DAAD promove evento online sobre estudos na Alemanha

O Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (Deutscher Akademischer Austauschdienst – DAAD) anuncia que o tradicional evento informativo DAAD de Portas Abertas dará lugar neste ano ao formato de palestras online: nos dias 1º, 3 e 5 de junho, a Semana DAAD de Janelas Abertas apresentará os programas de bolsas para brasileiros interessados em passar uma temporada de estudos ou pesquisa na Alemanha.

A programação foi organizada em três temas: “Estudar na Alemanha”, “Pesquisar na Alemanha” e “Por que aprender alemão?”. Além da equipe do DAAD no Brasil, o evento contará com a participação de representantes de dez instituições alemãs: Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH São Paulo), Freie Universität Berlin, Fundação Alexander von Humboldt, Sociedade de Preparação Acadêmica e Desenvolvimento de Testes (g.a.s.t.), Goethe-Institut, Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), Technische Universität Berlin, Technische Universität München, Universität Potsdam e Westfälische Wilhelms-Universität Münster. A transmissão será feita por meio da plataforma Adobe Connect. Ao final de cada dia, haverá uma rodada de perguntas e respostas. Pela ferramenta de chat da plataforma, também será possível trocar informações e contatos.

Confira  aqui o programa completo e como participar.

Festival de Música Rádio MEC 2020 abre incrições

Estão abertas as inscrições do Festival de Música Rádio MEC 2020. O Festival visa revelar e divulgar gravações de obras musicais inéditas na Música Clássica, Música Instrumental, Música Infantil e MPB, abrindo espaço na programação da Rádio MEC para a produção de artistas da Região Sudeste (ES, RJ, MG e SP) e do Distrito Federal.  

As inscrições são gratuitas e ficam abertas até o dia 29 de junho próximo. Este ano todas as etapas serão totalmente online, em função do distanciamento social que estamos vivendo. Dessa forma, todas as informações relativas ao Festival, bem como a ficha de inscrição estão disponíveis no site radiomec.ebc.com.br . 

Como emissora pública de rádio, em meio a essa pandemia do COVID-19, a Rádio ME está buscando unir forças com outras instituições públicas, educativas e universitárias para manter a tradição de realizar o Festival. Além de criar oportunidades para os artistas que vêm em nossa emissora um dos poucos espaços que têm para veicular as suas músicas.   

A harmonia musical e suas diferentes abordagens

Foto: Rafael Reigoto
Livro de Fábio Adour aborda de forma inovadora a harmonia musical.

A obra que tem por título Harmonia: Uma proposta de perfil conceitual, lançada em 8 de abril, no foyer do Salão Leopoldo Miguez, é resultado da tese de doutorado defendida, na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, pelo professor Fábio Adour. O livro, inivador em diversos aspectos, é um divisor de águas na literatura que há quase três séculos trata da harmonia musical.

A obra que tem por título Harmonia: Uma proposta de perfil conceitual, lançada em 8 de abril, no foyer do Salão Leopoldo Miguez, é resultado da tese de doutorado defendida, na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, pelo professor Fábio Adour.

 

Será levado a cometer um erro de julgamento, o leitor que, induzido pelo título, pensar ser esta mais uma das muitas obras existentes que tratam da combinação e sobreposição das notas que dão origem ao acompanhamento de uma composição musical, pois a obra de Fábio Adour é, seguramente, um divisor de águas na literatura que há quase três séculos trata da harmonia musical.

 

  Capa do livro
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Evidentemente, esta afirmativa não deve ser creditada apenas ao confronto feito entre diferentes tratados da música clássica que, até a década de 80, deles excluem a música popular ao registrarem encadeamentos que só acontecem na música erudita, e os livros que, a partir de 1945, com a fundação do Berklee College of Music, passaram a explicar a música popular como se a harmonia fosse uma tábula rasa.

A afirmativa também não pode ser só atribuída à criteriosa revisão do sistema de cifras da música popular contidas em revistas e livros musicais, feita pelo autor, e nem tampouco pela questão de valores atribuídos a um ou a outro estilo de música que é, igualmente, discutida na obra.

A soma de todas essas contribuições acrescida da proposta que contempla uma nomenclatura única para todas as abordagens da harmonia musical, além de ficar demonstrado que, em determinados contextos, a ambiguidade existente entre a música popular e a clássica nada mais é do que um problema didático, quando se trata de nomear as notas e suas combinações, é o que faz com que a obra de Fábio Adour de outras se destaque.

Para evidenciar esta tese e a certeza de que a harmonia é uma só, ele, que desenvolveu sua pesquisa musical junto a conhecimentos do campo educacional, recorre à Didática, à Filosofia da Linguagem e às bases sociais do conhecimento.

Assim, fundamentado em Mikhail Bakhtin, ele realiza uma análise dos discursos utilizados por alunos e docentes em salas de aulas. E, em sua análise, são detectadas três formas de abordar a harmonia. A auditiva instrumental, aquela em que o músico não sabe verbalizar aquilo que diz respeito ao instrumento e ao som que domina e que, certamente, foi a que deu origem à frase recolhida por Fábio Adour, na pesquisa de uma docente da UFMG, na qual um aluno conclui que a harmonia da música clássica e a da música popular “são duas harmonias diferentes”.

As duas outras formas de abordar a harmonia adjetivadas por ele de históricas dizem respeito: àquela que intitula de zona histórica clássica, que alude à tradição de abordar a harmonia só através da música clássica e, a outra, por ele denominada de zona histórica popular, instituída na Universidade de Berklee, que se reporta à tradição de criar uma teoria própria para avaliar a harmonia da música que vinha sendo negligenciada pelos estudos da música clássica.

Mas, por, seguramente, estar em conformidade à reflexão de Jean- Claude Forquin, da qual apreende-se que nem sempre “a obra do escritor ou do artista, ou o pensamento do teórico são diretamente comunicáveis ao aluno”, Fábio Adour apresenta em sua obra a proposta de uma quarta forma de abordar a harmonia musical.

Intitulada de zona histórica expandida, ele ciente de que, no “empreendimento educativo” deva ser transmitido aquilo que “ao longo dos tempos pôde aceder a uma existência “pública” que se cristaliza “nos saberes cumulativos(…), nas obras admiráveis”, propõe que nesta forma de abordagem da harmonia não sejam abandonados os discursos da zona histórica clássica e os da zona histórica popular. Ao contrário, que sejam eles somados a esta nova forma que abre também espaço também para a linguagem cotidiana do aluno, com vista a equacionar a dicotomia entre a harmonia da música clássica e da música popular.