Concertos UFRJ: Especial de Natal

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Ralph Vaughan Williams
Vaughan Williams reúne canções in­gle­sas em uma fantasia natalina.

Concertos de Natal apresentam esta semana uma seleção de obras natalinas. Afinal a data, que inspirou longo do tempo um grande número de compositores, deu origem a um repertório específico e vasto que conta com criações emblemáticas como os famosos oratórios de Natal de J. S. Bach.

Concertos de Natal apresentam esta semana uma seleção de obras natalinas. Afinal a data, que inspirou longo do tempo um grande número de compositores, deu origem a um repertório específico e vasto que conta com criações emblemáticas como os famosos oratórios de Natal de J. S. Bach e o conhecidíssimo “Messias” de Haendel. Na edição, entretanto, os destaques são criações mais recentes de músicos ingleses, franceses e norte-americanos, o que mostra o caráter universal desta tradição. Resultado de uma parceria da UFRJ com a rádio Roquette Pinto, o programa vai ao ar toda segunda feira às 22h na sintonia 94,1 FM e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, professor da Escola de Música.

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Inglaterra

 

A tradição inglesa é repleta de obras dedicadas ao natal, especialmente aquelas para coro. Um exemplo dessa copiosa produção é a conhecida Fantasia sobre Canções de Natal do compositor Ralph Vaughan Williams, que viveu entre 1872 e 1958. Considerado em seu país uma glória nacional, Williams escreveu sinfonias, música de câmara, ópera, música coral e trilhas para filmes. A obra apresentada no programa foi composta para o Natal de 1912 a partir de quatro canções tradicionais inglesas, das quais era grande pesquisador e admirador. A versão que foi ao ar conta com o barítono John Barrow como solista, o Coro da Catedral de Guildford e orquestra dirigida por Barry Rose.

 

França

 

Os franceses, embora não tenham deixado oratórios tão representativos quanto os compositores ingleses e alemães, contribuíram com obras maravilhosas para o repertório natalino. O compositor Camile Saint-Saenz (1836-1921), por exemplo, compôs seu conhecido Oratório de Natal op. 12 em 1858, aos 23 anos.

 

Obra de orquestração modesta, que pede apena um grupo de cordas e mais um órgão e uma harpa, no entanto, cria sonoridades belíssimas que emolduram os solos do quarteto vocal. Rica em lirismo e de caráter contemplativo é uma peça encantadora com lindos solos e trechos corais e dividida em onze partes com texto em latim. A introdução orquestral é uma pastoral na qual o compositor foi claramente inspirado pelo movimento semelhante do Oratório de Natal de Bach. Já o coro final lembra os oratórios de Haendel. A interpretação veiculada conta com Ute Selbig, soprano, Elisabeth Wilke, mezzo, Annette Markert, contralto, Armin Ude, tenor, Egbert Junghanns, barítono, Jutta Zoff na harpa e Michael Winkler ao órgão. O coro e orquestra filarmônica de Dresden são dirigidos por Martin Flämig.

 

EUA

 

As mais célebres canções natalinas tradicionais de todo o mundo foram reunidas em uma obra que o compositor norte-americano Leroy Anderson (1908-1975), um dos maiores compositores de seu país, chamou de Christmas Festival. Podemos identificar, entre outras, The first Noel, Jingle Bells, Noite Feliz e Adese Fideles. A versão veiculada apresenta a Orquestra Sinfônica da UFRJ  (OSUFRJ) sob a direção de André Cardoso.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ: Cantata BWV 36, de J. S. Bach

Foto: Divulgação
ton-koopman190
Ton Koopman assina uma importante gravação das cantatas de Bach.

A cantata BWV 36 de J. S. Bach, composta para o primeiro domingo do Advento, período litúrgico que corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal, é o assunto da edição desta semana de Concertos UFRJ. Para os cristãos o período marca um momento de alegria e expectativa com o nascimento de Jesus e a renovação das esperanças de paz e fraternidade que traz. O programa radiofônico, resultado de uma parceria da UFRJ com a Roquette Pinto, vai ao ar toda segunda feira às 22h na sintonia 94,1 FM e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola de Música.

A cantata BWV 36 de J. S. Bach, composta para o primeiro domingo do Advento, período litúrgico que corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal, é o assunto da edição desta semana de Concertos UFRJ. Para os cristãos o período marca um momento de alegria e expectativa com o nascimento de Jesus e a renovação das esperanças de paz e fraternidade que traz. O programa radiofônico, resultado de uma parceria da UFRJ com a Roquette Pinto, vai ao ar toda segunda feira às 22h na sintonia 94,1 FM e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola de Música.

 

As cantatas constituem o grosso da produção J. S. Bach (1685 – 1750), mas apenas nas últimas décadas sua importância vem sendo reconhecida. Esquecidas quase por completo no século XIX, até meados do século XX somente um punhado delas havia sido estudado em detalhe, situação que vem mudando por causa do rápido crescimento dos estudos bachianos. A maior parte é sacra, compostas em Weimar e principalmente Leipzig, mas o mestre do barroco cultivou o gênero ao longo de quase toda a sua carreira.

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Muitas foram perdidas. Bach teria composto cinco ciclos completos para o ano eclesiástico, fora as cantatas profanas, o que representaria mais de 350 obras, das quais sobrevivem 194. Peças de ocasião, as cantatas sacras eram por regra executadas apenas uma única vez.

