Ana Vidovic no III Festival Internacional de Violão da UFRJ

Foto: Ana Liao
Ana Vidovic
Vidovic, no concerto de encerramen­to da edição 2012 do evento.

O violão, o mais brasileiro dos instrumentos, é tema novamente de Concertos UFRJ, programa radiofônico produzido pela Escola de Música (EM) em parceria com a rádio Roquette Pinto que vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

O violão, o mais brasileiro dos instrumentos, é tema novamente de Concertos UFRJ, programa radiofônico produzido pela Escola de Música (EM) em parceria com a rádio Roquette Pinto que vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM, e conta com apresentação do maestro titular da OSUFRJ, o professor André Cardoso. Em destaque nesta semana o concerto oferecido pela croata Ana Vidovic, um dos maiores virtuoses do instrumento na atualidade, no encerramento da terceira edição do Festival Internacional de Violão da UFRJ.

 

Criado em 2010 para comemorar os 30 anos do curso de bacharelado no instrumento da UFRJ o festival proporciona aos alunos da instituição um contato com alguns dos maiores interpretes da atualidade, tanto através de concertos, como em master classes. Aceitaram, na ocasião, o convite músicos do peso de um Fábio Zanon, Gerad Abiton, Pablo Marques, Jorge Caballero e Ana Vidovic. Todos mereceram programas exclusivos em edições passadas de Concertos UFRJ.

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Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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O sucesso da iniciativa animou a Escola a dar continuidade à experiência e a estabelecer uma periodicidade anual para o evento. A segunda edição, em 2011, contou com presença do compositor cubano Leo Brouwer, que pela primeira vez esteve no Rio de Janeiro, e com a dos violonistas Eduardo Fernandez, Shin-ichi Fukuda, Marcelo de la Puebla, Arturo Medina, Edelton Gloeden e o Duo Siqueira-Lima.

 

Em sua terceira edição, realizada entre 24 e 28 de outubro de 2012, o público carioca pode ouvir músicos como Jonathan Leathwood, Eduardo Isaac, Mário Ulloa e, pela segunda vez, Ana Vidovic que realizou o concerto de encerramento no dia 27 de outubro de 2012. Dividido em duas partes, ela executou obras de Joaquim Turina, Fernando Sor, Bach e William Walton. Na segunda, acompanha Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), Vidovic interpretou o famoso Concerto de Aranjuez.

 

Ana Vidovic

 

Ana Vidovic nasceu em 1980, em Karlovac, cidade da região central da Croácia. Criança prodígio começou a se dedicar ao violão com cinco anos, inspirada por seu irmão. Aos 13 tornou-se a mais jovem aluna da prestigiosa Academia Nacional Musical em Zagreb, onde estudou com Istvan Romer. Mais tarde, teve Manuel Barrueco como professor no Conservatório de Peabody, em Baltimore, Estados Unidos, onde se formou em 2003.

 

Desde 1988, quando Ana Vidovic subiu ao palco pela primeira vez, foram mais de mil apresentações em cidades como Londres, Paris, Viena, Salzburgo, Roma, Budapeste, Pequim, Toquio, Seul, Kuala Lumpur, Jacarta, Varsóvia, Tel Aviv, Oslo, Toronto, São Francisco. No Brasil ela esteve pela primeira vez em 2008, em Terezina. Voltou dois anos depois para concertos nas cidades de Maringá, São Paulo e Rio de Janeiro.

 

Fotos: Ana Liao

Ana VidovicAna Vidovoc

Hoje Ana Vidovic é um dos mais destacados intérpretes do instrumento e ganhou um número impressionante de prêmios em concursos como o Albert Agostinho em Bath, Inglaterra; o Fernando Sor, em Roma, Itália; o Eurovisão de Jovens Artistas; o Printemps de la Guitare, na Bélgica;, o Young Concert Artists International Auditions, em Nova York; e o Concurso Francisco Tárrega, na Espanha.

 

Com seu talento excepcional Ana Vidovic, ainda muito jovem, gravou obras de Bach, Giuliani, Sor e Torrobaainda para a Croatia Records. Após conquistar o primeiro prêmio no Concurso Tárrega de 1998, assinou contrato de exclusividade com a gravadora Naxos. O selo lançou mundialmente um CD em que Vidovic interpreta obras de Bach, Ponce e Willian Walton, e, logo depois, outro de sua série que busca registrar as obras completas de Moreno Torroba.

 

Repertório da edição

 

Ana Vidoviv começou o recital executando a Sonata em ré menor op. 61 de Joaquim Turina, compositor espanhol nascido em Sevilha em 1882. Escrita em 1930 e dedicada ao grande violonista espanhol Andres Segovia, que a estreou em 1932 na Academia de Santa Cecília, em Roma, está dívida em três movimentos: Allegro, Andante e Allegro Vivo. A seguir, Vidovic executou a Introdução e Variações que Fernando Sor (1778-1839) compôs sobre um tema de Mozart, e o Prelúdio, Fuga e Allegro BWV 998, de J. S. Bach, mestre do barroco que não pode faltar em festivais dedicados ao violão. Encerrou a parte solo do concerto, uma das obras mais importantes do repertório violonístico do século XX, as Cinco Bagatelas de autoria de William Walton, escritas entre 1970 e 1971. Única peça do compositor inglês dedicada ao violão, foi criada a pedido de Juliam Bream, que a estreou em 1972. Os cinco movimentos são: Allegro assai, Lento sognando, Alla cubana, Lento e Presto con slancio.

