Musicultura: Pesquisa e ação abrindo caminhos

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Samuel Araújo coordena projeto do qual participaram 150 estudantes.

A Escola de Música da UFRJ possui grupos de pesquisa que agregam importância ao status quo de ser ela um centro de excelência no campo do conhecimento musical. Demonstração desta afirmativa encontra-se expressa no Grupo de Pesquisa Musicultura, que é coordenado pelo Professor Titular de Etnomusicologia, Samuel Araújo.

A Escola de Música da UFRJ possui grupos de pesquisa que agregam importância ao status quo de ser ela um centro de excelência no campo do conhecimento musical. Demonstração desta afirmativa encontra-se expressa no Grupo de Pesquisa Musicultura, que é coordenado pelo Professor Titular de Etnomusicologia, Samuel Araújo.

 

  Foto: Reprodução
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  Samuel Araújo.

Revelam o reconhecimento de outras nações ao trabalho do Musicultura, o projeto bilateral UFRJ/ Universidade de Aveiro, denominado Música e Cidadania no Mundo Lusófono, desenvolvido em conjunto com a Associação Cultural Moinhos da Juventude, na Cova da Moura em Lisboa, o acolhimento da pesquisadora-visitante, Ana Hofman, da Academia de Artes e Ciências da Eslovênia e o significativo número de artigos, produzidos pelo grupo, publicados em revistas acadêmicas internacionais.

Denotam o caráter sólido do Musicultura, as apresentações dos resultados de seus estudos em congressos, suas publicações em revistas acadêmicas nacionais, e o financiamento às pesquisas do grupo pelos principais órgãos de fomento do país, como CNPq, CAPES e FAPERJ.

Musicultura é integrado por alunos do Ensino Médio, que são moradores de comunidades da Favela da Maré, alunos de graduação e pós-graduação em música, e de outros cursos da UFRJ. Em seus treze anos de existência, a indicação de sua natureza estável é ilustrada com os mais de cento e cinqüenta estudantes que, desde 2003, participam dos projetos.

Os projetos que se desenvolvem, aproximadamente, a cada dois anos, são estabelecidos com novos focos de pesquisa e estudos e sempre estão interligados a um foco já existente. Atualmente, jovens como Naiane Santos da Silva, Alice Emery e Juliana Catinin, na categoria de pesquisadores, participam do Programa de Iniciação Científica da UFRJ. Matheus Nogueira, aluno do Ensino Médio e bolsista Jovens Talentos- FAPERJ- também faz parte do Grupo de Pesquisa Musicultura, assim como Alexandre Dias da Silva, professor da Rede Municipal de Ensino, na Maré, onde reside, além, é claro, dos pesquisadores-mestres formados no PPMG da UFRJ.

Musicultura foi instituído na Etnomusicologia Aplicada, sub-área de conhecimento da Etnomusicologia, grande área de trabalho científico interdisciplinar entre os estudos de música, de musicologia, de antropologia, de ciências sociais e acústica musical. Por isso, todos os seus temas de estudos e pesquisas obedecem a três orientações.

Uma, é o trabalho com moradores locais que, na condição de pesquisadores de fato, identificam interesses, apresentam temas, determinam possíveis ganhos que possam ter com a compreensão dos assuntos sugeridos, e, passam a construir com os membros de afiliação acadêmica do grupo, as estratégias e agendas de pesquisas. Isto é , o que pesquisar, onde e como.

E se impondo, para que estas duas orientações possam ser efetivadas, os trabalhos acadêmicos do Musicultura são alicerçados nas metodologias de pesquisa-ação-participativa, que guardam estreitas relações com o movimento da Educação Popular.

Projeto Tributo homenageia Robert Schumann

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Robert Schumann, mestre do romantismo alemão.

Para lembrar os 160 anos do falecimento de Robert Schumann (1810-1856), uma das personalidades mais originais do romantismo musical alemão, o Projeto Tributo realiza na terça-feira (28) um recital com um punhado das mais interessantes obras de câmara do compositor.

Para lembrar os 160 anos do falecimento de Robert Schumann (1810-1856), uma das personalidades mais originais do romantismo musical alemão, o Projeto Tributo realiza na terça-feira (28) um recital com um punhado das mais interessantes obras de câmara do compositor. Coordenado pelo professor e pianista Luiz Senise, o espetáculo está marcado para as 18h30, na Sala da Congregação da Escola de Música. A entrada é franca.

 

 
Foto: Ana Liao
  Luiz Senise
  Senise idealizou o projeto que, há quase duas décadas, homenageia expoentes da música.

 O projeto existe desde 1998 e reverencia a memória de grandes compositores através de apresentações que oferecem um painel de sua produção em anos que evocam emblematicamente seu nascimento ou morte. Como faz questão de destacar o professor, “trata-se de uma genuína manifestação de apreço, respeito e gratidão por parte dos intérpretes aos artistas criadores, cuja obra permanece como um precioso legado, uma fonte viva de energia e prazer”.

