Musicultura: Pesquisa e ação abrindo caminhos

Foto: Reprodução
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Samuel Araújo coordena projeto do qual participaram 150 estudantes.

A Escola de Música da UFRJ possui grupos de pesquisa que agregam importância ao status quo de ser ela um centro de excelência no campo do conhecimento musical. Demonstração desta afirmativa encontra-se expressa no Grupo de Pesquisa Musicultura, que é coordenado pelo Professor Titular de Etnomusicologia, Samuel Araújo.

A Escola de Música da UFRJ possui grupos de pesquisa que agregam importância ao status quo de ser ela um centro de excelência no campo do conhecimento musical. Demonstração desta afirmativa encontra-se expressa no Grupo de Pesquisa Musicultura, que é coordenado pelo Professor Titular de Etnomusicologia, Samuel Araújo.

 

  Foto: Reprodução
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  Samuel Araújo.

Revelam o reconhecimento de outras nações ao trabalho do Musicultura, o projeto bilateral UFRJ/ Universidade de Aveiro, denominado Música e Cidadania no Mundo Lusófono, desenvolvido em conjunto com a Associação Cultural Moinhos da Juventude, na Cova da Moura em Lisboa, o acolhimento da pesquisadora-visitante, Ana Hofman, da Academia de Artes e Ciências da Eslovênia e o significativo número de artigos, produzidos pelo grupo, publicados em revistas acadêmicas internacionais.

Denotam o caráter sólido do Musicultura, as apresentações dos resultados de seus estudos em congressos, suas publicações em revistas acadêmicas nacionais, e o financiamento às pesquisas do grupo pelos principais órgãos de fomento do país, como CNPq, CAPES e FAPERJ.

Musicultura é integrado por alunos do Ensino Médio, que são moradores de comunidades da Favela da Maré, alunos de graduação e pós-graduação em música, e de outros cursos da UFRJ. Em seus treze anos de existência, a indicação de sua natureza estável é ilustrada com os mais de cento e cinqüenta estudantes que, desde 2003, participam dos projetos.

Os projetos que se desenvolvem, aproximadamente, a cada dois anos, são estabelecidos com novos focos de pesquisa e estudos e sempre estão interligados a um foco já existente. Atualmente, jovens como Naiane Santos da Silva, Alice Emery e Juliana Catinin, na categoria de pesquisadores, participam do Programa de Iniciação Científica da UFRJ. Matheus Nogueira, aluno do Ensino Médio e bolsista Jovens Talentos- FAPERJ- também faz parte do Grupo de Pesquisa Musicultura, assim como Alexandre Dias da Silva, professor da Rede Municipal de Ensino, na Maré, onde reside, além, é claro, dos pesquisadores-mestres formados no PPMG da UFRJ.

Musicultura foi instituído na Etnomusicologia Aplicada, sub-área de conhecimento da Etnomusicologia, grande área de trabalho científico interdisciplinar entre os estudos de música, de musicologia, de antropologia, de ciências sociais e acústica musical. Por isso, todos os seus temas de estudos e pesquisas obedecem a três orientações.

Uma, é o trabalho com moradores locais que, na condição de pesquisadores de fato, identificam interesses, apresentam temas, determinam possíveis ganhos que possam ter com a compreensão dos assuntos sugeridos, e, passam a construir com os membros de afiliação acadêmica do grupo, as estratégias e agendas de pesquisas. Isto é , o que pesquisar, onde e como.

E se impondo, para que estas duas orientações possam ser efetivadas, os trabalhos acadêmicos do Musicultura são alicerçados nas metodologias de pesquisa-ação-participativa, que guardam estreitas relações com o movimento da Educação Popular.

Projeto Tributo homenageia Robert Schumann

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Robert Schumann, mestre do romantismo alemão.

Para lembrar os 160 anos do falecimento de Robert Schumann (1810-1856), uma das personalidades mais originais do romantismo musical alemão, o Projeto Tributo realiza na terça-feira (28) um recital com um punhado das mais interessantes obras de câmara do compositor.

Para lembrar os 160 anos do falecimento de Robert Schumann (1810-1856), uma das personalidades mais originais do romantismo musical alemão, o Projeto Tributo realiza na terça-feira (28) um recital com um punhado das mais interessantes obras de câmara do compositor. Coordenado pelo professor e pianista Luiz Senise, o espetáculo está marcado para as 18h30, na Sala da Congregação da Escola de Música. A entrada é franca.

 

 
Foto: Ana Liao
  Luiz Senise
  Senise idealizou o projeto que, há quase duas décadas, homenageia expoentes da música.

 O projeto existe desde 1998 e reverencia a memória de grandes compositores através de apresentações que oferecem um painel de sua produção em anos que evocam emblematicamente seu nascimento ou morte. Como faz questão de destacar o professor, “trata-se de uma genuína manifestação de apreço, respeito e gratidão por parte dos intérpretes aos artistas criadores, cuja obra permanece como um precioso legado, uma fonte viva de energia e prazer”.

Senise chama atenção para as ambivalências do romantismo de Schumann, marcado por oscilações frequentes de humor. Autor criativo e inovador, mas padecendo de um imenso desconforto com o mundo – estigma que assinalará grande parte dos escritores, artistas e intelectuais de sua geração.

– No universo schumanniano povoado por múltiplos personagens, destaca-se a dicotomia conflitante entre Eusebius, introspectivo e sonhador, versus Florestan, impetuoso e ardente. É profunda a influência que exerce o piano em suas sinfonias e música de câmera. Suas canções são verdadeiras joias camerística e nelas, Schumann confia ao piano intermezzos e epílogos que completam e prolongam o conteúdo lírico e poético da melodia vocal.

