Concertos UFRJ: OSUFRJ executa sinfonias de Haydn

Foto: Ana Liao
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Felipe Prazeres conduziu a OSUFRJ em concerto dedicado a Hydn.

A edição desta semana de Concertos UFRJ destaca o espetáculo que a OSUFRJ realizou no dia 05 de março, no Salão Leopoldo Miguez. Na apresentação, que comemorou Dia Nacional da Música Clássica, foram executadas as sinfonias 6, 7 e 8 de Joseph Haydn.

A edição desta semana de Concertos UFRJ destaca o espetáculo que a Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ) realizou no dia 05 de março, no Salão Leopoldo Miguez. Na apresentação, que comemorou Dia Nacional da Música Clássica, foram executadas as sinfonias 6, 7 e 8 de Joseph Haydn, compositor que personifica o chamado “classicismo vienense” ao lado de Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig van Beethoven. As duas primeiras peças o programa levou ao ar em gravação ao vivo.

 

   
 
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Ouça aqui o programa: 

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Chamado por Mozart de “o pai de todos os compositores”, Haydn (1732-1809) é um dos expoentes da tradição musical. A ele se atribui o estabelecimento do quarteto de cordas e da sinfonia clássica. Ao todo escreveu 104 sinfonias e 68 quartetos. Também produziu concertos para oito instrumentos diferentes; várias missas; dois grandes oratórios, “A criação” e “As estações”; treze óperas em italiano e seis em alemão; inúmeras obras para trios e para piano. Sem mencionar centenas de canções inglesas, escocesas e galesas.

 

Compostas provavelmente no ano 1761, logo após o autor sido contratado pela corte da família Esterházy, na Hungria, as sinfonias nº 6 em Ré Maior (“Le Matin”, A Manhã), nº 7 em Dó Maior (“Le Midi”, O Meio-Dia) e a nº 8 em Sol Maior (“Le Soir”, A Tarde) formam uma espécie de unidade. Não por acaso, foram estreadas em um único concerto.

 

Um dos traços marcantes dessas sinfonias, a presença de instrumentos solistas, as aproximam bastante do antigo concerto grosso, forma de origem barroca. Um afinidade ressaltada pela adoção do baixo contínuo.

 

A sinfonia nº 6 (“Le Midi”) está dividida em quatro movimentos: I – Adagio/Allegro, II – Adagio, III – Menuet, e IV – Finale/Allegro. A introdução evoca o nascer do sol, ao que se segue o allegro em forma sonata com o tema principal sendo exposto pela flauta. O movimento lento reúne apenas os instrumentos de cordas e desenvolve um andante central com solos elaborados de violino e violoncelo, circundados por dois adágios.  O terceiro movimento destaca o solo de flauta e um trio em que dialogam fagote e violoncelo, coadjuvados pelo contrabaixo. Encerra a obra, um alegro com várias passagens concertantes.

 

A gravação traz Andréia Carizzi, violino; Rúbia Siqueira, viola; Gretel Paganini, violoncelo; Tarcísio Silva, contrabaixo; e Paulo Andrade, fagote. Felipe Prazeres, rege a OSUFRJ.

 

A sinfonia seguinte da trilogia, a nº 7 (“Le Midi”), acentua elementos da linguagem barroco, ainda que integrados a um sinfonia clássica. No primeiro movimento, uma Adagio/Allegro, além dos instrumentos solistas, aparecem figuras rítmicas pontuadas e um trabalho contrapontista mais intenso. Um recitativo com violino solo lembra uma cena de ópera com modulações e mudanças de andamento. O movimento seguinte, em adagio, cria um contraste com o anterior pelo caráter sereno e a presença de duas flautas. Ao final do desta parte, Haydn introduz uma cadência em que dialogam violino e violoncelo. Já no trio do quarto movimento, um minueto, destacam-se as trompas e o contrabaixo solista. O quinto, incomum nas obras do período, é um allegro que conclui com curta fanfarra.

 

Os solistas foram Marco Catto e Her Agapito, violinos; Mateus Cecatto, violoncelo; e Rodrigo Favaro, contrabaixo. A regência, uma vez mais esteve a cargo de Felipe Prazeres.

 

Encerra o programa a sinfonia 27, em Sol Maior, de Haydn. Em três movimentos – Allegro molto, Andante: siciliano, e Finale: Presto – a gravação veiculada foi a do maestro Antal Doráti a frente da Orquestra Filarmonia Hungárica.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: Witold Lutosławski

Foto: Divulgação
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 Foto do compositor polonês em sua casa em Varsóvia.

A edição desta semana de Concertos UFRJ destaca a obra de Witold Lutos?awski, um dos maiores compositores da segunda metade séc. XX. A produção de Lutos?awski, que sofreu inúmeras transformações estilísticas, desde a inspiração folclórica das suas primeiras experiências à linguagem personalíssima da maturidade, exerce uma enorme influência sobre a música contemporânea.

A edição desta semana de Concertos UFRJ destaca a obra de Witold Lutos?awski, um dos maiores compositores da segunda metade séc. XX, cujo centenário de nascimento está sendo comemorado em 2013. A produção de Lutos?awski, que sofreu inúmeras transformações estilísticas, desde a inspiração folclórica das suas primeiras experiências à linguagem personalíssima da maturidade, exerce uma enorme influência sobre a música contemporânea.

 

   
 
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Witold Lutos?awski nasceu em 25 de janeiro de 1913, em Varsóvia, e morreu em 7 de fevereiro de 1994, na mesma cidade

 

Estudou piano e composição na capital polonesa, e seus primeiros trabalhos foram fortemente influenciados pela música folclórica de seu país. Seu estilo apresenta então uma ampla gama de ricas e complexas texturas. No final de 1950, começou a desenvolver técnicas composicionais próprias. Sua música deste período em diante incorpora métodos de construção de harmonias e de alturas característicos. Também adota, em diversas obras, processos aleatórios de composição.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Lutos?awski ganhou a vida tocando em bares. Algum tempo depois da guerra, as autoridades stalinistas censuraram suas composições por conderá-las formalistas e elitistas. Na década de 1980, o compositor usou seu enorme prestígio para apoiar o sindicato autônomo Solidarno?? (em português Solidariedade), que contribuiu para por em xeque o regime autoritário e o domínio da União Soviética sobre o país.

 

Lutos?awski descreveu sua música como uma busca por ouvintes que pensam e sentem da mesma maneira que ele – uma forma de “pescar almas” como certa vez a caracterizou. Para ele, a arte não deveria ter a intenção representar o mundo exterior, uma vez que este não necessita de representação para ser vivenciado. A música para o copositor a música expressaria “o domínio do mundo ideal, o mundo que emerge da nossa imaginação, dos nossos desejos, da nossa concepção do ideal”. E a missão do artista torná-lo acessível aos outros.

