold Mozart intermediou a encomenda de uma nova peça para a mesma família. Dessa vez, destinada a comemorar o título de nobreza de Sigmund Haffner, irmão de Maria Elisabeth. Mozart, a essa altura, já residia em Viena e, na ocasião, estava sobrecarregado, às voltas com a produção da ópera “O rapto do serralho”. Mesmo assim aceitou o pedido e, em carta de 20 de julho, informa ao pai sobre o andamento dos trabalhos: “Enfim escreverei à noite, pois de outro modo não o conseguirei; e que tal sacrifício seja por vós, meu muito querido pai”. Após concluir o trabalho Mozart encaminhou a partitura para ser executada em Salzburgo. Em dezembro de 1782, entretanto, pediu ao pai que a reenviasse para ser executada em um concerto Viena. Mozart decidiu reescrever a obra sob a forma de sinfonia, descartando um dos dois minuetos originais e elaborando uma nova orquestração, na qual incluiu duas flautas e duas clarinetas.

Em fevereiro de 1783 Mozart escreveu ao pai: “Minha nova sinfonia Haffner me assombrou completamente, pois tinha esquecido cada uma das notas dela. Certamente deve fazer um ótimo efeito”. Nesse novo formato ganhou sua primeira audição em Viena no dia 23 de março de 1783. Desde então a Sinfonia Haffner tornou-se uma das mais apreciadas e executadas peças do compositor.

 

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Peças da Edição

OSUFRJ – Orquestra Sinfônica da UFRJ
ANTHONY FLINT, violino
JOÃO CARLOS FERREIRA, viola
FELIPE PRAZERES, regente

A. CORELLI

Concerto Grosso em Re Maior op. VI no 4
Adagio – Allegro
Adagio
Vivace
Allegro – Giga: Presto

W. A. MOZART

Sinfonia Concertante em Mi bemol Maior para violino, viola e orquestra K. 364
Allegro maestoso
Andante
Presto

Sinfonia Nº 35 em Ré Maior K. 385, Haffner
Allegro con spirito
Andante
Menuetto
Presto

Suor Angelica, de Puccini

 Foto: Reprodução
Geraldine Farrar
Geraldine Farrar encarna a per­so­na­gem título na estreia em 1918.

Suor Angelica, ópera em um ato do compositor italiano Giacomo Puccini, é a atração desta semana de Concertos UFRJ.

Suor Angelica, ópera em um ato do compositor italiano Giacomo Puccini, é a atração desta semana de Concertos UFRJ. Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

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Puccini, que viveu entre 1858 e 1924, foi um dos mais importantes compositores de ópera de todos os tempos e suas obras marcantes, como La Boheme, Madama Buterfly, Manon Lescaut, Tosca e Turandot, estão entre as mais encenadas. Em 1918 Puccini escreveu três óperas breves em um ato que reuniu sob o nome de Il Trittico: Il Tabarro (O Capote), Suor Angelica e Gianni Schichi. Elas formam uma unidade e foram destinadas pelo autor a serem encenadas em um mesmo espetáculo, como ocorreu na estreia em 14 de dezembro de 1918 no Metropolitan Opera House de Nova York, mas que nem sempre aconteceu nas montagens ao longo dos anos.

 

Já tivemos oportunidade de ouvir em Concertos UFRJ que é a única ópera cômica de Puccini. Suor Angelica, por seu turno, é um drama com libreto de Giovacchino Forzano, responsável também pelos versos de Gianni Schichi, e foi a última ópera efetivamente terminada pelo compositor. Turandot, que deixou inacabada, seria concluída por Franco Alfano.

 

Todas as vozes da peça são femininas. Os sopranos em geral parecem gostar muito do papel de Suor Angelica, desde que Geraldine Farrar o encarnou na récita de estreia. Entre as cantoras que se destacaram como a sofrida freira estão Mirella Freni, Renata Scotto, Katia Ricciarelli, Renata Tebaldi, Ilona Tokody, Lucia Popp, Joan Sutherland, Cristina Gallardo-Domâs, Victoria de los Angeles. Já Beverly Sills confessa em sua autobiografia que o desgaste provocado pela enorme carga emocional da personagem fez com que a riscasse do seu repertório. Curiosamente, o antagonista da trama, a Tia Principessa, é o único papel de relevo escrito para contralto por Puccini.