Além de Senise se apresentam no espetáculo Catarina Real Oliveira (piano), Luciano Magalhães (piano), Marco Catto (viola), Mateus Ceccato (violoncelo), Priscila Rato (violino) e Ricardo Tuttmann (tenor). Comentários estéticos de Paulo Peloso.

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  Foto: Reprodução
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  Robert com sua esposa Clara, famosa pianista e, como ele, compositora.

Robert Schumann nasceu em 1810 na cidade de Zwickau, Saxônia, Alemanha, no seio de uma família ilustrada – seu pai era livreiro e editor. Desde cedo manifestou ambições musicais e literárias e o ambiente artístico que desfrutou na infância foi fundamental para suas futuras atividades como compositor, editor e crítico musical. A literatura sempre foi para Schumann uma fonte de estímulo, especialmente autores como Shakespeare, Goethe, Hoffman, Schiller e Heine. Sua inspiração literária não se manifestou, porém, na forma da música de programa, como em Berlioz, mas na busca de uma integração perfeita entre texto poético e música – o que se observa nos seus ciclos de canções e faz dele legítimo herdeiro de Schubert.

O compositor dedicou ao piano parte importante de sua produção mais criativa. Ela é resultado tanto de sua fértil inventividade melódica como dos sólidos conhecimentos da técnica do instrumento adquiridos com Friedrich Wieck, um severo professor que havia transformado sua filha, Clara, por quem Schumann acabará se apaixonando perdidamente, em grande virtuose do piano.

Apesar de um atribulado romance, das oscilações frequentes de humor de Schumann e da ferrenha oposição do pai de Clara, casaram-se em 1840 após uma desgastante batalha judicial. Os primeiros anos de matrimônio são os mais criativos e prolíficos de sua atividade como compositor e os mais felizes de sua vida.

Aos poucos, entretanto, as sombras da doença mental que acabará por consumi-lo descem. Nomeado regente de orquestra em Düsseldorf em 1850, a instabilidade o impede de desempenhar plenamente suas funções, culminando, quatro anos depois, com uma séria crise emocional, na qual o compositor se atira ao Reno, com intensão de pôr fim à vida. Resgatado, foi internado no asilo de Endenich, próximo da cidade.

Schumann falece em 29 de julho de 1856 sem se recuperar e com apenas 46 anos de idade.

 

Tributo a Robert Schumann

Dia 28 de junho, 18h30
Sala da Congregação

Programa

Robert Schumann – Des Abends (Da noite) e Aufscwhung (Impeto)
(1810-1856) Fantasiestücke opus 12 nº 1 e 2
Catarina Real Oliveira, piano

Widmung opus 25 nº 1 ( Rückert )
Mondnacht opus 39 nº 5 ( Eichendorff)
Dichterliebe opus 48 (Heine)
Schöne Wiege meiner Leiden opus 24 nº 5 (Heine)
Die Beiden Grenadiere op 49 nº 1 (Heine)
Ricardo Tuttmann, tenor
Luiz Senise, piano

Romance opus 28 nº 2
Luiz Senise, piano

Quarteto opus 47, em mi bemol maior
I – Sostenuto assai – Allegro ma non tropo
II – Scherzo – Molto vivace
III – Andante cantabile
IV – Finale – Vivace
Priscila Rato, violino
Mateus Ceccato, violoncelo
Marco Catto, viola
Luciano Magalhães, piano

Comentários estéticos

Prof. Dr. Paulo Peloso

Programa de Pós-Graduação Profissional em Música

Área de Concentração: Práticas Interpretativas
Descrição: A Área de Práticas Interpretativas é voltada para a formação de profissionais nas áreas da execução instrumental e vocal, assim como da regência de conjuntos instrumentais e vocais. Ela também abrange o estudo de estratégias de desenvolvimento das respectivas pedagogias.

Linhas de Pesquisa

1) Processos de Desenvolvimento Artístico
Descrição:
Objetiva a formação continuada de profissionais especializados em práticas musicais avançadas e transformadoras de procedimentos nas atividades interpretativas musicais, englobando o domínio individual do meio expressivo (instrumento específico, voz, regência, etc.), a experiência orientada da prática coletiva, como também a formação em atividades auxiliares na construção da carreira de intérprete musical.

2) Pedagogia Instrumental/Vocal/Regências
Descrição:
Objetiva a formação continuada de profissionais especializados em práticas docentes avançadas e transformadoras para atuar, especificamente, por meio da prática de ensino de instrumentos musicais ou canto, nas modalidades coletiva, individual ou à distância, em projetos de música pertencentes ao ensino básico, comunidades diversas ou a própria Universidade.

Objetivos


O Mestrado Profissional em Música da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ tem por objetivo formar profissionais qualificados para o exercício das práticas avançadas em música – especialmente aquelas ligadas à pesquisa aplicada, ao desenvolvimento artístico, científico e tecnológico e à docência, especialmente nas questões de interesse nacional -, e destinados aos setores privado e público.

Objetivos específicos

a)Fomentar a articulação entre os conhecimentos atualizados na área e linhas de pesquisa aplicada tradicionais em música, bem como a consolidação desses conhecimentos nas diversas práticas profissionais;
b)Formar profissionais qualificados para gerar novos conhecimentos, com vistas ao desenvolvimento ou aprimoramento de produtos, processos e sistemas associados ao campo da música;
c) Desenvolver pesquisas que contribuam para a inovação e o avanço das áreas de atuação profissional em música, bem como atendam às necessidades postas pelo seu universo profissional;
d)Desenvolver e aprimorar perfis profissionais qualificados e flexíveis que atendam às necessidades do trabalho em música;
e)Minimizar o impacto negativo das distorções causadas pelo confronto entre os percursos formativos extremamente especializados, comumente ofertados pelos cursos de graduação, e a necessidade de abordagens interdisciplinares para a solução de problemas frequentemente postos pela realidade do trabalho em música no Brasil.

