OSB realiza concertos em homenagem ao bicentenário da Independência

Maestro Claudio Cruz e pianista Giulio Draghi são os convidados das apresentações. No programa, obras de Neukomm, Guerra-Peixe e estreia mundial de peça do professor da UFRJ Rodrigo Cicchelli.

Em 2022, completa-se 200 anos desde que, à margem do Rio Ipiranga, Dom Pedro I vociferou o famoso “Independência ou morte”, grito de bravura que simbolizou a transformação do Brasil em uma nação independente de Portugal. A efeméride é festivamente celebrada no concerto que a Orquestra Sinfônica Brasileira leva ao palco da Cidade das Artes nos dias 10 e 12 de junho. Com regência do maestro Claudio Cruz e participação do solista Giulio Draghi, o programa integra a Série Pianistas Guiomar Novaes e contará com obras de Sigismund von Neukomm, César Guerra-Peixe e a estreia mundial do Concerto para Piano, do professor da UFRJ Rodrigo Cicchelli. A récita de domingo será no formato “Concertos para a Juventude” – apresentações de caráter didático a preços populares (R$10).

2022osbdentroEmbora não fosse brasileiro, o primeiro compositor do programa – Sigismund von Neukomm – marcou a vida e a história musical do país quando, em 1816, desembarcou no Rio de Janeiro na comitiva do Duque de Luxemburgo. Aluno favorito de Joseph Haydn, Neukomm seria responsável por estrear aqui obras de seu mestre, mas também por inaugurar em suas composições uma prática que se tornaria marca registrada da produção musical nacional: aquela de mesclar elementos da música popular à música de concerto. Nos cinco anos em que morou no Brasil, Neukomm escreveu uma série de composições, atuou como instrumentista e teve uma marcante atividade como professor. Entre os seus alunos, estão Francisco Manuel da Silva (autor da melodia do Hino Nacional Brasileiro) e D. Pedro I, que proclamaria a Independência do Brasil. A Abertura para Grande Orquestra, que será apresentada pela OSB neste concerto, é uma peça curta, mas de caráter grandioso, exultante, em que o estilo vienense é potencializado por uma orquestração mais robusta.

Foi às margens de um rio que D. Pedro I proferiu o famoso grito da independência; e é para uma peça de inspiração aquática de um talentoso compositor brasileiro que este concerto aflui após a Abertura de Neukomm. O público ouvirá a estreia mundial do Concerto para Piano de Rodrigo Cicchelli. Apelidada de “Netuno” deus romano dos oceanos, a peça apresenta quatro movimentos, alguns com alusão direta a motivos marinhos. O concerto começa com uma “Abertura” de ímpeto movente, mas com episódios de divagações suspensivas e mágicas. Em “Fosforescências do Mar / Aivazovsky” – movimento seguinte – o elemento áqueo se anuncia não só através do título, mas também através das sonoridades. Depois de um “Scherzo” jocoso, a peça avança para seu finale, “Dança de Netuno”, que começa com uma longa e vigorosa cadenza para o solista, seguida de uma dança igualmente potente.

Fechando o programa, a OSB apresenta a obra Museu da Inconfidência, de César Guerra-Peixe. Na peça, o compositor retrata uma visita ao museu de Ouro Preto, em Minas Gerais, onde, no final do século XVIII, se desenhou um dos primeiros movimentos a favor da Independência do Brasil. De alto teor trágico, a composição se estrutura em quatro movimentos: uma “Abertura” cheia de tensões harmônicas; “Cadeira de Arruar” em que convivem energia e ironia; “Panteão dos Inconfidentes”, em que é possível ouvir a aflição agoniante dos insurgentes mineiros embalada numa atmosfera fúnebre; e, finalmente, “Restos de um Reinado Negro”, cheia de contraste e com um poderoso solo para fagote. Concluída em 1972, Museu da Inconfidência foi premiada no Concurso do Sesquicentenário da Independência do Brasil, em 1972.

