La Serva Padrona em “Concertos UFRJ”

pergolsesi190
Pergolesi, estabeleceu um modelo para as óperas cômicas.

Criada para ser apresentada despretensiosamente nos entreatos de outra peça, La Serva Padrona atraiu desde a estreia um grande público e se converteu numa referência para boa parte das óperas cômicas que se seguiram.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110328|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

Criada para ser apresentada despretensiosamente nos entreatos de outra peça, La Serva Padrona atraiu desde a estreia um grande público e se converteu numa referência para boa parte das óperas cômicas que se seguiram e que, não raro, aprofundaram e desenvolveram elementos que já estavam nela sugeridos. A obra mais conhecida de Pergolesi (1710 – 1736) é o tema de Concertos UFRJ que foi ao ar em 28 de março. Resultado de um convênio da UFRJ com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ é veiculada toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM, e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

O compositor italiano Giovanni Battista Pergolesi (1710 – 1736) faleceu muito precocemente com apenas 26 anos e La Serva Padrona (A criada patroa) é a sua mais importante obra. Com libreto de Gennaro Maria Federico ela subiu ao palco pela primeira vez em 1733 no Teatro di San Bartolomeo, em Nápoles.

 

Rigorosamente falando La Serva Padrona não é uma ópera. Ela é melhor classificada  como um intermezzo, ou seja, um tipo de espetáculo que tinha lugar nos intervalos das óperas sérias. Pergolesi escreveu sua Serva Padrona para ser apresentada entre os atos de outra ópera de sua autoria, Il prigioner superbo. O próprio autor parece não se dar conta da originalidade da obra.

 

O intermezzo é uma forma dramática que se opõe à rigidez formal e à grandiloquência da ópera séria exatamente por sua função de entreter a plateia, adotando por isto enredos leves e uma simplicidade formal notável. A ópera séria, fruto da reforma do libreto proposta na virada dos séculos XVII e XVIII, advogava entre outras coisas uma rígida separação de gêneros e a eliminação das inserções cômicas, então muito comuns, nas peças dramáticas.  Nos intermezzos não encontraremos assuntos mitológicos ou da história clássica, nem heróis espetaculares ou mulheres sofredoras. Não estão presentes também os efeitos cênicos surpreendentes produzidos por aparatos cenográficos complexos.

 

O libreto de La Serva Padrona, cuja execução dura cerca de uma hora, põe em cena uma história doméstica simples e divertida, com um desfecho rápido e, até certo, ponto previsível, tratada com um mínimo de meios musicais: apenas dois cantores, para os papéis de Serpina e Uberto, e ainda um ator mudo, no papel do criado Vespone. A orquestra, por sua vez, é reduzida ao naipe de cordas e ao baixo contínuo. Composta por dois intermezzos se baseia nos personagens da commedia dell’arte e nos assuntos típicos da época: a esperteza das pessoas do povo triunfando sobre a avareza da burguesia. Tudo isso articulado numa divertida sátira social.

 

A peça foi o estopim de uma polemica que agitou os meios musicais franceses no período do barroco tardio, muito depois da morte de Pergolesi: a Querela dos Bufões. Em agosto de 1752, uma companhia itinerante de bufões italianos representou em Paris La Serva Padrona, no entreato da ópera Acis et Galatéia de Lully. Foi o suficiente para vir à tona a oposição, até então latente, entre os partidários da tradição lírica francesa e os defensores do estilo buffo italiano – tendo de um lado, os aristocratas, com Rameau como símbolo, e do outro, intelectuais e enciclopedistas, como Jean-Jacques Rousseau.

 

A polêmica ultrapassou o terreno da música e levou a uma discussão de ideias estéticas, culturais, filosóficas, e até políticas. Os partidários de Rameau defendiam a complexidade da harmonia e ornamentação da música francesa e combatiam o que consideravam música de entretenimento, enquanto os de Rousseau atacavam a retórica dos temas mitológicos que pouco diziam ao público burguês emergente e defendiam a simplicidade e naturalidade da ópera italiana. Tudo isso provocado pelo sucesso de La serva padrona.

 

A gravação veiculada traz a soprano Maddalena Bonifaccio no papel de Serpina e o baixo-barítono Siegmund Niemsgern como Uberto. O conjunto instrumental é o Collegium Aureum, grupo criado em 1962 por solistas e professores do Conservatório de Freiburg, na Alemanha, sem a presença de um regente.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Sinopse de La Serva Padrona

 

Giovanni Battista Pergolesi

Gennaro Maria Federico, libreto

capaservapadrona

Personagens

 

Uberto, um solteirão convicto, baixo.

Serpina, sua tirânica criada, soprano.

Vespone, criado, papel mudo.

 

A ação se desenvolve nos aposentos de Uberto, pela manhã.

 

Primeiro intermezzo

 

Uberto, um solteirão convicto, confronta-se com o comportamento pouco convencional e impertinente de sua criada Serpina, que assume ares de patroa mandando e desmandando em todos na casa. Desesperado, Uberto pede a Vespone, seu criado mudo, que lhe arranje uma noiva. Serpina aprova a decisão de Uberto, mas entende que é com ela que o patrão deve se casar e que por isso deve desde já ser tratada como patroa. O intermezzo termina com um dueto em que Serpina tenta convencer Uberto a se casar com ela, invocando as suas qualidades.

 

Segundo intermezzo

 

Encontramos Serpina tramando conquistar o solteirão Uberto. Com a colaboração forçada de Vespone inventa um pretendente: o temível capitão Tempestade, representado pelo próprio Vespone, que supostamente exige um dote para se casar com Serpina. Uberto, chocado com o valor, não concorda com o pagamento e decide ele mesmo desposar Serpina. Vespone tira seu disfarce e Uberto e Serpina acabam por confessar o mútuo amor. A serva finalmente se tornará a patroa.

 

A partitura e o libreto de La Serva Padrona podem ser consultados aqui.

Programação de Abril

 

Programa 35 – Dia 04 de abril – Especial Gerard Abiton

 

Recital do violonista francês Gerard Abiton no festival “Violão: 30 anos na UFRJ”, gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ no dia 5 de outubro de 2010.

 

  1. D. SCARLATTI – Duas Sonatas (transcrição de Abiton)
  2. J. S. BACH – Suite BWV 998 (Prelúdio, Fuga e Allegro).
  3. ALBENIZ – “Espagne – Souvenir no. 2”
  4. S. ASSAD – “Aquarela” (Divertimento, Valseana e Prelúdio e tocatina).
  5. D. SCARLATTI – Duas Sonatas (transcrição de Abiton).

 

Programa 36 – Dia 11 de abril – Grandes mestres da Escola de Música VI: Murillo Santos.


Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O sexto programa terá como convidado especial o pianista e compositor Murillo Santos que falará de sua carreira e obras por ocasião de seus 80 anos.

 

  1. Canção de Amor, sobre texto de Alma Cunha de Miranda, com a soprano Ruth Staerk e Laís Figueiró ao piano.
  2. Duas Peças Populares para violino, violoncelo e piano em dois movimentos, Tempo de Valsa e Vivo, na interpretação do Trio Brasileiro, formado por Erich Leningher no violino, Watson Clis no violoncelo e Gilberto Tinetti ao piano.
  3. Música para Metais com o Quinteto Brasileiro de Metais.
  4. Valsa Elegante com o pianista Roberto Szidon..
  5. Suíte Infantil para piano a quatro mãos com as pianistas Patrícia Bretas e Josiane Kevorkian.
  6. Aleluia para coro a capela com o Coral Canto em Canto e a regência de Elza Lackschevitz.
  7. Missa Brevis para soprano, coro e orquestra com a soprano Carol McDavit, coro e Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFRJ e a regência de Roberto Duarte.

 

Programa 37 – Dia 18 de abril – Quinteto Experimental de Sopros da UFRJ em Karlsruhe.


Concerto gravado ao vivo em 17 de dezembro de 2010 no Castelo de Gottesaue em Karlsruhe (Alemanha) contando com a participação de alunos da Universidade de Karlsruhe e da Uni-Rio e dedicado integralmente ao repertório de câmara de compositores brasileiros.

 

  1. H. VILLA-LOBOS – Choros no. 4 para três trompas e trombone com Daniel Lopez, Nicolai Oswald e Alessandro Jeremias nas trompas e por Everson Neves de Moraes no trombone.
  2. R. GNATTALI – Sonatina a 6 com Elya Levin na flauta, Davide Guarnieri no oboé, Daniel Lopez na trompa, Tim Ladewig no fagote e Lidja Pavlovic no piano e a participação de nosso aluno Diogo Lozza na clarineta.
  3. E. KRIEGER – Serenata a 5 com o Quinteto Experimental de Sopros da UFRJ formado por Milher Moraes na flauta, Juliana Bravin no oboé, Diogo Lozza na clarineta, Carlos Bertão no fagote e Alessandro Jeremias na trompa..
  4. L. GALLET – Sexteto para sopros e piano com o Quinteto Experimental de Sopros da UFRJ e a pianista Tatjana Prushinskaya, aluna da Universidade de Karlsruhe.
  5. M. TAVARES – Divertimento para 11 instrumentos de sopro com o Quinteto Experimental de Sopros da UFRJ e a pianista Tatjana Prushinskaya, aluna da Universidade de Karlsruhe. 

 

Programa 38 – Dia 25 de abril – Ópera “Don Quixote nas bodas de Camacho” de George Phillip Telemann

 

Um dos personagens mais queridos e famosos de toda a literatura mundial e genial criação do escritor espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616) o tragicômico “cavaleiro da triste figura” sempre seduziu os compositores e ao longo dos séculos suas aventuras foram traduzidas em música e transpostas para o palco na forma de suítes, poemas-sinfônicos, canções, óperas e ballets. Composta por Telemann em 1671 “Don Quixote nas Bodas de Camacho” será apresentada com Raimund Nolte (barítono) como Don Quixote, Michael Schopper (baixo) como Sancho Pansa, Silke Stapf (soprano) como Pedrillo, Mechtild Bach (soprano) como Grisóstomo, Heike Hallaschka (soprano) como Quiteria, Annette Kohler (mezzo) como Camacho e Karl-Heinz Brandt (tenor) como Basilio. O coro é da Academia de Música Antiga de Bremen e a orquestra é o conjunto La Stagione sob a direção de Michael Schneider.

O violão de Pablo Marquez em “Concertos UFRJ”

Foto: Renan Salotto
pablomarquez190
Pablo Marquez no festival Violão na UFRJ: 30 anos

Um especial com o violonista argentino Pablo Marquez é o convite da edição de Concertos UFRJ que foi ao ar em 21 de março. No programa, a gravação ao vivo do concerto que o músico ofereceu em outubro do ano passado durante o festival Violão na UFRJ: 30 anos.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110321|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

Um especial com o violonista argentino Pablo Marquez é o convite da edição de Concertos UFRJ que foi ao ar em 21 de março. No programa, a gravação ao vivo do concerto que o músico ofereceu em outubro do ano passado durante o festival Violão na UFRJ: 30 anos que comemorou três décadas de atividades do bacharelado do instrumento na universidade – um dos primeiros do país.  Resultado de um convênio da UFRJ com a emissora, a série Concertos UFRJ é veiculada toda segunda-feira, às 22h, pela rádio Roquette Pinto, na sintonia 94,1 FM, e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

Pablo Márquez é considerado um dos virtuoses mais versáteis do instrumento. Ganhou reconhecimento internacional em 1987, ao conquistar aos 20 anos de idade o primeiro prêmio em dois concursos internacionais de violão, o Concurso Villa-Lobos, no Rio de Janeiro e o Concurso da Radio France de Paris. O sucesso e os prêmios recebidos também nos Concursos de Genebra e Munique impulsionaram seu ingresso nos mais importantes centros musicais do mundo.