Justificativa

Dentre os diversos perfis profissionais demandados pelo mercado profissional em música, destacam-se dois, que serão oferecidos pelo Programa de Pós-Graduação Profissional em Música da EM/UFRJ – PROMUS: o artista/instrumentista/regente/cantor, e o professor de instrumento/regência/canto. Estes são os perfis profissionais mais comumente demandados pela sociedade, e muito frequentemente eles se combinam nas linhas de atuação profissionais de indivíduos artistas/professores. Muitas das atividades profissionais resultam em produtos claramente distinguíveis dos produtos tradicionalmente resultantes das pesquisas acadêmicas. Estas últimas produzem reflexões críticas acerca da música, estando o seu foco principal não na realização prática de produtos artísticos ou de experiências educacionais ou gerenciais, mas sim na investigação de aspectos advindos destas práticas e produções, sendo os seus resultados apresentados e divulgados em formato de textos e publicações (produção bibliográfica acadêmica tradicional). Já as atividades profissionais em música resultam em produtos artísticos (composições, apresentações públicas, registros fonográficos, etc.), materiais didáticos, experiências pedagógicas, entre outros. Tais produtos advindos das práticas profissionais tradicionais em música somente encontram espaço no modelo acadêmico enquanto objeto de reflexões críticas, sendo o seu fazer, neste modelo, uma atividade que não é necessariamente avaliada enquanto exigência da formação. Esta distinção entre produtos gerados, métodos de abordagem e objetivos é o motivo pelo qual em regiões altamente desenvolvidas na área da formação musical coexistem a formação acadêmica e a profissional nos cursos de pós-graduação. No entanto, a consolidação dos programas de pós-graduação em música no Brasil adotou unicamente o formato de cursos acadêmicos, privilegiando a formação de pesquisadores na área, deste modo exigindo dos docentes e discentes participantes destes programas prioritariamente a elaboração de produtos acadêmicos (teses, dissertações artigos), relegando a produção musical mais direta (composições, apresentações artísticas, registros fonográficos, materiais didáticos, ações pedagógicas, etc.) ao papel de objeto de estudo. A implantação do PROMUS atenderá, portanto, a significativa demanda por espaços de formação e qualificação profissional nesta área, abordando de forma mais direta as necessidades postas pelo mercado de trabalho.

 

Corpo Docente

 

Aloysio Moraes Rego Fagerlande  Docente permanente
Ana Paula da Matta Machado Avvad Docente permanente
André Luiz Campello Duarte Cardoso  Docente permanente-licenciado
Bartholomeu Wiese Docente permanente
Cristiano Siqueira Alves Docente permanente
Daniel Guedes Docente colaborador
Marcelo Moraes Rego Fagerlande Docente permanente
Marcelo Verzoni Docente permanente
Maria José Chevitarese Docente permanente
Miriam Grosman  Docente permanente
Paulo Henrique Loureiro de Sá Docente permanente
Veruschka Mainhard Docente permanente

Atividades Acadêmico-Científico-Culturais

Resolução da Congregação nº 01/2009 (Fixa normas para implantação e funcionamento das Atividades Acadêmico-Científico-Culturais (RCS/ACC) e das Atividades Curriculares de Extensão (RCS/EXT) como Requisitos Curriculares Suplementares no âmbito dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Música da Escola de Música da UFRJ. 

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Concertos UFRJ: Matinas de Natal, de Nunes Garcia

Foto: Ana Liao
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O público lotou a belíssima Igreja da Lapa.

A edição desta semana de Concertos UFRJ destacou a gravação ao vivo da última apresentação da temporada 2013 da OSUFRJ, no dia 12 de dezembro. O já tradicional concerto de Natal, que este ano ocorreu na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro, no Centro do Rio, ganhou um atrativo especial. Integrou as homenagens ao centenário de nascimento de Cleofe Person de Mattos (1913-2002), musicóloga, professora e regente.

A edição desta semana de Concertos UFRJ destacou a gravação ao vivo da última apresentação da temporada 2013 da OSUFRJ, no dia 12 de dezembro. O já tradicional concerto de Natal, que este ano ocorreu na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro, no Centro do Rio, ganhou um atrativo especial. Integrou as homenagens ao centenário de nascimento de Cleofe Person de Mattos (1913-2002), musicóloga, professora e regente..

 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
Programas anteriores podem ser encontrados na seção .
   

 

Renomada pesquisadora da obra de José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), o repertório do concerto foi integralmente dedicado à obra do Padré Zé, como Cleofe costumava chamar carinhosamente o maior compositor do período colonial brasileiro. A grande atração do programa, suas Matinas do Natal, foram recuperadas pela musicóloga e publicadas em parceria com a Funarte.

 

Escrita em 1799 para solistas, coro e acompanhamento de órgão, ganhou posteriormente, do próprio compositor, uma versão orquestral, a que foi apresentada. Como solistas, Carol McDavit (soprano), Noeli Melo (mezzo-soprano), Ricardo Tuttman (tenor) e Inácio De Nonno (barítono). Jésus Figueiredo regeu a Orquestra Sinfônica da UFRJ e o Coro Sinfônico da Associação de Canto Coral (ACC).

 

As Matinas estão dividida em oito responsórios: Hodie nobis caelorum Rex, Hodie nobis de caelo pax vera, Quem vidistis pastores, O magnum mysterium, Beata Dei Genitrix, Sancta et Immaculata, Veata víscera Mariae virginis e Verbum caro.