Senise chama atenção para as ambivalências do romantismo de Schumann, marcado por oscilações frequentes de humor. Autor criativo e inovador, mas padecendo de um imenso desconforto com o mundo – estigma que assinalará grande parte dos escritores, artistas e intelectuais de sua geração.

– No universo schumanniano povoado por múltiplos personagens, destaca-se a dicotomia conflitante entre Eusebius, introspectivo e sonhador, versus Florestan, impetuoso e ardente. É profunda a influência que exerce o piano em suas sinfonias e música de câmera. Suas canções são verdadeiras joias camerística e nelas, Schumann confia ao piano intermezzos e epílogos que completam e prolongam o conteúdo lírico e poético da melodia vocal.

Além de Senise se apresentam no espetáculo Catarina Real Oliveira (piano), Luciano Magalhães (piano), Marco Catto (viola), Mateus Ceccato (violoncelo), Priscila Rato (violino) e Ricardo Tuttmann (tenor). Comentários estéticos de Paulo Peloso.

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  Robert com sua esposa Clara, famosa pianista e, como ele, compositora.

Robert Schumann nasceu em 1810 na cidade de Zwickau, Saxônia, Alemanha, no seio de uma família ilustrada – seu pai era livreiro e editor. Desde cedo manifestou ambições musicais e literárias e o ambiente artístico que desfrutou na infância foi fundamental para suas futuras atividades como compositor, editor e crítico musical. A literatura sempre foi para Schumann uma fonte de estímulo, especialmente autores como Shakespeare, Goethe, Hoffman, Schiller e Heine. Sua inspiração literária não se manifestou, porém, na forma da música de programa, como em Berlioz, mas na busca de uma integração perfeita entre texto poético e música – o que se observa nos seus ciclos de canções e faz dele legítimo herdeiro de Schubert.

O compositor dedicou ao piano parte importante de sua produção mais criativa. Ela é resultado tanto de sua fértil inventividade melódica como dos sólidos conhecimentos da técnica do instrumento adquiridos com Friedrich Wieck, um severo professor que havia transformado sua filha, Clara, por quem Schumann acabará se apaixonando perdidamente, em grande virtuose do piano.

Apesar de um atribulado romance, das oscilações frequentes de humor de Schumann e da ferrenha oposição do pai de Clara, casaram-se em 1840 após uma desgastante batalha judicial. Os primeiros anos de matrimônio são os mais criativos e prolíficos de sua atividade como compositor e os mais felizes de sua vida.

Aos poucos, entretanto, as sombras da doença mental que acabará por consumi-lo descem. Nomeado regente de orquestra em Düsseldorf em 1850, a instabilidade o impede de desempenhar plenamente suas funções, culminando, quatro anos depois, com uma séria crise emocional, na qual o compositor se atira ao Reno, com intensão de pôr fim à vida. Resgatado, foi internado no asilo de Endenich, próximo da cidade.

Schumann falece em 29 de julho de 1856 sem se recuperar e com apenas 46 anos de idade.

 

Tributo a Robert Schumann

Dia 28 de junho, 18h30
Sala da Congregação

Programa

Robert Schumann – Des Abends (Da noite) e Aufscwhung (Impeto)
(1810-1856) Fantasiestücke opus 12 nº 1 e 2
Catarina Real Oliveira, piano

Widmung opus 25 nº 1 ( Rückert )
Mondnacht opus 39 nº 5 ( Eichendorff)
Dichterliebe opus 48 (Heine)
Schöne Wiege meiner Leiden opus 24 nº 5 (Heine)
Die Beiden Grenadiere op 49 nº 1 (Heine)
Ricardo Tuttmann, tenor
Luiz Senise, piano

Romance opus 28 nº 2
Luiz Senise, piano

Quarteto opus 47, em mi bemol maior
I – Sostenuto assai – Allegro ma non tropo
II – Scherzo – Molto vivace
III – Andante cantabile
IV – Finale – Vivace
Priscila Rato, violino
Mateus Ceccato, violoncelo
Marco Catto, viola
Luciano Magalhães, piano

Comentários estéticos

Prof. Dr. Paulo Peloso

Novos horizontes para a Escola de Música

Foto: Rafael Reigoto
Ronal Silveira e Aline Silveira: boas perpectivas para a extensão.

Para conhecer um pouco os planos da nova gestão da EM encabeçada pelas professoras Maria José Chevitarese e Andrea Adour, O Leopoldo conversou com Celso Ramalho, Ronal Silveira e Aline Silveira, docentes recém empossados, respectivamente, nos cargos de Diretor dos Cursos de Graduação e Licenciatura, Diretor de Extensão e Coordenadora do Curso de Musicalização Infantil da EM. Em pauta, perspectivas para o quadriênio 2015-2019.

Nas entrevistas realizadas com o Diretor dos Cursos de Graduação e Licenciatura, Diretor de Extensão e Coordenadora do Curso de Musicalização Infantil da Escola de Música da UFRJ, foram três as razões que indicaram um período de significativo desenvolvimento, na gestão da Professora Maria José Chevitarese e de sua Vice-Diretora, Professora Andrea Adour.