 

Repertório

 

A “Pequena Suíte para Orquestra” de Lutos?awski abriu o programa. A obra foi construída a partir de temas populares da região da Cracóvia por encomenda da Rádio de Varsóvia.  A versão original foi destina à orquestra de câmara e estreada numa emissão radiofônica em 1950 pela Orquestra da Radio Polonesa. Um ano depois, Lutos?awski efetuou uma pormenorizada revisão da obra, aumentando-a de tamanho e reescrevendo-a para orquestra sinfônica. São quatro movimentos: Pícolo, Polca, Canção e Dança. A interpretação veiculada foi a do maestro Antoni Wit regendo a Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio Polonesa.

 

“Prelúdio de danças para clarineta e piano” marca, na trajetória de Lutos?awski, o que o próprio compositor chamou de seu adeus ao foclore. Composta em 1954 denota influência da música de Bartók. São cinco movimentos curtos: Allegro molto; Andantino; Allegro giocoso; Andante e Allegro molto. A versão, a de Ivan Stochl (clarineta) e Boris Nedelchev (piano).

 

Já o “Epitáfio para Oboé e Piano”, escrito em 1979, marca maturidade do compositor. A obra faz uso dos conceitos de “liberdade momentânea” e “aleatoriedade restrita” concedida aos intérpretes em determinadas passagens. A versão que foi ao ar é a de Heinz Holliger (oboé) e Esztényi Szabolcz (piano).

 

A seguir, o programa apresentou a “Partita para Violino e Piano”, de 1984. Os movimentos: Allegro giusto; Ad libitum; Largo     ; Ad libitum e Presto.

 

Encerrou a audição as “Variações sobre um tema de Paganini”, peça que tem uma história que cabe lembrar. Durante a ocupação nazista Lutos?awski e Panufnik formaram um duo de piano a quatro mãos que tocava nas cafeterias de Varsóvia. Devido a dificuldades acabaram produzido seus próprios arranjos. Mais tarde, durante o levante de 1944, foram destruídos quando a casa de Lutos?awski foi encediada pelas SS. A única partitura que restou foi a das variações sobre o famoso 24º capricho de Paganini. Escritas em 1941, ganharam uma versão orquestral em 1978, que o programa apresentou com Louis Lortie (piano) e a Sinfônica da BBC, conduzida por Edward Gardner.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Música Sacra em homenagem ao Papa Francisco

Foto: Divulgação
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Em sua primeira visita ao Brasil o Papa participa da JMJ.

Com uma seleção de obras sacras a edição desta semana de Concertos UFRJ homenageia o Papa Francisco, líder da Igreja Católica que, em visita ao Brasil, participa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O evento, em sua 28ª edição, promete reunir na capital carioca cerca de dois milhões de peregrinos vindos de 180 países. No programa, obras de Palestrina, José Maurício Nunes Garcia, Gregorio Allegri e Francis Poulenc.

Com uma seleção de obras sacras a edição desta semana de Concertos UFRJ homenageia o Papa Francisco, líder da Igreja Católica que, em visita ao Brasil, participa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O evento, em sua 28ª edição, promete reunir na capital carioca cerca de dois milhões de peregrinos vindos de 180 países. No programa, obras de Palestrina, José Maurício Nunes Garcia, Gregorio Allegri e Francis Poulenc.

 

   
 
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Primeiro pontífice latino-americano, Jorge Mario Bergoglio assumiu, com a designação de Francisco, o comando do catolicismo romano em março deste ano, após inesperada renúncia de seu predecessor, Bento XVI.

 

Em meio a graves crises e assolada por denúncias de corrupção financeira e sexual a Igreja Católica sofre com uma sangria sem precedentes de fiéis, em especial na Europa. Hoje apenas 24% dos católicos vivem no Velho Continente. Na América Latina são 62%, e o restante está na África e na Ásia.

 

Emblematicamente este “papa do fim do mundo”, como brincou em seu primeiro contato com os fiéis na Praça de São Pedro após a investidura, adotou o nome de Francisco em referência ao fundador da ordem mendicante dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos, apesar de sua origem jesuítica. “Foi por causa dos pobres que pensei em Francisco. Depois, enquanto o escrutínio prosseguia, pensei nas guerras, e assim surgiu o homem da paz, o homem que ama e protege a criação”, disse.

 

Uma das figuras mais radicais da tradição católica, o santo poverello d’Assisi, o pobrezinho de Assis, pregou, em um tempo também de enormes conturbações, o retorno às raízes cristãs e uma aproximação aos Evangelhos que, sem abrir mão da contemporaneidade, tome por base a imitação da vida de Jesus. Neste mesmo diapasão o atual papa fala de uma “Igreja pobre para os pobres” e dá mostras de condenar o fausto do Vaticano, ao mesmo tempo em que reafirma posições consolidadas da instituição em relação a temas como o celibato, a ordenação de mulheres, o aborto, as relações homoafetivas e os contraceptivos.

 

? Há ainda outra pobreza: é a pobreza espiritual dos nossos dias, que afeta gravemente também os países considerados mais ricos, afirmou em sua saudação ao Corpo Diplomático acreditado no Vaticano. É aquilo que o meu predecessor, o amado e venerado Bento XVI, chama de a “ditadura do relativismo”, que faz que cada um seja medida de si mesmo, colocando em perigo a convivência entre os homens… Não pode haver verdadeira paz, se cada um é a medida de si mesmo, se cada um pode reivindicar sempre e somente os próprios direitos.

 

Proposta de um equilíbrio difícil entre renovação e tradição, entre oração e ação, no mundo laicizado de hoje — em que os pontos de vista da Igreja Católica parecem, cada vez mais, anacrônicos para grande parte da sociedade. Desafio enorme, portanto, para o pontificado de Francisco.

Repertório

 

A primeira peça do programa foi o moteto “Tu es Petrus”, do compositor italiano da Renascença Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594), na interpretação do Coro da Catedral de Westminster, Londres, sob a direção de Stephen Cleobury. A seguir, e a partir do mesmo texto, o programa veiculou a “Novena do Apóstolo São Pedro”, de José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – maior compositor brasileiro do período colonial e Mestre da Capela Real de João VI, no Rio de Janeiro. Composta em 1814, a versão reuniu o maestro e docente da Escola de Música, Ernani Aguiar, a Orquestra e Coral Porto Alegre e teve como solistas Ana Luisa Vargas (soprano), Márcia Borges da Fonseca (mezzo soprano), Marcos Liesemberg (tenor) e Pedro Sphor (baixo).