 

Cleofe Person de Mattos (1913-2002) foi professora da Escola de Música (EM) e fundadora (1941) e regente do Coro Feminino Pró-Música, que deu origem à Associação de Canto Coral. Publicou, entre outras importantes contribuições, o Catálogo temático das obras de José Maurício Nunes Garcia (Rio de Janeiro, 1970) – o primeiro do gênero no Brasil – e a Biografia do padre (Rio de Janeiro, 1997). Foi também redatora da Revista Brasileira de Música (RBM), a mais antiga publicação do gênero no País, e ocupou a cadeira no 5 da Academia Brasileira de Música.

 

Barroco italiano

 

O programa apresentou, como complemento da audição, obras executadas no Concerto de Natal do ano passado, gravadas então na igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, na Praça XV, do Rio. Na ocasião foram apresentadas peças instrumentais escritas por compositores italianos do período barroco. Felipe Prazeres conduziu a OSUFRJ.

 

Daquele concerto a edição veiculou três obras. A Sinfonia Pastoral, de Gaetano Maria Schiassi (1698-1754), tendo como solistas Felipe Prazeres, Adonhiran Reis, violinos; Jessé Pereira, viola; e Mateus Ceccato, violoncelo; e Eduardo Antonello, cravo. O Concerto Grosso, op. 6, no 8, de Arcagelo Corelli (1653-1713), com Felipe Prazeres e Adonhiran Reis, violinos; e Mateus Ceccato, violoncelo. O Concerto Grosso para Noite de Natal, op. 8, no 6, de Giuseppe Torelli (1658-1709), com Felipe Prazeres e Adonhiran Reis, violinos; e Mateus Ceccato, violoncelo.

 

 

***

 

O programa radiofônico Concertos UFRJ, resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

Contatos através do endereço eletrônico: .

 

 

Concertos UFRJ: Música brasileira para oboé, fagote e piano

Foto: Ana Liao
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Aloysio: projeto combina pesquisa acadêmica com produção artística.

Concertos UFRJ destacam o recente lançamento do CD Música Brasileira para oboé, fagote e piano. O álbum reúne obras de seis compositores nascidos ou radicados no país escritas para esta formação camerística pouco conhecida do grande público, cobrindo um período que vai do século XIX à contemporaneidade.

Concertos UFRJ destacam o recente lançamento do CD Música Brasileira para oboé, fagote e piano. O álbum reúne obras de seis compositores nascidos ou radicados no país escritas para esta formação camerística pouco conhecida do grande público, cobrindo um período que vai do século XIX à contemporaneidade.

 

 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
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O álbum foi editado pelo Selo UFRJ Música com patrocínio da Fapej, fundação de fomento à pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. A iniciativa é do fagotista Aloysio Fagerlande, docente da Escola de Música (EM), e integra um projeto mais amplo de pesquisa que visa levantar e discutir a participação desse instrumento na música brasileira de concerto.

 

Em 2011. o professor lançou pelo mesmo selo o CD Música Brasileira de concerto para fagote, reunindo obras para fagote solista de orquestra de câmara de compositores ligados à Escola de Música. Na ocasião, a gravação foi assunto de duas de Concertos UFRJ.

 

Além de Fagerlande, participam o oboísta Luis Carlos Justi, professor da UNIRIO, e a pianista Fany Solter. Embora brasileira, Fany está radicada há muito tempo na Europa, sendo atualmente catedrática de piano da Escola Superior de Música de Karlsruhe (Hochschule für Musik Karlsruhe), Alemanha, instituição da qual foi reitora de 1984 a 2001.

 

O projeto foi contemplado em 2011 com o Edital de Apoio as Artes da do Rio de Janeiro. Ele é fruto também de uma parceria acadêmica da UFRJ e da UNIRIO com a Escola de Música de Karlsruhe. Uma colaboração que, entre outra iniciativas, proporciona o intercâmbio de docentes e estudantes de graduação com aquela instituição e que, desde 2008, realiza o Festival Brasil-Alemanha.

 

Sigismond Neukomm, Amaral Vieira, João Gillherme Ripper, Tim Rescala, Ernest Mahle e Dawid Korenchendler são os compositores registrados no disco.

 

Como destaca Fagerlande, apesar de pouco comum no repertório camerístico, o trio para oboé, fagote e piano ganhou um maior destaque quando Francis Poulenc escreveu em 1926 uma peça para a formação, que se tornou emblemática. A partir daí um maior número de compositores passaram explorar a coloratura do oboé e do fagote, de palheta dupla, que, aliados ao piano, deram um resultado, se não equivalente ao virtuosismo do tradicional trio para violino, violoncelo e piano, pelo menos riquíssimo em sonoridades coloridas e variadas.

 

Em parte inspirados em compositores europeus e americanos algumas obras composta para este grupo de instrumentos começaram a aparecer no repertório nacional. Um tendência que vem aumentando nos últimos anos.

 

Os interessados podem adquirir o CD através do site da Livraria Arlequim.

 

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O programa radiofônico Concertos UFRJ, resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

Contatos através do endereço eletrônico: .

 

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Música Brasileira para oboé, fagote e piano

 

Repertório do CD

 

Sigismond Neukomm

Nocturne

 

Amaral Vieira

Episódios, Op. 232

 

João Gillherme Ripper

From My Window no 1

Biking by the Sea (Orla)

Sunset (Anoitecer)

Bossa-Nova

 

Tim Rescala

Trio (2007)

 

Dawid Korenchendler

Serenata

Concertos UFRJ: Réquiem de Verdi

Foto: Reprodução
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Verdi, data e fotógrafo desconhecidos (c. 1850).

Concertos UFRJ continuam, esta semana, destacando a obra de Giuseppe Verdi, cujo bicentenário de nascimento se comemora em 2013. Autor essencialmente de óperas (abordadas na edição passada), o compositor italiano nos deixou também uma expressiva, ainda que pouco numerosa, produção sacra. Destas peças o programa abordou o seu famoso Réquiem.

