Concertos UFRJ: a Música da Venezuela

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AloysioFagerlande
Dudamel e a Simon Bolívar: pon­ta de um iceberg musical mais profundo.

O programa Concertos UFRJ está de volta à música latino-americana, a qual já dedicou um especial em que foram apresentados compositores dos séc. XVIII e XIX. Mas agora, a edição do dia 24, visita a Venezuela, país com uma rica tradição e que desenvolve uma das mais bem sucedidas experiências de ensino musical.

O programa Concertos UFRJ está de volta à música latino-americana, a qual já dedicou um em que foram apresentados compositores dos séc. XVIII e XIX. Mas agora, a edição do dia 24, visita a Venezuela, país com uma rica tradição e que desenvolve uma das mais bem sucedidas experiências de ensino musical, hoje replicada em outros países, a Fundación del Estado para la Orquesta Nacional Juvenil de Venezuela (FESNOJIV) – mais conhecida simplesmente como “El Sistema”.

 

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Criado em 1975 pelo violinista e economista José Antonio Abreu, o Sistema conta hoje com 250 000 estudantes em toda a Venezuela, 90% deles oriundos de comunidades populares. Seus objetivos são predominantemente sociais – a música serve para ajudar crianças e adolescentes em situação precária –, mas o projeto também alcançou um notável sucesso artístico, formando artistas que tocam nas melhores orquestras do mundo – o celebrado maestro Gustavo Dudamel, atualmente titular da Filarmônica de Los Angeles, é um dos seus expoentes.

 

A FESNOJIV, por exemplo, sustenta a Orquestra Sinfônica da Juventude Venezuelana Simon Bolívar, a Orquestra Sinfônica Nacional Infantil e Juvenil da Venezuela, as orquestras sinfônicas infantis e juvenis de Caracas e de todo o território nacional, além de grupos corais e de câmara que surgiram no seio do Sistema.

 

Mas o Sistema é apenas a ponta do iceberg de uma rica tradição musical que remonta à colônia, da qual o programa apresenta três peças significativas.  “Margariteña”, de Inocente Carreño (1919), com o maestro Maximiniano Valdés a frente da Orquestra Simon Bolívar; e, com os mesmos intérpretes, a “Fuga Romántica”, escrita em 1950, por Juan Bautista Plaza (1898-1965). No entanto, o destaque é sem dúvida, a “Cantata Criolla”, de Antonio Estévez (1916-1988), mais importante obra musical venezuelana. Em três movimentos – I – Lento e cadencioso, II. Lento, tenebroso e III. Allegro vivo – é uma peça coral sinfônica de grande poder expressivo. Composta sobre o texto “Florentino, el que canto con el Diablo”, uma lenda popular recolhida e retrabalhada pelo poeta Alberto Arvelo Torrealba e publicada em suas “Glosas al Cancionero”, de 1940.

 

Na cantata, que estreou em 1954, sobressai o clima mágico e sobrenatural que entrelaça humano e divino, bem e mau, épico e dramático, com a força rítmica e expressiva do ethos venezuelano e, em larga medida, da América Hispânica. Os dois solistas, um tenor e um barítono, representam respectivamente Florentino e o Diabo. A gravação ouvida é com a Orquestra Simon Bolívar, tendo a frente o maestro Eduardo Mata, e como solistas Idwer Alvarez e William Alvarado. Participam ainda o Orfeão Universitário Simon Bolivar ea  Schola Cantorum de Caracas.

 

Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, Concertos UFRJ vão ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (audio sob demanda) da rádio. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: universo infantil

Reprodução
AloysioFagerlande
Ilustração de Contes de Ma Mère l’Oye, Perrault, por Gustave Doré.

Outubro é o tradicional mês das crianças e, aproveitando a ocasião, Concertos UFRJ dedicam uma edição a obras que exploraram o universo infantil. No programa peças de Bizet, Villa-Lobos e Ravel.

Outubro é o tradicional mês das crianças e, aproveitando a ocasião, Concertos UFRJ dedicam uma edição a obras que exploraram o universo infantil. No programa peças de Bizet, Villa-Lobos e Ravel. Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, a série vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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George Bizet é mais celebrado por sua Carmen, uma das mais encenadas óperas do repertório mundial. No entanto, foi autor também de uma das primeiras peças inspiradas na temática infantil que se tem notícia na França – uma série de 12 miniaturas para piano a quatro mãos, escrita em 1871, que intitulou Jeux d’enfants (Jogos Infantis), das quais orquestrou cinco delas dois anos mais tarde. Os números desta suíte, que alcançou grande popularidade, são Marche; Berceuse; Impromptu (Improviso), que corresponde à miniatura La toupie; Duo, originalmente Petit mari, petite femme; e Galop (Galope), de Le Bal. Na versão veiculada o maestro japonês Seiji Ozawa rege a Orquestra Nacional da França.