 

“Misere”, também conhecida como “Miserere mei, Deus” (em latim: “Tende misericórdia de mim, Deus”), do compositor italiano Gregorio Allegri (1582-1652) foi a teceira obra do progranma. Composta provavelmente em 1630, durante o papado de Urbano VIII, é uma versão do famoso Salmo 51 (50). Executada exclusivamente na Capela Sistina durante a Semana Santa, seu registro era vedado. O que não impediu, porém, que o jovem Mozart, após uma única audição, a transcrevesse de memória.  A interpretação, uma vez mais do Coro da Catedral de Westminster, sob a regência de Stephen Cleobury. O solista, Saul Quirke.

 

A seguir, a edição apresentou as “Quatro pequenas orações de São Francisco de Assis”, do compositor francês Francis Poulenc. Obra para vozes masculinas trouxe o Coro da Universidade de Cornell sob a regência de Scott Tucke (1899-1963).

 

Encerrou a audição, o “Te Deum para as Matinas de São Pedro” com o soprano Veruschka Mainhard, a mezzo soprano Carolina Faria, o tenor Geilson Santos e o baixo Maurício Luz, além do Coro Sinfônico e da Orquestra Sinfônica da UFRJ sob a regência de Ernani Aguiar.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: Francis Poulenc

Reprodução
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Foto de Poulenc datada de meados dos anos 1950.

A edição desta semana de Concertos UFRJ, programa radiofônico resultado de uma parceria da Escola de Música com a Roquette Pinto, homenageia o compositor francês Francis Poulec, cujo cinquentenário de morte é lembrado em 2013. Poulec formou com Georges Auric, Louis Durey, Arthur Honegger, Darius Milhaud e Germaine Tailleferre o famoso Grupo dos Seis .

A edição desta semana de Concertos UFRJ, programa radiofônico resultado de uma parceria da Escola de Música com a Roquette Pinto, homenageia o compositor francês Francis Poulec, cujo cinquentenário de morte é lembrado em 2013. Poulec formou com Georges Auric, Louis Durey, Arthur Honegger, Darius Milhaud e Germaine Tailleferre o famoso Grupo dos Seis que, inspirados pela música de Erik Satie e nas ideias de Jean Cocteau, levou adiante uma reação neoclássica ao wagnerismo e ao impressionismo imperantes.

 

   
 
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Autor de obras que abarcam a maior parte dos géneros musicais, incluindo canção, música de câmara, oratório, ópera, música para bailado e música orquestral Poulenc nasceu em 7 de janeiro de 1899 em Paris. Na mesma cidade faleceu em 30 de janeiro de 1963.

 

De formação autodidata, já era reconhecido quando resolveu, em 1920, ter aulas de harmonia com Charles Koechlin. Nunca, porém, estudou formalmente contraponto ou orquestração.

 

A vida de Poulenc, segundo vários biógrafos, se caracterizou por constante luta interna (“meio monge, meio bad boy”, como o definiu o crítico Claude Rostand, num artigo famoso). Tendo sido educado como católico, debatia-se entre suas profundas convicções religiosas e uma homossexualidade que não o impediu, entretanto, de relacionamentos com mulheres.

 

Essencialmente diatônica com base na melodia acompanhada, forte apelo rítmico e harmonias temperadas por dissonâncias, a música de Poulenc é personalíssima, ainda que se possa deixar de perceber a forte influência do jazz e da obra de Fauré e Stravinsky. Sua produção instrumental é, frequentemente, carregada de humor e, não raro, impregnada de um sentimento doce-amargo derivado da sua personalidade, ao mesmo tempo, alegre e melancólica.

 

Além da obra instrumental, Poulenc deixou importantíssima produção vocal em que se destacam suas canções com piano e as peças corais. Do repertório a capela sobressaem as obras sacras, incluindo vários motetos e uma missa. Já com acompanhamento de orquestra, sua principal contribuição é um Gloria para mezzo-soprano e coro, escrito em 1959 a partir de encomenda da Fundação Koussevitsky e estreada dois anos depois.

 

Repertório da edição

 

A primeira peça do programa foi o Concerto para 2 pianos e orquestra in Ré Menor, Op. 61 – obra que o próprio compositor considerava uma das mais significativas dos seus “anos de aprendizagem”. Nela, a personalidade se afirma plenamente, a primeira audição aconteceu no Festival Internacional de Música de Veneza, em 1932, com a Orquestra do Scala de Milão e tendo o compositor e seu amigo Jaques Février como solistas. A interpretação veiculada trouxe os pianistas Bracha Eden e Alexander Tamir com a Orchestre de la Suisse Romande e a regência de Sergiu Comissiona.

 

A seguir, o programa apresentou, o Sexteto para piano e quinteto de sopro, Op. 100 (1932–9), uma das peças de câmara mais importante de Poulenc. Os interpretes: Pascal Roge (piano), Patrick Galois (flauta), Maurice Bourgue (oboé), Michael Portal (clarineta), Amaury Wallez (fagote) e André Cazalet (trompa).

 

Como exemplo da produção sacra do compositor, o programa levou ao ar o seu famoso Gloria na interpretação de Sylvia Greenberg, coros da Rádio Suisse Romande e da Pro Arte de Lausanne, Orchestre de la Suisse Romande e a condução de Jesús Lópes Cobos.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: Paul Hindemith

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Foto de Hindemith com sua viola, datada de 1925.
A edição desta semana de Concertos UFRJ, programa radiofônico resultado de uma parceria da Escola de Música com a Roquette Pinto, destaca esta semana a obra do compositor e violista alemão Paul Hindemith, cujos 50 anos de desaparecimento são lembrados em 2013.

A edição desta semana de Concertos UFRJ, programa radiofônico resultado de uma parceria da Escola de Música com a Roquette Pinto, destaca esta semana a obra do compositor e violista alemão Paul Hindemith, cujos 50 anos de desaparecimento são lembrados em 2013. Um dos mais importantes representantes da música do século XX, Hindemith foi também teórico e professor, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da teoria musical.

 

Paul Hindemith nasceu em Hanau, no Estado de Hesse, Alemanha, em 16 de novembro de 1895. Depois de ter aprendido violino quando criança, estudou com Arnold Mendelssohn e Bernhard Sekles no Conservatório Hoch, em Frankfurt.

 

   
 
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Iniciou-se profissionalmente como músico em cafés e, aos vinte anos, já se tornara regente da Ópera de Frankfurt. A seguir integrou como violista o famoso Quarteto Amar, com o qual desenvolveu extensa atividade na Europa.