 

O músico recebeu sua formação em Salta com Graciela Lloveras e Eduardo Corces, e aperfeiçoou-se em Buenos Aires com Jorge Martínez Zárate e Eduardo Fernández. Estabeleceu-se na França para completar sua formação musical, estudando música antiga e regência. Ao longo de sua carreira apresentou-se em mais de 50 países, sendo aclamado em diversos teatros como Concertgebouw de Amsterdam, Cité de la Musique em Paris,  Toranomon Hall em Tokyo, Teatro Colón em Buenos Aires; e em grandes festivais como: Aix-en-Provence, Avignon, Musica de Estrasburgo, San Sebastián, Macao, tanto como solista como em colaboração com o Rosamunde Quartett (Anne Gastinel, Dino Saluzzi, Mario Caroli e Anja Lechner). Como solista apresentou-se com o Ensemble Intercontemporain, Orquestra da Rádio Bávara e Filarmónica da Radio França entre outras.

 

Marquez é membro fundador do AlmaViva Ensemble, dedicado a pesquisar e divulgar o repertório de música de câmara latino americano. Seu compromisso com a música contemporânea o levou a colaborar com grandes compositores como Luciano Berio, György Kurtág, Mauricio Kagel, e a estrear diversas obras de Oscar Strasnoy, Arthur Kampela, Zad Moultaka, Félix Ibarrondo, Fuminori Tanada, Ramón Lazkano, Javier Torres Maldonado. En 1995, Pierre Boulez o convidou para interpretar a Sequenza XI de Berio, em homenagem aos 70 anos do compositor italiano.

 

As gravações de Pablo Marquez receberam numerosas distinções como o Grand Prix du Disque da Academia Charles Cros, o Prêmio Amadeus, e o RTL d’Or. Suas gravações de obras de Narvaez foram designadas como melhor disco de música antiga pelo Neue Musik Zeitung na Alemanha e melhor CD de música clássica do ano pela revista Readings da Australia.

 

Pablo Márquez é professor da Academia de Música da Basilea, na Suiça.

 

O registro fotográfico dos concertos e recitais do festival Violão na UFRJ: 30 anos pode ser visto na (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Programação de Março

 

 Em razão da cobertura do desfile das escolas de samba a Rádio Roquette Pinto não transmitirá o programa Concertos UFRJ no dia 7 de março.


Programa 32 – Dia 14 de março – Grandes mestres da Escola de Música V: Arnaldo Estrella.


Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O quinto programa será dedicado a Arnaldo Estrella (1908-1980), pianista que foi um dos mais gabaritados intérpretes de Villa-Lobos e que se dedicou intensamente à música brasileira. Como professor formou várias gerações de importantes pianistas.

 

  1. Heitor VILLA-LOBOS – Guia Prático no 3 (O Pastorzinho, João Cambuête, A Freira, Garibaldi foi à Missa e O Pião).
  2. Heitor VILLA-LOBOS – Valsa “Tristorosa” (1910).
  3. Heitor VILLA-LOBOS – Valsa da Dor (1932).
  4. Francisco MIGNONE – Valsas Choro nos 8 e 11.
  5. Sigismund NEUKOMM – “Amor Brasileiro”.
  6. Brasílio ITIBERÊ – “A sertaneja” .
  7. Leopoldo MIGUEZ – Noturno op. 10
  8. Alberto NEPOMUCENO – “Galhofeira”, último número das Quatro Peças Líricas op. 13.
  9. Heitor VILLA-LOBOS – Choros no. 5 “Alma Brasileira”.

 

Programa 33 – Dia 21 de março – Especial Pablo Marquez.


Recital do violonista argentino Pablo Marquez no festival “Violão: 30 anos na UFRJ”, gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ no dia 8 de outubro de 2010.

 

  1. J. S. BACH – Suite BWV 1001: Adágio, Fuga, Siciliano e Presto.
  2. Franz SCHUBERT – Seis canções (transcrição de Mertz): “Lob der Thränen”, “Liebebotschaft”, “Aufenthalt”, “Das Fichermädchen”, “Ständchen” e “Die Post”.
  3. Alberto GINASTERA – Sonata para violão em quatro movimentos: Preludio, Canto, Scherzo e Finale.
  4. Cuchi LEGUIZAMON – El silbador (Zamba).

 

Programa 34 – Dia 28 de março – Ópera “La serva padrona” de Giovanni Batista PERGOLESI


Composta pelo compositor italiano Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) a partir de libreto de autoria de Gennaro Maria Federico, foi estreada em 1733 no Teatro di San Bartolomeo, em Nápoles. Trata-se, na verdade, de uma obra musical dramática que, em rigor, não é uma ópera. La Serva Padrona é classificada como um intermezzo, ou seja, um tipo de espetáculo que era executado nos intervalos das óperas sérias. A gravação que ouviremos traz a soprano Maddalena Bonifaccio no papel de Serpina, o barítono Siegmund Niemsgern como Uberto. O conjunto instrumental é o Collegium Aureum.

Especial Arnaldo Estrella em “Concertos UFRJ”

Foto: Reprodução
estrella190c
Arnaldo Estrella (1908-1980)

Um especial dedicado a Arnaldo Estrella, um dos maiores pianistas brasileiros e, também, um dos mestres da Escola de Música (EM), é o que oferece a edição de Concertos UFRJ que foi ao ar em 14 de março.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110314|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

Um especial dedicado a Arnaldo Estrella, um dos maiores pianistas brasileiros e, também, um dos mestres da Escola de Música (EM), é o que oferece a edição de Concertos UFRJ que foi ao ar em 14 de março. Apresentado por André Cardoso, docente da Escola e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), o programa é veiculado toda segunda-feira, às 22h, na sintonia Roquette Pinto 94,1 FM, e resulta de uma parceria da Escola de Música (EM) com a emissora.

 

Nascido no Rio de Janeiro em 14 de março de 1908 Arnaldo Estrella ingressou em 1923, ainda adolescente, no Instituto Nacional de Música, atual EM, onde se formou, com medalha de ouro, na classe de Barrozo Neto, em 1930. Prosseguiu seus estudos a partir de 1934 com Tomas Terán, pianista espanhol radicado no Brasil. Estrella fez parte – já na juventude – do círculo de intérpretes e amigos de Heitor Villa-Lobos, o maior compositor brasileiro de todos os tempos, que o considerava um de seus intérpretes mais autorizados e a ele dedicou o terceiro volume de seu Guia Prático, de 1932.

 

A relação com o compositor foi intensa. Estrella foi professor do Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, criado a partir de projeto de educação musical apresentado por Villa-Lobos a Getúlio Vargas. Foi também autor do livro “Os quartetos de cordas de Villa-Lobos” premiado em concurso em 1970.

 

Em 1947 Arnaldo Estrella tornou-se professor da Escola de Música da UFRJ nela atuando até 1969. Sua atividade didática estendeu-se também em aulas particulares e master-classes através das quais formou várias gerações de importantes pianistas como Antônio Guedes Barbosa, Jean-Louis Steuerman, Eliane Rodrigues, Fernando Lopes, Luiz Medalha, Vera Astrachan, Marcelo Verzoni e outros mais. Além da docência, dedicou-se à difusão da obra de alguns de seus colegas, com destaque para a de Francisco Mignone.

 

Estrella foi um de nossos mais brilhantes solistas e, também, gabaritado camerista tendo formado já em 1934 um Trio com o violinista Oscar Borgerth e o violoncelista Iberê Gomes Grosso, que se tornariam também, anos mais tarde, professores da Escola de Música da UFRJ. Seus conjuntos mais estáveis, entretanto, foram o duo que formou com a esposa, a violinista Maiucia Iacovino, e o Quarteto da Guanabara que, além do casal, era constituído pelo violista Frederico Stephany e Iberê Gomes Grosso.

 

Como solista ou em duo com sua esposa Arnaldo Estrella realizou inúmeras turnês de concertos pelo Brasil, Estados Unidos, Europa, China e África, tendo atuado ao lado de importantes regentes como Bruno Walter, Dimitri Mitropoulos, Eugene Ormandy e Eugen Jochum, entre outros.

 

As principais gravações deixadas por Arnaldo Estrella foram reunidas em dois álbuns intitulados Antologia da Música Brasileira para Piano. O primeiro volume aborda um repertório eclético de diferentes épocas. O segundo é dedicado apenas a valsas.

 

Arnaldo Estrella formou com Jacques Klein a geração de pianistas que sucedeu a grande Guiomar Novaes e antecedeu àquela que emergiu na cena musical após os anos 1970 e da qual fazem parte, entre outros, Antonio Guedes Barbosa, Arnaldo Cohen e Nelson Freire.

 

Sua autoridade intelectual se revelou também na crítica musical que exerceu nos jornais “O Globo” e “Última Hora”. Foi membro da Academia Brasileira de Música e recebeu em 1965 a Medalha Carlos Gomes do antigo Estado da Guanabara.

 

Arnaldo Estrella faleceu na cidade de Petrópolis em 1980.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Programação de Março

 

 Em razão da cobertura do desfile das escolas de samba a Rádio Roquette Pinto não transmitirá o programa Concertos UFRJ no dia 7 de março.


Programa 32 – Dia 14 de março – Grandes mestres da Escola de Música V: Arnaldo Estrella.


Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O quinto programa será dedicado a Arnaldo Estrella (1908-1980), pianista que foi um dos mais gabaritados intérpretes de Villa-Lobos e que se dedicou intensamente à música brasileira. Como professor formou várias gerações de importantes pianistas.

 

  1. Heitor VILLA-LOBOS – Guia Prático no 3 (O Pastorzinho, João Cambuête, A Freira, Garibaldi foi à Missa e O Pião).
  2. Heitor VILLA-LOBOS – Valsa “Tristorosa” (1910).
  3. Heitor VILLA-LOBOS – Valsa da Dor (1932).
  4. Francisco MIGNONE – Valsas Choro nos 8 e 11.
  5. Sigismund NEUKOMM – “Amor Brasileiro”.
  6. Brasílio ITIBERÊ – “A sertaneja” .
  7. Leopoldo MIGUEZ – Noturno op. 10
  8. Alberto NEPOMUCENO – “Galhofeira”, último número das Quatro Peças Líricas op. 13.
  9. Heitor VILLA-LOBOS – Choros no. 5 “Alma Brasileira”.

 

Programa 33 – Dia 21 de março – Especial Pablo Marquez.


Recital do violonista argentino Pablo Marquez no festival “Violão: 30 anos na UFRJ”, gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ no dia 8 de outubro de 2010.

 

  1. J. S. BACH – Suite BWV 1001: Adágio, Fuga, Siciliano e Presto.
  2. Franz SCHUBERT – Seis canções (transcrição de Mertz): “Lob der Thränen”, “Liebebotschaft”, “Aufenthalt”, “Das Fichermädchen”, “Ständchen” e “Die Post”.
  3. Alberto GINASTERA – Sonata para violão em quatro movimentos: Preludio, Canto, Scherzo e Finale.
  4. Cuchi LEGUIZAMON – El silbador (Zamba).

 

Programa 34 – Dia 28 de março – Ópera “La serva padrona” de Giovanni Batista PERGOLESI


Composta pelo compositor italiano Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) a partir de libreto de autoria de Gennaro Maria Federico, foi estreada em 1733 no Teatro di San Bartolomeo, em Nápoles. Trata-se, na verdade, de uma obra musical dramática que, em rigor, não é uma ópera. La Serva Padrona é classificada como um intermezzo, ou seja, um tipo de espetáculo que era executado nos intervalos das óperas sérias. A gravação que ouviremos traz a soprano Maddalena Bonifaccio no papel de Serpina, o barítono Siegmund Niemsgern como Uberto. O conjunto instrumental é o Collegium Aureum.