 

A história se passa num convento na Itália, no final do século XVII. A freira Angélica foi condenada à reclusão pela família por ter tido um filho ilegítimo. Com o tempo, acaba conquistando a simpatia de todos e torna-se uma especialista em plantas medicinais, com as quais alivia as aflições das suas irmãs. Apesar dos anos, Angélica não consegue esquecer o filho, arrancado aos seus braços em idade tão tenra. Sua tia, uma princesa, chega de repente ao convento e anuncia que o filho havia morrido. Desesperada, Angélica se envenena. Lembrando-se, porém, de que esse gesto é um pecado mortal, reza fervorosamente à Madonna, que aparece com seu filho morto e a conduz ao céu. A gravação veiculada traz nos papéis principais Cristina Gallardo-Domás como Suor Angélica, Bernadette Manca Di Nissa como Tia Principessa e Felicity Palmer como Abadessa. O coro é o London Voices e a Orquestra Filarmonia é dirigida por Antonio Pappano.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Sinopse de Suor Angélica

 

Giacomo Puccini

Giovacchino Forzano, libreto

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Personagens

 

Irmã Angélica, uma freira, soprano

A Tia Principessa, tia de Angélica, uma princesa, contralto

A Abadessa, mezzo-soprano

Irmã Monitora, mezzo-soprano

Mestra das Noviças, contralto

Irmã Genoveva, soprano

Irmã Osmina, mezzo-soprano

Irmã Dulcina, mezzo-soprano

Irmã Enfermeira, mezzo-soprano

2 Irmãs de Caridade, soprano e mezzo-soprano

2 Noviças, soprano e mezzo-soprano

2 Irmãs leigas, soprano e mezzo-soprano

 

A ação se passa num convento, na Itália, no final do século XVII.

 

Ato único

 

Angélica é uma jovem de família aristocrática que teve um filho solteira. Para puni-la sua família decidiu encerrá-la num convento. Passados muitos anos, apesar da vida religiosa forçada Angélica conquistou todas as irmãs por sua doçura e bondade. Com seu trabalho no convento se tornou uma especialista em ervas e plantas medicinais com as quais trata de todas as irmãs. A aparente tranquilidade da vida enclausurada não traz, porém, paz ao coração amargurado de Angélica pelo desejo ardente de rever o filho arrancado de seus braços ao nascer.

 

Os sinos anunciam as seis horas da tarde. Na capela as freiras cantam uma Ave Maria. Quando saem da capela, a Irmã Monitora lhes dá permissão para que tenham sua recreação vespertina. Angélica prepara um unguento para acalmar a dor de uma reclusa. A Irmã Genoveva pergunta se a Irmã Bianca Rosa, que morreu e repousa no cemitério do convento, não desejaria um pouco de água fresca sobre seu túmulo. Angélica responde que os mortos não têm desejos; só os vivos os têm. No céu, todos os desejos são satisfeitos. A Irmã Monitora argumenta que, para as freiras, nem sequer quando vivas lhes é permitido ter desejos. A conversa é interrompida pela chegada de duas irmãs que viram uma carruagem estacionar junto ao portão. A Abadessa vem anunciar a Angélica que sua Tia Principessa a aguarda na sala de visitas.

 

A Tia é uma mulher de aparência distinta, mas fria e intimidadora. Impassível, ela anuncia que, desde a morte dos pais de Angélica, ficou encarregada de tomar todas as decisões na família, inclusive a partilha dos bens. A irmã mais jovem de Angélica, Anna, está para se casar, e é preciso que Angélica assine alguns papéis. Angélica pergunta com quem se casará sua irmã e sua Tia responde que será com alguém que se dispõe a esquecer a vergonha por ela causou à família. Angélica diz que entregou sua vida à Virgem, mas que uma única coisa não pode entregar: seu filho que não vê há sete anos. Ao ser perguntada pelo destino da criança a Tia, após longo silêncio, responde que o menino morreu já faz dois anos de uma grave doença, ao que Angélica cai ao solo como se atingida por um golpe mortal.

 

À noite, sozinha no jardim, Angélica canta a belíssima ária “Senza mamma, o bimbo, tu sei morto!” e recolhe algumas ervas que põe na boca e começa a mascar. Olha para as estrelas e parece ouvir a voz do filho que a chama. É então que se dá conta de que ingeriu uma erva venenosa. Faz uma fervorosa prece à Virgem, suplicando que a perdoe. Ouve-se um coro de anjos, e a própria Virgem desce do céu, trazendo nos braços seu filho que vem abraçar a mãe.