 

As de sua fase inicial são escritas segundo o modelo alemão do século XVII, sem recitativos ou árias da capo, elementos de origem operística italiana que só aparecem em suas obras maduras. Mais tarde se consolidou um formato italianizado, com uma abertura mais elaborada com coro, seguida de uma alternância de cinco ou seis árias da capo e recitativos para voz solo, encerrando com uma harmonização coral simples homofônica a quatro vozes, quando a congregação possivelmente se unia ao coro. Entretanto, são encontradas também outras soluções formais, incluindo fugas, cânones, variações sobre um ostinato, formas concertantes, influência da abertura francesa e do antigo moteto, além de se valerem de uma ampla gama de forças instrumentais.

 

A cantata BWV 36, “Schwingt freudig euch empor” (“Eleva-se com alegria até as estrelas”) foi composta em Leipzig para o primeiro domingo do Advento em 1731 e estreou no mesmo ano, em dois de dezembro. A liturgia recorda a entrada triunfal de Jesus, acompanhado dos apóstolos em Jerusalém. O texto de base é retirado das Epístolas de São Paulo aos Romanos e do Evangelho segundo São Mateus a partir de hinos de Lutero, Philipp Nicolai e Christian Friedrich Henrici (Picander).  A música, por seu turno, foi reaproveitada de uma cantata secular composta originalmente em 1725 para comemorar o aniversário da universidade local.

 

A partitura estabelece quatro solistas (soprano, contralto, tenor e baixo) e coro a quatro vozes, dois oboés d’amore, dois violinos, viola e baixo contínuo. Sua estrutura, intercalando coros e árias com corais, é única entre as cantadas do compositor.

 

A versão veiculada foi a do maestro Ton Koopman a frente do Coro & Orquestra Barroca de Amsterdã. Datada de 2002 conta com o soprano Sandrine Piau; o contralto Bogna Bartosz; o tenorJames Gilchrist; e o baixo Klaus Mertens nos papéis principais.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ: “Responsórios Fúnebres” de Nunes Garcia ganha

Foto: Divulgação
Ernani Aguiar
Ernani Aguiar rege coro e orques­tra na primeira gravação da obra.

Atendendo a pedidos dos ouvintes a edição desta semana de Concertos UFRJ reapresenta o programa dedicado à primeira gravação mundial dos Responsórios Fúnebres de José Maurício Nunes Garcia, seguramente o mais importante compositor brasileiro do período colonial. Lançado no final de agosto, a iniciativa é do Coral Porto Alegre e conta com a participação de orquestra especialmente reunida para a ocasião e com a regência do maestro Ernani Aguiar.

Atendendo a pedidos a edição desta semana de Concertos UFRJ reapresenta o programa dedicado à primeira gravação mundial dos Responsórios Fúnebres de José Maurício Nunes Garcia, o mais importante compositor brasileiro do período colonial. Lançado no final de agosto, a intepretação da obra é do Coral Porto Alegre com orquestra especialmente reunida e regência do maestro Ernani Aguiar.

 

Criado em 1996 sob a orientação do maestro Aguiar e da professora Gisa Volkmann, sua atual diretora artística e técnica, este é o quarto CD do Coral Porto Alegre que contabiliza um repertório bastante amplo que abrange a música à capella, a produção coral-sinfônica, a música sacra acompanhada de órgão e inclui participações em espetáculos operísticos. Os interessados em adquiri-lo devem consultar o site do grupo.

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Como muitos compositores do período após sua morte a obra de José Maurício Nunes Garcia (1767 – 1830) conheceu um ocaso que perdurou até o início do século passado, quando voltou a ser valorizada. Durante este período uma parte importante das partituras do compositor foi descartada ou desprezada como obsoleta, inadequada ao gosto do público contemporâneo. Muitas obras, entretanto, mantiveram uma circulação ainda que restrita por meio de cópias feitas à mão por músicos de outras localidades do Brasil em passagem pelo Rio, cidade em que Nunes Garcia viveu e criou. Felizmente, muitas dessas transcrições sobreviveram aos originais e vêm sendo recuperadas pelo trabalho minucioso de musicólogos e pesquisadores em acervos particulares e públicos existentes em diversos estados do Brasil.

 

É o caso dos Responsórios Fúnebres, cujo único exemplar conhecido pertence no arquivo da Orquestra Ribeiro Bastos na cidade de São João Del Rei, em Minas Gerais. A formação, que remonta a grupos musicais atuantes naquela cidade em meados do séc. XVIII, abriga um importante conjunto de manuscritos, constituído principalmente de obras destinadas às celebrações religiosas de sua responsabilidade, como também inúmeras partituras de músicas de salão do final do séc. XIX e início do XX. Em partes individuais, de copista desconhecido e sem datação, a atribuição da autoria dos Responsórios não deixa margem a dúvidas, porque tanto a música como a orquestração são inegavelmente mauricianas.

 

O conjunto é formado pelo coro a quatro vozes, uma flauta, duas clarinetas, duas trompas e cordas. José Maurício optou por não incluir solistas, o que não deixa de curioso se considerarmos a qualidade dos cantores à sua disposição, sobretudo depois de 1808. O coro torna-se então o grande protagonista da peça. A textura é essencialmente homofônica, com alguns poucos momentos polifônicos ou de movimentação das vozes em trabalho imitativo, como nos 5o e 6o responsórios. Destacam-se também alguns solos dos instrumentos de sopro, como a flauta no 1o responsório e a clarineta no 4o, e os grandes uníssonos nas cordas, de grande efeito dramático.

 

O texto usado por José Maurício é o do Ofício dos Defuntos, para o qual, aparentemente, não compôs música para o Invitatório, a antífona introdutória antes do primeiro responsório. Outra curiosidade em relação ao texto está no 9o responsório. No Liber Usualis consta o Libera me Domine de viis infernis. Na cópia manuscrita disponível encontramos o Libera me Domine de morte aeterna, comumente usado nos Sufrágios do ritual das encomendações, ou seja, a missa de réquiem. Embora não conheçamos as circunstâncias de sua criação os Responsórios Fúnebres são, inegavelmente, uma das grandes obras de José Maurício.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ: o Renascimento na música

Foto: Reprodução
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Pierluigi da Palestrina é um dos criadores mais importantes do período.