 

O recital foi gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ e, em breve, será apresentada a segunda parte do espetáculo, na qual Vidovic interpreta, com a OSUFRJ, o Concerto de Aranjuez de Joaquim Rodrigo.

 

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As edições de Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ em ritmo de carnaval

Foto: Reprodução
Carnaval
Festa da elite em Veneza e Paris o carnaval se tornou popular.

O carnaval, a festa popular que arrasta corações e corpos de milhões de foliões pelo mundo afora, serviu também de fonte de inspiração para compositores de outros universos musicais, como mostra esta semana Concertos UFRJ – programa radiofônico, resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, que vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM.

O carnaval, a festa popular que arrasta corações e corpos de milhões de foliões pelo mundo afora, serviu também de fonte de inspiração para compositores de outros universos musicais, como mostra esta semana Concertos UFRJ – programa radiofônico, resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, que vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, docente da Escola de Música e regente titular da Orquetsra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), a edição destacou obras de Berlioz, Dvorak, Saint-Saëns e Villa-Lobos.

 

O carnaval tem origem no estabelecimento, no século XI, da Semana Santa como um importante evento no calendário litúrgico da Igreja Católica. Ele antecipa os quarenta dias de jejum da Quaresma. Etimologicamente o termo deriva da expressão latina carnis valles: “carnis” significa carne e “valles” prazeres. Assim, “carnis vales” acabou por formar a palavra “carnaval”, que literalmente quer dizer prazeres da carne. O carnaval marca assim o período em que os prazeres da carne imperam, e que será suplantado, logo a seguir, pelo tempo da penitência, da meditação e do espírito, que se inicia com a Quarta-Feira de Cinzas.

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

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Apesar de marcado pelo imaginário cristão, o carnaval mergulha raízes numa longa tradição pagã que remonta aos cultos gregos de fertilidade do solo e às saturnais romanas, comemorações em honra do deus Saturno. No Renascimento, acabou ganhando também certo caráter aristocrático com bailes de máscaras, ricas fantasias e carros alegóricos. Mas o carnaval moderno toma forma no século XIX, tendo Paris como centro difusor. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam, em grande parte, no carnaval parisiense e veneziano, ao mesmo tempo que deram a ele contornos nacionais.

 

Ao longo dos séculos vários compositores escreveram obras inspiradas no carnaval. A primeira destacada pelo programa foi a célebre a Abertura Carnaval Romano op. 9, de Hector Berlioz (1803 -1869) – escrita em 1844 para servir de abertura à ópera Benvenuto Cellini e que acabou se tornando uma peça independente. O compositor utiliza materiais da ópera para estruturar a abertura. Após uma brilhante introdução, uma segunda parte apresenta o tema de amor entre Cellini e Teresa que desemboca na dança final: um saltarelo que sugere a alegria do Carvaval. A Abertura teve sucesso imediato e se tornou, desde então, uma das mais populares do compositor. A interpretação que foi ao ar é a da Orquestra de Montreal sob a regência de Charles Dutoit.

 

O compositor tcheco Antonin Dvorak (1841 – 1904) foi outro que criou uma abertura com base no carnaval. Com o título original de “Carnaval na Boêmia”, foi escrita em 1892 como parte de uma trilogia que celebraria a natureza, a vida e o amor. A Abertura Carnaval, como passou a ser conhecida, ilustra o turbilhão alegre da festa que explode numa espécie de apoteose com toda a orquestra brilhando em uma das obras mais executadas de Dvorak. A versão veiculada foi a da Orquestra Filarmonia com direção de Carlo Maria Giulini.

 

O compositor francês Camille Saint-Saëns (1836 – 1921) desenvolveu uma dupla carreira de concertista e compositor. Como pianista percorreu diversos países, inclusive o Brasil, em recitais onde incluía, além do repertório já consagrado, suas próprias composições. O Carnaval dos Animais é uma de suas obras mais populares e se insere no terreno das paródias musicais.

 

Saint-Saëns criou a obra em 1886 e a ela deu o subtítulo de “Grande fantasia zoológica”. Os sucessivos números representam diferentes animais e, beirando o pasticcio, fazem alusão ou tomam emprestado matéria musical de compositores como Offenbach (Orfeu no Inferno), Berlioz (a “Dança das Sílfides” de “A Danação de Fausto”), Mendelssohn (o Sherzo de “Sonho de uma noite de verão”) e Rossini (a ária de Rosina de “O barbeiro de Sevilha”).

 

O número mais famoso da série, e que ganhou independência, é “O cisne”, um solo de violoncelo que se desenvolve languidamente sobre o acompanhamento arpejado dos pianos e que o compositor alcunhou de uma “nobre bobagem”. O Finale encerra a obra como uma espécie de grande desfile carnavalesco de toda a bicharada.