Música de Natal em Concertos UFRJ

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Natal e música se completam. Muitas foram as obras compostas para a ocasião ao longo dos séculos. O programa desta semana destaca duas delas, uma de J. S. Bach, outra de José Maurício Nunes Garcia.

Natal e música se completam. Muitas foram as obras compostas para a ocasião ao longo dos séculos. O programa desta semana destaca duas delas, uma de J. S. Bach, outra de José Maurício Nunes Garcia.

 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Magnificat (também conhecida como Canção de Maria) é um cântico entoado (ou recitado) na liturgia cristã. O texto do cântico vem diretamente do Evangelho segundo Lucas, onde é recitado pela Virgem Maria na ocasião da Visitação de sua prima Isabel. Na narrativa, após saudar Isabel, que está grávida daquele que será chamado João Batista, a criança se mexe no útero da mãe. Quando esta louva Maria por sua fé, ela entoa o Magnificat como resposta.

 

O Magnificat em ré maior, BWV 243, é uma das principais obras vocais de Johann Sebastian Bach (1685-1750) e foi composta para orquestra, coro de cinco partes e solistas. Bach escreveu em 1723 uma versão inicial em mi bemol maior, para as Vésperas do Natal em Leipzig, que continha diversos textos natalinos. Após algumas reformulações, uma nova versão, que é a costuma ser executada, teve sua estreia na Igreja de São Tomás (Thomaskirche) de Leipzig, em dois de julho de 1733, então o feriado da Visitação.

 

A obra se divide em doze partes, que podem ser agrupadas em três movimentos; cada um começa com uma ária e é concluído pelo coro que desenvolve um tema em forma de fuga. A versão veiculada no porgranma foi a de John Eliot Gardiner à frente do Coro Montoverdi e do English Baroque Soloists. Nancy Argenta e Patrizia Kwella, sopranos; Charles Brett, contratenor; Anthony Rolfe Johnson, tenor; e David Thomas, baixo; são os solistas.

 

A segunda peça do programa foi a Missa Pastoril para a Noite de Natal do Padre José Maurício Nunes Garcia (1767 -1830), que foi mestre de capela de D. João VI no Brasil e o principal compositor brasileiro do período colonial.  A obra foi originalmente escrita em 1808 em uma versão para coro e órgão e reformulada em 1811, tendo sido orquestrada então para um conjunto de dois naipes de violas, violoncelos e contrabaixos. A ausência dos violinos confere a obra um colorido especial que reforça seu caráter pastoral em um ritmo em compasso composto característico. Se destaca também uma clarineta concertante que perpassa toda a obra. A versão é a do grupo suíço Ensemble Turicum, dirigido pelo contratenor brasileiro Luís Alves da Silva.

 

Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, Concertos UFRJ vão ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As edições do programa  podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: Nelson Macedo

Foto: Reprodução
Capa
A obra do compositor agrada bastante aos instrumentistas que vêm dedicando  gravações a ela.

A edição desta semana de Concertos UFRJ é dedicada ao compositor brasileiro Nelson Macedo que completou 80 anos em 2011. O programa contou com a participação do músico que falou um pouco de sua obra e de sua trajetória.

A edição desta semana de Concertos UFRJ é dedicada ao compositor brasileiro Nelson Macedo que completou 80 anos em 2011. O programa contou com a participação do músico que falou um pouco de sua obra e de sua trajetória.

 

 

podcast

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Nelson Macedo é baiano, da cidade de Rui Barbosa e nasceu em seis de março de 1931. Seus estudos musicais começaram aos 18 anos, no Instituto de Música da Bahia, após uma experiência inicial como escultor. Em 1953 ele se transferiu para o Rio de Janeiro onde se tornou aluno da Escola de Música da UFRJ, na então Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil. Nela, estudou com grandes mestres como Paulina D’Ambrósio, violino e viola, regência com Eleazar de Carvalho e com Paulo Silva, a quem atribui “totalmente” sua formação como compositor.

 

Após concluir o curso, Nelson Macedo ganhou uma bolsa de estudos que o levaria a Paris, onde estudou com Serge Collot, Etienne Ginot e Jacques Ripoche. De volta ao Brasil ingressou como violinista na Orquestra Sinfônica Brasileira e, posteriormente, como violista na Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

 

A formação como violinista e a carreira como músico de orquestra abriram caminho para a escrita para cordas, de tal forma que Macedo dedicou grande parte de sua produção a este tipo de instrumento. Outra motivação, as parcerias musicais que originaram peças destinadas a amigos instrumentistas.