 

Em 1922, algumas das suas peças foram ouvidas no festival International Society for Contemporary Music em Salzburgo, o que o fez conquistar a atenção dos públicos internacionais. Reconhecido como criador importante, passa, em 1927, a lecionar composição na Escola Superior de Música de Berlin.

 

Ainda na década de 1920 colaborou com vários compositores avant garde, incluindo Anton Webern e Arnold Schoenberg, tendo feito várias turnês como solista, pelos Estados Unidos da América no final da década de 1930.

 

Apesar dos protestos do maestro Wilhelm Furtwängler, a sua música foi definida como “degenerada” pelos nazistas, em parte pela sensualidade de suas primeiras óperas, e considerada uma “matraca atonal”, pelo Ministro da Propaganda Joseph Goebbels. Em 1937 decide se exilar na Suíça e, três anos depois, emigra para os Estados Unidos da América, onde dirigiu o Departamento de Música da Universidade de Yale, tendo alunos como Lukas Foss, Norman Dello Joio, Harold Shapero e Ruth Schonthal. Adquiriu a cidadania norte-americana em 1946, mas regressou à Europa em 1953, vivendo em Zurique e lecionando na universidade local.

 

Inicialmente um iconoclasta, Hindemith evoluiu para um neoclassicismo, que buscava no passado, em especial no barroco e classicismo, a inspiração para a música contemporânea. Um estilo que ganhou destaque na segunda metade do século XX e que foi adotado por importantes compositores como Stravinsky, Prokofiev, Darius Milhaud e Poulenc, expressando uma reação ao romantismo tardio do início do século e, de certa forma, aos movimentos impressionista e expressionista. A música neoclássica revalorizou a melodia, defendeu a economia dos meios, e incorporou recursos modernos como a polirritmia e a politonalidade.

 

Hindemith, em especial, se opôs neste período ao atonalismo de Arnold Schoenberg e formulou uma nova concepção da harmonia no livro Unterweisung im Tonsatz (1937-1939) e em outros publicações.

 

Como compositor, deixou obra vasta, abrangendo diversos gêneros, onde sobressaem o ciclo Das Marienleben (1924-1948), com versos de Rainer Maria Rilke (1875-1926), a ópera Cardillac (1926), baseada em um conto de Amadeus Hoffmann (1776-1822), o concerto Schwanendreher (1935), com temas de canções alemãs antigas, e a ópera Mathis der Maler (1928), em torno da vida do pintor sacro germânico Mathias Grünewald.

No final da sua vida começou a reger com mais frequência. Ganhou o prestigioso Prêmio Balzan, em 1962. Faleceu no ano seguinte, em 28 de dezembro.

 

Repertório da edição

A primeira peça do programa integra a Kammermusik, série de oito obras de câmara escritas por Hindemith, em 1924, para diversas formações. Foi apresentada a segunda da série, Op. 36, no 1, composta para piano obbligato e doze instrumentos solistas. A interpretação, a do pianista Lars Vogt com a Filarmônica de Berlim e a direção de Cláudio Abbado.

 

A segunda, a Trauermusik (Música Fúnebre), Op. 48, para viola solista e orquestra de cordas tem uma história curiosa. Consagrado violista, Kammermusik estava em 1936 em Londres, onde iria executar com a orquestra da BBC um dos seus concertos para o instrumento, quando a apresentação foi cancelada em decorrência do falecimento do Rei Jorge V, da Inglaterra. Nos estúdios da emissora escreveu, num surto criativo, a Trauermusik em homenagem ao monarca desaparecido. A estreia aconteceu, dois dias depois, em 22 de janeiro, em transmissão radiofônica, tendo o compositor como solista. A versão que foi ao ar é a do violista Brett Dean como solista da Orquestra Sinfônica Queensland e a direção de Werner Andreas Albert.

Por fim, o programa destacou as Metamorfoses Sinfônicas sobre Temas de Carl Maria von Weber, escritas em 1943. Obra do período neoclássico de Hindemith, escrita em quatro movimentos (Allegro, Scherzo, Andantino e Marcha) foi apresentada pela Orquestra da Filadélfia com a direção de Wolfgang Sawallisch.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

150 anos de Ernesto Nazareth (reprise)

Reprodução
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Foto de Nazareth já com idade avançada.

A edição desta semana de Concertos UFRJ reprisa o especial dedicado aos 150 anos de nascimento de Ernesto Nazareth – um dos músicos brasileiros mais importantes. Definido por Mário de Andrade como “dotado de uma extraordinária originalidade, porque transita com fôlego entre a música popular e erudita, fazendo-lhe a ponte, a união, o enlace”, o compositor é figura fundamental da chamada Belle Époque carioca.

A edição desta semana de Concertos UFRJ reprisa o especial dedicado os 150 anos de nascimento de Ernesto Nazareth – um dos músicos brasileiros mais importantes. Definido por Mário de Andrade, expoente do nosso modernismo, como “dotado de uma extraordinária originalidade, porque transita com fôlego entre a música popular e erudita, fazendo-lhe a ponte, a união, o enlace”, o compositor é figura fundamental na efervescente cena cultural da chamada Belle Époque carioca, como ficaram conhecidas os primeiros anos do século XX.

 

Filho de Vasco Lourenço da Silva Nazareth, despachante aduaneiro, e Carolina Augusta da Cunha, Ernesto Júlio de Nazareth nasceu na cidade do Rio de Janeiro, aos 20 de março de 1863 na Rua do Bom Jardim, atual Marques de Sapucaí, que ficava no Morro do Pinto, entre os bairros de Santo Cristo e Cidade Nova. Em 1874, após o falecimento de sua mãe e primeira professora de piano, passou a receber lições de Eduardo Rodolpho de Andrade Madeira, amigo da família, e, mais tarde, de Charles Lucièn Lambert, afamado professor negro, de New Orleans, radicado no Rio.

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Ernesto Nazareth viveu em um momento de grande efervescência política, de afirmação nacional e de incorporação criativa de formas musicais de curso internacional. Não por acaso seu nome está ligado ao chamado “tango brasileiro” de batidas diferentes do tradicional, e ao choro, que ganhara os primeiros adeptos ainda nas últimas décadas do Império. Suas inovações musicais refletem este clima de mudança e contribuíram para levar a música brasileira a extratos sociais que privilegiavam até então gêneros europeus, como a polca e a mazurca.

