Concertos UFRJ estreia na MEC FM

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Aloysio Fagerlande
Aloysio Fagerlande continua apresentando o programa.

No ar há sete anos o programa radiofônico Concertos UFRJ está de casa nova. A partir de 4 de setembro passa a ser veiculado, toda segunda-feira, pela MEC 99.3 FM, emissora que dedica sua grade à música de concerto, levando ao ar grandes compositores brasileiros e internacionais de todos os tempos, além de jazz, choro e música instrumental. O horário também é novo, o programa começa uma hora mais cedo, às 21h.

No ar há sete anos o programa radiofônico Concertos UFRJ está de casa nova. A partir de 4 de setembro passa a ser veiculado, toda segunda-feira, pela MEC 99.3 FM, emissora que dedica sua grade à música de concerto, levando ao ar grandes compositores brasileiros e internacionais de todos os tempos, além de jazz, choro e música instrumental. O horário também é novo, o programa começa uma hora mais cedo, às 21h.

O que não muda é a qualidade da seleção musical e a curadoria que continua a cargo do Programa de Pós-Graduação Profissional em Música da UFRJ (PROMUS). Aloysio Fagerlande, coordenador do PROMUS, segue produzindo e apresentado o programa. 

Crise da Cultura

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  A primeira audição de Concertos UFRJ na MEC-FM pode ser conferida podcast do site do PROMUS.

 O primeiro programa da série foi transmitido na noite de 2 de agosto de 2010 pela rádio Roquette Pinto. Desde então foram mais de 300 edições, primeiro sob a batuta do maestro André Cardoso, regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), e a partir de 2016 sob o comando de Fagerlande.

 A crise na cultura do Estado do Rio de Janeiro impactou fortemente a Roquette Pinto, emissora pública com programação elogiável até então.

 O comando foi substituído de forma autoritária pelo governo e a nova direção ameaça transformá-la “em uma emissora a serviço do governo, deixando de ser uma verdadeira rádio pública, razão principal de sua existência”, conforme denuncia o Conselho de Ensino para Graduados (CPEG) da UFRJ, em posicionamento do 28 de julho.

 Indignado com o desvirtuamento dos objetivos culturais da Roquette Pinto, Aloysio conta como os novos gestores trataram a programação da emissora:

 – Houve uma carta da atual direção da Roquette Pinto comunicando a suspensão dos programas até uma avaliação por parte dos novos gestores. Respondemos duramente, criticando a postura unilateral de cancelamento, além de toda a política que passou a vigorar na Secretaria Estadual de Cultura, agora responsável pela Rádio 94.1. Absurdo dos absurdos, retiraram o nome de Roquette Pinto da rádio, em desrespeito à memória daquele que foi responsável, dentre vários feitos notáveis, pela criação da rádio educativa no Brasil.

Afinidades

 A transição para a Rádio MEC foi facilitada segundo Aloysio porque a emissora já transmite o Eletroacústicas, programa produzido por Rodrigo Ciccheli, também docente da Escola de Música (EM), além de colaborar na implantação da Rádio UFRJ, um projeto de comunicação impulsionado pela reitoria da universidade.

 – Tivemos uma ótima conversa, lembra, com Thiago Regotto, gerente da Rádio MEC-FM, que prontamente acolheu o programa com grande entusiasmo. Segundo o próprio Regotto, o fato de existir um programa da EM na grade da emissora e o apoio à futura Rádio UFRJ torna natural que Concertos UFRJ seja transmitido pela MEC-FM.

Aloysio aponta algumas novidades da nova fase de Concertos UFRJ:

 – O programa ganhou uma nova abertura e vinhetas, com a Sinfonietta Prima de Ernani Aguiar, compositor e docente da EM. Continuamos enfatizando a produção musical de professores e mestrandos do PROMUS, mas abrindo espaço às demais iniciativas da EM. Faremos uma série de programas mensais, gravados em estúdio na Rádio MEC, que oferece ótimas condições, incluindo um bom piano.

 As audições de Concertos continuarão a ser disponibilizadas no podcast site do PROMUS.

Concertos UFRJ sob direção do PROMUS

Concertos UFRJ, nome do programa da Rádio Roquete Pinto, sempre transmitido às segundas-feiras no horário das 22:00h, tem a direção do Professor Aloysio Fagerlande.

Concertos UFRJ, nome do programa da Rádio Roquete Pinto, sempre transmitido às segundas-feiras no horário das 22:00h, tem desde setembro de 2016 a direção do Professor Aloysio Fagerlande, Coordenador do Programa de Pós-graduação Profissional em Música- PROMUS-, da Escola de Música da UFRJ.

Este programa radiofônico que completará 7 anos, em agosto de 2017, foi criado pelo maestro André Cardoso, quando a gestão da Escola de Música encontrava-se sob sua responsabilidade.

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Relatou o maestro que a criação do programa Concertos UFRJ foi fruto de duas determinações, a de divulgar a produção artística da Escola de Música e a de abrir um novo espaço para a música de concerto, além do já existente na Rádio MEC.

Quanto à escolha da Rádio Roquete Pinto para abrigar o programa, disse ser ela oriunda da certeza de que uma rádio comercial não aceitaria um programa do gênero. E que uma vez decidida a estrutura do programa, ele e o professor Eduardo Biato, então Diretor Artístico da Escola de Música, dirigiram-se a Eliana Caruso, Diretora da Rádio Roquete Pinto, para apresentação da proposta que, de imediato, foi aceita.

Durante os seis anos em que o programa Concertos UFRJ esteve sob a direção do maestro André Cardoso, nele foram difundidas as gravações dos concertos executados por docentes, alunos, conjuntos estáveis e ex- professores da Escola de Música da UFRJ, bem como as gravações de intérpretes brasileiros externos a ela, as gravações do Festival Internacional de Violão, do Festival de Música Antiga, do Concurso Nacional de Ópera, dentre outros eventos organizados pela Escola, além de programas temáticos sobre diferentes assuntos musicais.