 

  Foto: Rafael Reigoto
 
   

Uma encontra-se apoiada na esperança expressa pelos entrevistados de que, a gestão do Reitor de nossa Universidade, Professor Roberto Leher, dará a Escola de Música o valor que lhe é devido. A outra advém da certeza de que, depois das duas gestões do Maestro André Cardoso, estão hoje perpetuadas na normalidade institucional o planejamento e execução das atividades futuras de Ensino, Pesquisa e Extensão, bem como o total apoio às que já foram implantadas, como explicou o Diretor dos Cursos de Graduação e Licenciatura, Professor Celso Ramalho.

 

A terceira razão, para que se possa crer num período de significativas realizações futuras, deve-se ao fato de estar estabelecida a defesa incondicional do ensino público, gratuito e de qualidade, nas propostas de trabalho das citadas Direções e na da Coordenação de Musicalização Infantil.

Nesse sentido, o Diretor de Extensão, Professor Ronal Silveira, e a Coordenadora do Curso de Musicalização Infantil, Professora Aline Silveira, em oposição à corrente que abarca um dos objetivos do governo que é o de incluir mais pessoas nas universidades sem que se cuide dos processos de aprendizagens anteriores, apresentam a proposta da abertura de um Curso de Preparação ao Teste de Habilitação Específica– THE.

Explicam que esta proposta foi, inicialmente, fruto de estarem atentos à indissociabilidade do tripé universitário Ensino, Pesquisa e Extensão. E que a esta razão foi agregada a não indiferença à demanda social oriunda de jovens com 18 anos ou mais que precisam e querem ser aprovados no Teste de Habilitação Específica, para que possam ingressar em um dos cursos de Graduação ou Licenciatura da Escola de Música, mas que não se enquadram no perfil intitulado de “aluno UFRJ.” Ou seja, aquele aluno que, paralelo a sua matrícula no ensino regular, cursa também a Musicalização Infantil, o Curso Básico e o Curso Intermediário na Escola de Música.

Para consolidação desta meta, fizeram saber que, pretendem realizar reuniões com as chefias dos departamentos e respectivos docentes, com vista a apresentar o todo da Extensão da Escola de Música, bem como buscar apoio para desenvolvimento de suas propostas, na medida em que o conteúdo da Resolução nº 4 de 2014 do CONSUNI- Conselho Universitário da UFRJ-, mesmo preservando “o procedimento da etapa do Teste de Habilitação Específica,” prevê que “a seleção terá como critério de classificação a nota obtida no ENEM pelo candidato”.

Dentre outras propostas de trabalho dos Professores Ronal Silveira e Aline Silveira, merece também destaque a proposta de ampliação de vagas para as aulas de instrumentos no Curso Básico e no Curso Intermediário. Nesta proposta se congrega também a formação pedagógica aos graduandos da Escola de Música, através da vivência em sala de aula (estágio e monitoria).

No elenco das ações que serão tomadas em caráter de urgência, está a adequação do Edital dos Cursos de Extensão da Escola à realidade atual. Isto porque, muitos alunos que terminam o Curso Básico não podem ingressar no Curso Intermediário, uma vez que uma das exigências atuais para o ingresso neste curso é a idade mínima de 16 anos. Assim, levando em consideração o fato de existirem muitos alunos que, por iniciar os estudos musicais aos seis anos de idade, ficam impedidos de prosseguir seus estudos, os Professores Ronal e Aline decidiram por bem ajustar o Edital a esta e outras questões que se fizerem necessárias.

Quanto à implantação de um curso para atender adultos e pessoas da terceira idade que, igualmente, faz parte do elenco das propostas de trabalho destes professores, esta ação, seguramente, deve ser creditada ao democrático propósito de transferir parte do conhecimento que é produzido na Escola de Música, àqueles que não tiveram oportunidade de acesso ao ensino musical.

Ao destacar a normalidade institucional recuperada na Escola, o Diretor dos Cursos de Graduação e Licenciatura, Professor Celso Ramalho, fez uma ligação entre a Unidade que ele representa e o fato de a UFRJ ter sido constituída, a partir da junção de unidades de ensino superior, antes autônomas.

Lembrou que este processo que terminou por unir o que antes se encontrava isolado num único centro de estudos, de pensamentos, de pesquisas e de produção de conhecimento, antes de ser consolidado, conteve controvérsias acerca dos mais diferentes assuntos.

E que, de certa forma, esses debates que terminaram por constituir uma tradição na UFRJ, também tomaram forma na Escola de Música, através da falsa dicotomia entre a teoria e a prática; na inconsistente contradição entre o erudito e o popular; na abordagem técnico-instrumental da música até o sistema de representação histórico-social do fenômeno musical; e, ainda, na inversão do suporte escrito como definidor das possibilidades de realização musical.