 

Em 1877, com apenas 14 anos, compôs sua primeira música, a polca-lundu “Você bem sabe”, editada no ano seguinte. Em 1881, a polca “Não caio n’outra!!!”, seu primeiro grande sucesso, que teve diversas reedições. Em 1893, o tango “Brejeiro” foi publicado pela Casa Vieira Machado e despertou enorme interesse, sendo republicado mais tarde na França e nos Estados Unidos. As primeiras gravações datam de 1902 com a Banda do Corpo de Bombeiros que, sob a regência de Anacleto de Medeiros, registrou o tango “Está Chumbado” ? considerado por Mário de Andrade uma obra prima “cuja rítmica é um pileque de expressividade impagável”. Outra gravação pioneira foi a de 1905 do cantor Marcos Pinheiro para “Brejeiro”, que com letra de Catulo da Paixão Cearense foi rebatizado com o título “O sertanejo enamorado”.

 

O piano foi, sem dúvida, o grande meio de expressão de Nazareth. O termo pejorativo “pianeiro”, pelo qual passou a ser conhecido, não faz justiça a um criador que soube conciliar as danças típicas de salão com ecos de Chopin, compositor admirado por ele, e que produziu uma obra absolutamente original e, em muitos casos, de grande dificuldade técnica.

 

Nazareth fez fama tocando nas salas de cinema da cidade, em bailes e cerimônias sociais. Como pianista do Odeon, atraiu personalidades ilustres que iam ao cinema apenas para ouvi-lo. Entre elas, Villa-Lobos, que dedicou a Nazareth o Choros nº 1, Arthur Rubinstein, e Darius Milhaud, secretário da embaixada francesa no Brasil durante 1ª Guerra Mundial, que encantado com sua música usou alguns temas de Nazareth no ballet “O Boi no Telhado” e na suíte “Saudades do Brasil”. Foi em homenagem à esta sala de exibição que o compositor escreveu sua obra mais famosa o conhecido tango “Odeon”.

 

Foto: Reprodução
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Nazareth no piano Sanzin que foi presenteado ao compositor por admiradores paulistas.

A influência do repertório para piano do romantismo europeu pode ser percebido em obras como “Adieu”, que Nazareth chamou de um romance sem palavras. Já as conexões com a música popular são evidentes pelo conteúdo musical, pelos títulos das suas obras e, como no caso de “Ameno Resedá”, que escreveu em 1913 em homenagem ao famoso rancho carnavalesco carioca, pelas referências culturais implícitas.

 

Em duas ocasiões Nazareth se apresentou no Instituto Nacional de Música, hoje Escola de Música da UFRJ. A primeira, em 1908, a convite do então diretor Alberto Nepomuceno. A segunda, em 1922, convidado pelo compositor Luciano Gallet, que no programa destacou que sua participação era uma forma de “conhecer o que é nosso”.

 

Em 1926 o compositor embarcou em uma turnê pelo estado de São Paulo que devido ao sucesso acabou se prolongando por onze meses.  Na capital, foi homenageado na Sociedade de Cultura Artística e no Teatro Municipal de São Paulo, com uma conferência de Mário de Andrade. Nela, Mário afirma que “muitas das composições deste mestre de dança brasileira são criações magistrais em que a força conceptiva, a boniteza da invenção melódica, a qualidade expressiva estão dignificadas por uma perfeição de forma e equilíbrio surpreendente”.

 

Nazareth realizou em 1932outra turnê de concertos, agora pelo Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai. Em Montevidéu sofreu séria crise nervosa, que o obrigou a retornar. A gravidade do seu quadro neurológico em decorrência da sífilis fez com que fosse internado no Hospício D. Pedro II, onde funciona hoje o campus da Praia Vermelha da UFRJ, e, oito meses mais tarde, na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá. De lá fugiu em 1º de fevereiro de 1934, vindo a falecer, possivelmente no mesmo dia, afogado nas águas da represa que ainda existe na floresta que circundava o manicômio. Seu corpo foi encontrado no dia 4 e sepultado no dia seguinte, no Cemitério de São Francisco Xavier. O compositor tinha 70 anos.

 

Repertório da Edição

 

O programa apresentou a obra do compositor em quatro blocos. No primeiro, Artur Moreira Lima, um dos mais destacados interpretes de Nazareth, executa os tangos “Escovado”, “Carioca” e “Escorregando” e a valsa “Expansiva”. No segundo, o pianista interpreta os tangos “Odeon” e “Brejeiro” e a mazurca “Mercedes”. Em seguida Moreira Lima interpretou “Adieu” e Marcelo Prates, o “Ameno Resedá”.

 

Por último, a versão de Radamés Gnattali para “Fon-fon”, “Improviso”, “Pairando”, “Elegantíssima” e o famoso “Apanhei-te, cavaquinho”. A interpretação é do próprio Radamés e de Aida Gnattali em gravação original feita para a Rádio MEC em 1960.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: Centenário de nascimento de Benjamin Britten

Foto: Reprodução
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Britten em foto datada de meados dos anos 1950. .

Resultado de uma parceria da Escola de Música com a rádio Roquette Pinto, Concertos UFRJ comemoram esta semana o centenário de nascimento de Benjamin Britten, um dos maiores compositores ingleses de todos os tempos. No programa, um passeio por sua obra que, ainda que pouco numerosa, marcou a música do séc. XX.

Resultado de uma parceria da Escola de Música com a rádio Roquette Pinto, Concertos UFRJ comemoram esta semana o centenário de nascimento de Benjamin Britten, um dos maiores compositores ingleses de todos os tempos. No programa, apresentado e produzido pelo professor e maestro André Cardoso, um passeio por sua obra que, ainda que pouco numerosa, marcou a música do séc. XX.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

Compositor, regente, violista e pianista Edward Benjamin Britten nasceu no ano de 1913, em Lowestoft, condado de Suffolk, e cedo dedicou-se à música influenciado por seus pais. Estudou composição com Frank Bridge, que o apresentou ao universo sonoro da Segunda Escola de Viena, e mais tarde com John Ireland, já no Royal College of Music, em Londres.

 

Britten começou a compor jovem. Sua Simple Symphony, escrita aos 20 anos, mas a partir do reaproveitamento de temas melódicos da juventude, dá conta da originalidade e valor desses primeiros ensaios.

 

Em meados da década de 1930 passou a trabalhar para o cinema e a rádio. Sua música ganhou, então, fisionomia própria, baseada numa síntese pessoal de diversas tendências: desde a vocalidade de Monteverdi até a obsessão formal e expressiva de Alban Berg, passando por Puccini, Musorgski, Stravinsky, Mahler e Purcell. Nesta mesma época conhece também o tenor Peter Pears, com quem estabelece uma relação amorosa que, enfretando os preconceitos sociais, durará até o final da vida.