Mas, assim que o programa passou a ser dirigido por Aloysio Fagerlande esta característica estrutural do programa foi readequada e seu foco passou a ser o resultado da produção artística do PROMUS, sendo divulgados inicialmente nas edições dos Concertos UFRJ os CDs de docentes e discentes deste programa de pós-graduação stricto sensu.

E noticiou Aloysio que tal como anteriormente acontecia, acerca de 4 meses atrás, ele passou a agregar ao repertório do programa, em uma segunda-feira de cada mês,a transmissão de gravações ao vivo, realizadas no Auditório da Rádio Roquete Pinto, executadas por grupos vinculados ao PROMUS.

Além disso, da mesma forma que acontece com o repertório dos programas em que são divulgados os CDs de docentes e discentes, uma semana após a veiculação do conjunto das obras gravadas ao vivo, elas passam a compor o podcast localizado na página do PROMUS -http://promus.musica.ufrj.br/index.php/concertos-ufrj, com uma pequena sinopse.

Dentre outras razões apresentadas por Aloysio Fagerlande para que o programa Concertos UFRJ adotasse o atual formato, destaco como de maior relevância as que seguem.

Distinto de qualquer outro curso de natureza acadêmica, cujos resultados são apresentados textualmente, o Curso de Mestrado Profissional em Música da Escola de Música da UFRJ gera produtos aplicados às necessidades imediatas da nossa sociedade, do nosso mercado artístico, que são oriundas do ensino, exercícios e trabalhos escolares da Linha de Desenvolvimento Artístico, diretamente ligada à performance, e da Linha da Pedagogia do Instrumento, atada ao ensino do instrumento, regência e canto.

Portanto, nada mais adequado que o repertório de um programa radiofônico que propaga o resultado do que é produzido em linhas de um curso de pós-graduação profissional seja constituído só por música de concerto, mas eventualmente por outros gêneros advindos das pesquisas desenvolvidas o âmbito do PROMUS.

Não bastante essa união entre o lado de entretenimento de um programa de rádio com a difusão dos produtos artísticos do PROMUS, as audições do Concertos UFRJ terminam por formar uma reserva da memória musical, sobretudo, da performance artística tanto do quadro docente quanto do quadro discente deste programa de pós-graduação que aqui se enfoca.

Fato este que sob a luz de uma perspectiva futura, não descarta a possibilidade de as edições do Concertos UFRJ poderem vir a ser consideradas como um dos critérios de apreciação estabelecidos pelos órgãos de avaliação dos programas de pós-graduação, tal como hoje acontece com as publicações de programas acadêmicos.

 

Concertos UFRJ: Nazareth em violão de oito cordas

Foto: Divulgação
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Nicolas de Souza Barros: Nazareth com sonoridade especial.

A edição desta semana de Concertos UFRJ destaca o lançamento pelo violonista Nicolas de Souza Barros de um CD dedicado exclusivamente a obras de Ernesto Nazareth. O próprio Barros transcreveu as peças do compositor do piano para o violão de oito cordas. Com produção e apresentação do maestro André Cardoso, o programa é uma parceria da UFRJ com a rádio Roquette Pinto.

A edição desta semana de Concertos UFRJ destaca o lançamento pelo violonista Nicolas de Souza Barros de um CD dedicado exclusivamente a obras de Ernesto Nazareth. O próprio Barros transcreveu as peças do compositor do piano para o violão de oito cordas. Com produção e apresentação do maestro André Cardoso, o programa é uma parceria da UFRJ com a rádio Roquette Pinto e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
Programas anteriores podem ser encontrados na seção .
   

Fabricado pelo emblemático luthier carioca Sergio Abreu, o instrumento tem uma corda mais aguda e outra mais grave em relação ao encordoamento do violão tradicional, sendo a corda mais aguda uma novidade dos anos 1990. As cordas mais graves existem em violões desde o início do século XIX, mas a corda mais aguda possibilita um aumento do registro do instrumento, gerando maiores opções nas transcrições das obras pianísticas.

Ernesto Nazareth é um dos maiores compositores brasileiros, considerado um expoente do “tango brasileiro”, hoje reconhecido como choro. Nazareth deixou à posteridade 90 tangos, 40 valsas, 28 polcas e mais hinos, sambas, marchas, quadrilhas, entre outros gêneros, perfazendo um total de 214 composições. Devido à sua importância para a música, os manuscritos do compositor foram declarados patrimônio cultural da Humanidade pela Unesco, na categoria Memória do Mundo.

Lançado pelo selo MCK Multimidia, o CD reúne 14 peças de Nazareth. No repertório do álbum, entre outros sucessos Batuque, Carioca e o inconfundível Odeon.

O Intérprete

Doutor em Música (UNIRIO – 2008), Nicolas de Souza Barros é um dos mais conceituados especialistas do país em instrumentos eruditos de cordas dedilhadas, como os violões de oito e seis cordas, alaúdes diversos, vihuela e guitarra barroca. Estudou com Turíbio Santos, Leo Soares e Michael Lewin. Já se apresentou em diversos países europeus, latinos e norte-americanos, assim como nos principais centros brasileiros. Dedica-se a partir de 2004 ao violão de oito cordas de afinação expandida, cuja primeira corda é afinada uma quarta acima da corda mais aguda do violão tradicional, e para o qual está criando um repertório novo composto por arranjos de obras originais para outros instrumentos.

Desde 1990, é professor de violão clássico e matérias conexas da UNIRIO. Integra o conhecido conjunto de música antiga Quadro Cervantes (2 CDs) e o Duo Folia (1 CD) com o violoncelista David Chew. Em 2009, gravou o CD Danças Brasileiras com o Quarteto Carioca de Violões. Já trabalhou como músico convidado e arranjador em várias minisséries para TV.