Contudo, mesmo que, eventualmente, esses debates venham à tona de forma ortodoxa, incidindo em projetos políticos e pedagógicos, como já aconteceu algumas vezes, pelo fato de a Unidade possuir um quadro de docentes que desenvolvem seus respectivos trabalhos fundamentados em documentos, pesquisas, reflexões da área de conhecimento, e, também, em vontade política, invariavelmente, os diferentes pontos de vista se convergem para a materialização de projetos que privilegiam a conciliação e a vocação da Escola que é a de abrigar ideários tão distintos.

Por confiar nos benefícios desta sempre conquistada normalidade institucional e, guiado pela certeza de que, não como idênticos ou iguais e, sim, como coparticipes da produção de conhecimentos, Celso Ramalho disse da necessidade do sentimento de pertencimento à esta Unidade Acadêmica estar presente no dia–a–dia de todos, sejam estes músico, pianista acompanhador, docente, técnico administrativo, discente e extensionista pesquisador, objetivando as renovações que se fazem necessárias nesta gestão, em razão das demandas discentes, docentes e do mercado de trabalho para o músico brasileiro, sem que se perca de vista a preservação secular das tradições da Unidade.

Além da exigência de melhoria das condições físicas das salas de aulas, dos espaços destinados à administração e da manutenção dos instrumentos musicais, foram por ele incluídas no quadro das renovações as medidas, a seguir, expostas.

Criar sistemáticas de registro e atualização das atividades artísticas, de pesquisa e de extensão de todos os docentes e discentes relacionadas à atuação no ensino da graduação. Sobre esta proposta de trabalho, informou que já foram feitos alguns levantamentos e que conta com o auxílio da comunidade para apontar lacunas e pensar soluções.

Dinamizar e descentralizar a Secretaria de Graduação através de meios eletrônicos e com a participação ativa de professores orientadores, coordenadores de cursos, em consonância com os chefes de departamentos.

Fez saber que, em virtude da legislação que orienta os Cursos de Graduação em Música, bem como o de Formação de Professores terem sofrido alterações, terá início, ainda neste mês de agosto, o processo de reformulação de todos os currículos da Escola.

No que se relaciona ao que identifica a atual equipe que irá administrar a Escola de Música, até 2019, disse que: “queremos envolver toda a comunidade sob a égide da re-união, isto é, sob o escudo de Palas Atena que simboliza proteção”. E disse acreditar que “com este amparo e proteção, a Escola poderá se apropriar daquilo que a “todos dignifica: a unidade com a permanência da diferença. Ou seja, sem a anulação dos opostos”.

Imagens do Brasil em vozes

Foto: Rafael Reigoto
Chevitarese está à frente deste terceiro CD do Coral Brasil Ensemble.

Imagens do Brasil – Século XX e Século XXI – é o título do terceiro CD do Coral Brasil Ensemble, que tem como data de lançamento o dia 26 de maio de 2015, às 18:30 horas, no Salão Leopoldo Miguez. Com regência, direção geral e musical de Maria José Chevitarese, este é o 17º disco produzido pelo Selo Fonográfico UFRJ/Música, da Escola de Música da UFRJ.

Imagens do Brasil – Século XX e Século XXI – é o título do terceiro CD do Coral Brasil Ensemble, que tem como data de lançamento o dia 26 de maio de 2015, às 18:30 horas, no Salão Leopoldo Miguez.

  Foto: Rafael Reigoto
  Chevitarese

Com regência, direção geral e musical de Maria José Chevitarese, este é o 17º disco produzido pelo Selo Fonográfico UFRJ/Música, da Escola de Música da UFRJ.

A seleção das peças que compõem o CD foi motivada pelo interesse da regente no repertório contemporâneo, além do desafio de realizar as primeiras audições ou de interpretar novas versões de peças musicais, como foi o caso do Magnificat, de João Guilherme Ripper, que neste disco deixa de contar com a participação de uma orquestra para ser interpretada com piano e coro, em acordo à nova proposta do compositor.

O repertório do CD percorre quase cinco décadas de criação musical no Brasil, de 1967 a 2013. Embora não tenha sido proposital, metade das peças escolhidas para comporem este disco foram dedicadas a alguém. StabatMater, de Antonio Vaz, foi dedicada à própria regente do Coral Brasil Ensemble; a Sexta Missa, de Francisco Mignone, tributada a Villa Lobos; Nunc Dimiltis, de Roberto Macedo, consagrada ao também compositor Ernani Aguiar e Gloria para Coro Duplo, do compositor Eduardo Biato oferecida a Roberto Macedo.

A professora Chevitarese, que é também a chefe do Departamento de Música de Conjunto e coordenadora do projeto “A Escola vai à Ópera”, destacou que o atual grupo de cantores está junto há quatro anos: “eles alcançaram neste trabalho um lastro técnico e uma maturidade sonora que faz com que este seja o melhor trabalho do coro, até aqui realizado”.

As dificuldades técnicas de algumas obras, com muitas dissonâncias e passagens atonais, foram um grande desafio para o grupo, mas também uma excelente oportunidade para que todos pudessem desenvolver a leitura e o solfejo.