A produção musical renascentista é a atração desta semana de Concertos UFRJ ? programa radiofônico resultado de uma parceria da Escola de Música (EM) com a Roquette Pinto. Em destaque obras dos mais importantes compositores italianos, franceses e ingleses do período. Com produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, a série vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

A produção musical renascentista é a atração desta semana de Concertos UFRJ ? programa radiofônico resultado de uma parceria da Escola de Música (EM) com a Roquette Pinto. Em destaque obras dos mais importantes compositores italianos, franceses e ingleses do período. Com produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, a série vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

Marcado por transformações culturais, sociais e econômicas profundas, o chamado renascimento rompe com o pensamento teocrático da Idade Média e encaminha as artes para ideais humanistas e racionalistas. Tendo por base modelos e ideais estéticos da Antiguidade Clássica, os esforços de pensadores, artistas e escritores redimensionarão o entendimento do mundo, através da revalorização do homem e de suas capacidades intelectuais,

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Surge a imprensa em tipos móveis, inventada por Johannes Gutemberg (1398-1468), em 1439, acontece a expansão marítima com as grandes navegações, que culminam com a descoberta das Américas, em 1492, o alargamento sem precedentes do conhecimento através da valorização da ciência, e se plasma a sociedade europeia. Época de artistas extraordinários, do quilate de Leonardo Da Vinci (1452-1519), Michelangelo (1475-1564) e William Shakespeare (1564-1616), para lembrar em alguns poucos.

 

Renascença Italiana

 

A música, predominantemente vocal e sacra, também sofreu o impacto dessas transformações. O compositor que melhor representa a produção sacra do período, Giovani Pierluigi da Palestrina, viveu entre 1526 e 1594, e é o maior representante da chamada Escola Romana, tendo sido maestro de capela da Capela Papal de São Pedro. De Palestrina, o programa apresentou dois motetos: “Pecantem me quotidie” e “Exultate Deo”, na interpretação do Coro da Abadia de Westminster e a direção de Stephen Cleobury.

 

Outro compositor italiano importante Carlo Gesualdo, nasceu na região de Nápoles, já no final da Renascença, e se caracteriza por uma música intensamente expressiva e cromática. De Gesualdo “Concertos UFRJ” destacaram o moteto “Ave Dulcissima Maria” com o Coro Monteverdi e a direção de John Elliot Gardiner.

 

Além do repertório sacro, diferentes formas musicais profanas ganharam relevo como reflexo desta nova visão de mundo. O moteto abriu espaço para a frottola e o madrigal, de origens italianas, a chanson francesa, o villancico espanhol e o lied alemão. O compositor Orlando de Lassus foi um dos mais importantes expoentes da escola franco-flamenga de seu tempo. Nascido nos Países-Baixos, em região hoje pertencente à Bélgica, em 1532 Lassus passou a viver na Itália, nas cidades de Nápoles e Roma. Após um breve retorno à terra natal, Lassus se estabeleceu definitivamente na cidade de Munique, onde impulsionou a cena musical da corte do Duque Albrecht V, tornando-a uma das mais pujantes da Europa.

 

Seu estilo era absolutamente eclético e deixou obras sacras e profanas onde constam missas, motetos, madrigais, chansons e lieder, com textos em latim, italiano, francês e alemão. De Orlando de Lassus, o programa pinçou o conhecido madrigal “Bem Convenne” com o Conjunto Vocal Alsfelder e a direção de Wolfgang Helbich.

 

Renascença Francesa

 

A França também foi palco das transformações que impactaram o perído. Compositores como Clement Janequin e Claudin de Sermisy influenciaram profundamente a escrita da época. Janequin viveu entre 1485 e 1558 e escreveu chansons que se caracterizan pelo humor, sensualidade e a imitação da natureza. Sermisy que nasceu na região da Borgonha e viveu entre 1490 e 1562, criou tanto música sacra quanto secular. Suas chansons se caracterizam pela influência italiana e por uma composição básica a quatro vozes sobre textos de poetas contemporâneos que falam sobre o amor e a natureza. De Janequin foi apresentada “Qu’est-ce d’amour” e de Sermisy a chanson “Le content est riche”, as duas com o Ensemble Clement Janequin.

 

Um clássico da chanson francesa interpretada por inúmeros coros ao redor do mundo “Il est bel et bom” é obra do compositor Pierre Passereau, que viveu entre 1509 e 1547, e evidencia um caráter popular marcado por onomatopeias e repetição de sílabas. A versão, mais uma vez, foi a do Ensemble Clement Janequin.

 

Por fim, uma peça de Guillaume Costeley, já do final do período. A chanson “La prise de Calais” se enquadra na categoria das canções de batalha, no estilo de Janequin, com a alternância das métricas binárias e ternárias, o que dá a obra uma grande vivacidade rítmica. Novamente a criação foi a do Ensemble Clement Janequin.

 

Renascença Inglesa

 

Em 1601, Thomas Morley organizou uma coletânea em honra a Rainha Elizabeth I, que recebeu o título de “Os Triunfos de Oriana”. São madrigais de 23 compositores, todos terminados com os mesmos versos “Depois cantaram os pastores e as ninfas de Diana / Longa vida para a bela Oriana”. Oriana, ou mais frequentemente Gloriana, era como os ingleses chamavam a rainha. Desta importante coleção, foram ao ar os madrigais de Thomas Morley, John Farmer, John Wilbye e Thomas Hunt com o conjunto Pro Cantione Antiqua.