“Rita” de Donizetti em Concertos UFRJ

donizetti190
Donizetti, expoente do bel-canto

Nem só de amores desfeitos, vinganças, lágrimas e mortes se faz uma ópera. O gênero também permite rir. E muito, como é o caso deste insólito triângulo amoroso que Gaetano Donizetti (1797-1848), um dos maiores representantes do bel-canto, põe em cena em Rita.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110228|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

Nem só de amores desfeitos, vinganças, lágrimas e mortes se faz uma ópera. O gênero também permite rir. E muito, como é o caso deste insólito triângulo amoroso que Gaetano Donizetti (1797-1848), um dos maiores representantes do bel-canto, põe em cena em Rita e que “Concertos UFRJ”, programa radiofônico produzido pela Escola de Música (EM) em parceria com a Roquette Pinto, levou ao ar em 28 de fevereiro. Apresentado por André Cardoso, docente da Escola e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), é veiculado toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

O termo bel-canto define o estilo vocal italiano que predominou na cena lírica do final do século XVII ao início do século XIX e se caracteriza pela primazia da beleza do timbre vocal, do fraseado bem acabado, da linha melódica floreada e da técnica apurada. Base técnica, aliás, que reside na ênfase do controle da respiração, no aperfeiçoamento do legato, na precisão e flexibilidade da coloratura, na ausência de transições bruscas entre os registros, no controle sobre uma longa extensão vocal (com um registro agudo bastante desenvolvido e de fácil emissão) e na capacidade de construir a situação dramática a partir da própria linha melódica e dos atributos vocais.

 

Donizetti é um dos maiores representantes dessa escola. Ele nasceu na cidade de Bergamo, Lombardia, Itália, em 1797 e faleceu na mesma cidade em 1848. Apesar da vida relativamente curta produziu dezenas de óperas sendo as mais famosas e mais montadas atualmente o Don Pasquale e Elixir do Amor, ambas no gênero cômico, e Lucia de Lammermoor, dramática. A ópera Rita, em um ato e com duração de cerca de uma hora, foi escrita por Donizetti em 1841, em apenas uma semana, com base no libreto em italiano de Gustavo Vaéz, mas só foi estreada postumamente em 1860 em Paris.

 

O enredo é muito divertido e gira em torno de uma espécie de triangulo amoroso inusitado entre Rita e seus dois maridos, Gasparo e Beppe. A história começa na hospedagem de Rita, esposa tirânica e abusiva do tímido Beppe. A vida do casal se torna caótica com a chegada inesperada de Gasparo, o primeiro marido de Rita, que todos acreditavam ter se afogado anos atrás. Na realidade, havia fugido para o Canadá. Acreditando que a esposa morrera em um incêndio, voltara para obter a certidão de óbito de forma a casar novamente. Quando os dois se encontram, Gasparo tenta fugir. Beppe, no entanto, vê a oportunidade de se livrar dos maltratos de Rita já que Gasparo seria seu marido legítimo. Os dois concordam decidir a sorte em um jogo, de tal forma que quem vencesse deveria permanecer com Rita. Ambos fazem tudo para perder, mas no final o vencedor é Gasparo. No entanto, Rita, que sofrera bastante da mão de Gasparo, se recusa a voltar à condição anterior. Gasparo acaba induzindo Beppe a declarar seu amor por Rita e o desejo de permanecer ao lado dela. O astuto Gasparo, tendo conseguido seu intuito, se despede do casal reconciliado.

 

A gravação apresentda foi realizada ao vivo e dela participam a soprano Adelina Scarabelli no papel de Rita, o tenor Pietro Ballo como Beppe e o barítono Alessandro Corbelli como Gasparo. A Orquestra de Câmara Siciliana é regida pelo maestro Federico Amendola.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Sinopse de Rita

riracapacd

Personagens

 

Rita, proprietária de uma hospedaria, soprano.

Beppe, seu marido atual, tenor.

Gasparo, seu antigo marido, barítono.

 

A ação se desenrola na hospedaria de Rita.

 

Ato único

 

Rita é a dona de uma hospedaria, cenário onde toda a trama se desenrola. Após uma brevíssima introdução orquestral Rita canta sua ária dizendo ser a feliz proprietária da hospedaria onde é, ao mesmo tempo, Rainha e Rei, pois quem manda é ela. Rita lamenta a vida passada e as desgraças que se abateram sobre ela com o incêndio de sua casa e a perda do primeiro marido em um naufrágio. Mas se sente recompensada, pois apanhava do esposo e, agora, é ela quem dá uma surra por semana em seu novo marido, o tímido e submisso Beppe. No dueto que se segue podemos ouvir não só os tapas de Rita como o choro de Beppe.

 

Entra em cena Gasparo pedindo uma taça de um bom vinho e dizendo ser recém chegado do Canadá em busca da certidão de óbito de sua primeira esposa que morrera em um incêndio para poder se casar novamente. Beppe o atende e tenta em vão esconder do viajante seu olho roxo. Gasparo pergunta o que houve e Beppe responde que apanha da mulher. Gasparo canta sua ária explicando a Beppe como um marido deve tratar sua mulher.

 

Rita retorna já dando ordens a Beppe e perguntando o que estava fazendo. Beppe responde que pedia os documentos ao novo hóspede. Gasparo entrega-os e dá de cara com Rita, ambos se reconhecem como marido e mulher que pensavam estar mortos. Ficam surpresos e tentam disfarçar. Só que Gasparo é reconhecido por Beppe como o primeiro e legítimo marido de Rita que vê na situação a oportunidade de se libertar da esposa e das surras sucessivas que leva dela. Ambos tentam se livrar da mulher, empurrando-a um para o outro. Os dois concordam então em disputar um jogo de cartas no qual o vencedor terá de ficar com Rita. Não é preciso dizer que os dois se empenham ao máximo em perder.

 

Gasparo vence, porém, o jogo e pelo combinado terá de voltar a ser novamente o marido de Rita. Beppe canta sua dificílima ária que mostra a felicidade por finalmente poder se livrar das surras de Rita.

 

Mas Rita não concorda com o pacto, pois se recorda do quanto sofreu em seu primeiro casamento. Gasparo tenta se explicar e se aproxima de Rita perguntando maliciosamente se ela ainda possui o contrato de casamento. Rita responde que sim e Gasparo se insinua com a intenção de obtê-lo para si.

 

Beppe se irrita com a atitude de Gasparo e o desafia para um duelo. O astuto Gasparo diz ser impossível e finge estar inutilizado por perder o uso de uma das mãos por um golpe de espada. O trio que se segue revela os sentimentos conflitantes dos personagens e a farsa subjacente: cada um tentando conduzir a situação de acordo com seus interesses.

 

Gasparo percebe que Beppe está em dúvida e o induz a declarar seu amor por Rita e sua intenção de continuar sendo seu marido. O casal faz as pazes com a promessa de Rita de não maltratá-lo mais. Gasparo, tendo alcançado seu objetivo, pode retornar ao Canadá e se despede do casal reconciliado.

 

A partitura de Rita pode ser consultada aqui.

Programação de Março

 

 Em razão da cobertura do desfile das escolas de samba a Rádio Roquette Pinto não transmitirá o programa Concertos UFRJ no dia 7 de março.


Programa 32 – Dia 14 de março – Grandes mestres da Escola de Música V: Arnaldo Estrella.


Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O quinto programa será dedicado a Arnaldo Estrella (1908-1980), pianista que foi um dos mais gabaritados intérpretes de Villa-Lobos e que se dedicou intensamente à música brasileira. Como professor formou várias gerações de importantes pianistas.

 

  1. Heitor VILLA-LOBOS – Guia Prático no 3 (O Pastorzinho, João Cambuête, A Freira, Garibaldi foi à Missa e O Pião).
  2. Heitor VILLA-LOBOS – Valsa “Tristorosa” (1910).
  3. Heitor VILLA-LOBOS – Valsa da Dor (1932).
  4. Francisco MIGNONE – Valsas Choro nos 8 e 11.
  5. Sigismund NEUKOMM – “Amor Brasileiro”.
  6. Brasílio ITIBERÊ – “A sertaneja” .
  7. Leopoldo MIGUEZ – Noturno op. 10
  8. Alberto NEPOMUCENO – “Galhofeira”, último número das Quatro Peças Líricas op. 13.
  9. Heitor VILLA-LOBOS – Choros no. 5 “Alma Brasileira”.

 

Programa 33 – Dia 21 de março – Especial Pablo Marquez.


Recital do violonista argentino Pablo Marquez no festival “Violão: 30 anos na UFRJ”, gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ no dia 8 de outubro de 2010.

 

  1. J. S. BACH – Suite BWV 1001: Adágio, Fuga, Siciliano e Presto.
  2. Franz SCHUBERT – Seis canções (transcrição de Mertz): “Lob der Thränen”, “Liebebotschaft”, “Aufenthalt”, “Das Fichermädchen”, “Ständchen” e “Die Post”.
  3. Alberto GINASTERA – Sonata para violão em quatro movimentos: Preludio, Canto, Scherzo e Finale.
  4. Cuchi LEGUIZAMON – El silbador (Zamba).

 

Programa 34 – Dia 28 de março – Ópera “La serva padrona” de Giovanni Batista PERGOLESI


Composta pelo compositor italiano Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) a partir de libreto de autoria de Gennaro Maria Federico, foi estreada em 1733 no Teatro di San Bartolomeo, em Nápoles. Trata-se, na verdade, de uma obra musical dramática que, em rigor, não é uma ópera. La Serva Padrona é classificada como um intermezzo, ou seja, um tipo de espetáculo que era executado nos intervalos das óperas sérias. A gravação que ouviremos traz a soprano Maddalena Bonifaccio no papel de Serpina, o barítono Siegmund Niemsgern como Uberto. O conjunto instrumental é o Collegium Aureum.

Especial Carlos Perez em “Concertos UFRJ”

Foto: Renan Salotto
carlosperez190
Carlos Perez no festival Violão: 30 anos na UFRJ 

Um especial com o violonista chileno Carlos Perez, um dos mais importantes da sua geração, é o convite da edição de Concertos UFRJ que foi ao ar em 21 de fevereiro. No programa, gravado ao vivo, o recital que o músico realizou no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ (EM) em outubro do ano passado.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110221|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

Um especial com o violonista chileno Carlos Perez, um dos mais importantes da sua geração, é o convite da edição de Concertos UFRJ que foi ao ar em 21 de fevereiro. No programa, gravado ao vivo, o impressionante recital que o músico realizou no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ (EM) em outubro do ano passado.  Resultado de um convênio da UFRJ com a emissora, a série Concertos UFRJ é veiculada toda segunda-feira, às 22h, pela rádio Roquette Pinto, na sintonia 94,1 FM, e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

Perez veio ao Rio participar do festival Violão: 30 anos na UFRJ, que aconteceu de quatro a nove de outubro de 2010 e reuniu grandes violonistas nacionais e internacionais. O evento, que teve uma continuação em dezembro, comemorou as três décadas de implantação do bacharelo de violão na UFRJ, um dos primeiros do país – iniciativa que contribuiu para abrir espaços e para incorporar o, então, desprestigiado “instrumento de seresta” à vida acadêmica. O registro fotográfico dos concertos e recitais pode ser visto na do site.

 

Como parte do festival, Carlos Perez, além de oferecer um workshop, protagonizou um recital inesquecível, em que apresentou um repertório eclético que incluiu desde Bach aos compositores latino-americanos do séc. XX. É uma seleção daquela memorável noite que Concertos UFRJ ofereceu ao público.

 

Carlos Perez nasceu em Santiago em 1976. Muito jovem interessou-se pelo violão através do pai, também músico. Estudou com Ernesto Quezada na Faculdade de Artes da Universidade do Chile, onde se graduou com distinção máxima.