E, como resultado do trabalho desenvolvido nesta gravação, o grupo está pronto para novos desafios, concluiu a regente.

Sílvio Celeghin se apresenta na EM

Foto: Divulgação
Celeghin executará obras de Bach, Bellini e Cesar Franck.

O organista italiano Sílvio Celeghin é atração deste mês na Série Internacional de Órgão da UFRJ – Concertos Tamburini 2015, promovida pela Escola de Música (EM). Celeghin é professor do Conservatório de Veneza e coordenador da Associação Cultural “Marzo Organistico” de Noale, e se apresenta no dia 15 de abril, quarta-feira, às 19h, no Salão Leopoldo Miguez.

O organista italiano Sílvio Celeghin é atração deste mês na Série Internacional de Órgão da UFRJ – Concertos Tamburini 2015, promovida pela Escola de Música (EM). Celeghin é professor do Conservatório de Veneza e coordenador da Associação Cultural “Marzo Organistico” de Noale, e se apresenta no dia 15 de abril, quarta-feira, às 19h, no Salão Leopoldo Miguez.

 

Com entrada franca, o programa do concerto inclui obras de J. S. Bach, Vicenzo Bellini e Cesar Franck, entre outros compositores. A curadoria da série é do professor Alexandre Rachid.

 

Sílvio Celeghin

 

  Cartaz
  Celeghin
   

Começou como organista aos onze anos na igreja da sua cidade, Noale (Veneza), e desde então se dedica constantemente às atividades litúrgicas exercendo a função de organista.

Depois de formado em piano em 1985 (Marialuisa Caprara), órgão em 1990 (Renzo Buja) e cravo em 1997 (Lia Levi Minzi), obtendo as notas mais altas nos conservatórios de Padova e Castelfranco Veneto, aperfeiçoou-se com os docentes Virginio Pavarana, em piano, e Francesco Finotti, em órgão. Frequentou os cursos de interpretação de órgão com Jean Guillou (Zurique), Luigi Ferdinando Tagliavini (San Petrônio em Bologna), Olivier Latry (San Sebastian).

Premiado em vários concursos internacionais e nacionais, conseguiu o III Prêmio Absoluto no “Internationaler Orgelwettbewerb J.J.Froberger de Kaltern (BZ) em 1995.

Desde 1990, toca estavelmente em “Duo” com o trompista Fabiano Maniero, trompa principal do Teatro “La Fenice” de Veneza. Desde 2000, faz parte do Trio “Dolce Sentire”, com quem gravou vários CDs de sucesso. Realiza frequentemente exibições em dupla, órgão e “corno delle Alpi”, com Alessio Benedettelli. Participa regularmente como organista solista de “I Solisti Veneti” de Claudio Scimone, com quem gravou música da Escola Veneziana em vários CDs e DVDs.

Devido à sua experiência, conseguiu tocar em importantes instituições, como a Orquestra de Padova e do Vêneto, Maggio Musicale Fiorentino, Milano Classica, La Fenice de Veneza, Simon Bolivar de Caracas. Em 2003, foi convidado pela Orquestra de “La Fenice” para a inauguração do reformado Teatro de Veneza nos concertos dirigidos por Riccardo Muti e Marcello Viotti. É organista principal da “Schola S. Rocco” de Vicenza, dirigida por Francesco Erle.

Gravou para Tring, Velut Luna, Artis Records, Warner Fonit, Azzurra Music, Bottega Discantica, Nalesso Records, Rai Trade, Stradivarius e entre as últimas gravações destaca-se o CD “Vivaldi&Venice”, com os concertos de Vivaldi adaptados para órgão e, pela primeira vez, todas as composições para órgão de Wolfango Dalla Vecchia.

Em Abril de 2003, estreou como solista no “Doppio Borgato”, um concerto de piano de grande cauda com pedaleira. Em 2005, publicou “Il Duello”, gravado com dois órgãos (G.B. Piaggia e G. Callido) na Basílica “I Frari”, em Veneza. Em 2007, foi um dos oito organistas internacionais na primeira edição mundial de “La Revolte dês Orgues” de Jean Guillou. Em 2010, foi o primeiro organista italiano convidado à Venezuela pelo Maestro Abreu, para uma turnê como solista com a Orquestra Sinfônica “Simon Bolivar”, no novo órgão “Klais” de Caracas. Em 2013, publicou o CD “Vivaldi – Concerto a dois Órgãos” – pela casa Stradivarius e distribuído pela prestigiada revista “Amadeus”.

É coordenador artístico da Associação Cultural “Marzo Organistico” de Noale (Veneza). É organista titular da Igreja Arciprestal de Trebaseleghe (Padova), onde coordena há vários anos duas temporadas de músicas sacras e organísticas.

Exibiu-se em importantes pontos da Itália como: “La Scala” em Milão, Vaticano, Basílica de São Marco, “La Fenice” em Veneza, Basílica de Assis e em importantes festivais internacionais na França (Notre-Dame e Saint Eustache em Paris), na Inglaterra (Trinity College em Londres), na Suíça, na Polônia (Catedral de Varsóvia), Áustria, Bulgária, Croácia, Turquia, Suécia, Bélgica, Espanha, Hungria, México (Catedral Metropolitana), Finlândia, Alemanha (Berliner Philarmoniker em Frankfurt), Rússia, Venezuela (Sala Simon Bolivar em Caracas).