 

Música Instrumental

 

A Renascença também assinalou um crescente interesse pela música instrumental. Boa parte deste repertório original, porém, não sobreviveu. Praticado de memória ou improvisado, carecia de registro.

 

No entanto, era comum a transcrição do repertório vocal para os alaúdes e demais instrumentos de cordas dedilhadas como a guitarra, a cítara e a vihuela. A escrita para conjuntos maiores acabou facilitada pelo desenvolvimento de famílias de instrumentos abrangendo diferentes tessituras, conhecidas pela denominação inglesa “consorts”.

 

Desta interessante produção, o programa destacou o “Ricercare”, do compositor italiano Anibale Padovano, o Kanon sobre “Christe der du bist Tag und Licht” para conjunto de violas e flautas, do alemão Mártin Agricola, e a “Canzona in setimi toni”, obra característica da Escola Veneziana e de seu mais importante representante, o compositor Giovani Gabrielli que viveu entre 1556 e 1613, já no alvorecer do barroco. A interpretação ficou a cargo do Ensemble Musica Antiqua de Viena.

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Concertos UFRJ: A Viúva Alegre, de Franz Lehár

Foto: Reprodução
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Lehár além de peças ligeiras compôs muita música dramática.

“A viúva alegre”, opereta de Franz Lehár, que será encenada no Theatro Municipal do Rio entre os dias 28 de novembro e 9 de dezembro, é a atração desta semana de Concertos UFRJ ? programa radiofônico resultado de uma parceria da Escola de Música (EM) com a Roquette Pinto. Com produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, a série vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

“A viúva alegre”, opereta de Franz Lehár, que será encenada no Theatro Municipal do Rio entre os dias 28 de novembro e 9 de dezembro, é a atração desta semana de Concertos UFRJ ? programa radiofônico resultado de uma parceria da Escola de Música (EM) com a Roquette Pinto. Com produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, a série vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

Mais famoso título do compositor austro-húngaro Franz Lehar que nasceu em 1870 em uma província que pertence hoje a Eslováquia, “A viúva alegre” foi escrita em 1905, a partir de libreto de Victor Leon e Leo Stein, e subiu à cena pela primeira vez no mesmo ano. A estreia aconteceu no “Theater an der Wien”, em Viena, em 30 de dezembro de 1905, com Mizzi Günther como Hanna, Treumann Louis como Danilo, Natzler Siegmund como o Barão Zeta e Wünsch Annie como Valencienne. Foi o primeiro grande sucesso do compositor.

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Em adaptação para o inglês escrita por Basil Hood e com letra de Adrian Ross, tornou-se a grande sensação da temporada 1907 em Londres, chegando a 778 récitas. No mesmo ano, alcançou 416 apresentações na montagem da Broadway. A partir de então se tornou uma das operetas de maior sucesso da história e, talvez, a mais encenada em todo o mundo, com pelo menos três versões para o cinema.

 

Dividida em três atos, a história se passa em Paris, no início do século XX. Hanna Gláwari é a viúva de um banqueiro, tendo herdado ernorme fortuna. O Barão Mirko Zeta, que é embaixador do pequeno Pontevedro, país natal da rica senhora, organiza uma recepção na embaixada em Paris e a convida. Teme que ela gaste em Paris tudo que possui ou caia nas mãos de um usurpador, o que levaria à falência o principado.

 

Para que a fortuna não se disperse, é preciso que um pontevedriano case com ela. Tarefa perfeita para o sedutor Conde Dánilo Danílovitsch, diplomata conterrâneo que também se encontra em Paris. Os dois haviam se apaixonado no passado, mas foram proibidos pelo pai do Conde, que não aceitava a origem humilde de Hanna.

 

Depois de reencontrá-lo na recepção, a viúva convida Danilo para uma festa à fantasia em sua residência na noite seguinte. Mas, surpreendendo a todos, apresenta o jovem parisiense Camille de Rosillon, como seu futuro marido. O Conde não se conforma e se refugia na boate Maxim’s, onde pretende afogar as mágoas em muita champanhe e na companhia das belas dançarinas.

 

O anúncio é, porém, uma farsa montada para evitar que o Barão Mirko Zeta desconfie de sua esposa Valencienne, que mantém um caso com Camille. Para colocar as coisas nos seus devidos lugares Hanna e Valencienne chamam as dançarinas do Maxim’s. O Conde encontrando a boate deserta retorna para a festa, onde Hanna esclarece a confusão. Os dois confessam amor mútuo e decidem casar para alegria de todos e a salvação das finanças de Pontevedro, um país tão pequeno que não pode ser encontrado em mapa algum.

 

A gravação veiculada conta com soprano Felicity Lott e o barítono Thomas Hampson como Hanna e Danilo. Elzbietta Szmytka é Valencienne, John Aller responde pelo papel de Camille e Robert Poulton pelo do Conde Mirko Zeta. A Orquestra Filarmônica de Londres é dirigida por Franz Welser-Möst.

 

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Concertos UFRJ: Franz Schubert

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Schubert, 1875. Tela de Wilhelm Au­gust Rieder.

Concertos UFRJ desta semana abordam a produção de Franz Schubert, cujas composições marcam, no início do séc. XIX, a transição do estilo clássico para o romântico. Como Mozart foi um dos maiores prodígios da história da música e como ele morreu ainda jovem, no ápice da criatividade, com pouco mais de trinta anos.

Concertos UFRJ desta semana abordam a produção de Franz Schubert, cujas composições marcam, no início do séc. XIX, a transição do estilo clássico para o romântico. Como Mozart foi um dos maiores prodígios da história da música e como ele morreu ainda jovem, no ápice da criatividade, com pouco mais de trinta anos.