Desde 2001, é o Diretor Artístico da Associação de Violão do Rio (AV-Rio). Encomendou e estreou dezenas de obras para violão (estreando nacionais e mundiais), tocando em seis Bienais de Música e colaborando com compositores como Edino Krieger, Ricardo Tacuchian, H. Dawid Korenchendler, Alexandre Eisenberg, Nicanor Teixeira, Arthur Verocai, Pauxy Gentil-Nunes, J. Orlando Alves, Marcelo Rauta, e Luiz Otávio Braga, entre outros. Realizou estreias nacionais e mundiais de obras de Francisco Mignone, Ronaldo Miranda (Concerto para Quatro Violões e Orquestra – Sinfônica de Baltimore; 2004), Heitor Villa-Lobos (Valse-Choro para violão – 2007) e Luis Otávio Braga (Concerto para Violão e Orquestra – 2011). É comumente chamado para tocar com orquestras nacionais e lecionar em festivais de música no Brasil e no estrangeiro.

 

***

 

Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa radiofônico Concertos UFRJ vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições passadas podem ser acompanhadas no .

 

ERNESTO NAZARETH

 

Por NICOLAS DE SOUZA BARROS

 

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Faixas

1. Batuque, 4:50
2. Confidências, 4:53
3. Carioca, 4:19
4. Atrevidinha, 3:02
5. Tenebroso, 3:22
6. Famoso, 2:56
7. Improviso, 4:10
8. Floraux, 3:51
9. Marietta, 3:15
10. Não me fujas assim, 3:07
11. Odeon, 2:53
12. Nenê, 3:18
13. Fon-Fon, 2:31
14. Coração que sente, 5:16

Concertos UFRJ: Orquestra do Limiar apresenta compositores brasileiros

Foto: Divulgação
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Samir Rahme conduz a orquestra de cordas desde a fundação em 2002.

A atração desta semana de Concertos UFRJ é o primeiro CD da Orquestra de Cordas do Limiar. Integralmente dedicado a compositores brasileiros, apresenta nove peças, algumas em primeira gravação. A regência é do maestro Samir Rahme, titular e diretor artístico do grupo.

A atração desta semana de Concertos UFRJ é o primeiro CD da Orquestra do Limiar. Integralmente dedicado a compositores brasileiros, apresenta nove peças, algumas em primeira gravação. A regência é do maestro Samir Rahme, titular e diretor artístico do grupo.

 

 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
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Resultado de uma parceria da UFRJ com a rádio Roquette Pinto, o programa Concertos UFRJ vai ao ar toda segunda feira às 22h na sintonia 94,1 FM e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, professor da Escola de Música.

Orquestra

 

Talvez tenha sido o convívio com extremos da existência humana que levou o médico Samir Wady Rahme, formado também em composição e regência pela UNESP, a fundar em 2002, a Orquestra do Limiar. As primeiras atuações foram no programa Música nos Hospitais. A iniciativa, que conta com apoio da Associação Paulista de Medicina e da lei Rouanet do Ministério da Cultura, integra os esforços de humanização da saúde promovendo espetáculos para pacientes, familiares e profissionais dos hospitais, além da população em geral. Foram, desde então, mais de 100 apresentações em todo o Estado de São Paulo, além de cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Brasília.

Por apresentar-se em locais não convencionais como é o caso de enfermarias e saguões de hospitais e para um público que, muitas vezes, tem o primeiro contato com uma orquestra de cordas, o repertório faz um passeio pela história da música e inclui peças barrocas, clássicas, românticas e modernas. A produção de compositores brasileiros e arranjos de obras da MPB e do repertório popular internacional também ganham relevo.

Com o tempo, a trajetória deste grupo singular se expandiu para os tradicionais espaços de música clássica, também com enorme sucesso.

Samir Wady Rahme, titular e diretor artístico da Orquestra, nasceu em Juiz de Fora, onde começou seus estudos musicais, dedicando-se à flauta transversa. Além da graduação na UNESP, fez curso de regência com Ernani Aguiar e com o maestro argentino Guillermo Scarabino.

orquestralimiar600A orquestra de cordas é integrada por 14 jovens instrumentistas. São 9 violinos, 2 violas, 2 violoncelos e um contrabaixo. Todos os componentes do grupo são músicos profissionais em início de carreira e, em sua maioria, conciliam o trabalho na Orquestra do Limiar com outras atividades profissionais. Alguns dos músicos que já tocaram com a orquestra estão hoje atuando nos Estados Unidos e Europa ou em grandes orquestras brasileiras.

Uma das marcas da Orquestra do Limiar é comissionar peças para compositores brasileiros, hábito ainda pouco difundido no Brasil, mas muito comum na Europa e Estados Unidos onde o compositor recebe a incumbência de escrever uma peça inédita para o conjunto que lhe faz a encomenda. Dessa forma, o grupo tem em seu repertório um bom conjunto de peças exclusivas.

CD

Intitulado “Orquestra do Limiar apresenta Compositores Brasileiros” o álbum marcar os dez anos da formação. O repertório abarca compositores brasileiros de diferentes gerações, o que confere um interessante colorido ao disco, que abre e fecha com peças do próprio maestro (Peixeira e Meditativo I, respectivamente). No recheio, obras de nomes consagrados, como Edmundo Villani-Côrtes (Pequena serenata para cordas), Clóvis Pereira (Cantiga e Mourão), Ernani Aguiar (Introdução, Quase serenata e Choro), Ronaldo Miranda (Ponteio e Dança), Sergio Di Sabbato (Abertura em forma de dança) e do jovem Felipe Senna (Gabriela).