 

Uma curiosidade. Com exceção desta parte, Saint-Saëns não permitiu que o resto da partitura fosse publicada em vida temendo que comprometesse sua carreira. A edição apresentou a interpretação da Orquestra Sinfônica da Rádio e TV de São Petersburgo sob a direção de Stanislav Gorkovenko.

 

Por fim, não podia faltar uma pitada de tempero brasileiro nesta edição de Concertos UFRJ dedicada ao carnaval. A obra escolhida, Momoprecoce, é uma peça de fôlego escrita para piano orquestra em 1929 por Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) – ele mesmo um folião contumaz – e dedicada à grande pianista Magdalena Tagliaferro, então radicada na França. Baseada em reaproveitamento de materiais de “Carnaval das Crianças”, também de Villa-Lobos, os vários movimentos são encadeados por ligações da orquestra. Um deles utiliza o famoso tema do Zé Pereira (E viva o Zé Pereira./ Pois a ninguém faz mal / E viva a bebedeira / Nos dias de Carnaval), versão para o português de um música burlesca francesa que se transformaria no final do séc. XIX em um dos nossos mais famosos hinos carnavalescos. A obra encerra com o movimento intitulado “Folia de um bloco infantil”. A interpretação é da pianista brasileira Cristina Ortiz acompanhada pela New Philharmonia Orchestra sob a regência de Vladimir Ashchenazy.

 

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As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: Porgy and Bess

Foto: Reprodução
 George Gershwin
George, Gershwin escreveu obra de grande apelo melódico e rítmico.

A edição desta semana de Concertos UFRJ apresenta uma seleção de trechos de Porgy and Bess, famosa criação do compositor norte-americano George Gershwin com seu irmão, o letrista Ira Gershwin, e o libretista DuBose Heyward. Heyward havia publicado em 1924 a novela Porgy, que foi, três anos mais tarde, adaptada para o teatro em colaboração com sua esposa Dorothy.

A edição desta semana de Concertos UFRJ apresenta uma seleção de trechos de Porgy and Bess, famosa criação do compositor norte-americano George Gershwin com seu irmão, o letrista Ira Gershwin, e o libretista DuBose Heyward. Heyward havia publicado em 1924 a novela Porgy, que foi, três anos mais tarde, adaptada para o teatro em colaboração com sua esposa Dorothy. É esta peça que Gershwin toma por base para sua ópera. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola de Música, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

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Concebida originalmente como uma “ópera folclórica norte-americana”, a primeira versão da Porgy and Bess, com duração de quatro horas (contando dois intermédios), foi apresentada privadamente em uma versão de concerto no Carnegie Hall, Nova York, no outono de 1935, e uma versão encenada no Colonial Theatre de Boston, em 30 de setembro do mesmo ano. Como os planos de montá-la no prestigioso Metropolitan Opera de Nova York não foram adiante, a estreia, em temporada regular, ocorreu em 10 de outubro no Alvin Theater, na Broadway.

 

Durante os ensaios em Boston, Gershwin fez muitos cortes e refinou a partitura, abreviando-a e enfatizando a força dramática das personagens e situações retratadas. Na Broadway a montagem chegou a 124 récitas. Com um elenco inteiramente formado por cantores negros, o que representou uma ousadia para a época, a produção e a direção couberam a Rouben Mamoulian, que já havia encenado peças de Heyward. O diretor musical foi Alexander Smallens.

 

Após a temporada na Broadway, a montagem seguiu, no ano seguinte, em uma turnê que visitou Filadélfia, Pittsburgh e Chicago até chegar em Washington, DC. Na capital norte-americana, o elenco, liderado por Todd Duncan, protestou contra a segregação do público no Teatro Nacional. A direção acabou cedendo e, pela primeira vez, um espetáculo foi levado à cena naquela casa para uma plateia “integrada”.

 

Nas duas décadas seguintes, a obra foi montada diversas vezes nos Estados Unidos e na Europa. A estreia no velho continente aconteceu no Teatro Real da Dinamarca, em Copenhague, e mais uma vez suscitou polêmicas já que foi interpretada por cantores brancos com os rostos pintados em plena ocupação nazista. Após 22 récitas esgotadas, as forças de ocupação proibiram o espetáculo.

 

Repercussão

 

Porgy and Bess foi recebida com desconfiança pelo público tradicional da ópera por conta de sua temática e da síntese musical inovadora, que mistura técnicas orquestrais europeias com o jazz, o blues, a música popular e o musical. Sofreu críticas também de setores à direita e à esquerda do espectro político norte-americano. Os conservadores, que sustentavam as práticas segregacionistas então vigentes, viram com desconfiança aquelas personagens negras que habitavam Catfish Row, um cortiço fictício de Charleston, na cidade portuária da Carolina do Sul. Por seu turno, setores comprometidos com os direitos civis e segmentos da esquerda criticaram o que consideraram estereótipos e clichês na representação da condição social das populações pauperizadas de afrodescendentes.

 

A comunidade negra norte-americana, em particular, foi muito reticente, pelo menos em um primeiro momento. Duke Ellington, entre outras críticas ácidas, apontou, debilidades musicais na formatação dos spiritual de Porgy and Bess e denunciou o que considerava a incapacidade dos autores captarem o “suingue” das ruas. Para Duke, aquilo não era jazz, nem tinha a ver verdadeiramente com as tradições afro-americanas. Afinal, o que dois judeus do Brooklyn (os Gershwin), filhos de imigrantes russos, e um aristocrata branco sulista (Heyward) poderiam entender da cultura negra?