Concertos UFRJ continuam, esta semana, destacando a obra de Giuseppe Verdi, cujo bicentenário de nascimento se comemora em 2013. Autor essencialmente de óperas (abordadas na ),  o compositor italiano nos deixou também uma expressiva, ainda que pouco numerosa, produção sacra. Destas peças o programa abordou o seu famoso Réquiem, escrito em 1874 para homenagear o escritor e humanista Alessandro Manzoni, falecido no ano anterior e autor de I promessi sposi (Os noivos), o mais famoso romance italiano do século XIX. Verdi tinha especial admiração Manzoni e considerava que ele havia escrito “não apenas o maior livro de nossa época, mas um dos maiores livros que jamais brotaram da mente humana”.

 

   
 
podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
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História

 

O Réquim de Verdi tem sua própria história que remonta à morte, em 1868, de Gioachino Rossini. Quando soube dela, Verdi sugeriu a diversos compositores italianos compor em conjunto um Réquiem em homenagem ao mestre, e começou a empreitada com uma versão do “Libera me”. No ano seguinte uma Messa per Rossini foi compilada por treze compositores (dos quais Verdi é hoje o único conhecido). A estreia foi marcada para a data do primeiro aniversário do falecimento de Rossini.

 

No entanto, nove dias antes, o comitê organizador abandonou o projeto. Verdi culpou a falta de entusiasmo do maestro escalado, Angelo Mariani, pelo fracasso, o que pôs fim a uma longa amizade. A obra caiu no esquecimento até 1988, quando o regente alemão Helmuth Rilling apresentou uma versão completa da Messai em Stuttgart.

 

Com a morte, em maio de 1873, de Alessandro Manzoni, Verdi decidiu finalizar um réquiem em sua homenagem – desta vez sozinho. Viajou para Paris em junho, onde começou a trabalhar na obra, dando-lhe a forma que apresenta atualmente, incluindo uma versão daquele “Libera me” composto originalmente para Rossini. O Réquiem de Verdi foi executado pela primeira vez em 22 de maio do ano seguinte, na Igreja de São Marcos, em Milão, no primeiro aniversário da morte de Manzoni.

 

O próprio Verdi regeu a obra, e os quatro solistas foram Teresa Stolz (soprano), Maria Waldmann (mezzo-soprano), Giuseppe Coppini (tenor) e Ormando Maini (baixo). Todos tinham participado dois anos antes da estreia europeia de Aída, para a qual Coppini também havia sido escalado, embora tenha sido substituído por motivos de saúde. Com um coro de 120 cantores e uma orquestra de 150 instrumentistas, escolhidos entre os principais teatros de ópera italianos, a apresentação foi um sucesso. A tal ponto que o compositor teve que reger, três dias depois, uma nova récita no La Scala.

 

Recepção

  Foto: Reprodução
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  Retrato de Alessandro Manzoni pintado por Francesco Hayez em 1841.

A Missa de Réquiem (em italiano, Messa da Requiem) de Giuseppe Verdi foi escrita para grande orquestra, quatro solistas (soprano, mezzo-soprano, tenor e baixo) e coro duplo. 

 

Verdi, que manteve sua posição anticlerical até o fim da vida, produziu uma Missa agnóstica, dramática e popular que foi recebida pelas plateias mais como uma experiência musical do que religiosa.

 

O Réquiem conquistou sucesso imediato em diversos lugares onde foi apresentado, embora críticos tenham censurado o uso de recursos operísticos em uma peça religiosa. Com o tempo a obra desapareceu do repertório padrão coral, tendo sido “redescoberta” na década de 1930, tornando-se um clássico do gênero.

 

Ao longo de toda a obra Verdi utiliza ritmos vigorosos, melodias sublimes e contrastes dramáticos que exprimem as poderosas emoções suscitadas pelo texto. O terrível (e instantaneamente reconhecível) “Dies Irae”, que introduz a tradicional sequência do rito fúnebre latino, é repetida ao longo da missa conferindo a ela um sentido de unidade.

 

Os trompetes, que são posicionados em torno do palco para produzir um chamado inescapável ao Juízo Final, no “Tuba mirum”, e a combinação resultante das marcações de quádruplo fortíssimo nos metais e no coro resultam em uma enorme massa sonora. O célebre solo para tenor, “Ingemisco”, exprime a esperança para o pecador que se arrepende, e a bela “Lacrimosa” foi composta por Verdi a partir de um dueto do quarto ato de sua ópera Don Carlos.

 

O alegre “Sanctus” (uma complicada fuga em oito partes para um coro duplo) se inicia com uma fanfarra de metais que anuncia “aquele que vem em nome do Senhor”, e conduz o ouvinte a um “Agnus Dei” angelical, cantado pelas vozes femininas e pelo coro. Finalmente, o “Libera me,” o trecho mais antigo do Réquiem, irrompe, com o soprano cantando “Livrai-me, Senhor, da morte eterna”.

 

Interpretação

 

A gravação veiculada foi a de 1953 com a RIAS-Symphonie-Orchester Berlin sob a batuta de Ferenc Fricsay. O coro reúne a St. Hedwigs-Kathedrale e a RIAS-Kammerchor, os solistas são Maria Stader (soprano), Helmut Krebs (tenor), Marianna Radev (mezzo-soprano) e Kim Borg (baixo).

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O programa radiofônico Concertos UFRJ, resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Concertos UFRJ: Bicentenário de Verdi

Imagem: Reprodução
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Verdi retratado pelo pintor Giovanni Boldini (1886)

A edição da semana de Concertos UFRJ homenageia o bicentenário de nascimento do compositor italiano Giuseppe Verdi, um dos mais importantes autores de óperas de todos os tempos. No repertório da audição, trechos de Nabucco, Rigoletto, Il Trovatore e La Traviata, obras que continuam a frequentar os melhores teatros líricos e a encantar o público.