 

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Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa radiofônico Concertos UFRJ vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições passadas podem ser acompanhadas no .

 

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Orquestra do Limiar apresenta Compositores Brasileiros

 

Selo/Editora: Independente
Número de catálogo/ISBN: 7898515693434

Regência Samir Wady Rahme

Faixas

1. Peixeira – Samir Wady Rahme
2-5. Pequena serenata para cordas – Edmundo Villani-Côrtes
6. Cantiga – Clóvis Pereira
7. Ponteio e dança – Ronaldo Miranda
8-10. Introdução, quase serenata e choro – Ernani Aguiar
11. Gabriela – Felipe Senna
12. Mourão Opus 2 – Clóvis Pereira
13. Abertura em forma de dança – Sergio Di Sabbato
14. Meditativo I – Samir Wady Rahme

Concertos UFRJ: Duo Santoro lança CD Bem Brasileiro

Foto: Divulgação
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Duo mostra produção brasileira do séc. XX e contemporânea.

Concertos UFRJ reprisa esta semana o programa dedicado ao CD “Bem Brasileiro”, do Duo Santoro. Editado por A Casa Estúdio, o álbum foi lançado no primeiro semestre deste ano e reúne a produção de 12 compositores brasileiros, a maioria contemporâneos. Apresentado por André Cardoso, docente e diretor da Escola de Música (EM), o programa é resultado de uma parceria da UFRJ com a rádio Roquette Pinto e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

Concertos UFRJ reprisa esta semana o programa dedicado ao CD “Bem Brasileiro”, do Duo Santoro. Editado por A Casa Estúdio, o álbum foi lançado no primeiro semestre deste ano e reúne a produção de 12 compositores brasileiros, a maioria contemporâneos. Apresentado por André Cardoso, docente e diretor da Escola de Música (EM), o programa é resultado de uma parceria da UFRJ com a rádio Roquette Pinto e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
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Formado pelos irmãos Paulo e Ricardo Santoro em 1990 e em atividade há mais de duas décadas, o Duo Santoro ostenta uma história profissional consagrada tanto na música de concerto quanto na popular. “Bem Brasileiro” é o primeiro CD do grupo e conta com a direção artística do pai, o contrabaixista Sandrino Santoro, com quem os gêmeos iniciaram seus estudos ainda meninos, e a produção de Sergio Roberto de Oliveira.

 

O título faz menção à célebre frase de Heitor Villa-Lobos: “Sim, sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música deixo cantar os rios e os  mares deste grande Brasil”. Uma brasilidade presente em todas as faixas do CD, que se inaugura com “O Trenzinho do Caipira”, uma das melodias villalobianas mais populares, com adaptação singular dos irmãos Santoro. O polonês Waldemar Szpilman, nascido em 1915 e imigrado para o Brasil em 1925, é representado pela obra “Choro”, reveladora do seu trânsito fácil entre as músicas de concerto e popular. “Três Temas do Folclore”, do contrabaixista e compositor Ricardo Medeiros, traz impressa a singeleza do primeiro movimento e a crescente ênfase nos seguintes. O compositor alemão Ernst Mahle, naturalizado brasileiro em 1962, alça destaque com “Três Duetos Modais, escritos em 1974, denotando a forma natural como incorporou os elementos brasileiros em sua formação musical europeia. A “Modinha”, de Franciso Mignone, obra conhecida como o segundo movimento da sonata para dois fagotes, ganha adaptação para violoncelos. O argentino José Alberto Kaplan, naturalizado brasileiro em 1969, escreveu “Nazareteando” especialmente para o Duo Santoro, não escondendo no título a inspiração de Ernesto Nazareth.

O disco apresenta ainda outras grandes surpresas como o compositor mineiro radicado no Rio de Janeiro Alexandre Schubert, com sua peça “Duo”. “Choro Seresteiro”, escrito por Osvaldo Lacerda em 1974, imprime um ar de seresta ao disco, e Ernani Aguiar surge em “Seis Duetos”, compostos em 1985, reunidos aqui pela primeira vez em sua forma integral. Escrita originalmente para contrabaixo e orquestra de câmara, “A 7° Folha do Diário de um Saci”, de Edmundo Villani-Côrtes, inspira-se no folclore brasileiro, enquanto a “Cantiga e Desafio”, do carioca João Guilherme Ripper, traz trechos de acentuada polifonia e mudanças de andamento e métrica. Sergio Roberto de Oliveira encerra com o seu “Bis”, escrita em 2012 especialmente para o CD e dedicada ao Duo Santoro.

 

Duo Santoro

 

  Foto: Divulgação
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  Capa do CD, que pode ser adquirido através do e-mail contato@duosantoro.com.br

Nascidos no Rio de Janeiro, os gêmeos Paulo e Ricardo fazem parte da Orquestra Sinfônica Brasileira desde 1986 e da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ) desde 1989, no mesmo ano em que se graduaram pela Escola de Música da UFRJ com nota máxima e dignidade acadêmica Magna Cum Laude. Com Mestrado em Música, já se apresentaram como solistas à frente de várias orquestras, além de participarem de outras formações camerísticas distintas, tais como Trios, Quartetos e outros Duos.

Único duo de violoncelos em atividade permanente no Brasil, o Duo Santoro estreou em 1990 e já se apresentou nas principais salas de concerto do Brasil. Seus recitais incluem um leque eclético de estilos que vai do erudito ao popular. As transcrições e arranjos para violoncelos são assinados, na sua maioria, pelo próprio Duo. Uma das principais metas do Duo Santoro é a divulgação da música brasileira. Para isso, contam com a colaboração de vários compositores, que dedicaram algumas de suas principais obras ao Duo.