 

Os musicólogos, em geral, têm reconhecido certa disjunção na partitura e apontam significativa influência do klezmer e de outras formas de musicalidade judaica nas melodias de Porgy and Bess. Não por acaso o pianista Oscar Levant, amigo de Gershwin, comentou ironicamente que Porgy and Bess “era a melhor ópera judaica já feita”. “Iídiche demais, Gullah de menos” ? completou, referindo-se ao idioma dos judeus do leste europeu e ao dos negros do sul dos Estados Unidos.

Fotos: Richard Tucker/Reprodução
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Fotos tiradas pelo tenor norte-americano Richard Tucker da montagem de 1935 na Broadway. Todd Duncan fez o papel de Porgy; Anne Brown, o de Bess; Warren Cole-man, o de Crown; John W. Bubbles, o de Sportin’ Life; Henry Davis, o de Robbins; Ruby Elzy, o de Serena; Edward Matthews, o de Jake; Abbie Mitchell, o de Clara; e Georgette Harvey, o de Maria.

Reconhecimento

 

Apesar de novas produções, nos anos 1960 e início dos 1970 a obra experimentou significativo ocaso, em parte por causa do ambiente de grande afirmação dos direitos civis das minorias norte-americanas. A montagem de 1976, no Houston Grand Opera, que resgatou a partitura original e foi um triunfo artístico excepcional, marca a virada na maré da opinião pública. Após a estreia em Houston, a produção seguiu para a Broadway, no Teatro Uris, e mais tarde foi registrada pela RCA Records. Nove anos mais tarde, foi a vez do Metropolitan Opera de Nova York encenar a obra pela primeira vez em seus palcos.

 

Desde então a enorme qualidade musical de Porgy and Bess suplantou senões e reticências. Hoje a ópera integra o repertório regular de grandes companhias e costuma ser executada nas melhores casas de espetáculo do mundo. Por conta de seu apelo rítmico, harmonias com o tempero do jazz e melodias inesquecíveis como a de “A Woman Is A Sometime Thing”, certamente a mais conhecida canção de Gershwin (os versos são de Heyward), encanta cada vez mais o público. Além dessa, muitas outras árias ganharam vida própria nas vozes de grandes cantoras norte-americanas como Billie Holiday e Ella Fitzgerald e na insuperável sensibilidade de instrumentistas como Louis Armstrong e Miles Davis. Entre elas, “Bess, you is my woman now”, “I loves you Porgy” e “I got plenty o nuttin”.

 

Argumento

 

O libreto, que conta a história de Porgy, um mendigo aleijado que vive nos cortiços de Charleston, fala sobre sua tentativa de resgatar a amada Bess das garras de Crown, seu amante violento e possessivo, e de Sportin’ Life, o traficante com quem Bess, ao final, foge para Nova York. A história mistura humor, romance e drama e permitiu ao compositor escrever uma partitura em que os momentos líricos e as passagens sinfônicas se alternam com números de dança e canções no estilo dos musicais da Broadway. Destaque ainda para a introdução orquestral e o coro inicial que convergem para uma deliciosa passagem em que um solo de piano lembra aqueles surrados instrumentos encontrados nos cabarés populares.

 

A gravação veiculada pelo programa conta com o barítono Simon Estes cantando os papéis de Porgy e Sportin’ Life, a soprano Roberta Alexander interpretando Bess, Clara e Serena e a mezzo-soprano Diane Curry como Maria. O coro e a orquestra sinfônica da rádio de Berlim são conduzidos pelo maestro Leonard Slatkin.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ  vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Porgy and Bess

 

George Gershwin
Libreto de Ira Gershwin e DuBose Heyward

CD

Personagens principais


Porgy, aleijado (barítono baixo)

Bess, amante de Crown (soprano lírico-spinto)

Crown, estivador (barítono)

Sportin’ Life, traficante de drogas (tenor ligeiro)

Serena, mulher de Robbins (soprano lírico-spinto)

Robbins, um jogador

Clara, mulher de Jake (soprano ligeiro)

María, (contralto)

Jake, pescador (barítono)

 

A obra transcorre em Catfish Row, um miserável subúrbio nas vizinhanças do porto de Charleston, Carolina del Sur, EUA, na década de 1920.

Ato 1


O cortiço está animado. Porgy está apaixonado por Bess, cujo namorado, Crown, joga com outros homens. Quando Robbins ganha nos dados, Crown o apunhala num acesso de fúria. A polícia chega, Crown foge e Bess se refugia com Porgy. Serena chora a morte do marido com amigos em seu quarto. Um detetive interroga e detém um inocente.

 

Ato 2


Porgy e Bess se apaixonam. Num piquenique numa ilha onde Crown se esconde ela, porém, deixa-se seduzir novamente por ele. De volta a Catfish Row, atormentada, jura a Porgy que ainda o ama. Com a chegada de um furacão, todas cantam por proteção de Deus. Crown volta à procura de Bess.