A edição da semana de Concertos UFRJ homenageia o bicentenário de nascimento do compositor italiano Giuseppe Verdi, um dos mais importantes autores de óperas de todos os tempos. No repertório da audição, trechos de Nabucco, Rigoletto, Il Trovatore e La Traviata, obras que continuam a frequentar os melhores teatros líricos e a encantar o público.

 

Giuseppe Verdi nasceu em 10 de outubro de 1813 em Roncole di Busseto, província de Parma, na época sob domínio francês. De famíla humilde, cedo revelou interesse pela música. Aos 12 anos já era o organista da igreja de sua cidade natal e escrevia suas primeiras obras.

   
 
podcast

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Sob a proteção do comerciante Barezzi, que lhe financiará os estudos, segue para Milão. Apesar de ser recusado pelo Conservatório, estuda com professores particulares.

 

Em 1836 casa-se com Margherita, a filha de seu mecenas. A família logo muda para Milão, quando o compositor orienta a carreira para o teatro. Em fevereiro de 1839 apresenta no La Scala a ópera Oberto, com razoável sucesso. Sobreveio então a tragédia que o marcará para toda a vida: após perder os dois filhos pequenos, Margherita morre em 1940.

 

Deprimido, Verdi pensa em abandonar a música. A sua sorte muda com Nabucco, escrita em 1842, que alcança ruidoso sucesso. O enredo, que conta o cativeiro judaico na Babilônia, incendiou a imaginação dos contemporâneos, que viram nele uma metáfora da opressão austríaca sobre o norte da península. Com impressionantes árias de soprano e o melancólico coro dos escravos do terceiro ato (o famoso “Vá pensiero”) a música de Verdi se concerte em pouco tempo em símbolo da luta pela unificação italiana.

 

Estando Rossini aposentado e Donizetti radicado em Paris, Verdi passa a cocupar o trono da ópera italiana. Todos querem suas obras e o compositor não para de escrevê-las. São 20 óperas em cerca de 17 anos, que mais tarde chamaria de seus “anos de galés”, para teatros na Itália, Londres e Paris. Foi em Paris, aliás, que conheceu Giuseppina Strepponi, que cantara em Nabucco cinco anos, e com quem casará em 1850.

 

É desse período também a sua “trilogia popolare”: as óperas Rigoletto (1851), Il Trovatore (1853) e La Traviata (1853) que são os maiores sucessos de Verdi.

 

Romantismo singular

 

   

 

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A crítica se insurgiu, porém, contra essa extraordinária popularidade, considerando as três obras vulgares e inspiradas em um falso romantismo. Não percebeu a riqueza da invenção melódica e os elementos realistas que renovam a tradição operística, inflada então por temas mitológicos ou históricos. Verdi dá vida a personagens prosaicos: um corcunda (Rigoletto) e a uma cortesã (em La Traviata). Em termos estritamente musicais nelas há trechos de uma riqueza extraordinária.

 

O romantismo de Verdi é, cabe mencionar, singular: ele crê na capacidade redentora do amor, tem simpatia pelos humilhados e ofendidos, protesta contra as injustiças e concede aos finais um caráter profundamente trágico.

 

Os aspectos dramáticos da trama estão sempre no centro de suas preocupações. Por exemplo, ao discutir o elenco para Macbeth, sua ópera de 1847, pede uma cantora “de voz um tanto rude, rouca e triste, com algo de diabólico em si” para o papel título, recusando sopranos com registros mais suaves e mais dotados.

 

Maturidade

 

  Foto: Reprodução
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  Funeral de Verdi. 20 mil pessoas seguiram o cortejo cantando o “Va pensiero”, de Nabucco.

A qualidade das obras iniciais se repetirá nos trabalhos da maturidade: Un ballo in maschera (1851), La forza del destino (1862) e Don Carlo (1867), um sombrio drama histórico.

 

Para a abertura do canal de Suez lhe foi encomendada a ópera Aida (1871), um de seus grandes triunfos. Na velhice, comporá um Réquiem (1874) apaixonado e místico, escrito em homenagem a seu grande amigo, o romancista e poeta Alessandro Manzoni. Já com a idade de oitenta anos escreverá Otello (1887), baseado na tragédia homônima de Shakespeare e talvez sua criação mais trágica. Falstaff (1893), quase uma ópera-bufa, é seu último trabalho para o teatro, um olhar irônico de um gênio que se despede dos palcos e da vida.  Suas últimas obras são quatro peças sacras: Ave Maria, Stabat Mater, Laudi e Te Deum.

 

O compositor morrerá em 27 de janeiro de 1901, em Milão. Seu funeral comoveu a Europa. Deixou a enorme fortuna para uma fundação destinada a socorrer músicos pobres.

 

Repertório

 

A edição apresentou trechos de Nabucco, Rigoletto, Il Trovatore e La Traviata.

 

De Nabucco, Coro dos escravos hebeus (“Vá pensiero”), com o Coro e Orquestra da Ópera de Berlin. A regência é de Giuseppe Sinopoli e a gravação, de 1982.

 

A seguir, o início do terceiro ato do Rigolleto com o famosa ária “La donna è mobile” e o quarteto formado pelos personagens Rigolleto, Gilda, o Duque de Mântua e Madalena. A gravação de 1971 traz o barítono Sherrill Milnes, o soprano Joan Sutherland, o tenor Luciano Pavarotti e o mezzo-soprano Huguette Tourangeau. A orquestra é Sinfônica de Londres sob a batuta de Richard Bonynge.