 

No Brasil, não se pode deixar de mencionar Heitor Villa-Lobos, autor de várias obras inspiradas no imaginário popular e infantil, como o caso de suas deliciosas Cirandas e Cirandinhas para piano. O programa, porém, pinça uma preciosidade, o ballet Caixinha de Boas Festas, escrito em 1932, quando o compositor retornava de sua primeira viagem à Europa, e dedicado ao maestro Walter Burle Marx, irmão do famoso paisagista. Única gravação disponível, Juan José Castro conduz a Orquestra Sinfônica de Roma.

 

De volta à França, mas agora a Maurice Ravel. Como no caso de Bizet, sua suíte Ma mère l’oye (Mamãe Gansa), inspirada em contos de fada escritos por Charles Perrault, Madame Leprince de Beaumont e Madame d’Aulnoy, foi retrabalhada diversas vezes pelo próprio autor. Baseada numa arquetípica personagem da literatura infantil francesa que arrebata as crianças com suas estórias incríveis, ela possui três versões principais: a primeira, origem da obra, foi escrita entre 1908 e 1910 para piano a quatro mãos; a segunda, de 1911, uma peça sinfônica; e a última, mais elaborada, um ballet coreografado por Jeanne Hugard em 1912 para o Théâtre des Arts, de Jacques Rouché. É esta, na interpretação da Sinfônica de Londres, com regência de Claudio Abadado, que o programa levou ao ar.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: Música de Câmara

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A edição desta semana de Concertos UFRJ reprisa programa originalmente veiculado em janeiro deste ano e dedicado a musica de câmara – um dos gêneros mais importantes da música de concerto.

A edição desta semana de Concertos UFRJ reprisa programa originalmente veiculado em janeiro deste ano e dedicado a musica de câmara – um dos gêneros mais importantes da música de concerto. Em destaque, obras de Haydn, Villa-Lobos, Vieira Brandão e Poulec. Resultado de um convênio da universidade com a Roquette Pinto, a série vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ)..

 

 

podcast

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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A expressão música de câmara denota usualmente peças escritas para pequenos conjuntos instrumentais e destinadas à execução em salas de concerto menores e para platéias reduzidas. O gênero ganhou impulso significativo com o classicismo. Entre quartetos de cordas, sonatas e obras para vários tipos de conjuntos com ou sem piano, a diversidade da criação no final do século XVIII é impressionante. O público consumidor deste tipo de música incluía tanto a aristocracia como a burguesia culta, sendo as cortes e os salões em voga os espaços privilegiados para sua audição.

 

Com o tempo se acumulou um sofisticado e vasto repertório e se desenvolveu uma série de formações instrumentais e tímbricas características. Nessa trajetória, cabe lugar de destaque o austríaco Joseph Haydn (1732-1809), mestre do classicismo vienense e compositor intensamente profícuo. Haydn tem sido apontado como o responsável pela consolidação de formações, hoje tradicionais, como trio com piano, para a qual escreveu 45 peças, e quarteto de cordas, a qual dedicou nada menos do que 68 partituras – uma produção não só volumosa, mas de elevado nível de sofisticação e requintada expressão artística. O programa apresenta o Trio em sol maior para violino, violoncelo e piano H. XV no. 25, dos mais conhecidos do compositor, cujo subtítulo “Cigano”, deriva do último movimento, um Rondo all’Ongarese, inspirado na música popular húngara que Haydn conheceu quando a serviço do príncipe Eszterházy, seu patrono.

 

Bem distante das preocupações clássicas, o Sexteto Místico de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) adota uma formação inusitada: flauta, oboé, saxofone, harpa, celesta e violão. Composta em 1917, nele transparece a influência do impressionismo francês e é evidente a busca por horizontes mais amplos do que os oferecidos pelo romantismo, que se expressa de forma contundente na adoção da harpa, do violão e da celesta como instrumentos harmônicos em detrimento do piano.

 

A terceira obra apresentada por Concertos UFRJ foi o Duo para oboé e violoncelo de José Vieira Brandão (1911-2002). Formado no Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ, a trajetória de Brandão está intimamente vinculada ao nacionalismo de Villa-Lobos, do qual foi assistente no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico e primeiro intérprete de várias de suas obras.

 

O programa se encerra com o Sexteto para piano, flauta, oboé, clarineta, fagote e trompa de Francis Poulenc (1899-1963), compositor francês que integrou o chamado Grupo dos Seis (Les Six). Inspirados em Erik Satie e Jean Cocteau e na contramão das experiências das vanguardas e dos modernismos, esses autores propunham o regresso à melodia, ao contraponto e ao sistema total, além de valorizarem a precisão, a simplicidade e a concisão.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Programa

 

  1. Joseph HAYDN (1732-1809) – Trio em sol maior “Cigano” para violino, violoncelo e piano H. XV no 25 com o Trio Beaux Arts.
  2. Heitor VILLA-LOBOS (1887-1959) – Sexteto Místico com Antônio Carlos Carrasqueira na flauta, Luis Carlos Justi no oboé, Dilson Florêncio no saxofone, Cristina Braga na harpa, Maria Teresa Madeira na celesta e Turíbio Santos no violão.
  3. José VIEIRA BRANDÃO (1911-2002) – Duo para oboé e violoncelo com James Ryon (oboé) e Regina Mushabac (violoncelo).
  4. Francis POULENC (1899-1963) – Sexteto para piano, flauta, oboé, clarineta, fagote e trompa com Pascal Roge (piano), Patrick Galois (flauta), Maurice Bourgue (oboé), Michael Portal (clarineta), Amaury Wallez (fagote) e André Cazalet (trompa).