 

Ato 3


Todos consolam a viúva dos pescador que perdeu o marido na tempestade. Como Crown insiste em levar Bess, Porgy o apunhala. Ninguém o delata. O detetive leva Porgy para identificar o corpo de Crown e acaba preso uma semana por desacato. Ao sair, descobre que Bess fugiu para Nova York na companhia de Sportin’ Life, traficante de drogas, seu novo amor. Ele nem sabe onde fica a cidade, mas se põem à estrada para encontrá-la.

Do barroco à modernidade: a tradição do concerto grosso

Reprodução
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Villa-Lobos foi um dos músicos que resgatou o gênero na modernidade.

A edição desta semana de Concertos UFRJ apresenta o concerto grosso, forma musical típica do período barroco que, após um longo ocaso, foi resgatada no século XX, em plena modernidade. Em relevo obras de Arcangelo Corelli, Francesco Geminiani, Haendel, Antonio Vivaldi e Villa-Lobos.

A edição desta semana de Concertos UFRJ apresenta o concerto grosso, forma musical típica do período barroco que, após um longo ocaso, foi resgatada no século XX, em plena modernidade. Em relevo obras de Arcangelo Corelli, Francesco Geminiani, Haendel, Antonio Vivaldi e Villa-Lobos.

 

Concerto grosso (plural italiano: “concerti grossi”) é o concerto em que um grupo de solistas (concertino) — geralmente dois violinos e um violoncelo — dialoga com o resto da orquestra (ripieno), por vezes fundindo-se ao “tutti” da formação. É uma modalidade estritamente instrumental e difere do concerto propriamente dito em que um instrumento solo desenvolve uma única linha de melodia, acompanhado pela orquestra.

 

A forma apareceu no último quarto do século XVII, embora o nome tenha sido usado, ao que se sabe, pela primeira vez por Giovanni Lorenzo Gregori em um conjunto de dez composições publicado em Lucca, em 1698. Esse gênero deriva da música veneziana a coro duplo e da suíte de danças. As diferentes partes – concertino, ripieno e tutti – são sustentadas pelo baixo contínuo, uma combinação de instrumentos harmônicos que pode incluir o cravo, órgão, alaúde ou tiorba. Certos compositores do período utilizaram simplesmente a denominação concerto, sinfonia ou sonata para designar o concerto grosso.

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Corelli

 

O primeiro grande compositor a adotar o termo concerto grosso foi Arcangelo Corelli. Após a sua morte, uma coleção de 12 peças do gênero foi publicada, o que contribuiu muito para sua aceitação. Não muito tempo depois, compositores como Francesco Geminiani, Pietro Locatelli e Giuseppe Torelli escreveram obras no estilo de Corelli. A sua produção também teve forte influência sobre Antonio Vivaldi, um dos seus discípulos. O concertino em Corelli é, invariavelmente, formado por dois violinos e um violoncelo, com uma seção de cordas como ripieno. Ambos, acompanhados por um baixo contínuo.

 

Como exemplo da produção do compositor, o programa apresentou o Concerto Grosso op. 6, no 4, na versão da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ)tendo como solistas Felipe Prazeres e Adonhiran Reis nos violinos e Mateus Ceccato no violoncelo. A gravação, ao vivo, foi feita durante o 1º Festival de Música Antiga da Universidade, ocorrido em novembro de 2011. O vídeo desta interpretação pode ser apreciado no piloto do projeto Concertos Virtuais UFRJ, resultado de uma parceria da Escola de Música com a Coordenadoria de Comunicação da instituição.

 

Francesco Geminiani

 

Duas formas distintas de concerto grosso se desenvolveram: o da sonata da chiesa (igreja, em italiano) e o da sonata de câmera. O concerto da chiesa alterna quatro movimentos lentos e rápidos e o concerto da câmara toma o caráter de uma suíte de danças populares, introduzida por um prelúdio. Estas distinções acabaram perdendo a rigidez com o tempo. Francesco Geminiani, um discípulo de Corelli, escreveu concertos grossos importantes em forma de sonata da chiesa. Os movimentos lentos são geralmente muito breves, quase uma cadência de passagem entre os movimentos rápidos.

 

De Geminiani Concertos UFRJ levou ao ar o Concerto Grosso op. 2, no 5, com o grupo Tafelmusik e a direção de Jeanne Lamon.

 

Haendel

 

O concerto grosso foi praticado, sobretudo, na Itália e na Inglaterra, um pouco nos países germânicos, mas quase nunca na França. Um compositor que transita pelos diferentes estilos do barroco é Haendel, nascido na Alemanha, que viveu e estudou na Itália e acabou se estabelecendo com grande sucesso em Londres. Haendel escreveu duas coleções de concerti grossi, as op. 3 e op. 6. O primeiro grupo incluiu, além das cordas, os sopros no grupo do concertino. É o caso do Concerto Grosso op. 3, no 1, que o programa veiculou. A interpretação, a da Academia de Saint Martin in the Fields sob a direção de Neville Marriner.