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Franz Peter Schubert nasceu em 1797 em Himmelpfortgrund, pequeno subúrbio de Viena, durante a Monarquia de Habsburgo. Sua formação inicial foi com o pai, músico amador, e como menino cantor no coro da Capela Imperial austríaca. Por volta dos 12 anos começou a mostrar interesse pela composição, passando a ser orientado por Antonio Salieri.

 

Em 1814, com apenas 17 anos, já havia escrito inúmeras obras incluindo peças para piano, canções, quartetos de cordas e, pelo menos, uma sinfonia e uma ópera. Com um grupo de amigos, promovia em sua casa reuniões musicais concorridas que ganharam o nome de Schubertíades.

 

Lieds

 

Apesar de ter cultivado inúmeros gêneros Schubert se notabilizou como autor de canções. Nelas encontramos não apenas uma melodia vocal acompanhada por piano, mas uma verdadeira interação musical onde cantor e pianista se unem para ressaltar as qualidades dramáticas do texto. Um capítulo a parte pela qualidade, os textos de que lança mão incluem poemas de autores do quilate de Goethe, Schiller e Heine. Com Schubert o lied alemão foi elevado a uma das mais importantes formas musicais do século XIX.

 

Da sua enorme produção de canções, que chega a mais de 600 peças, as agrupadas em ciclos, ou seja, reunidas em torno da mesma temática, são particularmente relevantes. Um dos mais famosos, o de Schwanengesang, sobre poemas de Ludiwig Rellstab, Heinrich Heine e Johan Seidl, foi composto em 1828 e publicado após a morte do compositor. O programa apresentou as quatro primeiras canções, todas com textos de Rellstab. São elas “Mensagem de amor”, “Mau presságio”, “Saudades da primavera” e a famosa “Serenata”, uma das melodias mais conhecidas do autor. A interpretação veiculada foi a do barítono Boje Skovhus com Helmut Deutsch ao piano.

 

Música de câmara

 

A música para piano de Schubert é igualmente notável, especialmente as últimas sonatas que representam o ápice de sua produção pianística. Escreveu também obras para piano a quatro mãos e peças mais leves que ficaram muito conhecidas, como, por exemplo, a Marcha Militar op. 51 no 1 que Concertos UFRJ apresentou na versão de Paul Badura-Skoda e Jörg Demus ao piano.

 

No terreno ainda da música de câmara Schubert escreveu desde duos para violino e piano até um octeto para cordas, passando por trios, inúmeros quartetos e quintetos. Um das mais executadas hoje em dia é “A Truta”, quinteto escrito para piano e cordas quando tinha 22 anos. Ao invés da formação tradicional com dois violinos Schubert põe em cena um conjunto de cordas com apenas um violino e acrescenta um contrabaixo. A obra é baseada na melodia da canção “A Truta” que foi usada pelo compositor para uma série de variações no quarto movimento. A interpretação veiculada foi reuniu os membros do Quarteto Amadeus, o pianista Emil Gilels e o contrabaixista Rainer Zepperitz.

 

Sinfonias

 

No conjunto das obras sinfônicas de Schubert se destacam as suas oito sinfonias, com destaque para a famosa “Inacabada” em apenas dois movimentos. A primeira delas foi composta em 1813, quando contava 17 anos. A Sinfonia de número 5, em Si bemol maior, que o programa apresentou com a Orquestra de Câmara da Europa e a regência de Cláudio Abbado, foi terminada em 1816, porém sua primeira audição pública ocorreu somente em 1841, após a morte do compositor.

 

O que mais chama a atenção nela é o frescor juvenil e uma expressão legitimamente clássica aliada à grande riqueza melódica. É uma obra de instrumentação modesta onde o equilíbrio, a transparência e alegria dos movimentos extremos se alternam com momentos mais melancólicos no segundo e mais enérgicos no minueto do terceiro.

 

A saúde de Schubert, que sofria de sífilis desde 1822, se deteriorou no auge de suas potencialidades. Morreu a 19 de novembro de 1828, na casa do seu irmão Ferdinand, em Viena, com 31 anos de idade. A sua sepultura jaz no cemitério de Währinger, perto da de Ludwig van Beethoven, a quem venerou em vida.

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Concertos UFRJ: Villa-Lobos

Foto: Reprodução
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Os Choros e as Bachianas Brasilei­ras são destaques do programa.

Em tempos de Festival Villa-Lobos, que ocorre todos os anos no Rio no mês de novembro, Concertos UFRJ destacam duas obras importantes deste  compositor carioca que nasceu em 1887 e conquistou o mundo com uma obra original e que, ao mesmos tempo, reflete como poucas a enorme diversidade brasileira.

Em tempos de Festival Villa-Lobos, que ocorre todos os anos no Rio no mês de novembro, Concertos UFRJ destacam duas obras importantes deste  compositor carioca que nasceu em 1887 e conquistou o mundo com uma obra original e que, ao mesmos tempo, reflete como poucas a enorme diversidade brasileira.

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Da obra monumental de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), que abrange mais de mil títulos e inclui desde pequenas peças para instrumentos solo até gigantescos painéis corais, sinfônicas e óperas, se destacam duas séries: as Bachianas Brasileiras e os Choros.

As Bachianas, como o nome sugere, são tentativas de misturar características da música brasileira a procedimentos contrapontísticos típicos da obra de Johann Sebastian Bach, compositor a quem Villa-Lobos dedicava especial admiração. São nove peças para conjunto os mais variados – desde formações pequenas, como o duo para flauta e fagote da no 6, até a grande orquestra sinfônica da no 7, passando por aqueles de dimensões intermediárias que o próprio compositor estabeleceu, a exemplo da orquestra de violoncelos, na primeira e na quinta.