Concertos UFRJ: fagote em CD, segunda parte

Foto: Ana Liao
AloysioFagerlande
Aloysio, projeto premiado pela Faperj.

O programa Concertos UFRJ dedica mais uma edição ao lançamento do CD “Música brasileira de concerto para fagote”. A iniciativa de Aloysio Fagerlande reúne sete peças em que o instrumento atua como solista à frente de orquestra de câmara, tenso sido contemplada com edital da Fundação de Apoio à Pesquisa Carlos Chagas do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em 2010.

O programa Concertos UFRJ dedica mais uma edição ao lançamento do CD “Música brasileira de concerto para fagote”.  A iniciativa de Aloysio Fagerlande reúne sete peças em que o instrumento atua como solista à frente de orquestra de câmara, tenso sido contemplada com edital da Fundação de Apoio à Pesquisa Carlos Chagas do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em 2010.

 

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O repertório do CD valoriza obras pouco conhecidas e compostas, exclusivamente, por músicos que tiveram, de alguma forma, trajetórias profissionais relacionadas à Escola de Música (EM). São professores, ex-professores e alunos da instituição que representam, nas sete composições do disco, diferentes estilos e épocas. “Nomes importantes da composição de música de concerto brasileira que passaram pela Escola de Música, como Francisco Braga, Francisco Mignone, José Siqueira e Mário Tavares estão presentes no disco, ao lado da geração atual, representada por Sérgio Di Sabbato, Eduardo Biato e Paulo Sérgio Santos”, resume Fagerlande.

 

Além dos compositores, todos os intérpretes estão vinculados à instituição – os músicos da Orquestra Sinfônica da UFRJ, formada por profissionais e alunos da Escola de Música, e os docentes Aloysio Fagerlande, professor do instrumento desde 1997; André Cardoso, professor de regência e maestro da Orquestra Sinfônica da UFRJ e atual diretor da Escola de Música; e Eduardo Monteiro, professor de flauta.

 

Aloysio Fagerlande foi aluno de Noël Devos na EM, a quem sucedeu como docente. Obteve o mestrado na mesma instituição e o doutorado na UniRio. Faz parte atualmente do Quinteto Villa-Lobos que tem um importante papel na divulgação da música de câmara brasileira. Realizou curso de aperfeiçoamento na classe de Gilbert Audin, na França, onde obteve o “Prix de Virtuosité”, em 1987, e com Gerald Corey, no Canadá, em 1994.

 

A edição de Concertos UFRJ veiculou três peças do CD. A primeira, a “Cantilena Nupcial, para Fagote e Quinteto de Cordas (1944)”, de Francisco Braga, mais antiga peça gravada, foi inicialmente escrita em 1944, para violino, violoncelo e órgão e transcrita pelo próprio autor para fagote solista e orquestra de cordas. A segunda, o “Concertino para Fagote e Orquestra de Câmara (1968)”, de José Siqueira, foi escrita em 1968 e dedicada a Noël Devos. Por fim, “Andanças”, composta especialmente para o CD por Paulo Sergio Santos. A interpretação reúne, além de Aloysio Fagerlande como solista, Felipe Prazeres e Denise Pedrassoli, violinos; Ivan Zandonadi, viola; Mateus Ceccato e Carlos Santoro, violoncelos; e Saulo Bezerra, contrabaixo.

 

Apresentadas no programa do dia 19 de setembro, do repertório do CD constam ainda o “Concertino para fagote e pequena orquestra (1957)”, de Francisco Mignone; o “Concertino para fagote e orquestra de cordas (2010)”, de Eduardo Biato; o “Concerto para Fagote e cordas (1997)”, de Sergio Di Sabbato; e o “Concertino para flauta, fagote e orquestra de cordas (1959)”, de Mario Tavares.

 

Ainda no universo do fagote Concertos UFRJ apresentaram outras performances de Aloysio Fagerlande: as “Bachianas Brasileiras”, no 6, de Heitor Villa-Lobos, 1938, com Antônio Carrasqueira, flauta; “Roda de amigos”, de Guerra Peixe, 1979, com Curt Schroeter, flauta; Martin Schuring, oboé; José Botelho, clarineta; e a Orquestra do 16o Festival de Música de Londrina sob a regência de Norton Morozowicz.

 

Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto,  Concertos UFRJ contam com a produção e apresentação de André Cardoso e vão ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

“A Volta do Estrangeiro”, de Felix Mendelssohn

Reprodução
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Mendelssohn, em retrato de 1839.