Já tocaram ao lado de mestres da música popular como Sivuca, Robertinho do Recife, Bibi Ferreira, Maria Bethânia e Gilberto Gil, entre outros; e em palcos teatrais ao lado dos atores Carlos Vereza e Nathalia Timberg, além de participações em discos de Guilherme Arantes, Simone, Almir Sater e Roberto Carlos, entre outros.

Em 1995, Paulo e Ricardo Santoro receberam por unanimidade da “União Brasileira de Escritores” o Prêmio Personalidade Cultural. Nas comemorações dos 20 anos do Duo Santoro, em 2010, se apresentaram em praticamente todo o Brasil e na República Dominicana, coroando o ano com um recital no famoso Carnegie Hall de Nova York.

 

Mais informações na página do grupo na Internet.

 

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Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa radiofônico Concertos UFRJ vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições passadas podem ser acompanhadas no podcast, áudio sob demanda, da Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: música brasileira pela Capella Bydgostiensis

Foto: Reprodução
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José Maria Florêncio consuz a orquestra polonesa

O programa Concertos UFRJ apresenta esta semana o CD Classical Music from Brazil lançado em 2013 pelo selo Dux Records. O disco reúne, sob a regência do maestro brasileiro José Maria Florêncio, obras de cinco compositores brasileiros interpretadas pela orquestra de cordas polonesa Capella Bydgostiensis.

O programa Concertos UFRJ apresenta esta semana o CD Classical Music from Brazil lançado em 2013 pelo selo Dux Records. O disco reúne, sob a regência do maestro brasileiro José Maria Florêncio, obras de cinco compositores brasileiros interpretadas pela orquestra de cordas polonesa Capella Bydgostiensis.

 

 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
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Integram o CD Suíte Antiga, op. 11, e a Serenata, de Alberto Nepomuceno; Quatro momentos No 3, Ernani Aguiar; Desafio III para Violino e Orquestra de Cordas, op. 31/3, de Marlos Nobre; Suíte Nordestina para cordas, de Ernest Mahle; e Três Paisagens Brasileiras para Violino e Orquestra de Cordas, de Beetholven Cunha. Um bom apanhado da música brasileira escrita para a formação.

O maestro…

Nascido em Fortaleza, Ceará, o maestro José Maria Florêncio é naturalizado e radicado na Polônia, onde desenvolve carreira há mais de 20 anos. Ali, esteve à frente do Grande Teatro da Ópera de Lodz, foi diretor musical da Ópera Estatal de Wroclaw, diretor geral e artístico do Coro e da Orquestra Sinfônica da Rádio e Televisão da Cracóvia, regente titular do Teatro Wielkide de Varsóvia e diretor musical da Ópera Nacional de Poznan.

Atualmente, além de diretor musical da Orquestra Capella Bydgostiensis, é diretor artístico e musical da Ópera Báltica de Gdansk, além de atuar como maestro convidado pela Europa e América. Sua trajetória internacional inclui participação na abertura das olimpíadas culturais em Barcelona, quando comandou a estreia mundial da ópera Tides and Waves. Foi também regente do concerto em memória aos 50 anos do holocausto judeu em Varsóvia, com a Cantata Holocaust, e dirigiu a estreia mundial da ópera Electra, de Mikis Theodorakis, no Teatro Municipal de Luxemburgo. Também recebeu o prêmio Zlota Lodka, pelo melhor espetáculo teatral dos anos 1992 e 1993 na Polônia.

No Brasil, sua batuta já regeu orquestras do Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Belo Horizonte, Brasília e São Paulo, onde atualmente é o titular da Orquestra Sinfônica Municipal.

De origem humilde Florêncio iniciou a educação musical em sua cidade natal, no centro de formação de instrumentistas de cordas do Sesi, sob a orientação de Alberto Jaffé. “Mesmo tendo completado minha educação musical com os melhores professores do país, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em São Paulo, além de ter estudado nos Estados Unidos, na Áustria e na Polônia, o que ocorreu no Ceará me transformou no que sou até hoje”, reconhece o maestro em entrevista. E acrescenta: “O mérito desse e de outros professores foi o de acreditar que filhos de operários também poderiam e deveriam ter acesso a esses sublimes segredos da humanidade”.

Afinal, como costuma afirmar, “a música, acima de qualquer outra atividade, é capaz de mudar as pessoas. Aqueles que se apaixonam e a levam a sério não terão tempo para erros sociais e as drogas.”

… e a orquestra

 

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A Orquestra Capella Bydgostiensis é considerada uma das principais orquestras de câmara da Polônia.

Ela tem se apresentado nas mais importantes salas de toda a Europa, como Palácio Real de Varsóvia e Filharmonia Narodowa (Varsóvia – Polônia), Conservatório P. Czajkowskiego (Moscou–Rússia), Schauspielhaus (Berlin – Alemanha), Schloss Mirabell (Salzburgo – Aústria), Placio Real (Estocolmo- Suécia), El Escorial (Espanha) e Salão da Radio Holandesa (Utrecht-Holanda), entre outras.

Famosos maestros já comandaram o grupo, dentre eles: Stanis?aw Ga?o?ski, W?odzimierz Szyma?ski, Karol Teutsch, Daniel Stabrawa e Miros?aw Jacek B?aszczyk.

Quanto à discografia, o grupo possui inúmeras gravações para selos da Polônia, Holanda, Espanha e para programas de rádios e TVs europeias.

 

***

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do .