 

Particularmente brilhante, a Bachianas Brasileiras no 7 foi escrita em 1942 para orquestra sinfônica e os títulos ambivalentes dos quatro movimentos revelam o desejo de conciliação entre a música brasileira e a do mestre barroco. São eles: Prelúdio (Ponteio), Giga (Quadrilha Caipira), Toccata (Desafio) e Fuga (Conversa).

 

A gravação veiculada tem um charme especial, conta com o próprio Villa-Lobos a frente da Orquestra Sinfônica da Rádio de Berlim.

 

A série de Choros também abarca uma enorme variedade de formações instrumentais e vocais. Começa com o Choros no 1, para violão solo, e termina com o de no 12 que põem em cena uma grande orquestra sinfônica. Talvez seja essa a mais importante série composta por Villa-Lobos e marca algumas das mais ousadas propostas de sua linguagem musical.

 

O Choros no 6, composto em 1926 também para orquestra sinfônica, é um dos mais apreciados e executados em todo o mundo e nele podemos perceber as características da música urbana carioca, não só por seus procedimentos típicos mas também pelo uso inovador de determinados instrumentos de percussão que foram incorporados por Villa-Lobos ao conjunto sinfônico, como o tambu-tambi, a cuica e o tamborim de samba.

 

A gravação destacada pela edição é também especial. Foi realizada ao vivo no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1986 durante turnê da Orquestra Sinfônica Mundial, dirigida na ocasião pelo maestro norte-americano Lorin Maazel.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ: Quinteto Villa-Lobos

Foto: Reprodução
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Quinteto e Guinga (no chão), com quem o grupo vem colaborando.

Concertos UFRJ dedicam a edição da semana ao Quinteto Villa-Lobos, mais antigo conjunto de câmara brasileiro que em 2012 comemora 50 anos de atividades ininterruptas. O programa destaca obras do seu repertório do grupo, muitas compostas especialmente para a formação.

Concertos UFRJ dedicam a edição da semana ao Quinteto Villa-Lobos, mais antigo conjunto de câmara brasileiro que em 2012 comemora 50 anos de atividades ininterruptas. O programa destaca obras do seu repertório do grupo, muitas compostas especialmente para a formação.

 

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Trajetória única

 

O Quinteto Villa-Lobos foi criado por cinco jovens estudantes da Escola de Música (EM): o flautista Celso Woltzenlogel, o oboista Paolo Nardi, o clarinetista Wilfried Berk, o fagostista Airton Barbosa e o trompista Carlos Gomes de Oliveira. Woltzenlogel e Carlos Gomes se tornariam mais tarde docentes de seus instrumentos na própria EM. O nome foi sugerido for Dona Mindinha Villa-Lobos, viúva do compositor, com quem o grupo manteve forte ligação afetiva. O concerto de estreia aconteceu no Salão Leopoldo Miguez em 18 de agosto de 1962.

 

Como parte das comemorações do seu cinquentenário, o quinteto se apresenta no dia 18 de novembro às 11 horas no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com a Orquestra Sinfônica da UFRJ no Festival Villa-Lobos apresentando o Concerto a 5 escrito pelo compositor João Guilherme Ripper especialmente para o grupo. No dia 22 de novembro às 19h no Salão Leopoldo Miguez mais um concerto, desta vez com a Orquestra de Sopros da UFRJ. No programa, o Concerto Grosso de Villa-Lobos e a primeira audição da Brasiliana no 3 de Hudson Nogueira.

 

Gravações

 

Nestas cinco décadas, muitos músicos integraram o conjunto. Nas gravações que foram ao ar Antônio Carrasqueira se apresenta na flauta, Luiz Carlos Justi no oboé, Paulo Sérgio Santos na clarineta, Aloysio Fagerlande no fagote e Phillip Doyle na trompa. Abre a audição, a Suíte para Quinteto de Sopros de Lorenzo Fernandez – a primeira obra brasileira composta para a formação. Escrita em 1926 inclui quatro movimentos: Pastoral (Crepúsculo do Sertão), Fuga (Saci Pererê), Canção da Madrugada e Sherzo (Alegria da Manhã).

 

Fotos: Divulgação
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Duas épocas. Acima, 1964, o quinteto em turnê pela América Latina. Abaixo, em recente concerto em Porto Alegre.

Muitos compositores brasileiros escreveram obras especialmente para a formação. A primeira delas, Instantâneos Folclóricos, foi composta Raphael Batista, professor da Escola de Música, e destinada a uma série de concertos didáticos que se tornariam marca do grupo. Utiliza temas populares facilmente reconhecíveis e os movimentos receberam os subtítulos Marcha do Soldado Biruta, Bagunça com o Gato, Tema, Valsinha e Chorinho e Gavião no Terreiro.

 

Outra faceta do Quinteto Villa-Lobos são as parcerias que desenvolveu com expoentes da nossa tradição instrumental popular. Exemplo dessa aproximação, o programa veiculou a interpretação da Suíte Norte-Sul-Leste-Oeste de Hermeto Pascoal.

 

Como resultado de uma trajetória de sucesso, o Quinteto Vila-Lobos ganhou vários prêmios importantes. Entre eles o Carlos Gomes, em São Paulo, em 2001 e 2009, como melhor grupo de câmara, o BR-Rival, também como melhor grupo em 2008. Em 2006 venceu o Prêmio Funarte, o que possibilitou uma turnê de 12 concertos pelo Ceará e Pernambuco. Em 2006 e 2010 o Quinteto foi indicado aos Prêmios TIM e Música Brasileira. Mais recentemente foi lembrado para o Grammy Latino pelo CD “Rasgando Seda”, lançado pelo Selo SESC-SP, com obras de Guinga. Deste importante compositor e violonista, foram apresentadas Picotado e Cheio de Dedos, obras incluídas no CD “Fronteiras”, que o quinteto gravou pelo selo Rio-Arte.