Die Heimkehr aus der Fremde, que pode ser traduzido por “A Volta do Estrangeiro”, ópera cômica em um ato de Felix Mendelssohn, é a atração da semana de Concertos UFRJ. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

Die Heimkehr aus der Fremde, que pode ser traduzido por “A Volta do Estrangeiro”, ópera cômica em um ato de Felix Mendelssohn, é a atração da semana de Concertos UFRJ. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

 

podcast

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Mendelssohn (1809-1847), que não deixou uma grande produção operística, compôs Die Heimkehr aus der Fremde durante sua primeira visita à Inglaterra, em 1829. Impedido de seguir viagem à Irlanda,  e retido na casa de um empresário amigo devido ao mau tempo, acabou concebendo a obra como uma homenagem às bodas de prata de seus pais. É uma opereta (ou Liederspiel) em um ato, não muito sofisticada do ponto de vista dramático, embora a música, que mostra alguma influência de Weber, seja bonita e bem construída. O libreto é de Karl Klingemann, poeta e amigo do compositor, que mais tarde também forneceria o texto para o oratório Elias. Despretensiosa no que diz respeito à forma, seus ensembles são simples e os sete números solo (exceto para Romanze da mãe) foram assinalados pelo compositor como Lieds (Canções).

 

A mãe de Mendelssohn sugeriu várias vezes que o filho publicasse a ópera, mas o compositor evitou fazê-lo, talvez pelo caráter familiar e reservado da ocasião para a qual fora escrita. Após a morte de Mendelssohn, porém, os familiares autorizaram a divulgação.

 

Apesar do caráter episódico da obra, resulta uma comédia divertida e repleta de truques inteligentes e agradáveis ao público. Sua estreia aconteceu privadamente, na casa dos Mendelssohn, em 26 de dezembro de 1829, para uma plateia de cerca de 120 pessoas. Paul, irmão do compositor, tocou na ocasião violoncelo, enquanto suas irmãs Fanny e Rebekka fizeram, respectivamente, os papéis da mãe de Hermann e de Lisbeth. A primeira apresentação pública aconteceria somente depois da morte do compositor, em 1851. Para esta ocasião, o crítico, dramaturgo e poeta Henry Fothergill Chorley fez uma tradução do libreto. O título dado por ele à versão, Son and Stranger, é às vezes o nome pelo qual a ópera é conhecida em países de língua inglesa.

 

A gravação veiculada tem nos papéis principais Helen Donath, Hanna Schwarz, Peter Scheier, Dietrich Fisher-Dieskau e Benno Kusche. O Coro e a Orquestra são as da Rádio de Munique e a regência de Heinz Wallberg.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Sinopse de Die Heimkehr aus der Fremde.

 

Ópera em um ato de Felix Mendelssohn sobre libreto de Karl Klingemann.

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Personagens

 

Schultz, delegado da aldeia, baixo
Hermann, seu filho, tenor
Mãe de Hermann, mezzo-soprano
Lisbeth, filha adotiva dos Schultz e prometida de Hermann, soprano
Kauz, um trapaceiro que se faz passar por Hermann, barítono

 

Coro, aldeões

 

A ação se passa numa aldeia.

 

Ato único

 

Na véspera do delegado da aldeia completar 50 anos de bons serviços, sua mulher lamenta a ausência do filho Hermann, alistado no exército há muitos anos. A filha adotiva e namorada de Hermann, Lisbeth, tenta consolá-la, procurando alegrá-la para a festa do dia seguinte. Ela, porém, também sente a falta do amado.

 

Já é noite quando o trapaceiro Kauz chega à aldeia. Ele se aproxima se Lisbeth e, espertamente, se informa de tudo, disfarçando-se em organizador da festa. Seu intuito é se passar por Hermann. Entretanto, este também chega à vila, e decide ficar incógnito até saber se seus pais o perdoaram por sua partida. Hermann se dá a conhecer apenas a Lisbeth, o que acaba frustrando os planos de Kauz. Ele pede à amada para não revelar a verdade até a festa.

 

O trapaceiro tenta perturbar o namoro dos jovens e, na chegada do delegado, insinua que há um vagabundo na vila rondando sua casa e sua pupila. Se faz passar por homem honesto e preocupado, ao mesmo tempo em que afirma conhecer Hermann. No entanto, a mãe não simpatiza com o forasteiro. A vila aguarda também a chegada do alistador do exército.

 

À noite, Hermann canta uma serenata para Lisbeth e é interrompido por Kauz, que se faz passar por guarda noturno. Hermann, que conhece o verdadeiro guarda, reage e sai. Quando Kauz tenta cantar uma serenata, o guarda o impede. Kauz se assusta, o delegado aparece e ao ver Kauz detido, acredita nele e manda soltá-lo.

 

Todos se recolhem e a madrugada cai sobre a aldeia. Com um intermezzo orquestral nasce o dia.