 

Nelson participou de iniciativas como a criação do Coral “Artis Canticum” e a orquestra “Os Cameristas”. Sua militância também foi intensa no Sindicato dos Músicos e na AMAR, Associação de Músicos Arranjadores e Regentes, e na COOMUSA, uma cooperativa de músicos. Outra experiência interessante que contou com seu entusiasmo, a Escola Brasileira de Música em 1986 – fundada com objetivo de desenvolver metodologias de ensino a partir da música brasileira.

Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, Concertos UFRJ vão ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As edições do programa  podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Repertório do Programa

1.  Nelson Macedo, Variações sobre um tema anônimo do século XIX, com Mário Ulhoa.

2.  Nelson Macedo, “Valsa da Dor”, com o clarinetista José Botelho e o pianista e compositor Radamés Gnattali.

3.  Nelson Macedo, “Suíte Indígena”, com o violinista Daniel Guedes e a pianista Kátia Balousier. Os movimentos são: Para-pora-iema; Sucuri; Taru Jampym e Dança Antropofágica.

4.  Nelson Macedo, “Fantasia Capricho”, com Dilson Florêncio no sax alto e a pianista Valéria Gazire.

5.  Nelson Macedo, “Trio Brasileiro” para flauta, cavaquinho e violão de Nelson de Macedo com Andréa Ernest Dias na flauta, Jayme Vignole no cavaquinho e Bartholomeu Wiese no violão. Os movimentos são: Lento/Allegro; Variações e Rondó Frevo.

6.  Nelson Macedo, “Cinco Canções de Amor”: Busco a quem achar não posso, com texto de Gregório de Matos; A luz do meu caminho, com texto de Mário Lessa; Canção de Menina, com texto de Manoel de Barros; Volta, com texto de Manuel Bandeira; e Dois e dois: quatro, com poesia de Ferreira Gullart. Os intérpretes são Adriana Clis, mezzo soprano, e Mário Ulhoa no violão.

7.  Nelson Macedo, “O canto de Simeão” para violoncelo e violão com Márcio Mallard no violoncelo e Mário Ulhoa no violão.

Três famílias de músicos

Reprodução
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Giovanni Gabrieli, músico de uma das famílias abordadas no programa.

Concertos UFRJ já dedicaram toda uma edição aos Bach, um clã que gerou inúmeros músicos importantes em um período que vai do barroco, no séc. XVI, a meados do séc. XIX. Apesar de, inegavelmente, representarem a mais espetacular concentração de talento jamais registrado em uma família, não foram o único caso na história do Ocidente.

Concertos UFRJ já dedicaram toda uma edição aos Bach, um clã que gerou inúmeros músicos importantes em um período que vai do barroco, no séc. XVI, a meados do séc. XIX. Apesar de, inegavelmente, representarem a mais espetacular concentração de talento jamais registrado em uma família, não foram o único caso na história do Ocidente. O programa desta semana destaca compositores de sobrenome Gabrieli, Scarlatti e Stamitz – outras três dinastias notáveis, as duas primeiras na Itália a outra na Alemanha, que marcaram a trajetória musical.

 

Gabrieli

 

A família italiana Gabrieli produziu dois músicos notáveis ao longo do séc. XVI – Andrea e Giovanni, tio e sobrinho.

 

 

podcast

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Andrea Gabrieli (c. 1533-1585) é figura chave na música da alta Renascença. Nasceu em Veneza e sua produção denota a influência dos mestres flamengos, tendo estudado com Adrian Willaert, um dos músicos mais representativos da geração dos compositores nórdicos que migraram para a Itália e transplantaram o estilo para lá.

 

Por volta de 1557/8, Andrea se estabeleceu como mestre de capela da Catedral de São Marcos. Foi um dos expoentes da chamada Escola Veneziana, que cultivou um estilo polifônico e policoral complexo – uma música escrita em muitas vozes, com a participação de um ou mais grupos corais e acompanhamento instrumental, com destque para os metais. Deixou numerosas composições de música sacra (motetos, salmos, missas, um “Glória” a 16 vozes e um outro) e profana (quase 250 madrigais). Dentre suas composições instrumentais sobressaem as tocatas para órgão, as canções, os ricercari e a música de conjunto.

 

Andrea formou seu sobrinho Giovanni Gabrieli (c. 1554-1612), que o sucedeu, como primeiro organista da catedral veneziana, tendo ocupado este cargo até o fim dos seus dias. Salvo um período de quatro anos na corte de Munique, sua carreira transcorreu naquela cidade e sua produção levou a escola musical veneziana ao apogeu, com partituras inovadoras e de grande poder expressivo.