 

Do Il Trovatore o programa apresentou “Tacea la notte placida”, ária de Leonora, cantada pelo soprano Joan Sutherland; “Stride la vampa”, ária de Azucena, com a mezzo-soparano Marilyn Horne; e o stretto “Di quella pira l’orrendo foco”, ária de Manrico, com o tenor Luciano Pavarotti. A gravação de 1976 tem Richard Bonynge regendo a National Philharmonic Orchestra e o London Opera Chorus.

 

Por fim, de La Traviata foram ao ar trechos do segundo ato. Com destaque para “De’ miei bollenti spiriti”, ária de Alfredo Germont, com o tenor Plácido Domingo; “Pura siccome un angelo”, ária de Giorgio Germont, com o barítono Sherrill Milnes; e o dueto com Violetta Valery, interpretada pelo soprano Ileana Cotruba?. A orquestra é a da Ópera Estatal da Bavieca, conduzida por Carlos Kleiber. A gravação é de 1976.

 

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O programa radiofônico Concertos UFRJ, resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

OSUFRJ interpreta compositores barrocos italianos

Foto: Ana Liao
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O concerto aconteceu na belíssima igreja da Antiga Sé.

A edição desta semana de Concertos UFRJ reprisa a gravação do espetáculo de encerramento da temporada 2012 da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). Realizado no dia 10 de dezembro, destacou obras de Schiassi, Manfredini, Corelli, Locatelli e Torelli – compositores italianos do período barroco.

A edição desta semana de Concertos UFRJ reprisa a gravação do espetáculo de encerramento da temporada 2012 da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). Realizado no dia 10 de dezembro na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no Centro do Rio, destacou obras de Schiassi, Manfredini, Corelli, Locatelli e Torelli – compositores italianos do período barroco.

 

Todas a obras incluídas no programa foram escritas para o Natal, um prática muito comum entre os compositores barrocos, sobretudos os provenientes da Itália, que escreveram inúmeras peças instrumentais para este período. A inclusão de um movimento conhecido como Pastoral, as caracteriza. A denominação remete a uma reelaboração da música praticada por camponeses e expressa, em larga medida, aquela atmosfera rústica, não só por seu rítmico próprio, como pela imitação das sonoridades dos seus instrumentos, através de melodias desenvolvidas sobre notas pedais e do eco que produziam ao serem tocados nos vales rodeados de montanhas.

   
 
podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
Programas anteriores podem ser encontrados na seção .
   

 

Outra marca do barroco, adotam a forma de concerto grosso, então um gênero muito apreciado, e que se caracteriza pelo contraste da sonoridade de um grupo de instrumentos solistas com o tutti da orquestra.

 

O concerto da OSUFRJ foi dirigido pelo violinista Felipe Prazeres e contou com diversos solistas, todos músicos da orquestra.

 

Compositores, obras e solistas

 

Gaetano Maria Schiassi (1698-1754) é, infelizmente, um compositor pouco conhecido. Nasceu em Bolonha em 1698 e boa parte de sua obra de perdeu. A Sinfonia Pastorale “per il santissimo natale di nostro Jesu”, é uma das poucas que existe edição moderna e foi composta provavelmente antes de sua partida para Lisboa, em meados da década de 1730. Na capital portuguesa, onde veio a falecer, ocupou o prestigioso cargo de músico da Capela Real. A sinfonia possui quatro movimentos (Adagio, Allegro, Largo spicatto e Andante). Os solistas, Felipe Prazeres, Adonhiran Reis e Denise Pedrassoli, violinos; Jessé Pereira, viola; e Mateus Ceccato, violoncelo. No cravo, Eduardo Antonello.

 

Francesco Manfredini (1680-1748) nasceu em Pistoia e foi discípulo de Giuseppe Torelli. A pastoral em seu Concerto Grosso, op. 3 no 12, em Dó Maior, foi colocada como movimento de abertura. Os movimentos são, portanto, Largo (Pastorale per il Santissimo Natale), Largo e Allegro. Os solistas, Felipe Prazeres, Denise Pedrassoli, violinos; e Mateus Ceccato, violoncelo.

 

O Concerto Grosso, op. 6, no 8, de Arcagelo Corelli (1653-1713) foi escrito em cinco movimentos: Vivace-Grave, Allegro, Adagio-Allegro-Adagio, Vivace e Allegro-Largo. O último, uma pastoral, normalmente é excluído quando não é executado no período natalino.  Os solistas da gravação são Felipe Prazeres e Adonhiran Reis, violinos; e Mateus Ceccato, violoncelo.

 

Já o Concerto op. 1 no 8, em Fá Menor, de Pietro Locatelli (1695-1709), músico que nasceu em Bérgamo estudou com Corelli, tem a forma de sonata da chiesa, alternando movimentos lentos e rápidos. São eles Largo, Grave, Vivace-Adagio, Grave-Adagio, Largo andante, Andante-Adagio e Pastorale (Largo andante). Os solistas, Felipe Prazeres e Adonhiran Reis, violinos; Jessé Pereira, viola; e Mateus Ceccato, violoncelo.

 

Escrito na tonalidade de Ré Menor, o concerto op. 8, no 6, de Giuseppe Torelli (1658-1709) encerra o programa. Violonista e compositor nascido na cidade de Verona, esta é uma de suas últimas obras e foi publicada postumamente. Sua obra mais executada hoje em dia, é presença constante nos concertos natalinos. Os três movimento são Grave-Vivace-Adagio, Largo e Vivace. Felipe Prazeres e Adonhiran Reis, violinos, e Mateus Ceccato, violoncelo, são os solistas. 

 

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O programa radiofônico Concertos UFRJ, resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

Contatos através do endereço eletrônico: concertosufrj@musica.ufrj.br.