 

Obteve numerosos prêmios de primeiros lugares em concursos como: Alirio Díaz, Venezuela; Rene Bartoli, França; Printemps de la Guitare, Bélgica; Forum Gitarre, Áustria, Fundación Guerrero e Joaquín Rodrigo, Espanha. Além de diversas gravações radiofônicas na Europa e América, realizou dez CDs e dois DVDs, nos Estados Unidos da América e Espanha.

 

Perez fez apresentações em mais de trinta países, atuando também como solista junto a orquestras na Inglaterra, Bélgica, Estados Unidos, Rússia, Portugal, Espanha, Alemanha, Polônia, Lituânia e Chile. Sua atividade como intérprete o levou a apresentar-se em importantes salas de concerto como: Berlin Philarmonie (Alemanha), Auditório Nacional (Espanha), Royal Festival Hall (Inglaterra), Teatro Monumental (Espanha), Carnegie Hall de Nova York (EUA), entre outras.

 

Participou de diversos festivais de violão e de música e é frequentemente convidado para master classes em universidades e escolas de música na América Latina, Estados Unidos e Europa. As Edições Henry Lemoine da França, Productions d’Óz do Canadá e Grenzland-Verlag Theo Hüsgen da Alemanha publicaram algumas de suas composições e arranjos.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Programação de Fevereiro

 

Programa 28 – Dia 7 de fevereiro – A música da América Latina 1


Programa dedicado à música da América Latina abordando inicialmente o período colonial, com exemplos da produção musical das colônias espanholas em países como Argentina, Perú, Guatemala e México nos séculos XVII e XVIII.

 

  1. ANÔNIMO (Peru, séc. XVII) – “Hanacpachap cussicuinin” (A felicidade do céu) hino processional em língua quechua com o conjunto Agrupacion Musica e a direção de Enzo Gieco.
  2. Thomas de TORREJON Y VELASCO (Espanha, 1644 – Lima [Peru], 1728)– Vilancico “Quatro plumages ayrosos” com a Cantoria da Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Buenos Aires e a direção de Jesús Gabriel Segade.
  3. José OREJON Y APARÍCIO (Peru, séc. XVII e XVIII) – Vilancico “A la Concepción de Nuestra Señora” com a Cantoria da Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Buenos Aires e a direção de Jesús Gabriel Segade.
  4. Domenico ZIPOLLI (Roma [Itália], 1688 – Córdoba [Argentina], 1726) – Courante para cravo com Antonio Carlos de Magalhães.
  5. Tomas PASCUAL (San Juan [Guatemala], 1595-1630) – Vilancico “Hoy es dia de placer” com o conjunto Agrupacion Musica e a direção de Enzo Gieco.
  6. Rafael Antonio CASTELLANOS (Santiago [Guatemala] ?-1791) – Vilancico “Ausente del alma” com o grupo Chatam Baroque.
  7. Ignácio JERUSALEM (Lecce [Itália], 1707 – Nova Espanha [México], 1769) – “Dixit Dominus” com o conjunto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.
  8. Manuel de ZUMAYA (México, 1678-1755) – “Solfa de Pedro” (1715) com o conjnto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.
  9. Manuel de ZUMAYA (México, 1678-1755) – “Celebren Publiquem” com o conjnto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.

 

Programa 29 – Dia 14 de fevereiro – Grandes mestres da Escola de Música IV: José Siqueira.


Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O quarto programa, produzido por Caetano Araújo, aluno do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ, será dedicado a José Siqueira (1907-1985) compositor paraibano cujas características sertanejas de sua obra trouxeram o nordeste para o centro da musica sinfônica brasileira.

 

  1. Segunda Cantiga para piano com Attilio Mastrogiovanni.
  2. Três Estudos para clarineta e piano com o clarinetista Paulo Passos e a pianista Sara Cohen.
  3. Duas canções: “Vadeia cabocolinho” com a soprano Lia Salgado e Alceo Bocchino ao piano, e “Madrigal” com a soprano Maria Lúcia Godoy e o pianista Murilo Santos.
  4. Primeiro movimento do Concerto para violino e orquestra com o violinista Oscar Borgerth, a Orquestra Sinfônica Nacional e a regência de José Siqueira.
  5. “Toada” para cordas com o Brasil Quarteto da Rádio Roquette Pinto (João Daltro de Almeida e José Alves da Silva nos violinos, Nelson de Macedo na viola e Watson Clis no violoncelo).
  6. “Canto do Tabajara” com a Orquestra Filarmônica Norte/Nordeste e a regência de Aylton Escobar.
  7. Recitativo, ária e fuga para violoncelo e orquestra de cordas com o violoncelista Fábio Presgrave como solista da Camerata Fukuda e a regência de Celso Antunes.

 

Programa 30 – Dia 21 de fevereiro – Especial Carlos Perez (violão)

 

Recital do violonista chileno Carlos Perez no festival “Violão: 30 anos na UFRJ”, gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ no dia 6 de outubro de 2010.

 

  1. J. S. BACH – Suíte BWV 1010 (Prelúdio, Alemande, Courante, Sarabande, Bouree 1 e 2 e Giga).
  2. Julio SAGRERAS – “La elegante” (gavota) e “El Chana” (tango).
  3. Antonio LAURO – Três peças: Valsa Venezuelana, Romanza e Pasaje Aragueno.
  4. ANÔNIMO – Quatro canções populares chilenas (arr: Carlos Perez): Tonada, Parabien, Entonacion e Cueca.
  5. Augustin BARRIOS – “Caazapa”.
  6. Antonio LAURO – “Seis por derecho”
  7. Abel FLEURY – “La flor de llanto”

 

Programa 31 – Dia 28 de fevereiro – Ópera “Rita” de Gaetano Donizetti

 

Legítimo exemplar do chamado bel-canto italiano a ópera cômica em um ato “Rita” de Gaetano Donizetti (1797-1848) foi escrita em 1841 mas estreada postumamente, em 1860 em Paris. A história gira em torno de uma espécie de triangulo amoroso inusitado entre Rita e seus dois maridos Gasparo e Beppe. A gravação ao vivo é com a soprano Adelina Scarabelli no papel de Rita, o tenor Pietro Ballo como Beppe e o barítono Alessandro Corbelli como Gasparo. A Orquestra de Câmara Siciliana é regida pelo maestro Federico Amendola.

Concertos UFRJ: José Siqueira

josesiqueira190
José Siqueira (1907-1985)

A obra de José Siqueira (1907-1985), compositor, maestro e um dos grandes mestres da Escola de Música (EM), é esmiuçada na edição de Concertos UFRJ que foi ao ar em 14 de fevereiro, produzida por Caetano Araújo, aluno do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ (PPGM)

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110214|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

A obra de José Siqueira (1907-1985), compositor, maestro e um dos grandes mestres da Escola de Música (EM), é esmiuçada na edição de Concertos UFRJ que foi ao ar em 14 de fevereiro, produzida por Caetano Araújo, aluno do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ (PPGM). Resultado de um convênio da UFRJ com a emissora, a série Concertos UFRJ é veiculada toda segunda-feira, às 22h, pela rádio Roquette Pinto, na sintonia 94,1 FM. A condução do programa é de André Cardoso, docente da Escola e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

Filho de um mestre de banda que o iniciou em vários instrumentos, José de Lima Siqueira nasceu em 1907, em Conceição, no Vale do Piancó, alto sertão da Paraíba. Durante sua juventude, atuou em bandas de música em cidades do interior nordestino. Em 1927, incorporado às tropas recrutadas para combater a Coluna Prestes é transferido para o Rio de Janeiro. No mesmo ano, ingressa no Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ, onde estuda teoria musical com Paulo Silva, regência com Walter Burle-Marx, composição com Francisco Braga e piano com Luís Amabile. Tendo se formado com brilhantismo em composição e regência em 1936, um ano mais tarde obtém em concurso a cátedra de harmonia da mesma instituição.

 

Sua intensa atividade como regente e incentivador cultural começou no final dos anos 1930. Uma década depois, em 1940, Siqueira funda a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), a qual dirigiu por oito anos e teve papel importante na cena musical da então capital do país. Em 1946 cria a Sociedade Artística Internacional, que possibilitou a vinda ao Brasil de muitos regentes europeus e norte-americanos. Deve-se a ele também a Orquestra Sinfônica de Rio de Janeiro (1949), a Orquestra Sinfônica Nacional (1961), a Orquestra de Câmara do Brasil (1967), o Clube do Disco, a Ordem dos Músicos do Brasil (1960), além de ser um dos fundadores da Academia Brasileira de Música (ABM).

 

Como regente Siqueira conduziu orquestras importantes nos Estados Unidos, Canadá, França, Bélgica, Itália, Holanda e União Soviética. Em 1954 viaja a Paris para aperfeiçoamento, tendo estudado com Messiaen, Aubin Bigot e Chailley, e frequentado cursos durante dois anos na Sorbone. Aproveitou a estadia na Europa para realizar concertos em vários países e divulgar a música brasileira, quase sempre ao lado da sua esposa, o soprano Alice Ribeiro.

 

O catálogo de obras de Siqueira inclui mais de 300 títulos, em quase todos os gêneros – óperas, cantatas oratório, canções, sendo, porém, sua produção mais numerosa a de natureza orquestral. São 119 peças conhecidas para essa formação, além de grande quantidade de partituras para instrumentos e música de câmara.

 

Siqueira começou a compor por volta de 1933, seguindo um estilo neoclássico, mas em 1943 inclina-se para o nacionalismo musical e se estabelece como um dos principais defensores dessa tendência, tendo feito estudos de campo no nordeste do Brasil, em particular sobre a música afro-brasileira da Bahia. A partir dos anos 1950, desenvolve uma produção mais sofistica, baseada no sistema a que deu o nome de tri-modal e no uso de escalas penta-tônicas da música popular do nordeste e afro-brasileira, bem como no aproveitamento sistemático dos ritmos, harmonias e melodias dessas fontes.

 

Essas duas vertentes – a folclórica nordestina e a afro-brasileira – marcarão a produção do compositor. Seus concertos para violoncelo e violino estão escritos segundo os modos da música popular do nordeste. A ópera cómica A Compadecida (1959), sobre versos de Gianfrancesco Guarnieri, utiliza temas da região. Ao mesmo tempo, obras de fôlego elaboram material dos rituais afro-brasileiros. É o caso da cantata negra Xangô e do oratório fetichista Candomblé em 13 partes para orquestra sinfônica, seis solistas, dois coros a seis vozes, coro infantil, orquestra de percussão e texto em ioruba.

 

José Siqueira publicou vários livros didáticos e de divulgação.

 

Em 1969, no do processo de endurecimento do regime militar que se seguiu ao AI-5, foi aposentado compulsoriamente em razão de suas convicções políticas. Proibido de lecionar, gravar e reger no Brasil encontrou abrigo na União Soviética, aonde conduziu várias vezes a Filarmônica de Moscou. Também foi em Moscou que boa parte de sua produção foi editada.

 

Faleceu aos 78 anos, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 22 de abril de 1985.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Programação de Fevereiro

 

Programa 28 – Dia 7 de fevereiro – A música da América Latina 1


Programa dedicado à música da América Latina abordando inicialmente o período colonial, com exemplos da produção musical das colônias espanholas em países como Argentina, Perú, Guatemala e México nos séculos XVII e XVIII.