 

Vivaldi

 

Na Itália, cabe mencionar ainda Antonio Vivaldi, expoente do gênero e um compositor que foi muito influenciado por Corelli, seu mestre. É de Vivaldi, o concerto em ré menor RV 565, que utiliza o padrão corelliano de dois violinos e um violoncelo solistas em contraste com a orquestra de cordas e o contínuo. A interpretação, a do conjunto Concerto Koln

 

 

Villa-Lobos

 

O Concerto grosso entrou em eclipse no final do barroco, dando lugar a novas estruturas musicais, como as sinfonias pré-clássicas de Stamitz e a sinfonia concertante – variante efêmera, mas tornada ilustre por compositores do calibre de Mozart. O concerto grosso foi recuperado no séc. XX por músicos como Igor Stravinsky, Ernest Bloch, Vaughan Williams, Martin?, Schnittke e o nosso Heitor Villa-Lobos que escreveu seu concerto grosso não para orquestra de cordas, mas para orquestra de sopros e tendo um quarteto composto por flauta, oboé, clarineta e fagote como solistas. A gravação veiculada trouxe o maestro Marcelo Jardim à frente da Orquestra de Sopros da UFRJ e como solistas, Eduardo Monteiro, na flauta, José Francisco Gonçalves, no oboé, Cristiano Alves, na clarineta, e Aloysio Fagerlande no fagote.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

 

 

 

Concertos UFRJ: “Il ballo delle ingrate”, de Monteverdi

Reprodução
Primeiro_retrato_de_Monteverdi
{magnify}images/stories/noticias/Primeiro_retrato_de_Monteverdi.jpg|Reprodução{/magnify} primeiro retrato conhecido do músico, c. 1597, Ashmolean Museum.

Concertos UFRJ reprisam esta semana o programa dedicado a “Il ballo delle ingrate” (A dança das senhoras ingratas, em tradução livre), obra escrita por Monteverdi em 1608 para as celebrações do casamento de Francesco Gonzaga (filho do seu patrono, o Duque Vincenzo de Mântua) e Margarida de Saboia. O libreto é de Ottavio Rinuccini, nobre e poeta italiano do final do Renascimento. Um delicioso passeio pelos primórdios da ópera, gênero que nos séculos seguintes catalisará a atenção dos gênios musicais mais criativos.

Concertos UFRJ reprisam esta semana o programa dedicado a “Il ballo delle ingrate” (A dança das senhoras ingratas, em tradução livre), obra escrita por Monteverdi em 1608 para as celebrações do casamento de Francesco Gonzaga (filho do seu patrono, o Duque Vincenzo de Mântua) e Margarida de Saboia. O libreto é de Ottavio Rinuccini, nobre e poeta italiano do final do Renascimento. Um delicioso passeio pelos primórdios da ópera, gênero que nos séculos seguintes catalisará a atenção dos gênios musicais mais criativos. 

 

Na estreia o Duque e filho chegaram a integrar o elenco. Monteverdi compôs ainda para a mesma ocasião a música para o prólogo de jogo “Guarini L’idropica” e a ópera “L’Arianna”, a partir outro libreto de Rinuccini.  Aliás, deve-se ao poeta o texto do que muitos consideram a primeira ópera: “Dafne” (1597), com música de Jacopo Peri.

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

O italiano Claudio Monteverdi (1567-1643) é, com justiça, considerado uma das personalidades modulares da história da música ocidental. Em suas óperas e madrigais desenvolveu um estilo em que a orquestra além de acompanhar as vozes, desempenha um papel independente no desenvolvimento dramático. É o chamado concertato, cujo significado deriva do verbo italiano concertare e significa entrar em acordo. Essa abordagem se manifesta, sobretudo, nas obras do quinto ao oitavo livro de madrigais seculares publicados pelo compositor entre 1605 e 1638. No último, intitulado “Madrigali Guerrieri, et amorosi”, apresenta uma incrível variedade de peças destinadas a diferentes formações, duas das quais marcaram o desenvolvimento dos gêneros musicais representativos: “Il combattimento di Tancredi e Clorinda” e o “Il ballo delle ingrate”.

 

Nelas elaborou uma nova forma de recitativo, o concitato (ou excitado), onde as cordas acompanham as vozes com notas repetidas em figurações rápidas para ressaltar os momentos marcantes do curso dramático. Suas grandes inovações para a orquestra foram a emancipação do conjunto em relação às partes vocais e o desenvolvimento da escrita instrumental. “Il ballo delle ingrate” é ainda uma composição hibrida, em que se mesclam elementos da ópera, do ballet e do madrigal ? uma espécie de ballet semidramático em que os recitativos assumem grande relevo, como, aliás, típico das primeiras óperas.

 

A versão impressa provavelmente contém revisões que o musicólogo Paolo Fabbri acredita foram feitas para as comemorações da coroação do imperador Fernando III, em 1636. A súbita morte do antecessor teria obrigado Monteverdi, sob pressão dos acontecimentos, a reelaborar o material de o “Ballo delle ingrato”. A escrita virtuosística para o baixo Plutão denuncia, por exemplo, mais o estilo das suas últimas produções do que a simplicidade do seu famoso “L’Orfeo” (1607), “favola in musica” considerada pela crítica a primeira obra-prima do gênero operístico.

 

A versão veiculada no programa trouxe Patrizia Vaccari (soprano), no papel de Cupido; Gloria Banditelli (mezzo-soprano), como Vênus; Antonio Abete (baixo), como Plutão; e Maura Pederzoli (soprano), como uma das senhoras ingratas. Sergio Vartolo conduz a Orquestra da Capela Musical de São Petrônio de Bolonha.