 

 

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Classical Music from Brazil

Capella Bydgostiensis
Jose Maria Junior Florêncio, regente

 

1. Suite Antiga, op. 11, Alberto Nepomuceno
Minuetto. Allegro con spirito, 3:11
Andante expressivo, 4:47
Rigaudon. Allegro con brio, 4:40

 

2. Quatro momentos No 3, Ernani Aguiar
Tempo de Maracatu, 1:39
Tempo de Cabocolinhos, 1:49
Canto. Lento, 2:23
Marcha, 1:35

 

3. Desafio III para Violino 3 Orquestra de Cordas, op. 31/3, Marlos Nobre

Cadenza. Calmo e rubato, 1:44
Desafio. Vivo, 4:55

 

4. Suite Nordestina para cordas, Ernest Mahle
Allegro moderato, 6:06
Andante, 5:03
Vivo, 3:30

 

5. Três Paisagens Brasileiras para Violino e Orquestra de Cordas, Beetholven Cunha
Balandê – Baião. Quase andante, 4:01
Maracatus. Gingado como maracatú Naçâo – Como maracatú Rural, 3:50
Aboio. Coco de Embolada. Com sentimento, 4:32

 

6. Serenata, Alberto Nepomuceno, 4:50

 

 

 

 

Concertos UFRJ: O Violino e seu Repertório

Foto: Divulgação
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Anne-Sophie Mutter toca o concerto para violino de Mendelssohn.

A audição desta semana de Concertos UFRJ reprisa a edição dedicada ao violino e seu repertório. No programa, obras do período barroco e romântico que mostram um pouco as versatiliades e possibilidades de um dos instrumentos mais importantes da história da música. Apresentado por André Cardoso, docente e diretor da Escola de Música (EM), o programa é resultado de uma parceria da UFRJ com a rádio Roquette Pinto e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

A audição desta semana de Concertos UFRJ reprisa a edição dedicada ao violino e seu repertório. No programa, obras do período barroco e romântico que mostram um pouco as versatiliades e possibilidades de um dos instrumentos mais importantes da história da música. Apresentado por André Cardoso, docente e diretor da Escola de Música (EM), o programa é resultado de uma parceria da UFRJ com a rádio Roquette Pinto e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. 

 

 

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
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O violino surgiu na Itália em meados do séc. XVI e descende da rebeca, da vielle e da lyra da braccio. Em sua origem tinha um caráter nitidamente popular, sendo utilizado por cantadores e poetas, assim como em danças, quase sempre improvisadas. O instrumento nobre do período, vale lebrar, era a viola da gamba.

O florescimento do instrumento se deve, sobretudo, ao enorme desenvolvimento arte da luteria italina. Durante duzentos anos, a sua fabricação foi hegemonizada por três famílias de Cremona. Inicilamente os Amati, e logo a seguir os Guarneri e em especial os Stradivarius, cujos instrumentos são hoje os mais disputados pelos grandes solistas. 

O violino foi sendo modificado em função das necessidades e ideais sonoros das diversas épocas musicais. Ganhou em volume, projeção sonora e extensão com as alterações de diferentes gerações de lutiers. A espessura das cordas, o uso de um cavalete mais alto e um braço mais inclinado são exemplos dessas atualizações. 

O arco passou também por significativas alterações, ganhando sua forma definitica no final do séc. XVIII. Originalmente com um formato côncavo, passou a ter uma curvatura convexa, o que lhe permitiu suportar uma maior tensão das crinas. Uma inovação, entre outras, do fabricante François Tourte, a pedido do virtuose Giovanni Battista Viotti, em 1782. 

Tourte, aliás, foi quem escolheu o Pau-Brasil, que importava então de Pernambuco, como a madeira preferida para a manufatura dos arcos, um padrão que permanesce até hoje.

 

Repertório do programa

 

La volta, peça anônima do séc XVI. Eleanor Sloan (violino), Oliver Brookes (viola) e James Tyler (aláude). 

Sonata detta la Desperata, em Sol Menor, para violino e contínuo, de Carlo Farina (1660 -1640). Reinhard Goebel.

Chacona da Partita no 2 (BWV 1004) de J. S. Bach (1685-1750). Obra de grande dificulade técnica interpretada por Jascha Heifetz, um dos maiores violinistas do séc. XX. 

Concerto para Violino, em Mi Menor, O. 64, de Felix Mendelssohn (1809-1847). Em três movimentos, Allegro molto appassionato, Andante e Allegretto non troppo – Allegro molto vivace. Anne-Sophie Mutter e a Orquestra Filarmônica de Berlin, sob a regência de Herbert von Karajan. 

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Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa radiofônico Concertos UFRJ vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições passadas podem ser acompanhadas no podcast, áudio sob demanda, da Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

 

Concertos UFRJ: 100 anos sem Glauco Velásquez

Foto: Reprodução
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Velásquez: obra expressiva em 30 a­nos de vida.

A edição da semana de Concertos UFRJ destaca a obra de Glauco Velásquez: figura meteórica que impactou o cenário musical brasileiro no início do século passado, mas que faleceu precocemente há 100 anos.

A edição da semana de Concertos UFRJ, programa radiofônico apresentado pelo maestro André Cardoso e produzido pela Roquette Pinto em parceria com a Escola de Música (EM), destaca a obra de Glauco Velásquez. Figura meteórica que impactou o cenário musical brasileiro no início do século passado, mas que faleceu precocemente há 100 anos.

 

 

 

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Velásquez nasceu em Nápoles, Itália, em 22 de março de 1884, filho do barítono português Eduardo Medina Ribas e de Adelina Alambary, jovem de importante família carioca. A gravidez inesperada obrigou o casal – que não era unido legalmente – a mudar-se para a Europa para dissimular o nascimento da criança e evitar escândalos.

A criança foi educada por uma família italiana e, desde cedo, mostrou talento para música, cantando no coro de várias igrejas napolitanas. Trazido para o Brasil com 11 anos, foi morar com sua mãe verdadeira, instalada então em seu refúgio na Ilha de Paquetá, embora apresentado como filho adotivo.

Tendo recebido suas primeiras lições de música na Europa, Glauco ingressou no Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ, em 1902, tendo estudado harmonia com Frederico Nascimento, professor de tendência liberal e aberto a experiências progressistas.