É docente no Conservatório “B. Marcello” em Veneza.

 

Programa

 

JOHANN SEBASTIAN BACH (1685-1750)
Concerto in Do maggiore BWV 594 (da A. Vivaldi RV 208 “Grosso Mogul”)

NICCOLO’ MORETTI (1763-1821)
Elevazione

GIOVANNI MORANDI (1777-1856)
Benedizione del Venerabile

VINCENZO BELLINI (1801-1835)
Sonata in Sol maggiore

CESAR FRANCK (1822-1890)
Final op. 21

PEDRO ANGELO CAMIN (1870-1933)
Preludio-Paisagem-Alla Marcia

WOLFANGO DALLA VECCHIA (1923-1994)
Fantasia (1952)

Jocy de Oliveira é atração de Projetos Compositores

Foto: Divulgação
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Jocy de Oliveira discute seu livro recentemente lançado.

O Projeto Compositores recebe dia 29 Jocy de Oliveira para uma palestra multimídia sobre o livro, recentemente lançado pela compositora, Diálogos com carta. Editado pela Coleção Memória e Sociedade do SESI-SP, a obra reúne cartas inéditas de Igor Stravinsky, Robert Craft, John Cage, Luciano Berio, Karlheinz Stockhausen, Iannis Xenakis, Eleazar de Carvalho, Claudio Santoro, Lukas Foss, Robert Craft e Olivier Messiaen, trocadas ao longo de décadas com a autora.

O Projeto Compositores recebe dia 29 Jocy de Oliveira para uma palestra multimídia sobre o livro, recentemente lançado pela compositora, Diálogos com carta. Editado pela Coleção Memória e Sociedade do SESI-SP, a obra reúne cartas inéditas de Igor Stravinsky, Robert Craft, John Cage, Luciano Berio, Karlheinz Stockhausen, Iannis Xenakis, Eleazar de Carvalho, Claudio Santoro, Lukas Foss, Robert Craft e Olivier Messiaen, trocadas ao longo de décadas com a autora. Além das cartas em fac-símile, o livro reproduz ainda partituras manuscritas em primeiras versões e não editadas.

 

Com entrada franca o encontro está marcado para às 11h na Sala da Congregação da Escola de Música. O projeto é uma iniciativa do Departamento de Composição da Escola de Música da UFRJ que convida compositores nacionais e internacionais para palestras, masterclasses e concertos.

 

  Foto: Reprodução
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  Joyce de Oliveira com Luciano Berio.

Diálogos com carta reúne um conjunto de cento e doze cartas, recebidas ao longo de 40 anos. O raro material é inteiramente originário do acervo da autora, que introduz e comenta essas cartas oferecendo ao leitor um recorte único da sua vivência artística e pessoal com a obra e a vida desses compositores. O livro, com 444 páginas e preço sugerido de R$ 96,00, revela momentos históricos, musicais, pessoais, tocantes e humorísticos que acaba construindo um painel personalíssimo do cenário da música contemporânea entre os anos 1960 e 1980.

 

A autora, que foi solista em duas ocasiões sob a batuta de Stravinsky, recebeu, na qualidade de pianista e amiga, peças especialmente escritas por compositores como Berio, Cage, Xenakis e Santoro.

Ao longo da vida, Jocy de Oliveira, 78 anos, construiu vasto currículo. Pianista, recitalista, compositora é pioneira das artes multimídia no país, sendo autora de oito óperas, de obras para orquestra, câmara e meios eletroacústicos. Tem prêmios concedidos por fundações como Guggenheim e Rockefeller. Importante ressaltar que Jocy gravou para os selos Vox e Polygram dos EUA, como pianista, grande parte da obra de Messiaen – trabalho que hoje é distribuído pelo selo internacional NAXOS.

Dálogos com carta está sendo publicado em francês pela tradicional editora Honoré Champion, Paris e será lançado no Salão do livro em Paris em Março de 2015.

A autora

 

Pioneira no desenvolvimento de um trabalho multimídia no Brasil, envolvendo música, teatro, instalações, textos e vídeo. É a primeira entre os compositores nacionais a compor e dirigir suas óperas. Seu trabalho segue em direção à reformulação do sentido tradicional da ópera. Compôs, roteirizou e dirigiu suas 8 óperas, apresentadas em diferentes países. Membro da Academia Brasileira de Música, já recebeu vários prêmios como: Guggenheim Foundation (2005), Rockfeller Foundation (1983-2007), Bogliasco Foundation, CAPS, do New York Council on the Arts, Fundação Vitae, RioArte, entre outros.

  Foto: Reprodução
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   Joyce, ao piano, durante ensaio com Igor Stravinski.