 

Chegam os convidados para a festa e Kauz finge ser Hermann. Este, porém, disfarçado de alistador do exército o ameaça com uma convocação forçada. Kauz, pressionado, revela sua verdadeira identidade. A seguir, é a vez de Hermann se fazer conhecer aos parentes e amigos, propondo casamento a Lisbeth e pedindo ao pai para não punir Kauz.

 

Um coro de aldeões, cantando a felicidade, encerra a obra.

Concertos UFRJ: fagote em CD

Foto: Divulgação
AloysioFagerlande
Aloysio Fagerlande lança CD dedicado à música brasileira para fagote.

O programa Concertos UFRJ recebeu na edição desta semana, dia 19, o fagotista Aloysio Fagerlande que está lançado o CD “Música brasileira de concerto para fagote”.

O programa Concertos UFRJ recebeu na edição desta semana, dia 19, o fagotista Aloysio Fagerlande que está lançado o CD “Música brasileira de concerto para fagote”. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Aloysio Fagerlande foi aluno de Noël Devos na EM, a quem sucedeu como professor. Obteve o mestrado na mesma instituição e o doutorado na UniRio. Faz parte atualmente do Quinteto Villa-Lobos que tem um importante papel na divulgação da música de câmara brasileira. Realizou curso de aperfeiçoamento na classe de Gilbert Audin, na França, onde obteve o “Prix de Virtuosité”, em 1987, e com Gerald Corey, no Canadá, em 1994.

 

O fagote é um instrumento pouco conhecido do grande público no Brasil, embora possua produção musicalmente interessante. Quantitativamente, não se pode compará-la ao do piano, do violino, ou mesmo ao da flauta dentre os sopros. No campo da música de câmara, a maioria dos compositores brasileiros já escreveu para o fagote, mas como instrumento solista à frente de uma orquestra, sua presença é menor.

 

O CD, que integra projeto de pesquisa desenvolvido por Aloysio contemplado com edital da Fundação de Apoio à Pesquisa Carlos Chagas do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em 2010, reúne obras para fagote solista de orquestra de câmara de compositores ligados à Escola de Música. São professores, ex-professores, e ex-alunos da Escola, cuja produção cobre um período de mais de sessenta anos e que exemplifica abordagens esteticamente diversificdas do instrumento.

 

Além de Fagerlande, a gravação conta com a Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), sob regência de André Cardoso, e a participação especial de Eduardo Monteiro, na flauta.

 

Concertos UFRJ veicularam quatro peças. São elas: o “Concertino para fagote e pequena orquestra (1957)”, de Francisco Mignone; o “Concertino para fagote e orquestra de cordas (2010)”, de Eduardo Biato; o “Concerto para Fagote e cordas (1997)”, de Sergio Di Sabbato; e o “Concertino para flauta, fagote e orquestra de cordas (1959)”, de Mario Tavares. Do repertório do CD consta ainda o “Concertino para Fagote e Orquestra de Câmara (1968)”, de José Siqueira; as “Andanças, para Fagote e cordas (2010)”, de Paulo Sergio Santos; e a “Cantilena Nupcial, para Fagote e Quinteto de Cordas (1944)”, de Francisco Braga.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ: Nelson Freire, segunda parte

Foto: Divulgação
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Especial dedicado ao pianista.

O programa Concertos UFRJ apresentou nesta segunda-feira, 12, a continuação do especial Nelson Freire, pianista brasileiro reconhecido internacionalmente.

O programa Concertos UFRJ apresentou nesta segunda-feira, 12, a continuação do especial Nelson Freire, pianista brasileiro reconhecido internacionalmente, que receberá no dia 15 de setembro o título de Doutor Honoris Causa da UFRJ.

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Distinção máxima oferecida pela instituição, o título que lhe será outorgado, em sessão solene do Conselho Universitário (Consuni), que começa às 18h no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música, é um reconhecimento pelo conjunto da sua produção e por sua contribuição as artes no País. Será a primeira honraria acadêmica de Nelson Freire que coleciona uma enorme – e justa – lista de homenagens e premiações, tendo sido o único pianista brasileiro incluído na série Great Pianists of the 20th Century lançada mundialmente pelo selo Phillips em 1999.

 

As suas gravações, aliás, têm merecido significativo destaque. Em 2001 assinou contrato de exclusividade com a Decca e o primeiro CD produzido, dedicado à obra Chopin, compositor pelo qual Nelson Freire manifesta especial predileção, obteve aprovação unânime da crítica musical internacional. Ele recebeu o “Diapason d’Or” da revista “Monde de la Musique”, a cotação máxima da revista “Répertoire” e foi indicada para o Grammy Awards de 2006. Já a sua performance nos 24 “Prelúdios” do músico polonês foi laureada com o Edison Award.

 

Sua gravação ao vivo dos dois concertos para piano de Brahms com a Orquestra do Concertgebouw de Amsterdã e regência de Riccardo Chailly merece uma menção a parte. Obteve os maiores prêmios da crítica especializada, entre eles o Grand Prix de l’Académie Charles Cros, o Classic FM Gramophone Awards (2007), o Grammy Awards de 2007 como a “Gravação do Ano”, o Diapason d’Or e o “Choc” du Monde de la Musique.