 

Suas 14 Canzone, suas duas Sonate, e sobretudo a coleção de Sa­crae Sym­pho­niae (1597) inauguram uma série de composições elaboradas a partir de diversas e complexas combinações vocais e instrumentais, que vão desde o madrigal sacro até o motete concertado, com inclusão de movimentos e sinfonias, confiados unicamente ao conjunto instrumental. O resultado são obras espetaculares, de uma riqueza sonora e expressiva desconhecida até então.

 

Scarlatti

 

Ainda na Itália, mas já no barroco, outra família de músicos merece destaque – a dos Scarlatti.

 

Reprodução
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Domenico Scarlatti

Foram duas gerações de compositores proeminentes. A primeira, formada pelos irmãos Francesco (1666 – c.1741) e Alessandro Scarlatti (1660-1725). A segunda, pelos filhos do último: Domenico (1685-1757) e Pietro Filippo Scarlatti (1679-1750).

 

 

Da primeira, Alessandro Scarlatti foi sem dúvida o mais importante, sendo um dos inauguradores de chamada Escola Napolitana de ópera, gênero ao qual aportou mais de uma centena de títulos. Além de 150 oratórios e mais de 500 cantatas, produziu também bastante música instrumental, com destaque para as suas sinfonias e seus concerti grossi.

 

Domenico Scarlatti é o expoente da segunda geração de compositores desta família e, embora tenha escrito todo gênero de música, se notabilizou pela enorme produção para teclado. Deixou mais de 500 sonatas para cravo em um estilo mais leve e homofônico que seus contemporâneos barrocos, o que prenuncia o período clássico.

 

A moderna técnica para teclado deve muito à sua influência. Algumas de suas obras possuem uma audácia harmônica tanto no uso de dissonâncias ou aglomeados de acordes, no uso inovador de modulações não convencionais e tonalidades remotas. Scarlatti também foi pioneiro no domínio do ritmo e da sintaxe musical: síncopes e ritmos cruzados são comuns em sua música.

 

Stamitz

 

Já os Stamitz são de origem tcheca que exerceram influência, sobretudo, na cena musical da Alemanha, região para a qual migrou um ramo da família.

 

Reprodução
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Carl Philipp Stamitz

O violinista Johann Stamitz (1717-1757) é amplamente reconhecido, ao lado de Johann Christian Cannabic e Franz Richter, como fundador da chamada de Escola de Mannheim. Um movimento cuja contribuição foi significativa para o estabelecimento da música instrumental pré-clássica e introduziu inovações decisivas, acabando por influenciar compositores mais jovens como Mozart. Apesar de uma vida bastante breve, Johann produziu uma obra extensa e de qualidade: entre elas 72 sinfonias em que adota sistematicamente a forma em quatro movimentos, acrescentando um minueto ou trio aos três até então usuais.  

 

Dos seus filhos, Anton (1750 – 1789/1809) e Carl Philipp Stamitz (1745-1801), ambos compositores, as partituras deste último alcançaram maior notoriedade, sendo ainda hoje executadas com regularidade. Carl foi um dos mais prolíficos compositores da Escola de Mannheim, tendo escrito mais de 50 sinfonias, 38 sinfonias concertantes e 60 concertos. Dessa enorme produção chamam atenção as suas peças para clarineta, instrumento criado uns poucos anos antes e para o qual dedicou produção numerosa e significativa.

 

Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, Concertos UFRJ vão ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As edições anteriores  podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

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Repertório do Programa

  • Giovanni Gabrieli, Glória a 16, na interpretação do Gabrieli Consort & Players, sob a direção de Paul McCreesh.
  • Giovanni Gabrieli, Jubilate Deo, Coro do King’s College, Cambridge, regência de Stephen Cleobury.
  • Alessandro Scarlatti, Concerto no 3 em Fá Maior, com a Accademia Bizantina sob o comando de Ottavio Dantone.
  • Domenico Scarlatti, Sonata em Lá Maior, K 208, com Gustav Leonhardt.
  • Johann Stamitz, Trio em Lá Maior, Op. 1, no 2, Concertus Musicus Vienna, sob direção de Nikolaus Harnoncourt.
  • Carl Philipp Stamitz, Concerto para clarineta, no 3, em Si Bemol, Sabine Meyer e a Academy of St. Martin-in-the-Fields, sob a regência de Iona Brown.