 

Do compositor que dá nome ao grupo o grupo já gravou toda a obra de câmara para sopros, incluindo o Quinteto em Forma de Choros composto em 1928 para uma formação inusitada que inclui o corne inglês no lugar da trompa. A intepretação do grupo adota a formação tradicional com trompa, versão que acabou se consolidando é a que costuma ser a executada nas salas de concerto.

 

O programa encerrou mostrando a obra do compositor carioca Ronaldo Miranda, outro ex-professor da Escola de Música. Suas Variações Sérias sobre um tema de Anacleto de Medeiros reelaboram a famosa melodia do choro “Iara”, editado em 1912 com o nome “Rasga Coração”.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ: Cornell University Glee Club

Foto: Reprodução
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Scott Tucker esteve à frente do coro masculino do CUGC por 17 anos.

Atendendo a pedidos Concertos UFRJ reprisam esta semana o programa dedicado à apresentação em 2004 do coro masculino do Cornell University Glee Club na Escola de Música (EM). O repertório apresentado incluiu música de concerto, popular, folclórica e peças contemporâneas.

Atendendo a pedidos Concertos UFRJ reprisam esta semana o programa dedicafo à apresentação em 2004 do coro masculino do Cornell University Glee Club na Escola de Música (EM). Tendo à frente o maestro Scott Tucker, que o dirigiu até março de 2012, o repertório apresentado no Salão Leopoldo Miguez incluiu música de concerto, popular, folclórica e peças contemporâneas.

 

Populares grêmios universitários norte-americanos, os Glee Clubs costumam manter conjuntos musicais integrados por alunos e ex-alunos da instituição a que se filiam. O Cornell University Glee Club (CUGC), fundado em 1868 na Universidade de Cornell, localizada em Ithaca, Nova York, é um dos mais importantes e seu coro já excursionou por diversos países da Europa, Ásia e América Latina, incluindo, em 2004, pela primeira vez, o Brasil.

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O concerto, que abriu com o grupo executando “Bawo Thixo Somandla”, canção tradicional sul-africana, mostrou um pouco de tudo. Entre os destaques duas obras de Ernani Aguiar: a estreia mundial da “Missa Brevis II”, escrita em honra a São Maximiliano Kolbe, e o “Salmo 150”, uma das peças brasileiras para coro mais difundidas.

 

Da produção contemporânea internacional, o CUGC cantou obras de Sthefen Paulus, Stephen Chapman, Franz Biebl.

 

Sthefen Paulus, um dos mais atuantes compositores americanos da atualidade, contabiliza em seu catálogo cerca de 450 obras, entre música para orquestra, coro, conjuntos de câmara, voz solo, teclado e ópera. Recebeu encomendas das principais orquestras americanas e sua obra coral foi objeto de mais de cinquenta gravações. Uma das mais executadas, “Shall I Compare Thee to a Summer’s Day”, escrita em 2002 por solicitação do The Glee Harvard Club Foundation e que toma por base o Soneto no. 26 de Shakespeare, foi a apresentada pelo grupo.

 

Como Paulos, Stephen Chapman também é um destacado compositor norte-americano. Nascido em 1950 em Minessota, atualmente leciona na Universidade de British Columbia em Vancouver, Canadá. Da sua obra foi selecionada “Reconciliation”, para coro masculino e solo de flugelhorn. Obra de 1997, escrita a partir de versos Walt Whitman.

 

Já Franz Biebl é alemão e, nascido em 1906, na cidade de Pursruck na Baviera, foi prisioneiro de guerra do exército norte-americano entre 1944 e 1946. A peça escolhida pelo CUGC “Ave Maria” tem um história curiosa. Escrita em 1964 para uma competição de coros, permaneceu praticamente desconhecida até que Biebl convidou em 1970 o CUGC, então em tournée pela Europa com o maestro Thomas Sokol, para um um programa de música coral na Rádio Bávara do qual era produtor. Biebl entregou a Sokol diversas obras suas que passaram, com o tempo, a integrar o repertório do grupo. Entre elas a “Ave Maria”, que se tornou popular e entrou no repertório de outros conjuntos norte-americanos. Com o sucesso, o compositor escreveu outras duas versões, uma para coro feminino e outra para coro misto. Franz Biebl faleceu no ano de 2001.

 

No concerto na EM, o CUGC também apresentou “Lambscapes”, composição bem humorada escrita por Eric Lane Barnes e que mistura efeitos teatrais, canto gregoriano, música gospel, e recursos onomatopaicos com acompanhamento de piano, e “Ride the Chariot” e “A that good News”, dois spirituals, gênero de canção com temas religiosos ou sociais, cantado a várias vozes que surgiu no século XIX, retratando as aspirações de igualdade dos negros norte-americanos.

 

No terreno da música popular a grande surpresa foi a inclusão no concerto da conhecida canção “Cio de Terra” de Chico Buarque e Milton Nascimento.

 

Por fim, o Cornell University Glee Club cantou as belíssimas “Quatro Pequenas Orações de São Francisco de Assis”. Escritas em 1948 pelo compositor francês Francis Poulenc são uma das mais importantes composições do repertório para coro masculino à capella da atualidade.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Repertório da Edição


Cornell University Glee Club (CUGC),

Scott Tucker, regente. 