 

Concertos UFRJ apresentam duas dessas gravações memoráveis, ambas pelo selo Deca. A da “Barcarolle” Op. 60, de Chopin, incluída por Freire em seu segundo álbum dedicado aos “Estudos” do compositor polonês, e a da sua bela e premiada interpretação do Concerto no 2, para piano e orquestra, em Si Bemol Maior Op.83 de Brahms.

 

Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Peças do Programa

 

• Frédéric Chopin, Barcarolle, Op. 60.
• Johannes Brahms, Concerto no 2, para piano e orquestra, em Si Bemol Maior Op.83, com a Orquestra do Concertgebouw de Amsterdã e regência de Riccardo Chailly. Movimentos: Allegro non tropo, Allegro appassionato, Andante e Allegretto grazioso.

Concertos UFRJ: Nelson Freire

Foto: Divulgação
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Especial dedicado ao pianista.

O programa Concertos UFRJ dedica duas edições às extraordinárias interpretações de Nelson Freire, pianista brasileiro aclamado internacionalmente, que receberá dia 15 o título de Doutor Honoris Causa da UFRJ em sessão solene do Conselho Universitário, marcada para as 18h no Salão Leopoldo Miguez. Na primeira, que foi ao ar no dia 5 de setembro, Freire executa peças de Schumann, Debussy, Beethoven, Villa-Lobos e Chopin.

O programa Concertos UFRJ dedica duas edições às extraordinárias interpretações de Nelson Freire, pianista brasileiro aclamado internacionalmente, que receberá dia 15 de setembro o título de Doutor Honoris Causa da UFRJ em sessão solene do Conselho Universitário, marcada para as 18h no Salão Leopoldo Miguez. Na primeira, que foi ao ar no dia 5 de setembro, Freire executa peças de Schumann, Debussy, Beethoven, Villa-Lobos e Chopin. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

 

Um dos mais importantes músicos brasileiros das últimas décadas, Nelson Freire nasceu em 1944, em Boa Esperança, Minas Gerais, e começou a tocar piano com apenas três anos de idade, tendo realizado o primeiro recital com oito. Seus principais professores no Brasil foram Nise Obino e Lúcia Branco. Em 1957, com 12 anos, foi o sétimo colocado no Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, cujo júri era composto por Margherite Long, Guiomar Novaes e Lili Kraus, algumas das maiores pianistas do século XX. Em decorrência da sua participação, ganhou uma bolsa de aperfeiçoamento para estudar em Viena com Bruno Sidelhofer.

 

A carreira internacional começou em 1964 ao conquistar o primeiro lugar no Concurso Internacional de Piano Vianna da Motta em Lisboa e em Londres as medalhas de ouro Dinu Lipatti e Harriet Cohen. Esses sucessos abriram as portas das salas de concerto do mundo para o tímido e introvertido músico.

 

Como convidado, Freire tocou com as mais importantes orquestras do mundo. A lista é impressionante e inclui a Filarmônica de Berlin, a Filarmônica de Munique, a Orquestra da Rádio Bávara, a Orquestra Real do Concertgebouw de Amsterdã, a Filarmônica de Roterdã, a Sinfônica da Rádio da Dinamarca, a Tonhalle de Zurique, a Sinfônica de Viena, a Filarmônica Tcheca, a Orquestra da Suisse Romande, a Sinfônica e a Filarmônica de Londres, a Royal Philharmonic, a Sinfônica da BBC, a Orquestra de Paris, a Filarmônica da Rádio France, a Orquestra de Montreal e a Filarmônica de Israel. Nos Estados Unidos foi solista, entre outras, das orquestras das cidades de Utha, Baltimore, Boston, Chicago, Cleveland, Nova Iorque e Filadélfia.

 

No Brasil, Freire realiza com frequência recitais solos nos nossos espaços de concerto mais importantes e se apresenta como solista das grandes orquestras nacionais como a Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), a Sinfônica de Campinas, a Sinfônica de Santos, a Sinfônica de Ribeirão Preto, a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), a Orquestra Petrobrás Sinfônica, a Filarmônica de Minas Gerais, e as dos Teatros Municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo.

 

Nelson Freire gravou para os mais importantes selos clássicos como a Sony/CBS, Teldec, Philips e Deutsche Grammophon. Recentemente gravou os concertos para piano e orquestra de Liszt com a Dresden Philharmonic sob regência de Michel Plasson para a Berlin Classics. Em 2001 assinou contrato de exclusividade com a Decca e o primeiro CD produzido foi dedicado as obras de Chopin, que ganhou aclamação unânime da crítica internacional. A gravação recebeu o “Diapason d’Or” da revista “Monde de la Musique”, a cotação máxima da revista “Répertoire” e foi indicado para o Grammy Awards de 2006.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Peças do Programa

 

• Robert Schumann, Arabesque em Dó Maior, op. 18.
• Claude Debussy, Prelúdio no. 10, “A catedral submersa”, da Suite Bergamasque.
• Claude Debussy, “Clair de Lune”, da Suite Bergamasque.
• Ludwig van Beethoven, Sonata no. 31, op. 110.
• Heitor Villa-Lobos, Bachianas brasileiras, no. 3, para piano e orquestra, com Orquestra Sinfônica Brasileira sob regência de Isaac Karabtchevsky.
• Frédéric Chopin, Noturno 10, Op 32, no. 2.