 

  1. ANÔNIMO (Peru, séc. XVII) – “Hanacpachap cussicuinin” (A felicidade do céu) hino processional em língua quechua com o conjunto Agrupacion Musica e a direção de Enzo Gieco.
  2. Thomas de TORREJON Y VELASCO (Espanha, 1644 – Lima [Peru], 1728)– Vilancico “Quatro plumages ayrosos” com a Cantoria da Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Buenos Aires e a direção de Jesús Gabriel Segade.
  3. José OREJON Y APARÍCIO (Peru, séc. XVII e XVIII) – Vilancico “A la Concepción de Nuestra Señora” com a Cantoria da Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Buenos Aires e a direção de Jesús Gabriel Segade.
  4. Domenico ZIPOLLI (Roma [Itália], 1688 – Córdoba [Argentina], 1726) – Courante para cravo com Antonio Carlos de Magalhães.
  5. Tomas PASCUAL (San Juan [Guatemala], 1595-1630) – Vilancico “Hoy es dia de placer” com o conjunto Agrupacion Musica e a direção de Enzo Gieco.
  6. Rafael Antonio CASTELLANOS (Santiago [Guatemala] ?-1791) – Vilancico “Ausente del alma” com o grupo Chatam Baroque.
  7. Ignácio JERUSALEM (Lecce [Itália], 1707 – Nova Espanha [México], 1769) – “Dixit Dominus” com o conjunto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.
  8. Manuel de ZUMAYA (México, 1678-1755) – “Solfa de Pedro” (1715) com o conjnto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.
  9. Manuel de ZUMAYA (México, 1678-1755) – “Celebren Publiquem” com o conjnto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.

 

Programa 29 – Dia 14 de fevereiro – Grandes mestres da Escola de Música IV: José Siqueira.


Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O quarto programa, produzido por Caetano Araújo, aluno do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ, será dedicado a José Siqueira (1907-1985) compositor paraibano cujas características sertanejas de sua obra trouxeram o nordeste para o centro da musica sinfônica brasileira.

 

  1. Segunda Cantiga para piano com Attilio Mastrogiovanni.
  2. Três Estudos para clarineta e piano com o clarinetista Paulo Passos e a pianista Sara Cohen.
  3. Duas canções: “Vadeia cabocolinho” com a soprano Lia Salgado e Alceo Bocchino ao piano, e “Madrigal” com a soprano Maria Lúcia Godoy e o pianista Murilo Santos.
  4. Primeiro movimento do Concerto para violino e orquestra com o violinista Oscar Borgerth, a Orquestra Sinfônica Nacional e a regência de José Siqueira.
  5. “Toada” para cordas com o Brasil Quarteto da Rádio Roquette Pinto (João Daltro de Almeida e José Alves da Silva nos violinos, Nelson de Macedo na viola e Watson Clis no violoncelo).
  6. “Canto do Tabajara” com a Orquestra Filarmônica Norte/Nordeste e a regência de Aylton Escobar.
  7. Recitativo, ária e fuga para violoncelo e orquestra de cordas com o violoncelista Fábio Presgrave como solista da Camerata Fukuda e a regência de Celso Antunes.

 

Programa 30 – Dia 21 de fevereiro – Especial Carlos Perez (violão)

 

Recital do violonista chileno Carlos Perez no festival “Violão: 30 anos na UFRJ”, gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ no dia 6 de outubro de 2010.

 

  1. J. S. BACH – Suíte BWV 1010 (Prelúdio, Alemande, Courante, Sarabande, Bouree 1 e 2 e Giga).
  2. Julio SAGRERAS – “La elegante” (gavota) e “El Chana” (tango).
  3. Antonio LAURO – Três peças: Valsa Venezuelana, Romanza e Pasaje Aragueno.
  4. ANÔNIMO – Quatro canções populares chilenas (arr: Carlos Perez): Tonada, Parabien, Entonacion e Cueca.
  5. Augustin BARRIOS – “Caazapa”.
  6. Antonio LAURO – “Seis por derecho”
  7. Abel FLEURY – “La flor de llanto”

 

Programa 31 – Dia 28 de fevereiro – Ópera “Rita” de Gaetano Donizetti

 

Legítimo exemplar do chamado bel-canto italiano a ópera cômica em um ato “Rita” de Gaetano Donizetti (1797-1848) foi escrita em 1841 mas estreada postumamente, em 1860 em Paris. A história gira em torno de uma espécie de triangulo amoroso inusitado entre Rita e seus dois maridos Gasparo e Beppe. A gravação ao vivo é com a soprano Adelina Scarabelli no papel de Rita, o tenor Pietro Ballo como Beppe e o barítono Alessandro Corbelli como Gasparo. A Orquestra de Câmara Siciliana é regida pelo maestro Federico Amendola.

Concertos UFRJ: A música da América Latina

america_latina190

Um passeio pela música colonial da América Espanhola é o convite da edição de Concertos UFRJ, que foi ao ar em sete de fevereiro. No programa, peças dos séculos XVI e XVII compostas em países como Peru, Argentina, Guatemala e México.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

{mp3}concerto20110207|230|25| 0{/mp3}
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .
mapa-america-latina230
{magnify}images/stories/noticias/mapa-america-latina900.jpg|Mapa do séc. XVI{/magnify}Mapa antigo (séc. XVI) da América Latina.

Um passeio pela música colonial da América Espanhola é o convite da edição de Concertos UFRJ, que foi ao ar em sete de fevereiro. No programa, peças dos séculos XVI e XVII compostas em países como Peru, Argentina, Guatemala e México. Resultado de um convênio da UFRJ com a emissora, a série Concertos UFRJ é veiculada toda segunda-feira, às 22h, pela rádio Roquette Pinto, na sintonia 94,1 FM. A condução do programa é de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

O termo “América Latina” foi usado pela primeira vez, em 1856, por Francisco Bilbao para diferenciar os processos de colonização levados a cabo na região das experiências anglo-saxônicas que se desenvolveram mais ao norte. No mesmo ano, foi adotado pelo escritor colombiano José María Torres Caicedo no poema Las dos Americas. Incongruências semânticas a parte, já que a expressão desconsidera as matrizes pré-colombianas e africanas, é certo que as formas socioeconômicas e os modos étnico-culturais que informam os países desta parte do continente resultam, em larga medida, da expansão ibérica.

 

Com a música não poderia ser diferente, pelo menos no que diz respeito à sua expressão de concerto. Ao serem instalados os primeiros centros urbanos, ela acompanhou os ofícios religiosos e animou as festividades cívicas e populares das comunidades que se iam estabelecendo. No início, produzida quase exclusivamente por europeus que vinham tentar a sorte aqui, logo a seguir, por compositores e músicos nativos, inclusive indígenas aculturados.

 

O resgate desse corpus ainda está em processo, mas aos poucos a crítica vem superando o eurocentrismo das análises apressadas e chamado atenção para a qualidade musical dessas obras, em geral, marcadas pelo barroco ibérico e imbuídas, não raro, do espírito da contrarreforma.

 

Um dos primeiros exemplos dessa produção é o hino processional “Hanacpachap cussicuinin” (A felicidade do céu), escrito em língua quéchua, idioma oficial do Império Inca e amplamente difundido na região andina. Apresentada em Concertos UFRJ, a obra é considerada a mais antiga peça polifônica das Américas. Ela aparece no Ritual Formulario e Institución de Curas (1631), tendo sido escrita por um indígena peruano, cujo nome se perdeu. Aliás, o Peru experimentou à época um importante desenvolvimento cultural que chegou a atrair talentos do Velho Mundo. É o caso de Thomas de Torrejo e Velasco (1644–1728), músico, organista e compositor, que nasceu na Espanha e migeou para a colônia em 1967, tendo sido nomeado mestre de capela da Catedral de Lima uma década depois. Sua obra representa o ápice do villancico – originalmente uma composição profana com estribilho de origem popular e harmonizada para quatro vozes que passou, mais tarde, a ser cantada nas festividades natalinas. Outro compositor importante, este natural do Peru, José de Orejón y Aparicio (1706?-1765), estudou com Torrejón y Velasco e, a seguir, com Roquete Ceruti, compositor milanês e introdutor na colônia do virreinato, o estilo musical do barroco tardio italiano. Foi organista e ocupou igualmente o cobiçado cargo de mestre de capela da catedral de Lima.

 

Já a obra de Domenico Zipoli (1688-1726) é expressão de outra experiência sociocultural: as missões jesuíticas que se estenderam pelo Chaco, região que compreende partes dos territórios paraguaio, boliviano, argentino e brasileiro. Zipoli nasceu na Itália, foi aluno de Alessandro Scarlatti e Bernardo Pasquini e, mais tarde, atuou em Roma como cravista e organista. Em 1717, ordenado, foi enviado para as reduções da América e se tornou um dos mais importantes músicos missionários.

 

A música da América Central também foi um importante nos primeiros séculos de colonização. O programa destaca as obras de Tomas Pascual (1595-1630) e Rafael Antonio Castellanos (c. 1725-1791). Pascual foi mestre de capela da catedral de San Joan na Guatemala e, acredita-se, autor da mais antiga obra musical das Américas com texto em espanhol – uma coleção de villancicos composta em 1600. Castellanos ingressou, em 1745, como violinista na orquestra da catedral da cidade de Santiago de Guatemala, assumindo posteriormente o cargo de mestre de capela.  De sua produção original, 176 obras foram resgatadas e catalogadas. Todas são vocais, para uma a oito vozes, com acompanhamento de dois violinos e baixo continuo e a presença ocasional de outros instrumentos. Além de música sacra, escreveu cantatas e villancicos.

 

É, porém, no México que tem lugar as experiências musicais mais avançadas. Dois compositores são particularmente relevantes. Ignacio de Jerusalem y Stella (c. 1707-1769), italiano de origem, atuou na Espanha durante anos, tendo sido contratado em 1742 violinista e diretor musical do Teatro Coliseu na capital mexicana. Nessa cidade ocupou o cargo de mestre de capela e produziu uma obra que supera algumas características mais pesadas do barroco e denuncia texturas homofônicas.  Mas é Manuel de Zumaya (1678-1755), compositor, organista e diretor de coro, o representante mais prolixo e, possivelmente, o mais importante músico mexicano da época. Ocupou, a partir de 1775, o cargo mestre de capela da Catedral do México, tendo sido o primeiro criollo a galgar tal posição, e, mais tarde, se transferiu para Oaxaca.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Programação de Fevereiro

 

Programa 28 – Dia 7 de fevereiro – A música da América Latina 1


Programa dedicado à música da América Latina abordando inicialmente o período colonial, com exemplos da produção musical das colônias espanholas em países como Argentina, Perú, Guatemala e México nos séculos XVII e XVIII.

 

  1. ANÔNIMO (Peru, séc. XVII) – “Hanacpachap cussicuinin” (A felicidade do céu) hino processional em língua quechua com o conjunto Agrupacion Musica e a direção de Enzo Gieco.
  2. Thomas de TORREJON Y VELASCO (Espanha, 1644 – Lima [Peru], 1728)– Vilancico “Quatro plumages ayrosos” com a Cantoria da Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Buenos Aires e a direção de Jesús Gabriel Segade.
  3. José OREJON Y APARÍCIO (Peru, séc. XVII e XVIII) – Vilancico “A la Concepción de Nuestra Señora” com a Cantoria da Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Buenos Aires e a direção de Jesús Gabriel Segade.
  4. Domenico ZIPOLLI (Roma [Itália], 1688 – Córdoba [Argentina], 1726) – Courante para cravo com Antonio Carlos de Magalhães.
  5. Tomas PASCUAL (San Juan [Guatemala], 1595-1630) – Vilancico “Hoy es dia de placer” com o conjunto Agrupacion Musica e a direção de Enzo Gieco.
  6. Rafael Antonio CASTELLANOS (Santiago [Guatemala] ?-1791) – Vilancico “Ausente del alma” com o grupo Chatam Baroque.
  7. Ignácio JERUSALEM (Lecce [Itália], 1707 – Nova Espanha [México], 1769) – “Dixit Dominus” com o conjunto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.
  8. Manuel de ZUMAYA (México, 1678-1755) – “Solfa de Pedro” (1715) com o conjnto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.
  9. Manuel de ZUMAYA (México, 1678-1755) – “Celebren Publiquem” com o conjnto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.