 

A estreia em 1941 da Requiem Symphony define um ponto de viragem na sua carreira. Foi quando o maestro Serge Koussevitzky o convidou a escrever a ópera Peter Grimes. O trabalho foi um marco na história da ópera britânica, pelas ambivalência da personagem principal, um herói marginal e socialmente desajustado. Britten conseguiu levar o público a sentir, ao mesmo tempo, atração e repulsa por Grimes.

 

The Rape of Lucretia, Billy Budd, The Turn of the Screw, A Midsummer Night’s e Death in Venice são alguns dos títulos que o tornaram um dos mais aclamados criadores do gênero. Nessas obras, Britten aborda temas complexos como os enfrentamentos do indivíduo com a sociedade e a perda da inocência, que são constantes da sua produção.

 

O cultivo da ópera não o impediu de se destacar em outros gêneros, especialmente na música vocal, com obras como Les illuminations, a Serenata para Tenor, Trompa e Cordas ou o monumental War Requiem. Britten foi também um excelente regente. Suas gravações, tanto de sua própria música como do repertório tradicional, colheram excelentes críticas.

 

Esteticamente, porém, foi um criador conservador, com algumas poucas incursões em experiências de vanguardas como dodecafonismo. Sua produção é, essencialmente, tonal e seu sucesso decorre, em larga medida, do lirismo e do humor de suas harmonias, além de um certo ecletismo com que enfrenta as demandas de cada trabalho.

 

O compositor faleceu em 1976, pouco depois de completar 63 anos.

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Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa radiofônico Concertos UFRJ vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado pelo professor André Cardoso, as edições passadas podem ser acompanhadas no podcast, audio sob demanda, da Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

 

Repertório da edição

Simple Symphony, com a Orquestra de Câmara Norueguesa, Iona Brown. Movimentos:I. Boisterous Bourrée – Bourrée Turbulenta; II. Playful Pizzicato – Pizzicato Brincalhão; III. Sentimental Saraband – Sarabanda Sentimental; e IV. Frolicsome Finale – Finale Travesso

 

Serenata para tenor, trompa e orquestra de cordas. Op. 31. Ciclo de canções sobre texto de diferentes poetas ingleses. Canções: Pastoral e Noturno. Com o tenor Robert Tear, o trompista Dale Clevenger e a Orquestra Sinfônica de Chicago conduzida por Carlo Maria Giulini.

 

Matinées musicales, Op. 24, escrita a partir de temas de Rossini. Movimentos: I. Marcha, II. Noturno; III. Valsa; IV. Pantomima e V. Moto Perpétuo. Interpretação da National Philharmonic Orchestra, sob a regência de Richard Bonynge.

 

Quatro Interlúdios Marítimos, da ópera Peter Grimes. Maestro André Previn a frente da Orquestra Sinfônica de Londres.

 

Concertos UFRJ: Trio alemão grava música de câmara brasileira

Foto: Divulgação
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Michael Uhde, idealizador do projeto que deu origem ao CD.

Resultado de uma parceria da Escola de Música com a rádio Roquette Pinto, o programa Concertos UFRJ dedica a edição desta semana ao lançamento do CD dedicado integralmente à produção de câmara brasileira dos períodos romântico e nacionalista.

Resultado de uma parceria da Escola de Música com a rádio Roquette Pinto, o programa Concertos UFRJ dedica a edição desta semana ao lançamento do CD dedicado integralmente à produção de câmara brasileira dos períodos romântico e nacionalista. Intitulado “Brasilianishe Kammermusic” (Música de Câmara Brasilweira), é uma projeto encabeçado pelo conceituado pianista alemão Michael Uhde, com duas de suas filhas, a violinista Katharina Uhde e a violoncelista Tatjana Uhde.

 

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Ouça aqui o programa: 

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Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

A ligação de Michael Uhde com o Brasil é antiga. Docente da Escola Superior de Música de Karlsruhe, Alemanha, da qual é atualmente vice-reitor, visita com frequência nosso país para participar de atividades acadêmicas e artísticas. Como pesquisador, tem grande interesse pela música de câmara brasileira o que o levou a colecionar um grande acervo de partituras e documentos sobre compositores brasileiros.

 

Os três músicos, que desenvolvem isoladamente carreias de sucesso, estiveram recentemente no Brasil, para divulgar o álbum que foi produzido aqui, mas gravado no início do ano em Karlsruhe. O repertório inclui obras significativas de Henrique Oswald, Alberto Nepomuceno, Francisco Mignone, Camargo Guarnieri e Luciano Gallet. Ao todo seis peças escritas para violino e piano; para violoncelo e piano; e para violino, violoncelo e piano.

 

O Trio

 

O pianista Michael Uhde nasceu em uma família musical, recebendo as primeiras aulas de seu pai, Jürgen Uhde, pianista e autor de vários livros importantes para a literatura do instrumento. Estudou na Universidade de Música de Freiburg, com Carl Seemann e, como bolsista do Studienstiftung des Deutschen Volkes, com Bruno Canino, no Conservatório G. Verdiem Milão. Apresentou-se por diversos países em inúmeras formações de câmara, a citar, entre elas, os duos com o violoncelista Antonio Meneses e com o violinista Antonio Pellegrini. Colaborou com diversos grupos, tais como o “Schumann Ensemble”, “Ensemble 13 Baden-Baden” e o “Ensemble Recherche”, o que possibilitou a realização de turnês pela Europa, Estados Unidos e América do Sul. Michael Uhde é, desde 1996, catedrático de Piano e Música de Câmara na Universidade de Música de Karlsruhe. Seu prestígio como docente tem lhe valido constantes convites para compor júris de concursos e ministrar cursos em países como Itália, Rússia, Canadá, Suécia, Suíça, Áustria e Noruega.

 

Foto:  Divulgação

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Família de músicos: Michael, Katharina e Tatjana.

Katharina Uhde estudou na Universidade de Música de Karlsruhe com Josef Rissin e, depois, com Ulf Hoelscher, recebendo os diplomas de artista e de professora, com distinção. Com uma bolsa de estudos Fulbright foi para os Estados Unidos, onde concluiu o doutorado em Artes Musicais na Universidade de Michigan sob a orientação de Stephen Shipps. Participando de extensas atividades como camerista junto ao Quarteto Viktor Ullmann, ganhou competições internacionais, como o “Concertino Praga”, e participou de recitais de música de câmara com Martha Argerich e Ivri Gitlis. Como solista, apresentou-se com diversas orquestras na Europa e nos Estados Unidos, como a Filarmônica de Baden-Baden e a Orquestra da Universidade de Michigan, e, em 2012, com a Orquestra da Universidade de Música de Belgrado e a Sinfonietta Lemberg.