 

* * *

 

Concertos UFRJ resultam de um convênio da UFRJ com a rádio Roquette Pinto, indo ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

 

Il ballo delle ingrate

 

Claudio Monteverdi

Ottavio Rinuccini, libreto

monteverdi-ballo-delle-ingrateCD

Personagens

 

Venere(Vênus), soprano
Amore(Cupido), soprano
Plutone (Plutão), baixo
Uma ingrata, soprano

 

Ação

 

A ação se passa a entrada do Inferno

 

Ato único

 

Vênus e Cupido visitam Plutão, o rei do submundo, e se queixam de que as flechas do arco de Cupido não são mais eficazes com as senhoras de Mântua que estão, uma a uma, desprezando seus amantes.

 

Cupido pede então a Plutão que traga do submundo os espíritos daquelas que rejeitaram em vida o amor, para mostrar o que está destinada a elas na outra vida. Plutão concorda e os espíritos das senhoras ingratas entram a dançar “duas a duas… com passos graves”. Plutão canta uma advertência para as mulheres da plateia e, quando os espíritos, retornam ao submundo, um deles entoa um lamento, por deixar o ar “puro e sereno”.

Concertos UFRJ: Canarinhos de Petrópolis

Foto: Divulgação
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LischT dirige o coro de meninos desde 2009.

No primeiro programa do ano Concertos UFRJ apresentam o mais recente CD do coro infantil Canarinhos de Petrópolis, intitulado “Reflexos do Brasil”. Lançado em dezembro, a inciativa comemora os 70 anos do grupo e reúne obras sacras de compositores brasileiros contemporâneos, muitos dos quais vinculados à Escola de Música (EM).

No primeiro programa do ano Concertos UFRJ apresentam o mais recente CD do coro Canarinhos de Petrópolis, intitulado “Reflexos do Brasil”. Lançado em dezembro, a inciativa comemora os 70 anos do grupo e reúne obras sacras de compositores brasileiros contemporâneos, muitos dos quais vinculados à Escola de Música (EM).

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

Mais antigo grupo de cantores infantis do país o coro é mantido pelo Instituto Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP). Formado em 1942, pelo franciscano Frei Leto Bienias, possui um repertório vasto, que abrange do Canto Gregoriano à produção contemporânea, incluindo a música popular brasileira, com predominância da criação sacra.

 

Filiado à Federação Nacional dos Meninos Cantores e à Federação Internacional Pueri Cantores, com sede em Roma, o Coral dos Canarinhos já realizou sete excursões ao exterior, se apresentando na Europa, Estados Unidos e América Latina. Participou ainda de quatro importantes celebrações presididas pelos papas Paulo VI e João Paulo II.

 

No Brasil, além das apresentações à capella, o coro comumente se apresenta em concertos com grandes orquestras brasileiras, tais como: as Sinfônicas da Petrobrás, a Brasileira, a da USP, as Filarmônicas de São Bernardo do Campo, de Petrópolis, além da OSUFRJ.

 

Entre as obras de grande envergadura já apresentadas pelo grupo estão o Oratório de Natal de Bach, O Messias de Häendel, a Grande Missa em Dó Menor de Mozart, a Sinfonia nº 9 de Beethoven, o Réquiem de Fauré, a Sinfonia nº 2 (Lobgesang) de Mendelssohn, a Sinfonia nº 3 e a Sinfonia nº 8 (dos mil) de Mahler, os Salmos de Chichester de Bernstein, a Cantata para Comemorar o nascimento NSJC e a Missa Brevis IV (nos 50 anos do coral) de Ernani Aguiar, a Cantata Tengai de Saegusa (pelos 100 anos da imigração japonesa no Brasil), a Sinfonia nº 3 “Kaddish” de Leonard Bernstein (primeira audição carioca), entre outras.

 

O conjunto está sob o comando do maestro Marco Aurélio Lischt que acumula a direção artística do IMCP, além da presidência da Federação Nacional dos Meninos Cantores do Brasil. Lischt foi aluno de piano e órgão da EM e possui pós-graduação em Música Sacra pela Hochschule für Musik und Darstellende Kunst de Frankfurt/Main, Alemanha.

Foto: Divulgação

CD

 

Para Lischt “Este CD é muito esperado. Talvez seja o único que reúna tantos compositores atuais que se interessam pela música sacra. As composições nunca foram gravadas e algumas foram escritas especialmente para o nosso coral, por grandes compositores”.

 

O repertório foi baseado na turnê pela Europa, realizada pelo coro em 2011. São 13 canções dos compositores Ronaldo Miranda, Alexandre Schubert, Sergio di Sabbato, Ricardo Tacuchian, Calimerio Soares, Ernani Aguiar, Marco Aurélio Lischt, André Vidal, Florêncio de Almeida Lima, Liduino Pitombeira e João Guilherme Ripper. Desta produção, o programa destacou 12 obras representando todos os compositores recolhidos.

 

O CD está disponível no próprio IMCP, ao preço de R$ 25, e pode ser solicitado através do site do instituto.