CONCERTOS PARA A JUVENTUDE

Em 1943, a Orquestra Sinfônica Brasileira subiu ao palco do Cine Teatro Rex para dar início a um dos projetos que fariam parte de seu DNA: Os Concertos para a Juventude. As apresentações de caráter didático com entrada a preços populares são sucesso de público desde então, cumprindo seu papel de ampliação de plateia e democratização do acesso à música de concerto. Em 2022, as apresentações terão lugar de destaque na programação, levando músicos da OSB, regentes e solistas convidados aos palcos da Sala Cecília Meireles, Cidade das Artes e Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Serão, no total, treze apresentações, com ingressos a R$10. As récitas contam com apresentação da atriz Suzana Nascimento.

A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA

Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 81 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.

Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.

Para viabilizar suas atividades, a Fundação conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o Instituto Cultural Vale como mantenedor e a NTS – Nova Transportadora do Sudeste, como patrocinadora master e a Brookfield como patrocinadora, além de um conjunto de copatrocinadores e apoiadores culturais e institucionais.

SOBRE CLAUDIO CRUZ

Iniciou-se na música com seu pai, o luthier João Cruz, e, posteriormente, recebeu orientações de Erich Lenninger, Maria Vischnia (violino) e Olivier Toni (Teoria e Regência). É formado em Filosofia-Licenciatura.]

Foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), Prêmio Carlos Gomes, Prêmio Bravo, Prêmio Concerto, Grammy Awards entre outros. Tem atuado como Regente Convidado em diversas orquestras no Brasil, América do Sul, EUA, Europa e Ásia.

Foi Diretor Musical da Orquestra de Câmara Villa-Lobos, Regente Titular das Sinfônicas de Ribeirão Preto, de Campinas e da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. De 1990 a 2012 ocupou o cargo de Spalla da Osesp.

Atuou como diretor musical e regente em diversas montagens de ópera, destacando-se as óperas Lo Schiavo, Don Giovanni, Rigoletto, La Boheme, Sonho de uma noite de verão de Britten, Il Signos Bruschino, entre outras.

Com a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo participou do Festival MDR Musiksommer na Alemanha em 2012, Festival Young Euro Classic em Berlim em 2013, Festival Berlioz na França e no Grachtenfestival em Amsterdam em 2014, em março de 2015 realizou concertos no Lincoln Center em Nova York e no Kennedy Center em Washington.

Tem se dedicado a pesquisas, edições e gravações de diversos compositores brasileiros. Em sua extensa discografia gravou mais de 55 Álbuns. Atualmente é Regente e Diretor Musical da Orquestra Jovem do Estado de SP e primeiro violino do Quarteto de Cordas Carlos Gomes.

SOBRE GIULIO DRAGHI

Giulio Draghi é pianista e professor na Escola de Música da UFRJ. Recebeu seu título de Doctor in Musical Arts (D.M.A) da Universidade de Miami, em 2007, graduando- se com honras, o que lhe valeu a nomeação para a mais antiga sociedade musical americana: The Society of Pi Kappa Lambda. Sua tese discorreu sobre a versão inédita da transcrição da Sinfonia Fausto, de Liszt, para piano solo, feita por Carl Tausig.

Sua decisão de se dedicar inteiramente à música nasceu de seu encontro com o saudoso pianista brasileiro Jacques Klein. Estudou no Brasil com Lia Gualda de Sá, Jaqcues Klein, Glória Maria da Fonseca Costa, Myriam Dauelsberg e, nos Estados Unidos, com Ivan Davis e Frank Cooper. Giulio obteve diversos primeiros lugares em concursos nacionais, destacando- se o Concurso Nacional Centenário Essenfelder. Como solista já se apresentou com orquestras como a Orquestra Sinfônica Brasileira, Petrobras Sinfônica, Sinfônicas de Brasília, Salvador, Porto Alegre, Paraná, Belo Horizonte e Espírito Santo.