 

As primeiras aulas de violoncelo de Tatjana Uhde começaram com sua mãe Sanja Uhde. Estudou com Martin Ostertag na Universidade de Música de Karlsruhe, e com Philippe Muller no Conservatório Nacional Superior de Música e de Dança de Paris, onde se graduou e obteve o diploma de artista, com distinção. Concluiu seus estudos com Antonio Meneses, na Universidade de Música de Berna. Recebeu o primeiro prêmio no Concurso Internacional de Música de Câmara “Concertino Praga” e o segundo prêmio no prestigioso Concurso Internacional de Violoncelo-Solo “Witold Lutoslawski”, em Varsóvia. Em março de 2013, o Quarteto de Cordas Capriccio, do qual faz parte, recebeu o primeiro prêmio no “Concurso Internacional de Música de Câmera”, em Illzach. Atualmente é violoncelista solista na Ópera Nacional de Paris.

 

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Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa radiofônico Concertos UFRJ vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado pelo professor André Cardoso, as edições passadas podem ser acompanhadas no podcast, audio sob demanda, da Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

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Repertório do CD

 

Henrique Oswald

Trio para piano em Ré Maior Op. 28 (1987)

I. Allegro Moderato

II. Scherzo (Presto) – Piú Moderato

III. Adagio

IV. Presto

 

Henrique Oswald

Sonatina em Fá Sustenido Menor para Trio de piano (1908)

Allegro

 

Alberto Nepomuceno

Tarantella para violoncelo com acompanhamento de piano (1908)

Vivo


Francisco Mignone

Canção sertaneja para violino, violoncelo e piano (1932)

 

Camargo Guarnieri

Canção sertaneja para violino e piano (1928)

Dolentemente

 

Luciano Gallet

Elegia para violoncelo e piano

Lento

Ana Vidovic interpreta o Concerto de Aranjuez com a OSUFRJ

Foto: Ana Liao
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Vidovic com a OSUFRJ no III Festival Internacional de Violão da UFRJ.

A edição desta semana de Concertos UFRJ reprisa a segunda parte do recital da violonista croata Ana Vidovic no encerramento do III Festival Internacional de Violão da UFRJ.

A edição desta semana de Concertos UFRJ  reprisa a segunda parte do recital da violonista croata Ana Vidovic no encerramento do III Festival Internacional de Violão da UFRJ. Acompanhada pela Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ) e sob a direção do maestro Tobias Volkmann, Vidovic interpretou o famoso Concerto de Aranjuez, do compositor espanhol Joaquín Rodrigo. A gravação ao vivo foi realizada no dia 27 de outubro de 2012 no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música.

 

O programa completa edição que levou ao ar a primeira parte do recital em que Vidovc, uma das maiores virtuoses da atualidade, tocou peças de Joaquim Turina, Fernando Sor, Bach e William Walton.

 

podcast

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Concerto de Aranjuez


Talvez a obra para violão e orquestra mais executada, o Concerto de Aranjuez é uma das maiores criações para o instrumento escritas no século passado. Composto no início de 1939, quando Rodrigo estava em Paris, distante de sua amada Espanha então conflagrada pelas guerra civil, e no epicentro de uma Europa prestes a sucumbir à Segunda Guerra Mundial, tem como inspiração os belos jardins do Palácio Real de Aranjuez, originalmente construído como residência de primavera de Filipe II de Espanha e redesenhado em meados do século XVIII para Fernando VI.

 

Foi a primeira peça que compôs para violão e orquestra. Sua estreia ocorreu em 9 de novembro de 1940, no Palácio da Música Catalã, em Barcelona, tendo como solista Regino Sáinz de la Maza y Ruiz, a quem a obra é dedicada. A orquestra, a Filarmônica de Barcelona liderada na ocasião por César Mendoza Lasalle.

 

O concerto está dividido em três movimentos (Allegro con spirito, Adagio e Allegro gentile) e, como afirma o autor, tenta capturar “a fragrância das magnólias, o cantar dos pássaros e o jorro das fontes” dos jardins de Aranjuez. Ainda segundo Rodrigo, o primeiro movimento é “animado por um espírito e um vigor sem que nenhum dos dois temas interrompa seu ritmo incansável”, o segundo “representa um diálogo entre guitarra e instrumentos de sopro (corne inglês, fagote, oboé, trompa, etc.)”, e o último “lembra uma dança cortesã em que a combinação de tempo duplo e triplo mantém um ritmo tenso até a barra de fechamento”.

 

A orquestração é bastante leve e o violão, que raramente confronta o conjunto da formação, dialoga com diversos instrumentos como o corne inglês no segundo movimento, uma das melodias mais inspiradas do compositor e que ganhou inúmeras versões autônomas.

 

Rodrigo e sua esposa Victoria mantiveram silêncio por muitos anos sobre as fontes do segundo movimento, o que fez crescer a suspeita de que houvesse sido sugerido pelo bombardeio de Guernica, em 1937. Em sua autobiografia, Victoria afirma entretanto que é uma evocação dos dias felizes da lua de mel, ao mesmo tempo, que uma resposta à tristeza da perda do primeiro filho do casal.

Fotos: Ana Liao

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Recuerdos de la Alhambra

 

Após o Concerto de Aranjuez, Vidovic tocou como bis o famosa Recuerdos de la Alhambra(Memórias da Alhambra), do compositor espanhol Francisco Tárrega (1852 –  1909). Tárrega, como muitos músicos de sua época, combinou a tendência romântica europeia com elementos do folclore espanhol, o que transparece na obra, escrita em 1896.

 

Fantasía para un gentilhombre

 

Encerrando o programa, Concertos UFRJ levaram ao ar mais uma obra de Joaquín Rodrigo, a Fantasía para un gentilhombre. Rodrigo a compôs em 1954, a pedido de Andrés Segovia, o gentilhombre do título. O próprio Segovia a estreou em 5 de março de 1958, em San Francisco, EUA, com a San Francisco Symphony conduzida por Enrique Jordá. Seus quatro movimentos (Villano y Ricercare; Españoleta y Fanfare de la Caballería de Nápoles; Danza de las Hachas; e Canario) são baseados em danças curtas para violão solo de autoria do compositor espanhol do século XVII, Gaspar Sanz. A interpretação veiculada foi a do violonista Narciso Yepes com a Orquestra de Câmara Inglesa dirigida por García Navarro.

 

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Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa radiofônico Concertos UFRJ vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado pelo professor André Cardoso, as edições passadas podem ser acompanhadas no podcast, audio sob demanda, da Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

Concertos UFRJ: Música Brasileira para Violino e Cordas

Foto: Divulgação
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Alessandro Borgomanero dirige a Camerata e  faz os solos do CD.