 

Programa 29 – Dia 14 de fevereiro – Grandes mestres da Escola de Música IV: José Siqueira.


Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O quarto programa, produzido por Caetano Araújo, aluno do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ, será dedicado a José Siqueira (1907-1985) compositor paraibano cujas características sertanejas de sua obra trouxeram o nordeste para o centro da musica sinfônica brasileira.

 

  1. Segunda Cantiga para piano com Attilio Mastrogiovanni.
  2. Três Estudos para clarineta e piano com o clarinetista Paulo Passos e a pianista Sara Cohen.
  3. Duas canções: “Vadeia cabocolinho” com a soprano Lia Salgado e Alceo Bocchino ao piano, e “Madrigal” com a soprano Maria Lúcia Godoy e o pianista Murilo Santos.
  4. Primeiro movimento do Concerto para violino e orquestra com o violinista Oscar Borgerth, a Orquestra Sinfônica Nacional e a regência de José Siqueira.
  5. “Toada” para cordas com o Brasil Quarteto da Rádio Roquette Pinto (João Daltro de Almeida e José Alves da Silva nos violinos, Nelson de Macedo na viola e Watson Clis no violoncelo).
  6. “Canto do Tabajara” com a Orquestra Filarmônica Norte/Nordeste e a regência de Aylton Escobar.
  7. Recitativo, ária e fuga para violoncelo e orquestra de cordas com o violoncelista Fábio Presgrave como solista da Camerata Fukuda e a regência de Celso Antunes.

 

Programa 30 – Dia 21 de fevereiro – Especial Carlos Perez (violão)

 

Recital do violonista chileno Carlos Perez no festival “Violão: 30 anos na UFRJ”, gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ no dia 6 de outubro de 2010.

 

  1. J. S. BACH – Suíte BWV 1010 (Prelúdio, Alemande, Courante, Sarabande, Bouree 1 e 2 e Giga).
  2. Julio SAGRERAS – “La elegante” (gavota) e “El Chana” (tango).
  3. Antonio LAURO – Três peças: Valsa Venezuelana, Romanza e Pasaje Aragueno.
  4. ANÔNIMO – Quatro canções populares chilenas (arr: Carlos Perez): Tonada, Parabien, Entonacion e Cueca.
  5. Augustin BARRIOS – “Caazapa”.
  6. Antonio LAURO – “Seis por derecho”
  7. Abel FLEURY – “La flor de llanto”

 

Programa 31 – Dia 28 de fevereiro – Ópera “Rita” de Gaetano Donizetti

 

Legítimo exemplar do chamado bel-canto italiano a ópera cômica em um ato “Rita” de Gaetano Donizetti (1797-1848) foi escrita em 1841 mas estreada postumamente, em 1860 em Paris. A história gira em torno de uma espécie de triangulo amoroso inusitado entre Rita e seus dois maridos Gasparo e Beppe. A gravação ao vivo é com a soprano Adelina Scarabelli no papel de Rita, o tenor Pietro Ballo como Beppe e o barítono Alessandro Corbelli como Gasparo. A Orquestra de Câmara Siciliana é regida pelo maestro Federico Amendola.

“Dido e Enéas” em Concertos UFRJ

purcellc
Purcell  inaugura a ópera nacional inglesa

Uma das mais importantes obras do período barroco, Dido e Enéas, ópera em três atos de Henry Purcell, foi apresentada na íntegra na edição especial de Concertos UFRJ, veiculada em 31 de janeiro.

Uma das mais importantes obras do período barroco, Dido e Enéas, ópera em três atos de Henry Purcell, foi apresentada na íntegra na edição especial de Concertos UFRJ, veiculada em 31 de janeiro. Resultado de um convênio da UFRJ com a emissora, a série Concertos UFRJ vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela rádio Roquette Pinto, na sintonia 94,1 FM. A condução do programa é de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

  {mp3}concerto20110131|230|25| 0{/mp3}
 
Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
Programas anteriores podem ser encontrados na seção .
   
  didoeeneas230
  {magnify}images/stories/noticias/didoeeneas1000.jpg|Banquete de Dido e Eneas{/magnify}Banquete de Dido e Eneas em manuscrito do século V.

Dido e Enéas é considerada a primeira ópera nacional inglesa, tendo sido a única escrita por Purcell (1659-1695), um dos maiores compositores britânicos de todos os tempos e mestre do barroco. Ainda que tenha vivido pouco, nos deixou um número expressivo de odes para coro e orquestra, cantatas, canções, hinos, serviços, sonatas de câmara e obras para teclado, além de mais de quarenta peças para música de cena. Henry Purcell alcançou em vida relativo prestígio. Foi nomeado, em 1679, organista da abadia de Westminster e da Chapel Royal, em 1682, além de ocupar cargos importantes em várias instituições musicais londrinas.

 

A ópera foi escrita, em 1689, para o internato feminino Josias Priest, de Chelsea, Londres, a partir de um libretto de Nahum Tate (1652-1715), poeta e dramaturgo inglês. O enredo segue a história de amor entre a lendária rainha de Cartago, Dido, e o refugiado troiano Enéas, narrada no livro IV da Eneida de Virgílio. Quando o mítico herói e sua tropa naufragam em Cartago, ele e a rainha se enamoram. Mas, por inveja, as bruxas conspiram contra os amantes e convencem Enéas a partir, pois seu destino, traçado pelos deuses, é o de fundar uma nova Tróia, a cidade de Roma. Enéas, mesmo blasfemando contra a inclemência dos deuses, aceita seguir viagem e comunica a Dido que partirá naquela manhã. A rainha, esmagada pela dor, imola-se, apesar de Enéas, comovido e mudando o desígnio, afirmar preferir enfrentar a cólera dos deuses a abandoná-la.

 

A partitura é uma obra-prima de concisão e uma modelo para toda ópera de bolso: a orquestra inclui cordas e contínuo, há uns poucos papéis principais e a duração dos seus três atos não ultrapassa uma hora. Nela, Purcell incorporou tanto os desenvolvimentos da escola inglesa do século XVII, como influências musicais continentais. Combina, por exemplo, danças e coros, elementos próprios da tradição francesa, com árias que seguem em geral os modelos das óperas barrocas italianas. Os recitativos, por seu turno, a cavaleiro das tradições francesas e italianas, nada têm de artificial – são livres, melódicos e plasticamente moldados ao texto.

 

A abertura é francesa: um adágio solene inicial dá lugar a uma seção mais animada que introduz a cena. Já os coros homofónicos construídos com base em ritmos de dança, recordam os de Lully, assim como o minueto do coro Fear não danger to ensue (“Não temas os perigos que possam vir”). No entanto, cabe salientar a melodia tipicamente inglesa de Pursue thy conquest, Love (“Persegue tua conquista, Amor”) e a do coro Come away, fellow sailors (“Vinde, camaradas de marinheiros”), no início do terceiro ato. Esta alegre e singela canção marinheira carrega evidente matiz popular.

 

Algumas árias da ópera foram construídas sobre um baixo ostinato. A última delas, e a mais importante, é o famoso lamento de Dido: When I am laid in earth (“Quando eu descer à terra”), uma das mais tocantes de todo repertório lírico. Nela, além do ostinato, os intervalos descendentes e as harmonias com retardos intensificam o infortúnio da rainha.

 

O coro final, With drooping wings (“Com asas caídas”) parece inspirado no de Vénus and Adonis, de Blow – de quem Purcell foi, aliás, discípulo. Possui forte caráter elegíaco, sugerido pelo uso de escalas menores descendentes e pelas impressionantes pausas após a expressão “never part” (“nunca parta”).

 

Na versão transmitida, Ann Murray encarna o papel de Dido, Anton Schartinger o de Enéas, Rachel Yakar é Belinda, Trundeliese Schmidt, a Feiticeira, Elisabeth von Magnus e Helrun Gardow são as Bruxas, Paul Esswood, o Espírito e Josef Köstlinger, o Marinheiro. Participa também da montagem o Coro Arnold Schoenberg, dirigido por Erwin Ortner, e Nikolaus Harnoncourt rege o Concentus Musicus de Viena.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Sinopse de Dido e Enéas

 

Personagens

 

didoeenasb

 

Dido, rainha de Cartago, Soprano.

Belinda, irmã de Dido, Soprano.

Segunda Mulher, Soprano.

Feiticeira, Mezzo-soprano.

Primeira e Segunda Bruxa, Soprano.

Espírito, Mezzo-soprano.

Enéas, príncipe troiano, Tenor.

Um Marinheiro, Soprano ou Tenor.

 

Cortesãos, Marinheiros, Bruxas, Coro, Ballet.

Fúrias, Cupidos, Ballet

     

 

A ação desenrola em Cartago, em época mitológica.

 

Ato I

 

Tudo decorre no Palácio Dido. A rainha conversa com Belinda, sua irmã, sobre o amor que sente por Enéas. Ela o ama e, apesar de acreditar que o casamento com ele traria paz ao reino, suspeita que possa enfraquecê-la como soberana. Belinda retruca que, com as núpcias, Cartago estará segura e Tróia revivera, pois Enéas também a ama. O coro comenta a cena. Enéas entra. No primeiro momento é recebido com frieza, mas Dido acaba cedendo ao amor e o aceita.

 

Ato II

 

Cena 1. A ação desenvolve-se numa gruta. Uma feiticeira trama a destruição de Cartago e de sua rainha e, para isso, convoca o conluio das bruxas. Ela planeja se disfarçar como Mercúrio, mensageiro dos deuses, e lembrar Enéas a ordem de Júpiter de regressar a Itália. O coro se junta às bruxas com comentários e gritos terríveis que evocam uma tempestade. Na dança das Fúrias que encerra a cena as bruxas desaparecem em um trovão.

 

Cena 2. Depois da tormenta, Enéas e seus homens descansam em uma clareira. As bruxas se lançam sobre eles, que se dispersam, deixando-o sozinho. O Espírito da Feiticeira, sob a máscara de Mercúrio, ordena que obedeça aos desígnios de Júpiter e, imediatamente, retome a viagem. Enéas resiste, pergunta como Dido poderá suportar destino tão atroz: amada em um dia, abandonada em outro. Finalmente, se rende.

 

Ato III

 

Cena 1. A ação produz-se no porto de Cartago onde estão sendo feitos os preparativos para levantar âncoras. Ouve-se um coro de marinheiros. A feiticeira trama ainda mais desgraças: Dido deverá morrer, Cartago arder em chamas e os intrépidos troianos naufragarem. A dança das bruxas encerra a cena.

 

Cena 2. No Palácio, a rainha lamenta o destino. Enéas surge para explicar-lhe os motivos da sua partida, mas Dido recusa-os. Enéas comovido muda de opinião e decide permanecer em Cartago, mesmo contra a vontade dos deuses. A rainha o rejeita ainda uma vez mais, por ter pensado em deixá-la e o expulsa. Após a sua saída canta o famoso lamento de Dido. Por fim, se mata. Cupidos surgem entre as nuvens e vigiam seu túmulo, enquanto o coro encerra a ópera.

 

A partitura pode ser encontrada aqui e o libretto original em nos respectivos links.

    Programação de Fevereiro

     

    Programa 28 – Dia 7 de fevereiro – A música da América Latina 1

     

     

    Programa dedicado à música da América Latina abordando inicialmente o período colonial, com exemplos da produção musical das colônias espanholas em países como Argentina, Perú, Guatemala e México nos séculos XVII e XVIII.