Datam de 1911 suas primeiras composições. Elas chamam logo atenção pela linguagem pouco convencional: emprego de técnicas wagnerianas e recursos derivados da escola de francesa. No final de sua curta carreira, sua produção caminha para uma harmonia expandida e o uso da politonalidade e do contraponto.

Por essa época, também, começa a apresentar sinais de tuberculose, doença que o vitimaria três anos depois. Embora diversas personalidades musicais tenham assinado uma petição ao para que fosse enviado à Europa para aperfeiçoar-se musicalmente e para tratar na Suíça, a pretensão foi negada pelo Congresso.

O mérito de seu trabalho foi, entretanto, reconhecido ainda em vida por compositores do quilate de Luciano Gallet, Francisco Braga, Xavier Leroux, Darius Milhaud. Milhaud, que residia então no Rio como adido cultural da França, chegou a concluir o Trio no 4 para violino, violoncelo e piano que o compositor deixara inacabado.

A obra de Velásquez é essencialmente dedicada à música de câmara, ainda que tenha deixado uma ópera inacabada chamada Soeur Beatrice. Na música vocal escreveu uma série de canções de cunho fortemente lírico e romântico, explorando atmosferas variadas e, muitas vezes, em tons pessimistas e mórbidos – interessantes pela linguagem harmônica ousada e pela técnica declamatória altamente expressiva.

Logo após sua morte foi constituída, por iniciativa do amigo Luciano Gallet, a Sociedade Glauco Velásquez para promover a divulgação do seu legado. Com a dissolução da sociedade a obra do compositor caiu em relativo esquecimento. Nos últimos anos, porém, ela tem sido objeto de um renovado interesse por parte de pesquisadores e executantes contemporâneos. O resultado é que suas partituras têm sido resgatadas e editadas a partir dos manuscritos que se encontram na Biblioteca Alberto Nepomuceno da EM.

Glauco Velásquez, que faleceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1914 é patrono da cadeira no 37 da Academia Brasileira de Música.

 

Repertório da audição

 

A pianista Clara Sverner é a principal responsável pela divulgação da obra de Velásquez para o instrumento. Seu LP, lançado em 1977 e dedicado integralmente ao compositor, marcou época e foi posteriormente relançado em CD, agora em distribuição internacional. Desse importante trabalho, o programa pinçou a sua interpretação da Valsa Romântica, obra de 1910.

Já as duas sonatas para violino e piano ocupam um lugar importante na produção do compositor. Elas foram recentemente lançadas em CD da Academia Brasileira de Música tendo como intérpretes a violinista Mariana Isdebski Salles e o pianista francês François Pinel. Concertos UFRJ destacou dessa gravação a interpretação da sonata no 1, composta em 1909.

Encerrou programa a interpretação do Aulustrio do Trio nº 4 de Velásquez. Formado pelos irmãos Paulo Brucoli (piano), Fabio Brucoli (violino) e Mauro Brucoli (violoncelo), a gravação faz parte do no DVD “Glauco Velásquez – 4 Trios”, filmado em maio de 2012 pela Berço Esplêndido no Teatro Municipal de São Paulo. Um projeto da Prefeitura de São Paulo e do Centro Cultural São Paulo, sob direção geral de Francisco Coelho e com pesquisa e consultoria musical de Lutero Rodrigues.

 

 

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Especial Guerra-Peixe III: violão e música vocal

Foto: Reprodução
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Gerra-Peixe no Cassino Icaraí, Nite­rói, Rio de Janeiro, 1940.

No último programa da série de três dedicado ao centenário de nascimento de Guerra-Peixe (1914-1993), um dos maiores representantes do nosso nacionalismo musical, a edição da semana de Concertos UFRJ destaca a sua produção vocal e para violão. No primeiro foi abordada a obra sinfônica do compositor e no segundo a sua música de câmara.

No último programa da série de três dedicado ao centenário de nascimento de Guerra-Peixe (1914-1993), um dos maiores representantes do nosso nacionalismo musical, a edição da semana de Concertos UFRJ destaca a sua produção vocal e para violão. No a sua música de câmara.

 

Concertos UFRJ é um parceria da UFRJ com a Rádio Roquette Pinto. Produzido e apresentado pelo maestro André Cardoso, vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

 

 

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Violão

Na produção do compositor para violão se destacam três séries de pequenas obras – os “Prelúdios”, escritos entre 1969 e 1970; as “Lúdicas” de 1980; e as “Breves” de 1981.

Para as dez peças que compõem as “Lúdicas” Guerra-Peixe criou também um acompanhamento para quarteto ou orquestra de cordas. Essa a versão que foi ao ar, na interpretação do violonista Marcos Llerena acompanhado da Orquestra Brasil Consort. As peças se intitulam: I. Fantasieta; II. Dança negra; III. Organum acompanhado; IV. Berimbau; V. Modinha; VI. Ponteado com ligaduras; VII. Diálogo; VIII. Diferencias brasileñas; IX. Notas repetidas; X. Urbana.

 

Vocal

 

Da obra vocal de Guerra-Peixe, o programa incialmente pinçou as canções “Prudência” e “Vivendo…” que integram a série Cânticos Serranos n. 4, escrita em 1991 a partir de textos do poeta Mário Fonseca. Dedicadas a Cirlei de Holanda, estreou no XIV Panorama da Música Brasileira Atual, na voz do barítono Inácio De Nonno. O próprio De Nonno e a pianista Laís Figueiró interpretam a versão veiculada.

Uma das mais executadas obras corais do compositor, a “Série Xavante” recria com base em sílabas e efeitos onomatopaicos desprovidos de sentido o clima da música indígena – sem qualquer compromisso ou preocupação com a fidelidade etnográfica das cantigas do índios Xavante que hoje habitam a região do Rio da Mortes, no estado do Mato Grosso.