Concertos UFRJ apresentam esta semana o mais recente CD da Camerata Filarmônica de Goiás. Intitulado Música Brasileira para Violino e Cordas do séc. XXI reúne um conjunto significativo da produção contemporânea brasileira para a formação. A Camerata tem como diretor artístico o violista Alessandro Borgomanero.

Concertos UFRJ, programa radiofônico resultado de uma parceria da Escola de Música com a rádio Roquette Pinto, apresentam esta semana o mais recente CD da Camerata Filarmônica de Goiás. Intitulado Música Brasileira para Violino e Cordas do séc. XXI reúne um conjunto significativo da produção contemporânea brasileira para a formação.

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção .

 

A Camerata tem como diretor artístico o violista Alessandro Borgomanero, responsável também pelos solos do álbum. Fundada em 2012, pôde se estruturar com base em leis regionais de incentivo artístico e cultural, que possibilitaram a captação de recursos na iniciativa pública por meio de dedução de impostos. Parcerias com a Universidade Federal de Goiás (UFG), à qual Borgomanero está ligado, fizeram o resto. A UFG cedeu local para ensaios e para as gravações do grupo.

 

Os interessados podem conhecer um pouco mais da experiência e baixar as faixas do CD em formato MP3 a partir do site do grupo.

 

Ao todo são cinco peças de quatro compositores brasileiros que apresentam uma panorama da produção contemporânea para violino e cordas. Duas, a “Serenata Noturna”, escrita em 2001, e “Vocalize”, de 2005, são de Henrique de Curitiba (1934-2008), pseudônimo do compositor de origem polonesa Zbigniew Henrique Morozowicz. Já “Katabasis”, Concerto para Violino e Orquestra, é de autoria de Jaime Zenamom (1953), compositor brasileiro naturalizado, nascido em La Paz, na Bolívia, hoje radicado em Curitiba; e “Cantigantiga”, do goiano Estércio Marquez Cunha (1941).

 

Curiosamente a peça que encerra o álbum, “Modinha Imperial para orquestra de cordas” de Francisco Mignone, não foi escrita neste início de século XXI. A sua inclusão sugere caminhos que trilhará a geração seguinte, com sua dedicação a orquestra de cordas.

 

Cabe mencionar que o violino vive um momento de prestígio entre nós com com reflexos sobre seus colegas de arco. O  CD da Camerata Filarmônica de Goiás é uma bom exemplo desse interesse renovado.

 

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O programa radiofônico Concertos UFRJ vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

 

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Ficha Técnica do CD

Alessandro Borgomanero – direção artística, violino solo

Camerata Filarmônica de Goiás

 

Programa

Henrique de Curitiba – Serenata Noturna (2001) para pequena orquestra de cordas

1 Cortejo

2 Serenata

3 Valsa

4 Final Giocoso

 

Jaime Zenamon – “Katabasis” Concerto para violino e orquestra op. 131 (2008)

5 Cadenza – Impetuoso – Tranquilo

6 Piú Mosso

 

7 Estercio Marques Cunha – “Cantigantiga” para violino e cordas (2011)

 

8 Henrique de Curitiba – “Vocalize” para violino e cordas (2005)

 

9 Francisco Mignone – Modinha Imperial para orquestra de cordas

 

Faixas 5 a 8 – primeira gravação mundial

 

Gravação realizada entre os dias 6 e 8 de março de 2011 no auditório da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG

 

Camerata Filarmônica de Goiás

Direção Artística e Violino SolistaAlessandro Borgomanero

 

Violino I

Luciano Pontes

Lílian Raiol

Thiago Cavalcanti

Cindy Folly

 

Violino II

Marcos Bastos

William Isaac

Rennan Vicente da Silva

 

Viola

Emerson de Biaggi

Jairo Diniz

 

Violoncelo

David Gardner

Moisés Ferreira

 

Contrabaixo

Lybomir Popov

 

Gerente da Orquestra – Anderson Marinho Assis

 

Engenheiro de Som – Ulrich Schneider (Alemanha)

Assistente de Gravação – Cauê Barcelos (GO)

 

Alessandro Borgomanero. Nascido em Roma, formou-se com o título de Mestre em 1992, na Escola Superior de Música Mozarteum, de Salzburg, na classe do violinista Ruggiero Ricci. Continuou seus estudos com renomados violinistas, como Boris Belkin (Accademia Chigiana, Siena), Salvatore Accardo (Cremona) e Rodolfo Bonucci (Santa Cecília, Roma).

 

Apresentou-se como solista frente a várias orquestras, tais como: Orquestra de Câmara de Budapeste; Salzburg Chamber Soloists; Philadelphia Virtuosi Orchestra; London Mozart Players; Virtuosos de Salzburgo; Orquestra de Câmara de Berlim; Orquestra Sinfonietta Salzburg; Bachiana Filarmônica; Orquestra Sinfônica de Vaasa (Finlândia) e com a grande maioria das orquestras sinfônicas do Brasil. Em 2002, realizou a primeira execução brasileira do Concerto nº 2 para violino de Schostakovich, em Curitiba. No ano de 2005, apresentou-se como solista com a Orquestra de Câmara do Kremlin, em Moscou (Rússia). Em 2009, fez a estreia mundial do concerto para violino e orquestra de Jaime Zenamon, com a Orquestra Sinfônica do Paraná. Em duo com violino e piano, como integrante do Quarteto Mozarteum, obteve elogios do público e da crítica especializada, em tournées em vários países. Participou com concertos em diversos festivais de música, como: Festival de Verão de Salzburg, com a cantora Jessye Norman; Festival de Música de Edimburgo, com integrantes das Orquestras Filarmônicas de Viena e de Berlim; Festival Mozart de Tóquio e no Festival de Inverno de Campos do Jordão. Ministrou ‘Master-class’ para violino na Escola Superior de Música de Viana (Portugal) e em quase todos os festivais de música do Brasil.

Gravou vários CDs, por selos como Kreuzberg Records (Alemanha), Nami Records (Japão) e Classic Sound (Áustria). A sua discografia inclui dois CDs, gravados com o Mozarteum Quartett, com quartetos e quintetos de Mozart; um CD de violino e violão e outro CD com peças virtuosísticas para violino e piano. Em 2011, gravou um CD com obras inéditas de compositores brasileiros para violino e cordas, como solista e diretor artístico da Camerata Filarmônica de Goiás.

Vive em Goiânia desde 1999, onde é professor de violino na Universidade Federal de Goiás. De 2003 a 2007, foi diretor artístico e regente titular da Orquestra de Câmara Goyazes, liderando-a em mais de 90 concertos por vários estados brasileiros. Em 2012, foi regente titular da Orquestra Filarmônica de Goiás.