 

Suas obras tem sido apresentadas frequentemente em teatros e festivais tais quais : Berliner Festspiele, Haus der Kulturen der Welt, Hebbel Theater em Berlim, StaadtsTheater Darmstadt, Dresdner Tage der Zeitgenössischen Musik, Expo 2000 Hannover, Ludwigshafen Opera Festival, Salzburg Festival – Aspekte, Hayden Planetarium, Carnegie Hall, Brooklyn Academy – em New York, New Music America, Miami Planetarium, Bellas Artes no Mexico, Teatro Avenida em Buenos Aires, Radio France em Paris, Gaudeamus e Gulbenkian Foundations, Bienais de Música Contemporânea no Rio de Janeiro, Theatro Municipal de São Paulo e do Rio de Janeiro, entre outros inúmeros festivais e rádios em diferentes países.

 

Em 2007 o Festival Internacional de Campos do Jordão-SP, homenageou seu trabalho, programando várias de suas obras (ópera, concerto de câmera, peça para soprano e orquestra de cordas). Em 2008, lançou um Box com 4 DVDs compilando suas 6 óperas, com distribuição internacional pela NAXOS. No mesmo ano, o Instituto Oi Futuro (RJ) promoveu uma retrospectiva de seu trabalho em forma de instalação, exposições, concertos e ópera, durante dois meses e foi visitada por cerca de 20 mil pessoas. Em 2010, seu espetáculo de música-teatro Revisitando Stravinsky estreou em São Paulo e no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Lançado no Brasil em DVD, 2011.

 

Foi solista sob a regência de Stravinsky e apresentou várias primeiras audições de compositores que a ela dedicaram obras, como: Xenakis, Berio, Santoro, Cage. Como pianista e compositora gravou 22 discos no Brasil, Inglaterra, EUA, Alemanha e no México; gravou a obra pianística de Olivier Messiaen nos EUA (Vox) , no Brasil (Philips) e atualmente NAXOS.

 

É autora de 5 livros publicados no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa.

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EM apresenta o Cancioneiro de Guerra-Peixe

Foto: Ana Liao
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Inácio De Nonno, docente da EM e um dos maiores barítonos brasileiros, coordena o ciclo de recitais.

Como parte das comemorações do centenário de nascimento de Guerra-Peixe (1914-1993), a Escola de Música programou para junho dois recitais integralmente dedicados à obra vocal do compositor. Um evento inédito que oferece ao público carioca a oportunidade de apreciar uma faceta importante da produção de um dos maiores autores brasileiros. Com entrada franca, os espetáculos acontecem dias 9 e 10, às 18h30, na Sala da Congregação.

Como parte das comemorações do centenário de nascimento de Guerra-Peixe (1914-1993), a Escola de Música programou para junho dois recitais integralmente dedicados à obra vocal do compositor. Um evento inédito que oferece ao público carioca a oportunidade de apreciar uma faceta importante da produção de um dos maiores autores brasileiros. Com entrada franca, os espetáculos acontecem dias 9 e 10, às 18h30, na Sala da Congregação.

 

O site da EM ouviu o professor Inácio De Nonno, coordenador do evento e, assumidamente, um apaixonado pela obra do compositor. Entusiasmado, falou sobre o cancioneiro de Guerra-Peixe, objeto de suas pesquisas, e revelou detalhes do que o público irá ouvir. Os recitais são uma iniciativa do Departamento Vocal e contam com a participação de alunos do bacharelado em canto – jovens talentos orientados pelos docentes Andréa Adour, Homero Velho, Juliana Franco, Marcelo Coutinho, Ricardo Tuttmann e Veruschka Mainhard, além do próprio De Nonno. Leia, a seguir, a entrevista.

 

Professor, grande parte da sua produção acadêmica discute a obra de Guerra-Peixe. Quando surgiu esta paixão pelo compositor?

  Foto: Ana Liao
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Em 1991, quando buscava um bom tema para desenvolver a pesquisa de mestrado, me dei conta que a obra vocal de Guerra-Peixe estava lá, quase toda manuscrita e intocada, a espera de alguém que se habilitasse a investigá-la. Tive acesso a esse o material graças a generosa disponibilidade da Jane Guerra-Peixe, sobrinha do autor. Àquela altura já tinha intimidade com seus dois grandes ciclos para voz e instrumentos: “Sumidouro” (cinco peças para voz, violino, violoncelo e piano), que estreei na Bienal de Música Brasileira Contemporânea de 1989, e a “Drummondiana” (sete canções para voz e orquestra) que havia gravado em CD.

Estas duas obras foram, as que escolhi para focalizar na minha dissertação. Já no doutorado, tomei fôlego para enfrentar toda produção vocal remanescente. Foi um grande esforço, digitalizai todo o material manuscrito, contextualizei, analisei e estabeleci propostas de interpretação para cada uma de suas canções e ciclos de canções, perfazendo um total de 65 peças. 