 

***

 

Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

 

 

cdreflexosdobrasil

 

Ricardo Tacuchian (1939)

Jerusalem quae aedificatur

 

Calimerio Soares (1944-2011)

Popule meus

 

Ernani Aguiar (1950)

Adoramus te Christe

 

Ronaldo Miranda (1948)

Regina Coeli

 

Marco Aurélio Lischt (1967)

Mitte manum tuam

 

Florêncio de Almeida Lima (1909-1996)

Ecce quam bonum

 

Liduino Pitombeira (1962)

Salmo I

 

Ronaldo Miranda (1948)

Ave Maria

 

Alexandre Schubert (1970)

Alma redemptoris matter

 

Alexandre Schubert (1970)

Ave Regina caelorum

 

André Vidal (1971)

Como a corça bramindo

 

Sergio di Sabbato (1955)

Psalmus VIII

 

João Guilherme Ripper (1959)

Psalmus Brevis 

 

Acesso à informação

A Lei nº 12.527/2011, Lei de Acesso à Informação, é um importante marco na história da Administração Pública para a concretização da participação cidadã. Esse novo microssistema legal, que trata do acesso à informação como direito público fundamental, também se traduz em um instrumento para a modernização do Estado, como ferramenta de controle e de transparência, no âmbito dos Direitos Humanos. 

AcessoInformacaoO acesso à informação passa a ser regra e o sigilo, a exceção. Essa é uma mudança de paradigma, que pretende dar vez a uma nova cultura, a cultura da participação, como um direito que permite ao cidadão alcançar outros direitos, como, por exemplo, o direito à educação, à saúde, à previdência. 

Em uma cultura de participação, o conhecimento da informação é uma ferramenta que possibilita o monitoramento das decisões dos governantes e, principalmente, viabiliza requerer direitos essenciais. Portanto, compete ao Estado provê-la de forma transparente, tempestiva e compreensível, de acordo com as regras e prazos estabelecidos na Lei. 

No portal da UFRJ, é possível acessar as principais informações da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Se o conteúdo desejado não estiver disponível, o cidadão poderá solicitá-lo, por meio do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC), sendo necessário apenas que se identifique e especifique o seu pedido de informação, não é preciso motivá-lo. 

Informações específicas sobre a Escola de Música podem ser solicitadas através do formulário de contato  deste site.

 

O pedido de informação poderá ser feito: 

Pela internet, através do Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC).  

Presencialmente, no espaço do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC-UFRJ), localizado na Av. Pedro Calmon, 550, andar térreo do prédio da Reitoria – CEP: 21.941-901

 (21) 2598-1953 e 2598-1954

Horário de funcionamento: das 10h às 12h e das 14h às 16h 

Detalhes dos procedimentos no portal da UFRJ.

 

Estatísticas

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Conselho Departamental

O órgão consultivo da Escola de Música e demais unidades da UFRJ é o Conselho Departamental. Sua composição e atribuições são definidos pelo Estatuto da UFRJ: 

Art. 30 O órgão consultivo da Unidade é o Conselho Departamental constituído: 

I – pelo Diretor, seu presidente;

II – pelo Vice-diretor; 

III – pelos Diretores Adjuntos, quando previstos no Regimento;

IV – pelos Chefes de Departamento; e 

V – por  representantes dos Corpos Discente e Técnico-Administrativo, na forma da lei.

Congregação

A Congregação é o órgão deliberativo da Escola de Música e demais unidades da UFRJ. A composição e atribuições da Congregação são definidas pelo Estatuto da UFRJ. Segundo o Art. 29, com alterações introduzidas pela resolução nº 03/2009 do Conselho Universitário, a Congregação, presidida pelo Diretor da Unidade, é constituída: 

I – pelo Diretor;

II – pelo Vice-Diretor;

III – pelos professores Titulares e contratados de categoria equivalente;

IV – por dois representantes dos professores Associados e contratados de categoria equivalente;

V  –  por  dois  representantes  dos  professores  Adjuntos  e  contratados  de categoria equivalente;

VI  –  por  um  representante  dos  professores  Assistentes  e  professores Auxiliares;

VII – por um representante dos Docentes Livres;

VIII – pelos professores Eméritos;

IX – por representantes do Corpo Discente;

X – por representantes do Corpo Técnico-Administrativo;

XI – por um representante dos ex-alunos;

XII – pelos professores Chefes de Departamento; e

XIII – por um representante da comunidade externa. 

§ 2º O número de representantes dos Corpos Discente e Técnico-administrativo, previstos nos incisos IX e X, será definido pela Congregação, conforme o disposto no parágrafo único do art. 15 deste Estatuto, respeitados os limites da legislação vigente. 

§ 3º O representante referido no inciso XI, com mandato definido no regimento da unidade, será indicado por associação de ex-alunos, de organização e funcionamento reconhecidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

§ 4º Para efeito de quorum mínimo não será considerado o número de Professores Eméritos. 

§ 5º A Congregação poderá dividir-se em Câmaras, em função de objetivos especiais. 

§ 6º O mandato, a forma de escolha dos representantes e os demais dispositivos relativos ao funcionamento da Congregação, constarão do Regimento da Unidade Universitária. 

A Congregação da Escola de Música se reúne ordinariamente com periodicidade mensal.