     

    1. ANÔNIMO (Peru, séc. XVII) – “Hanacpachap cussicuinin” (A felicidade do céu) hino processional em língua quechua com o conjunto Agrupacion Musica e a direção de Enzo Gieco.
    2. Thomas de TORREJON Y VELASCO (Espanha, 1644 – Lima [Peru], 1728)– Vilancico “Quatro plumages ayrosos” com a Cantoria da Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Buenos Aires e a direção de Jesús Gabriel Segade.
    3. José OREJON Y APARÍCIO (Peru, séc. XVII e XVIII) – Vilancico “A la Concepción de Nuestra Señora” com a Cantoria da Basílica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Buenos Aires e a direção de Jesús Gabriel Segade.
    4. Domenico ZIPOLLI (Roma [Itália], 1688 – Córdoba [Argentina], 1726) – Courante para cravo com Antonio Carlos de Magalhães.
    5. Tomas PASCUAL (San Juan [Guatemala], 1595-1630) – Vilancico “Hoy es dia de placer” com o conjunto Agrupacion Musica e a direção de Enzo Gieco.
    6. Rafael Antonio CASTELLANOS (Santiago [Guatemala] ?-1791) – Vilancico “Ausente del alma” com o grupo Chatam Baroque.
    7. Ignácio JERUSALEM (Lecce [Itália], 1707 – Nova Espanha [México], 1769) – “Dixit Dominus” com o conjunto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.
    8. Manuel de ZUMAYA (México, 1678-1755) – “Solfa de Pedro” (1715) com o conjnto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.
    9. Manuel de ZUMAYA (México, 1678-1755) – “Celebren Publiquem” com o conjnto Chanticler, a Chanticler Sinfonia e a direção de Joseph Jennings.

     

    Programa 29 – Dia 14 de fevereiro – Grandes mestres da Escola de Música IV: José Siqueira.

     

     

    Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O quarto programa, produzido por Caetano Araújo, aluno do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ, será dedicado a José Siqueira (1907-1985) compositor paraibano cujas características sertanejas de sua obra trouxeram o nordeste para o centro da musica sinfônica brasileira.

     

    1. Segunda Cantiga para piano com Attilio Mastrogiovanni.
    2. Três Estudos para clarineta e piano com o clarinetista Paulo Passos e a pianista Sara Cohen.
    3. Duas canções: “Vadeia cabocolinho” com a soprano Lia Salgado e Alceo Bocchino ao piano, e “Madrigal” com a soprano Maria Lúcia Godoy e o pianista Murilo Santos.
    4. Primeiro movimento do Concerto para violino e orquestra com o violinista Oscar Borgerth, a Orquestra Sinfônica Nacional e a regência de José Siqueira.
    5. “Toada” para cordas com o Brasil Quarteto da Rádio Roquette Pinto (João Daltro de Almeida e José Alves da Silva nos violinos, Nelson de Macedo na viola e Watson Clis no violoncelo).
    6. “Canto do Tabajara” com a Orquestra Filarmônica Norte/Nordeste e a regência de Aylton Escobar.
    7. Recitativo, ária e fuga para violoncelo e orquestra de cordas com o violoncelista Fábio Presgrave como solista da Camerata Fukuda e a regência de Celso Antunes.

     

     

    Programa 30 – Dia 21 de fevereiro – Especial Carlos Perez (violão)

     

    Recital do violonista chileno Carlos Perez no festival “Violão: 30 anos na UFRJ”, gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ no dia 6 de outubro de 2010.

     

    1. J. S. BACH – Suíte BWV 1010 (Prelúdio, Alemande, Courante, Sarabande, Bouree 1 e 2 e Giga).
    2. Julio SAGRERAS – “La elegante” (gavota) e “El Chana” (tango).
    3. Antonio LAURO – Três peças: Valsa Venezuelana, Romanza e Pasaje Aragueno.
    4. ANÔNIMO – Quatro canções populares chilenas (arr: Carlos Perez): Tonada, Parabien, Entonacion e Cueca.
    5. Augustin BARRIOS – “Caazapa”.
    6. Antonio LAURO – “Seis por derecho”
    7. Abel FLEURY – “La flor de llanto”

     

    Programa 31 – Dia 28 de fevereiro – Ópera “Rita” de Gaetano Donizetti

     

     

    Legítimo exemplar do chamado bel-canto italiano a ópera cômica em um ato “Rita” de Gaetano Donizetti (1797-1848) foi escrita em 1841 mas estreada postumamente, em 1860 em Paris. A história gira em torno de uma espécie de triangulo amoroso inusitado entre Rita e seus dois maridos Gasparo e Beppe. A gravação ao vivo é com a soprano Adelina Scarabelli no papel de Rita, o tenor Pietro Ballo como Beppe e o barítono Alessandro Corbelli como Gasparo. A Orquestra de Câmara Siciliana é regida pelo maestro Federico Amendola.

    Concertos UFRJ: Música de Câmara

    camara190

    O repertório de câmara, um dos gêneros mais importantes da música de concerto, foi o tema da edição de Concertos UFRJ, veiculada no dia 24 de janeiro. No programa, obras de Haydn, Villa-Lobos, Vera Brandão e Poulec.

     

    podcast

    Ouça aqui o programa: 

    {mp3}concerto20110124|230|25| 0{/mp3}
    Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

    Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

    O repertório de câmara, um dos gêneros mais importantes da música de concerto, foi o tema da edição de Concertos UFRJ, veiculada no dia 24 de janeiro. No programa, obras de Haydn, Villa-Lobos, Vera Brandão e Poulec. Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

     

    A expressão música de câmara denota usualmente peças escritas para pequenos conjuntos instrumentais e destinadas à execução em salas de concerto menores e para platéias reduzidas. O gênero ganhou impulso significativo com o classicismo. Entre quartetos de cordas, sonatas e obras para vários tipos de conjuntos com ou sem piano, a diversidade da criação no final do século XVIII é impressionante. O público consumidor deste tipo de música incluía tanto a aristocracia como a burguesia culta, sendo as cortes e os salões em voga os espaços privilegiados para sua audição.

     

    Com o tempo se acumulou um sofisticado e vasto repertório e se desenvolveu uma série de formações instrumentais e tímbricas características. Nessa trajetória, cabe lugar de destaque o austríaco Joseph Haydn (1732-1809), mestre do classicismo vienense e compositor intensamente profícuo. Haydn tem sido apontado como o responsável pela consolidação de formações, hoje tradicionais, como trio com piano, para a qual escreveu 45 peças, e quarteto de cordas, a qual dedicou nada menos do que 68 partituras – uma produção não só volumosa, mas de elevado nível de sofisticação e requintada expressão artística. O programa apresenta o Trio em sol maior para violino, violoncelo e piano H. XV no. 25, dos mais conhecidos do compositor, cujo subtítulo “Cigano”, deriva do último movimento, um Rondo all’Ongarese, inspirado na música popular húngara que Haydn conheceu quando a serviço do príncipe Eszterházy, seu patrono.

     

    Bem distante das preocupações clássicas, o Sexteto Místico de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) adota uma formação inusitada: flauta, oboé, saxofone, harpa, celesta e violão. Composta em 1917, nele transparece a influência do impressionismo francês e é evidente a busca por horizontes mais amplos do que os oferecidos pelo romantismo, que se expressa de forma contundente na adoção da harpa, do violão e da celesta como instrumentos harmônicos em detrimento do piano.

     

    A terceira obra apresentada por Concertos UFRJ foi o Duo para oboé e violoncelo de José Vieira Brandão (1911-2002). Formado no Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ, a trajetória de Brandão está intimamente vinculada ao nacionalismo de Villa-Lobos, do qual foi assistente no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico e primeiro intérprete de várias de suas obras.

     

    O programa se encerra com o Sexteto para piano, flauta, oboé, clarineta, fagote e trompa de Francis Poulenc (1899-1963), compositor francês que integrou o chamado Grupo dos Seis (Les Six). Inspirados em Erik Satie e Jean Cocteau e na contramão das experiências das vanguardas e dos modernismos, esses autores propunham o regresso à melodia, ao contraponto e ao sistema total, além de valorizarem a precisão, a simplicidade e a concisão.

     

    As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

     

    Programação de Janeiro

     

     

    Programa 23 – Dia 3 de janeiro – Cenas de ballet

     

    Em seu primeiro programa de 2011 Concertos UFRJ abordará a música para ballet apresentando uma seleção de trechos de alguns dos grandes clássicos da dança.

     

    1. Adolphe ADAM (1803-1856) – Grande Pas de Deux de Gisele e Albrecht e final do segundo ato do ballet “Gisele” com solo de viola de Alec Taylor, a Orquestra Sinfônica de Londres e a regência de Michael Tilson Thomas.
    2. CHOPIN / GLAZUNOV – Integral do ballet “Les Sylphides” na versão de Roy Douglas com a Orquestra Filarmônica de Roterdam e a regência de David Zinman.
    3. Leo DELIBES (1831-1891) – Abertura e Valsa do primeiro ato e Pas de Deux e final do terceiro ato do ballet “Coppelia” com solo de viola de John Brearley, a Orquestra do Royal Opera House de Londres e a regência de Mark Elmer.

     

    Programa 24 – Dia 10 de janeiro – Grandes mestres da Escola de Música III: César Guerra-Peixe.

     

    Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O terceiro programa será dedicado a César Guerra-Peixe (1914-1993)  compositor petropolitano que juntou música de concerto e música popular numa obra de personalidade que o alçou à posição de um dos grandes nomes do nacionalismo musical brasileiro.

     

    1. Suíte para orquestra de cordas (1949) com a Orquestra Sinfônica Nacional e a regência de Guido Mansuino. Movimentos: Maracatú, Pregão, Modinha e Frevo.
    2. Ponteado (1955) com a Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina e a regência de Norton Morozowicz.
    3. Cânticos Serranos no. 4 (1976) sobre textos do poeta Raul de Leoni (“Prudência” e “Vivendo”) na interpretação do barítono Inácio de Nonno e da pianista Laís Figueiró.
    4. Série Xavante para coro a capella (1972) com o Madrigal Renascentista e a direção de Afrânio Lacerda.
    5. Concertino para violino e orquestra de câmara (1972) com o violinista Ricardo Amado, a Orquestra Experimental da Universidade Federal de Ouro Preto e a regência de Silvio Viegas.
    6. Roda de Amigos (1979) com Curt Schroeter (flauta), Martin Schuring (oboé), José Botelho (clarineta) e Aloysio Fagerlande (fagote), a Orquestra do 16o. Festival de Música de Londrina e a regência de Norton Morozowicz.

      Programa 25 – Dia 17 de janeiro – A quatro mãos

       

      Programa dedicado ao repertório para piano a quatro mãos, formação camerística que ganhou impulso na segunda metade do século XVIII e que se firmou durante o século XIX a partir do desenvolvimento técnico e aumento na extensão do instrumento.

       

      1. Franz SCHUBERT (1797-1828) – Fantasia em Fá menor D. 940 com o Duo Kontarsky, formado pelos irmãos Alfons e Aloys Kontarsky.
      2. Gabriel FAURÉE (1845-1924) – Suite Dolly op. 56, em seis pequenos movimentos, com o Duo formado por Celina Szrvinsk e Miguel Rosselini.
      3. Maurice RAVEL (1876-1946) – Suite “Ma Mère l’oye” (Mamãe Ganso)  em cinco movimentos (“Pavana da Bela Adormecida”; “O pequeno Polegar”; “A Imperatriz dos pagodes”; “Conversas entre a Bela e a Fera” e “Jardim Feérico”) com o Duo Celina Szrvinsk e Miguel Rosselini.
      4. Francisco MIGNONE (1897-1986) – “Lundu, para piano a quatro mãos” com o Duo Bretas-Kevorkian formado pelas pianistas Patrícia Bretas e Josiane Kevorkian.