 

Qual a importância de Guerra-Peixe para a música no Brasil?
A obra de Guerra-Peixe fala por si. Há vários sites em que os interessados podem conhecer um pouco mais sobre sua via e sua sobre sua produção. Muitas dissertações de mestrado, teses de doutorado e artigos acadêmicos abordam a sua composição. Já sua obra sinfônica, cabe destacar, faz parte do repertório de todas as grandes orquestras da Europa e dos EUA, e testemunha a inspiração, a grandeza e, sobretudo a brasilidade (sem pieguice) deste gênio da história da música universal.

E a obra vocal?
Guerra-Peixe foi muito consciente de todos os seus processos criativos. Tanto que deixou, de próprio punho, um memorial intitulado “Principais Traços Evolutivos da Composição”, onde anotou, composição a composição, os temas utilizados, as circunstancias que o levaram a escrever aquela peça, e por aí vai.

Em entrevista concedida a mim, por ocasião da pesquisa de mestrado, Guerra-Peixe se auto definiu com um compositor que passou por três fases. Na primeira, que chamou de “dodecafônica”, abraçou o mundo do serialismo, por conta da influência de Hans Joaquin Kollreutter – célebre compositor, professor e musicólogo de origem alemã com quem estudou. Na segunda, a sua fase “nacionalista”, Peixe abandona essas experiências e se volta para o folclore brasileiro. Com intenção de estuda-lo in loco, muda-se, em 1949, para Recife, cidade em que reside durante dois anos. A última fase, que chama de “Síntese Nacional”, é na verdade resultado da fusão de tudo que lhe tocou durante a vida em termos estéticos e que processou com absoluta genialidade e inspiração.

A obra vocal de Guerra-Peixe pode ser muito entendida dentro desses três “módulos”, por assim dizer. As suas primeiras canções (“Provérbios” nº 1, 2 e 3, “Felicidade”, por exemplo), foram compostas sob influência serial e atonal. Já toda uma série de canções e ciclos escritos a partir de 1950, quando o compositor retornou do Recife, têm por sua melodia, pelo ritmo, pelo texto ou pelos três elementos misturados, forte “cor” regionalista. “Trovas Alagoanas” (cinco canções para voz e piano) e “Trovas Capixabas” (cinco canções para voz e piano) são, para mim, verdadeiros marcos desta sua fase.

E a terceira fase?
Na minha opinião, é nela que se estabelece o compositor maduro, sutil, sofisticado. Em obras como “Cânticos Serranos” (1, 2, 3, e 4), Guerra-Peixe deixa fluir uma veia neorromântica, escolhendo textos que se referem às questões e às angústias da existência, usando e abusando do estilo declamativo, alternando com harmonias e ritmos marcantes, que vão sublinhar, com absoluta adequação e oportunidade, à situação dramática.

 

Quais as características de Drummondiana e Sumidouro, os dois grandes ciclos para voz e instrumentos de Guerra-Peixe?
Independentemente de seu valor musical intrínseco, essas duas obras se destacam pelo fato de nelas Guerra-Peixe utilizar um maior número de instrumentos para formar um conjunto de câmera, como é o caso do Sumidouro, para voz, violino, violoncelo e piano, com cinco movimentos, e escritas sobre poemas de Olga Savary. Drummondiana, com duração de cerca de 20 minutos, é sua obra de maior fôlego: sete canções para voz e orquestra sinfônica, a partir de poemas de Carlos Drummond de Andrade.

 

O que o público pode esperar?
O que vai ocorrer nos dias 9 e 10 de junho é algo absolutamente inédito. Simplesmente a totalidade da obra vocal (excetuando-se os dois ciclos mencionados anteriormente) de um compositor da importância de Guerra-Peixe será apresentada. Será também a primeira audição da canção “Felicidade”, para canto e piano, que o próprio autor considerou fora de catálogo por ter perdido o manuscrito, e que foi posteriormente resgatada, será apresentada pela primeira vez em público.

 

O público terá, ainda, a oportunidade de ouvir em um só bloco os Cânticos Serranos 1, 2, 3 e 4, (todos a partir de textos de poetas petropolitanos). Na minha opinião, um dos pontos mais altos em termos de sofisticação a que chegou a música de câmera brasileira. Os intérpretes serão os alunos do curso de bacharelado em canto da EM, acompanhados ao piano pelos nossos profissionais e com participação especial do professor Fabio Adour ao violão.

 

Como está a organização do evento?
Como coordenador do evento fiquei encarregado de distribuir todo o material (partituras), não sem antes me reunir com cada professor do departamento, para que as obras estivessem adequadas ao intérprete. Em alguns casos houve a necessidade de transpor (mudar a tonalidade) as canções, para se ajustarem ao registro vocal do aluno ou aluna selecionado para cantá-la. Pude contar, quero destacar, com a adesão total e generosa dos meus colegas de departamento, que com a maior disponibilidade e empenho preparam seus alunos para engrandecer um repertório que necessita urgentemente ser divulgado e, sobretudo, valorizado.

estrela SERVIÇO
Dias 9 e 10 de junho, 18h30, na Sala da Congregação da Escola de Música da UFRJ. Rua do Passeio 98 – Lapa.