A obra em quatro movimentos (I. Ritual da perfuração da orelha; II. Canto das moças; III. Canto dos rapazes; IV. Corrida do buriti) foi escrita para o IV Centenário da Cidade de Niterói. A estreia aconteceu, no mesmo ano, com um coro de alunos conduzido por Ernani Aguiar.

Foi ao ar a histórica versão do Renascentista de Belo Horizonte. Gravada ao vivo em 1979, na Série Música do Século XX, da Sala Funarte, tem a regência de Afrânio Lacerda.

Arranjador

Outra faceta de Guerra-Peixe são seus arranjos, O músico trabalhou durante décdas parafoi por décadas para emissoras de rádio, televisão e para gravadoras. Um dos mais emblemáticos trabalhos do gênero são os arranjos que escreveu em 1971 para os Afro-Sambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes – o segundo LP da dupla, considerado por muitos críticos um divisor de águas na MPB por fundir elementos da sonoridade africana ao samba. Apenas com uma orquestra de cordas e o naipe de percussão Peixe criou um ambiente extraordinário para o coro que entoa “Lamento de Exu”, “Canto de Xangô”, “Tristeza e solidão”, “Bocoché” e o “Canto de Iemanjá”, entremeado por dois interlúdios instrumentais baseados no “Canto de Ossanha”.

A gravação veiculada foi realizada em 1992 no Teatro Cultura Artística de São Paulo com Coral Paulistano e a Orquestra Experimental de Repertório, sob a regência do próprio autor.

“Mourão”, sua obra mais executada, encerra a audição. A versão, a da Orquestra de Câmara Solistas de Londrina.

 

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Especial Guerra-Peixe II, música de câmara

Foto: Reprodução
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Gerra-Peixe, em São Paulo, feverei­ro de 1960.

No segundo programa de uma série de três dedicada ao centenário de nascimento de César Guerra-Peixe, a edição desta semana de Concertos UFRJ passeia pela música de câmara do compositor, destacado representante de nosso nacionalismo musical. Embora não muito extensa, essa produção é, entretanto, bastante significativa.

No segundo programa de uma série de três dedicada ao centenário de nascimento de César Guerra-Peixe, a edição desta semana de Concertos UFRJ passeia pela música de câmara do compositor, destacado representante de nosso nacionalismo musical. Embora não muito extensa, essa produção é, entretanto, bastante significativa.

 

O programa Concertos UFRJ é um parceria da UFRJ com a Rádio Roquette Pinto. Produzido e apresentado pelo maestro André Cardoso, vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

 

 

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O “Trio para violino, violoncelo e piano” se destaca entre as peças escritas por Guerra-Peixe para formações de câmara tradicionais. Escrita em 1960, para um concurso de composição promovido pelo programa Música e Músicos do Brasil, da Rádio MEC, obteve o segundo lugar no certame. A primeira audição aconteceu no mesmo ano, em concerto no auditório do Ministério da Educação e Cultura, no Rio de Janeiro, executada pelo trio da emissora, formada na época por Anselmo Zlatopolski (violino), Iberê Gomes Grosso (violoncelo) e Alceu Bochino (piano). É a gravação que foi ao em Concertos UFRJ. São três movimentos: I. Allegro moderato; II. Andante; e III. Vivace.

O quarteto foi outra formação de câmara tradicional abordada por Guerra-Peixe. Do catálogo de suas obras constam dois, sendo que o autor recusou, nãos mais tarde, alguma incursões no gênero, que datam do início da década de 1940. O “Quarteto no 1” foi escrito em 1947 e adota uma abordagem dodecafônica. O segundo faz parte de sua fase nacionalista. Escrito em 1958, estreou no mesmo ano apresentado pelo Quarteto de Cordas Municipal de São Paulo. Em quatro movimentos (I. Allegretto con moto; II. Presto; III. Andante; e IV Allegro) adota, no primeiro movimento, a forma do cateretê paulista devidamente ampliada e elaborada no lugar do usual “allegro de sonata”. A interpretação escolhida foi a do Quarteto de Brasília, integrado por Ludmila Vinecka e Cláudio Cohen, violinos; Glêsse Collet, viola e Antonio Guerra Vicente, violoncelo.

Já “Quatro Coisas”, escrita em 1987 para harmônica de boca e piano, ocupa um lugar especial na produção de câmara do compositor para formações pouco usuais. A primeira audição aconteceu no XII Panorama da Música Brasileira Atual, executada por Rildo Hora (harmônica), a quem a obra é dedicada, e Misael Hora (piano). Posteriormente o Peixe transcreveu a peça para flauta, violino e piano, além de adaptá-la para instrumentos solistas e orquestra de cordas. A versão divulgada traz José Staneck na harmônica, Flávio Augusto ao piano e Antonio Del Claro no violoncelo. São quatro movimentos: I. Prelúdio; II. Movimentação; III. Interlúdio; e IV. Caboclo de Pena.

Ainda no âmbito dos instrumentos de sopro, outra peça que merece atenção é o “Trio no 2”, para flauta, clarineta e fagote, que o Guerra-Peixe escreveu em 1951, mas que somente estreou em 1967, executado por membros do Quinteto Villa-Lobos. Os movimentos são I. Allegretto (Polca); II. Allegro vivace (Cabocolinhos); III. Moderato (Canção); e IV. Allegro (Frevo). A interpretação ouvida foi a do Vento Trio, grupo formado pela fagotista Janet Grice, o flautista Kevin Willois e a clarinetista Sarah Bednarcik. A gravação faz parte do CD “Brazilian Dances and Inventions”, lançado no ano passado no mercado norte-americano, e que mereceu um programa especial (ouça ) de Concertos UFRJ.

 

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