Lorenzo Fernandez em “Concertos UFRJ”

Foto: Reprodução
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Lorenzo Fernandez (1897-1948)

Concertos UFRJ reprisam a edição dedicada a obra de Lorenzo Fernandez um compositor carioca que, junto com Francisco Mignone, integra a primeira geração de compositores nacionalistas surgida após Villa-Lobos.

Concertos UFRJ reprisam a edição dedicada a obra de Lorenzo Fernandez um compositor carioca que, junto com Francisco Mignone, integra a primeira geração de compositores nacionalistas surgida após Villa-Lobos. Apresentado por André Cardoso, diretor da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ, o programa radiofônico é resultado de uma parceria da UFRJ com a Roquette Pinto e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

Oscar Lorenzo Fernandez, filho de pais espanhóis, nasceu no Rio de Janeiro em 1897 e com 20 anos, em 1917, ingressa no Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ, onde estudou piano com João Otaviano e iniciou-se em teoria, harmonia, contraponto e fuga com os professores Francisco Braga, Henrique Oswald e Frederico Nascimento, considerado seu mentor artístico.

 

Em 1923, por ocasião de uma doença de Nascimento, assume como substituto a cadeira de Harmonia, Contraponto e Fuga e Composição, situação que se tornou definitiva após dois anos.

 

Vasco Mariz divide a produção de Fernandez em três períodos.  O primeiro, que vai de 1918 a 1922, há influência do impressionismo francês, o uso da bitonalidade e a ausência de temática brasileira. O segundo, de 1922 a 1938, considerado o ponto alto de sua obra, há uma forte presença nacionalista, com a utilização de temas folclóricos, que, sem cair no exotismo fácil, valorizam a presença das etnias branca, negra e índia na formação do Brasil, assim como a modernização do país. Por fim, de 1942 até a sua morte, Fernandez assume um tom mais universalista.

 

Há na produção de Fernandez, ainda segundo Mariz, certa tensão entre o uso racional de temas folclóricos locais e o apelo cosmopolita – o que a torna mais próxima da obra de Alberto Nepomuceno (1864-1920), o fundador do nacionalismo musical brasileiro, que seguiu linhas mais conservadoras na escritura musical, do que propriamente da de Villa-Lobos (1887-1959). Entretanto, isso não impediu que ela fosse apreciada por modernistas da geração heroica do movimento, como Mário Andrade, que assinalou que seu Trio Brasileiro (1924), peça para piano, violino e violoncelo, “revela um artista em plena posse e emprego de sua personalidade poderosa. Nele, Lorenzo Fernandez, inteiramente convertido nos tipos melódicos e rítmicos nacionais, criou uma obra de suma importância que não só marca a etapa definitiva de sua carreira como serve para marar uma data na evolução musical brasileira.”. Nenhuma obra sua, porém, alcançou tanto reconhecimento internacional como o Reisado do Pastoreio (1930), suíte orquestral em três partes que contém o famoso Batuque, que encantou Toscanini e Koussevitzky, e que vem sendo apresentado como peça sinfônica independente, tendo sido gravado por Leonard Bernstein à frente da Filarmônica de Nova York.

 

Compôs canções, suítes sinfônicas, balés, peças para piano, música de câmara, concertos e sinfonias e representou o país várias vezes no exterior, como regente de diversas orquestras e como conferencista. Fernandez também encabeçou importantes associações musicais como a Sociedade de Cultura Musical, a Academia Brasileira de Música e fundou com Villa Lobos, em 1948, o Conservatório Brasileiro de Música

 

O compositor faleceu em 27 de agosto de 1948, aos 50 anos, um dia após ter dirigido com a Orquestra  Sinfônica da Escola de Música o concerto comemorativo ao centenário da instituição.

 

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Repertório do Programa

1. Trio Brasileiro op. 32 (primeiro movimento) com Fritz Jank ao piano, Gino Alfonsi no violino e Calixto Corazza no violoncelo.

2. Suite para Quinteto de sopros com o Quinteto de Sopros da Rádio MEC .

3. Segunda Suite Brasileira para piano com o pianista Miguel Proença.

4. “Velha modinha” com o violonista Fábio Zanon.

5. Sonata Breve com o pianista Miguel Proença.

6. Duas canções: “Toada para você” e “Meu coração” com a a soprano Lia Salgado e ao piano o maestro Alceu Bocchino.

7. Suite Reisado do Pastoreio com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas sob a regência de Benito Juarez.

8. “Batuque”, terceiro movimento da suite Reisado do Pastoreio com a Orquestra Filarmônica de Nova York e a regência de Leonard Bernste