       

      Programa 26 – Dia 24 de janeiro – Música de Câmara

       

      A música de câmara é um dos gêneros mais importantes na música de concerto e requer do músico que a pratica, além do amplo domínio de seu instrumento, uma interação completa com os demais integrantes do conjunto, seja um duo até as formações camerísticas mais numerosas. Apresentaremos em Concertos UFRJ todo mês obras de câmara para as mais variadas formações, desde as tradicionais como os duos e trios com piano, quarteto de cordas, quinteto de sopros, entre outros, até as formações menos usuais com as mais variadas combinações instrumentais.

       

      1. Joseph HAYDN (1732-1809) – Trio em sol maior “Cigano” para violino, violoncelo e piano H. XV no 25 com o Trio Beaux Arts.
      2. Heitor VILLA-LOBOS (1887-1959) – Sexteto Místico com Antônio Carlos Carrasqueira na flauta, Luis Carlos Justi no oboé, Dilson Florêncio no saxofone, Cristina Braga na harpa, Maria Teresa Madeira na celesta e Turíbio Santos no violão.
      3. José VIEIRA BRANDÃO (1911-2002) – Duo para oboé e violoncelo com James Ryon (oboé) e Regina Mushabac (violoncelo).
      4. Francis POULENC (1899-1963) – Sexteto para piano, flauta, oboé, clarineta, fagote e trompa com Pascal Roge (piano), Patrick Galois (flauta), Maurice Bourgue (oboé), Michael Portal (clarineta), Amaury Wallez (fagote) e André Cazalet (trompa).

       

      Programa 27 – Dia 31 de janeiro – Ópera “Dido e Enéas”

       

      A partir de janeiro apresentaremos na última segunda-feira de cada mês uma ópera. Serão apresentados óperas integrais ou eventualmente trechos selecionados com as árias e conjuntos mais importantes. Abriremos a série com a ópera barroca “Dido e Enéas” do compositor inglês Henry PURCELL (1659-1695). A versão será dos seguintes intérpretes: Ann Murray no papel de Dido, Anton Schartinger como Enéas, Rachel Yakar como Belinda, Trundeliese Schmidt como Feiticeira, Elisabeth von Magnus e Helrun Gardow como as Bruxas, Paul Esswood como Espírito, Josef Köstlinger como Marinheiro, o Coro Arnold Schoenberg dirigido por Erwin Ortner, o Concentus Musicus de Viena e a regência de Nikolaus Harnoncourt.

      Concertos UFRJ: A quatro mãos

      pianoaquatromaos190

      Um passeio através do rico repertório para piano a quatro mãos é o convite da vigésima-quinta edição de Concertos UFRJ, que foi ao ar no dia 17 de janeiro.

       

      podcast

      Ouça aqui o programa: 

      {mp3}concerto20110117|230|25| 0{/mp3}
      Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

      Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

      Um passeio através do rico repertório para piano a quatro mãos é o convite da vigésima-quinta edição de Concertos UFRJ, que foi ao ar no dia 17 de janeiro. Apresentado por André Cardoso, docente e diretor da Escola de Música (EM), o programa é resultado de uma parceria da UFRJ com a Roquette Pinto e é veiculado toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

       

      Os primeiros pianofortes, ou apenas pianos, forma abreviada como são mais conhecidos, foram fabricados em 1698 por Bartolomeo Cristofori, encarregado de instrumentos da corte dos Médici em Florença que o chamou de gravecembalo col piano e forte (“cravo com suave e forte”). A característica de soar suave ou forte, conforme a pressão dos dedos sobre o teclado, o que conduz a uma vasta gama expressiva, assim como a possibilidade de produzir dez ou mais notas de uma vez, permite o instrumento executar praticamente qualquer tipo de música da tradição ocidental. Introspectivo ou expressivo, alegre ou triste, refinado ou burlesco não parece existir estado d’alma ou sentimento que não possa representar.

       

      As primeiras obras para teclado e dois executantes datam do início do séc. XVII e foram escritas por músicos ingleses, mas os frágeis instrumentos da época não permitiram maiores desenvolvimentos. No período clássico, quando o piano suplantou o cravo na preferência dos compositores, esse repertório ganha impulso, paralelamente ao desenvolvimento técnico do instrumento e ao aumento de sua extensão. São, porém, os músicos românticos, que fizeram do piano o meio privilegiado de expressão, que darão a esse tipo de peça um desenvolvimento extraordinário e farão dele uma das modalidades mais significativas da música de câmara.

       

      Certo é que formação oferece enormes desafios técnicos e expressivos. A edição de Concertos UFRJ destaca conjuntos de pianistas que dedicaram a carreira a enfrentá-los. O primeiro deles, o duo composto pelos irmãos alemães Alfons (1931) e Aloys Kontarsky (1932-2010), foi um dos mais aclamados do século passado e nos deixou inúmeras gravações magistrais. O duo Kontarsky executa a Fantasia em Fá menor D.940 de Franz Schubert (1797-1828), peça das mais emblemáticas do piano a quatro mãos.

       

      Já Celina Szrvinsk e Miguel Rosselini apresentam duas obras francesas da virada do séc. XIX para o XX – um momento pródigo para a produção destinada ao piano. E, ambas, tomam o universo infantil por referência: a Suite Dolly op. 56, em seis pequenos movimentos, de Gabriel Faurée (1845-1924), e a Suite “Ma Mère l’oye” (Mamãe Ganso), em cinco movimentos, de Maurice Ravel (1876-1946).

       

      Encerrando programa, uma mostra da produção brasileira: O lundu, para piano a quatro mãos, de Francisco Mignone (1897- 1986) na interpretação das pianistas Patrícia Bretas e Josiane Kevorkian.

       

      As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

       

      Programação de Janeiro

       

       

      Programa 23 – Dia 3 de janeiro – Cenas de ballet

       

      Em seu primeiro programa de 2011 Concertos UFRJ abordará a música para ballet apresentando uma seleção de trechos de alguns dos grandes clássicos da dança.

       

      1. Adolphe ADAM (1803-1856) – Grande Pas de Deux de Gisele e Albrecht e final do segundo ato do ballet “Gisele” com solo de viola de Alec Taylor, a Orquestra Sinfônica de Londres e a regência de Michael Tilson Thomas.
      2. CHOPIN / GLAZUNOV – Integral do ballet “Les Sylphides” na versão de Roy Douglas com a Orquestra Filarmônica de Roterdam e a regência de David Zinman.
      3. Leo DELIBES (1831-1891) – Abertura e Valsa do primeiro ato e Pas de Deux e final do terceiro ato do ballet “Coppelia” com solo de viola de John Brearley, a Orquestra do Royal Opera House de Londres e a regência de Mark Elmer.

       

      Programa 24 – Dia 10 de janeiro – Grandes mestres da Escola de Música III: César Guerra-Peixe.

       

      Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O terceiro programa será dedicado a César Guerra-Peixe (1914-1993)  compositor petropolitano que juntou música de concerto e música popular numa obra de personalidade que o alçou à posição de um dos grandes nomes do nacionalismo musical brasileiro.

       

      1. Suíte para orquestra de cordas (1949) com a Orquestra Sinfônica Nacional e a regência de Guido Mansuino. Movimentos: Maracatú, Pregão, Modinha e Frevo.
      2. Ponteado (1955) com a Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina e a regência de Norton Morozowicz.
      3. Cânticos Serranos no. 4 (1976) sobre textos do poeta Raul de Leoni (“Prudência” e “Vivendo”) na interpretação do barítono Inácio de Nonno e da pianista Laís Figueiró.
      4. Série Xavante para coro a capella (1972) com o Madrigal Renascentista e a direção de Afrânio Lacerda.
      5. Concertino para violino e orquestra de câmara (1972) com o violinista Ricardo Amado, a Orquestra Experimental da Universidade Federal de Ouro Preto e a regência de Silvio Viegas.
      6. Roda de Amigos (1979) com Curt Schroeter (flauta), Martin Schuring (oboé), José Botelho (clarineta) e Aloysio Fagerlande (fagote), a Orquestra do 16o. Festival de Música de Londrina e a regência de Norton Morozowicz.

        Programa 25 – Dia 17 de janeiro – A quatro mãos

         

        Programa dedicado ao repertório para piano a quatro mãos, formação camerística que ganhou impulso na segunda metade do século XVIII e que se firmou durante o século XIX a partir do desenvolvimento técnico e aumento na extensão do instrumento.

         

        1. Franz SCHUBERT (1797-1828) – Fantasia em Fá menor D. 940 com o Duo Kontarsky, formado pelos irmãos Alfons e Aloys Kontarsky.
        2. Gabriel FAURÉE (1845-1924) – Suite Dolly op. 56, em seis pequenos movimentos, com o Duo formado por Celina Szrvinsk e Miguel Rosselini.
        3. Maurice RAVEL (1876-1946) – Suite “Ma Mère l’oye” (Mamãe Ganso)  em cinco movimentos (“Pavana da Bela Adormecida”; “O pequeno Polegar”; “A Imperatriz dos pagodes”; “Conversas entre a Bela e a Fera” e “Jardim Feérico”) com o Duo Celina Szrvinsk e Miguel Rosselini.
        4. Francisco MIGNONE (1897-1986) – “Lundu, para piano a quatro mãos” com o Duo Bretas-Kevorkian formado pelas pianistas Patrícia Bretas e Josiane Kevorkian.

         

        Programa 26 – Dia 24 de janeiro – Música de Câmara

         

        A música de câmara é um dos gêneros mais importantes na música de concerto e requer do músico que a pratica, além do amplo domínio de seu instrumento, uma interação completa com os demais integrantes do conjunto, seja um duo até as formações camerísticas mais numerosas. Apresentaremos em Concertos UFRJ todo mês obras de câmara para as mais variadas formações, desde as tradicionais como os duos e trios com piano, quarteto de cordas, quinteto de sopros, entre outros, até as formações menos usuais com as mais variadas combinações instrumentais.

         

        1. Joseph HAYDN (1732-1809) – Trio em sol maior “Cigano” para violino, violoncelo e piano H. XV no 25 com o Trio Beaux Arts.
        2. Heitor VILLA-LOBOS (1887-1959) – Sexteto Místico com Antônio Carlos Carrasqueira na flauta, Luis Carlos Justi no oboé, Dilson Florêncio no saxofone, Cristina Braga na harpa, Maria Teresa Madeira na celesta e Turíbio Santos no violão.
        3. José VIEIRA BRANDÃO (1911-2002) – Duo para oboé e violoncelo com James Ryon (oboé) e Regina Mushabac (violoncelo).
        4. Francis POULENC (1899-1963) – Sexteto para piano, flauta, oboé, clarineta, fagote e trompa com Pascal Roge (piano), Patrick Galois (flauta), Maurice Bourgue (oboé), Michael Portal (clarineta), Amaury Wallez (fagote) e André Cazalet (trompa).

         

        Programa 27 – Dia 31 de janeiro – Ópera “Dido e Enéas”

         

        A partir de janeiro apresentaremos na última segunda-feira de cada mês uma ópera. Serão apresentados óperas integrais ou eventualmente trechos selecionados com as árias e conjuntos mais importantes. Abriremos a série com a ópera barroca “Dido e Enéas” do compositor inglês Henry PURCELL (1659-1695). A versão será dos seguintes intérpretes: Ann Murray no papel de Dido, Anton Schartinger como Enéas, Rachel Yakar como Belinda, Trundeliese Schmidt como Feiticeira, Elisabeth von Magnus e Helrun Gardow como as Bruxas, Paul Esswood como Espírito, Josef Köstlinger como Marinheiro, o Coro Arnold Schoenberg dirigido por Erwin Ortner, o Concentus Musicus de Viena e a regência de Nikolaus Harnoncourt.