• Bawo thixo somandla, canção tradicional sul-africana.
• Missa Brevis II, Ernani Aguiar.
• Salmo 150, Ernani Aguiar.
• Shall I Compare Thee to a Summer’s Day, Sthefen Paulus.
• Reconciliation, Stephen Chapman.
• Ave Maria, Frnaz Biebl.
• Lambscapes, Eric Lane Barnes.
• Cio da Terra, Chico Buarque e Milton Nascimento.
• Ride the Chariot, spiritual tradicional.
• A That good News, spiritual tradicional.
• Quatro pequenas orações de São Francisco de Assis, Francis Poulenc.

Concertos UFRJ em clima de Festival Internacional de Violão

Foto: Divulgação
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Vidovic é destaque outra vez na programação do festival.

Em clima de Festival Internacional de Violão, que ocorre esta semana de quarta a domingo na Escola de Música, “Concertos UFRJ” preparou um aperitivo para os inúmeros apreciadores do instrumento, o mais brasileiro e popular de todos.

Em clima de Festival Internacional de Violão, que ocorre esta semana de quarta a domingo na Escola de Música, “Concertos UFRJ” preparou um aperitivo para os inúmeros apreciadores do instrumento, o mais brasileiro e popular de todos. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, o programa que vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1, dedicou um especial à memorável da apresentação de Ana Vidovic na primeira edição do evento, em 2010. Uma performance que deixou extasiado o público que lotou o Leopoldo Miguez para ouvir uma das maiores virtuoses do nosso tempo.

 

Dona de uma técnica impecável, a violonista croata estará novamente no Rio este ano, agora encerrando o festival com um concerto que promete encantar novamente. Além de apresentar solos de peças inéditas na cidade, ela interpretará o famoso Concerto de Aranjuez, do espanhol Joaquim Rodrigo, juntamente com a Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

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Além de Vidovic, o festival contará entre outras atrações com as presenças do inglês Jonathan Leathwood, do argentino Eduardo Isaac e do costarriquense Mario Ulloa, esse em duo com o violinista Daniel Guedes. Mais detalhes na sobre o evento.

 

Ana Vidovic

 

Ana Vidovic nasceu em 1980, em Karlovac, cidade da região central da Croácia. Criança prodígio começou a tocar violão aos cinco anos, inspirada por seu irmão. Aos 13 tornou-se a mais jovem aluna da prestigiosa Academia Nacional Musical em Zagreb, onde estudou com Istvan Romer. Mais tarde, teve Manuel Barrueco como professor no Conservatório de Peabody, em Baltimore, Estados Unidos, onde se formou em 2003.

 

Desde 1988, quando Ana Vidovic subiu ao palco pela primeira vez, foram mais de mil apresentações em cidades como Londres, Paris, Viena, Salzburgo, Roma, Budapeste, Pequim, Toquio, Seul, Kuala Lumpur, Jacarta, Varsóvia, Tel Aviv, Oslo, Toronto, São Francisco. No Brasil ela esteve pela primeira vez em 2008, em Terezina. Voltou dois anos depois para concertos nas cidades de Maringá, São Paulo e Rio de Janeiro.

 

Hoje Ana Vidovic é um dos mais estacados intérpretes do instrumento e ganhou um número impressionante de prêmios em concursos internacionalmente prestigiados, como o Albert Agostinho em Bath, Inglaterra; o Fernando Sor, em Roma, Itália; o Eurovisão de Jovens Artistas; o Printemps de la Guitare, na Bélgica;, o Young Concert Artists International Auditions, em Nova York; e o Concurso Francisco Tárrega, na Espanha.

 

Com seu talento excepcional Ana Vidovic, ainda muito jovem, gravou obras de Bach, Giuliani, Sor e Torrobaainda para a Croatia Records. Após conquistar o primeiro prêmio no Concurso Tárrega de 1998, assinou contrato de exclusividade com a gravadora Naxos. O selo lançou mundialmente um CD em que Vidovic interpreta obras de Bach, Ponce e Willian Walton, e, logo depois, outro de sua série que busca registrar as obras completas de Moreno Torroba.

 

Peças do Programa

 

Da apresentação de Vidovic no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ em 12 de dezembro de 2010, o programa pinçou incialmente a Suite BWV 1006, de J. S. Bach, e as Valsas Venezuelanas, nos 2 e 3, de  Antonio Lauro. Seguiram-se duas obras emblemáticas do repertório violonístico. A Sonata em ré maior op. 77, do compositor espanhol Mário Castelnuovo Tedesco, conhecida também como “Ommagio a Boccherini”, e a famosa “La Catedral”, que foi composta em 1921 pelo paraguaio Augustín Barrios. Por último, Vidovic executa a Serenata Espanhola, do compositor espanhol de origem catalã Joaquim Malats. Não consta que Malats tenha escrito para violão e sua obra é dedicada originalmente ao piano. A versão para o instrumento é de Francisco Tárrega e, desde então, se firmou no repertório dos grandes intérpretes.

 

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A série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Repertório

 

J. S. BACH

Suite em Mi Maior BWV 1006

Preludio, Loure

Gavotte en Rondeau

Menuet 1

Menuet 2

Bourree, Gigue

Arr. para violão de Walter Despalj

 

ANTONIO LAURO

Valsas Venezolanas No 2,

Vals Venezolanas No 3.

 

MARIO CASTELNUOVO TEDESCO

Sonata em Ré Maior, op. 77

Allegro com Spirito

Andantino quasi canzona

Tempo di minueto

Vivo e enérgico

AGUSTIN BARRIOS MANGORE

La Catedral

Prelúdio

Andante Religioso

Allegro solene 

 

Joaquim Malats

Serenata Espanhola