A Hora Espanhola, de Ravel

Reprodução
MauriceRavel1912
Maurice Ravel, em foto de 1912.

A Hora Espanhola (“L’Heure espagnole”), deliciosa comédia musical em um ato para cinco solistas e orquestra, composta por Maurice Ravel em 1907, é a atração desta semana de Concertos UFRJ.

A Hora Espanhola (“L’Heure espagnole”), deliciosa comédia musical em um ato para cinco solistas e orquestra, composta por Maurice Ravel em 1907, é a atração desta semana de Concertos UFRJ. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, o programa conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

 

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Juntamente com o amigo Claude Debussy, Ravel (1875 – 1937) é considerado um dos principais representantes do impressionismo musical. Sua obra apresenta ademais um audaz estilo neoclássico e, às vezes, rasgos de expressionismo, sendo fruto de uma complexa herança e de inovações que revolucionaram a produção para piano e para orquestra.

 

Sua obra uniu a tradicional elegância francesa das formas a uma fantasia transbordante e a um colorido que lembram a música popular espanhola. A influência peninsular é marcante tanto em A Hora Espanhola, como em sua Rapsódia Espanhola (1907) e em seu famoso Bolero (1928).

 

Composta a partir de uma peça de Franc-Nohain (1872-1934), A Hora Espanhola é a primeira comédia musical (preferia esta denominação à ópera) de Ravel e, com pouco menos de uma hora de duração, estreou em 1911 no Opéra-Comique de Paris em um programa duplo com Thérèse, de Jules Massenet. Não granjeou então aplausos do público, sendo considera picante demais e, mesmo, “pornográfica”. Depois de uma temporada inicial de nove representações não foi reapresentada até ser montada novamente pela Ópera de Paris, em 1921, e depois nos Estados Unidos. Aos poucos, as restrições iniciais foram sendo superadas e suas qualidades reconhecidas.

 

A versão veiculada no programa traz Elizabeth Laurence, soprano, como Concepcion; Tibere Raffali, como Gonzalve; Michel Senechal, tenor, como Torquemada; Gino Quilico, barítono, como Ramiro; e François Loup, baixo, como Don Inigo Gomes. A orquestra é a Nouvel Philarmonique com regência de Armin Jordan.

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Sinopse de “L’Heure espagnole”.

 

Ópera em um ato de Maurice Ravel sobre libreto de Franc-Nohain.

capaahoraespanhola

Personagens

 

Concepcion, esposa de Torquemada, soprano.
Ramiro, arrieiro, tropeiro, isto é, guia de animais, barítono.
Torquemada, relojoeiro, tenor.
Gonzalve, bacharel e poeta, tenor.
Don Inigo Gomez, um banqueiro rico, barítono.

 

Não há coro.

 

A ação se passa em Toledo, no séc. XVIII. Toda intriga se desenvolve no atelier de Torquemada.

 

Ato único

 

Concepción, uma temperamental espanhola, está cansada do relojoeiro Torquemada, seu marido, que não lhe satisfaz mais os desejos. Ela o lembra que é dia de revisão dos relógios públicos da cidade e este se retira para dar conta do serviço.

 

A mulher pensa em aproveitar bem seu único dia de liberdade e convidou um admirador, o poeta Gonzalvo, para encontrá-la. Mas antes que apareça surge inesperadamente Ramiro – homem forte e atraente, porém com pouca experiência com as mulheres, que está atrás de Torquemada para que este conserte seu relógio de pulso e, em sua ausência, decide esperá-lo.

 

Concepción não sabe o que fazer e pede a Ramiro par levar ao primeiro andar um dos grandes relógios de pêndulo do estúdio. Surge Gonzalvo, mas nos poucos instantes que os amantes dispõem a sós o poeta gasta recitando versos intermináveis. Concepción frustrada, já que esperava algo mais ardente, ouve os passos de Ramiro descendo as escadas e esconde rapidamente o poeta em um grande relógio do marido. Sem saber o que fazer, acaba pedindo que suba o relógio, no qual está o amante, e traga o que há pouco havia levado. Ramiro, homem muito forte, não se opõe.