 

Vinicius de Moraes em Concertos UFRJ

Foto: Divulgação
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O poeta autografando Arca de Noé, livro infantil que viraria disco (c. 1970).

Concertos UFRJ homenageiam esta semana o centenário de nascimento de Vinicius de Moraes, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro. O programa destaca dois momentos de sua aproximação com a música: a colaboração com Cláudio Santoro, que resultou em um ciclo notável de canções, e a parceria com Tom Jobim no nascedouro da Bossa Nova, movimento que revolucionou a Música Popular Brasileira–>.

Concertos UFRJ homenageiam esta semana o centenário de nascimento de Vinicius de Moraes, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro. O programa destaca dois momentos de sua aproximação com a música: a colaboração com Cláudio Santoro, que resultou em um ciclo notável de canções, e a parceria com Tom Jobim no nascedouro da Bossa Nova, movimento que revolucionou a Música Popular Brasileira.

 

   
 
podcast

Ouça aqui o programa: 

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Toda segunda-feira, às 22h, tem “Concertos UFRJ” na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
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Com produção e apresentação do professor André Cardoso, Concertos UFRJ é uma parceria da UFRJ com a rádio Roquette Pinto e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1913, e faleceu na mesma cidade em em 9 de julho de 1980.  Com apenas 16 anos entrou para a Faculdade de Direito do Catete, onde se formou em 1933, ano em que publicou “O caminho para a distância”, seu primeiro livro. Durante o período de formação acadêmica firmou amizades com boêmios, cujo estilo de vida o atrairia para sempre.

 

Em 1935, recebeu o prêmio Filipe d’Oliveira por “Forma e exegese”. Três anos depois ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxforf. Neste ano publicou “Novos poemas”. Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, retornou ao Brasil. Após algumas experiências como jornalista, cronista e crítico de cinema, ingressou em 1943 no Ministério das Relações Exteriores, do qual foi aposentado compulsoriamente em 1969 pelo AI-5 da ditadura militar.

 

Desde sempre impregnada de musicalidade, a poesia de Vinícus transita de uma primeira fase, marcada pelo neo-simbolismo e pela espiritualiade, para um erotismo personalíssimo, dominado por confidências e pleno de sentidos a partir dos anos 1950. A linguagem, por sua vez, abandona paulatinamente os versos caudalosos e difusos das primeiras obras, em famor de uma maior objetividade e coloquialidade, ganhando nesse percurso uma dicção inconfundível. É esse lirismo renovado e renovador que o aproximará dos grandes músicos e compositores da sua geração.

 

Canções de Amor

 

Vinicius de Moraes é mais conhecido pelas parcerias com compositores populares como Tom Jobim, Carlos Lyra, Toquinho e Baden Powell. Ele foi, sem dúvida, um dos expoentes da Bossa Nova ­ movimento surgido na Zona Sul do Rio de Janeiro, no final da década de 1950, que se caracterizou pelo refinamento da harmonia, de influência jazzística e impressionista, sobre uma base essencialmente de samba. No plano da letra – e neste aspecto a contribuição do poeta foi decisiva -, assinala uma virada em favor de um lirismo despojado e maracado pelo cotidiano.

 

  Fotos: Reprodução
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  Acima, Vinicius com a famosa antologia de seus poemas publicada pela Editora Sabiá. Abaixo, com Tom Jobim e o violão (c. 1950).

Mas os poemas de Vinícius de Moraes também serviram de fonte para obras de compositores clássicos brasileiros. O exemplo mais notável são as Canções de Amor, compostas por Cláudio Santoro e contemporâneas ao surgimento da Bossa Nova. A origem dessas canções remonta aos Prelúdios para piano que o compositor começou a escrever ainda na década de 1940. Em 1958 Santoro, morando então em Paris, entrou em contato com Vinícius, que colocou letra em alguns deles. O resultado, um dos mais importantes ciclos de canções da música vocal brasileira.

 

O programa destacou as Canções de Amor na voz especial do tenor Aldo Baldin acompanhado ao piano por Lilian Barreto.

 

Bossa Nova

 

O marco inicial do movimento é o álbum Canção do Amor Demais, com obras assindas por Vinícus e Tom Jobim, e com a insuperável interpretação de Elizeth Cardoso. O LP foi lançado em 1958 pelo antigo selo Festa do produtor Irineu Garcia, um visionário que nos legou um catálogo invejável de gravações de música de concerto e de gravações pioneiras de Bossa Nova.

 

Com o sucesso de Canção do Amor Demais, Garcia investiu em um segundo LP com canções da parceria. Intitulado Por toda a minha vida, como solista foi convidada a cantora lírica Lenita Bruno, conhecida intérprete de operetas em programas da antiga Rádio Nacional. Lenita era casada com o maestro Léo Perachi, arranjador da Nacional e autor das orquestrações do filme Orfeu Negro. Dirigido por Marcel Camus e baseado em peça de Vinicus a produção franco-brasileria ganhou a Palama de Ouro do Festival de Cannes, em 1959, e o Oscar de melhor filme estrangeiro no ano seguinte.

 

Para as melodias de Tom Jobim, de quem aliás havia sido professor, Perachi escreveu arranjos de grande beleza e enorme economia de meios. Na orquestra, músicos do quilate de Radamés Gnattali, ao piano, e Mário Tavares, como um dos violoncelistas. Um verdadeiro recital de canto onde a voz cristalina de Lenita casa perfeitamente com orquestrações inspiradas.

 

Das 13 canções desse álbum histórico, o programa apresentou Estrada Branca, Valsa de Orfeu, Canção do Amor Demais, Eu sei que vou te amar, Canta Canta Mais, Cai a tarde, Sem você e Eu não existo sem você.

 

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O programa radiofônico Concertos UFRJ, resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

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