 

Enquanto observa Ramiro subindo, chega o gordo banqueiro Don Iñigo, que lhe faz uma declaração de amor. Quando Ramiro retorna, Concepcion não tem outra alternativa do que trancafiar também o enorme senhor no interior de um relógio Cuco. Ela pensa em trocar Gonzalvo por Iñigo, que, apesar de gordo e careca, é rico e parece ser um amante mais discreto. Pede então a Ramiro que leve o relógio Cuco a seu quarto e desça com o anterior, onde está Gonzalvo.

 

Ramiro levanta os relógios com impressionante facilidade, o que produz certa excitação em Concepción. Ele está de bom humor e se sente bem sendo admirado pela mulher. O clima de sedução se estabelece e Concepcion acaba por pedir desça o relógio Cuco do seu e, em seguida, sobe com Ramiro, que agora não carrega nenhum relógio.

 

Torquemada retorna e encontra o poeta e o banqueiro presos no interior dos relógios. Concepción e Ramiro descem as escadas e este usa novamente a força para livrar o banqueiro que, entalado, não conseguia sair do relógio em havia sido posto. Ágil nos negócios, aproveita a ocasião para vender a bom preço os relógios aos amantes da mulher.

 

Em um final jocoso, todos elogiam, ainda que por razões diversas, a força descomunal e a habilidade de Ramiro.

Francisco Braga em Concertos UFRJ

Reprodução
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Composições que primam pelo acabamento e  pela técnica.

A obra de Francisco Braga, que faz parte da geração de compositores brasileiros nascidos na segunda metade do séc. XIX e esteticamente filiados ao romantismo, é a atração desta semana de Concertos UFRJ.

A obra de Francisco Braga, que faz parte da geração de compositores brasileiros nascidos na segunda metade do séc. XIX e esteticamente filiados ao romantismo, é a atração desta semana de Concertos UFRJ. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, o programa conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM.

 

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Antônio Francisco Braga nasceu no Rio de Janeiro em 1868. Órfão de pai, a partir de 1876 foi aluno interno do Asilo dos Meninos Desvalidos, onde iniciou seus estudos musicais na clarineta e integrou a banda de música do educandário. Em 1883, Braga ingressou no Imperial Conservatório de Música. Ao terminar o curso foi nomeado, em 1887, professor do Asilo onde estudara.

 

Um grande impulso na sua carreira resultou da sua participação no Concurso para a escolha do que deveria ser o novo Hino Nacional Brasileiro, em 1890. O segundo lugar no concurso, que premiou o compositor Leopoldo Miguez, lhe valeu uma bolsa de estudos na Europa, onde se tornou aluno de Jules Massenet no Conservatório de Paris. De seu período de estudos na Europa são algumas de suas principais obras orquestrais, destacando-se os poemas sinfônicos “Paysage” e “Cauchemar”, compostos entre 1892 e 1895.

 

Em Dresden e Bayreuth, na Alemanha, Francisco Braga travou contato com a música de Richard Wagner. Sob a influência do mestre alemão, iniciou a composição de sua ópera “Jupira” cuja história se passa no interior de Minas Gerais e trata do trágico amor da índia Jupyra por Carlito. Uma história de caráter nacional envolta em uma linguagem nitidamente wagneriana.

 

De volta ao Brasil, em 1902, foi nomeado professor de fuga, contraponto e composição do Instituto Nacional de Música, instituição de ensino musical que sucedeu ao Conservatório e, atualmente, é a Escola de Música da UFRJ. No instituto, se tornou um disputado docente, tendo sido mestre de muitos compositores da primeira geração de nacionalistas, com destaque para Lorenzo Fernandez. Ele próprio desenvolveu em algumas obras essa temática como nas Variações sobre um Tema Brasileiro e no Trio para violino, violoncelo e piano, onde utiliza no terceiro movimento um lundu. A obra é de 1937, período de plena maturidade do compositor.

 

Além de compositor, Braga foi um dos mais atuantes regentes de seu tempo, tendo sido maestro titular de três orquestras no Rio de Janeiro: a do Instituto Nacional de Música, a da Sociedade de Concertos Sinfônicos e a do Theatro Municipal.

 

Fundador do Sindicato dos Músicos, foi acolhido Patrono da Cadeira de número 32 da Academia Brasileira de Música.  Em 1938, aposentou-se como professor do Instituto Nacional de Música.

 

Francisco Braga faleceu no Rio de Janeiro em 1945.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Peças do Programa

 

• Francisco Braga, Episódio Sinfônico, Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, sob regência de Benito Juarez.
• Francisco Braga, poema sinfônico “Cauchemar”, com a Orquestra Sinfônica do Paraná e a regência do maestro Roberto Duarte.
• Francisco Braga, abertura da ópera Jupira, com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e a regência de John Neschling.
• Francisco Braga, Trio para violino violoncelo e piano com o Trio Brasileiro, formado por Erich Lehninger no violino, Watson Clis no violoncelo e Gilberto Tinetti no piano.
• Francisco Braga, A Paz, cortejo para coro e orquestra, com o coro Brasil Ensemble da UFRJ dirigido por Maria José chevitarese, a Orquestra Sinfônica Nacional da UFF e a regência de Ligia Amadio.