Tem se apresentado regularmente como recitalista nos Estados Unidos e Canadá. Lançou recentemente um CD com obras de José Maurício Nunes Garcia, Carl Tausig e Mussorgsky pelo selo da Escola de Música da UFRJ. Seu repertório vai de Bach a Sorabji com uma predileção especial pelos compositores da Escola de Weimar. Em 2011, ano do bicentenário de Franz Liszt, apresentou em estreia mundial a versão inédita da Sinfonia Fausto de Liszt para piano solo feita por Carl Tausig. Em 2015, esteve em seis diferentes cidades do Brasil e EUA, executando a íntegra dos 24 Estudos de Chopin, recital este que foi gravado e exibido no programa Partituras da TV Brasil. Em 2016 lançou um DVD com os 24 Estudos de Chopin gravados ao vivo na temporada oficial da Sala Guiomar Novaes no Rio de Janeiro.

PROGRAMA 10 de junho
Sigismund von Neukomm – Abertura para Grande Orquestra
Rodrigo Cicchelli – Concerto para Piano
I. Abertura
II. Fosforescências do Mar / Aivazovsky
III. Scherzo
IV. Finale “Dança de Netuno”
César Guerra-Peixe – Museu da Inconfidência
I. Entrada (Andante)
II. Cadeira de Arruar (Allegro Moderato)
III. Panteão dos Inconfidentes (Larghetto)
IV. Restos de um Reinado Negro (Vivace)

PROGRAMA 12 de junho
Rodrigo Cicchelli – Concerto para Piano
I. Abertura
II. Fosforescências do Mar / Aivazovsky
III. Scherzo
IV. Finale “Dança de Netuno”
César Guerra-Peixe – Museu da Inconfidência
I. Entrada (Andante)
II. Cadeira de Arruar (Allegro Moderato)
III. Panteão dos Inconfidentes (Larghetto)
IV. Restos de um Reinado Negro (Vivace)

Professora da EM lança livro sobre samba

Em 03/06, Professora da Escola de Música lança livro “Nos passos do samba: 300 anos de tradição”

“Tudo com samba é mais difícil, mais complicado. O ritmo, por exemplo, é de uma complexidade que a bateria eletrônica não alcança. As melodias podem variar entre o curto refrão tonal ou intrincadas tramas modulantes e para cada tipo há de se encontrar uma harmonização adequada. As letras, por vezes, atingem o patamar da alta poesia e sua galeria de personagens, ou heróis como gosto de chamar, é imensa e repleta de criadores geniais. Sua trajetória ao longo dos séculos, driblando desde o capataz e a polícia, até a miséria e o mercantilismo da indústria fonográfica, é sinuosa e plural.

2022sambadentroMais do que um gênero musical, mais do que um fenômeno cultural em constante transformação, o samba – resistente e versátil – cabe numa caixa de fósforos ou pode ocupar uma avenida com milhares de componentes de uma agremiação. Não por acaso os textos sobre o samba demoram tanto a atingir maior precisão e profundidade”.

Eis as primeiras linhas do prefácio de “Nos passos do samba: 300 anos de tradição”, livro da professora Regina Meirelles, cujo lançamento ocorrerá em 03/06, às 16h, no foyer do Salão Leopoldo Miguez, na Escola de Música da UFRJ.

O trabalho lança um olhar sobre as influências musicais e os fragmentos de outras culturas que propiciaram o surgimento das variantes do gênero musical do samba a partir do lundu, do partido-alto, do samba-canção, do samba-choro, samba de breque e samba-enredo, e de seu papel na história do carnaval carioca e na era do rádio.

Desde cedo, as múltiplas vivências étnicas e culturais de Regina fizeram-na identificar-se com o universo do samba. “Sempre me senti atraída pela batida dos tambores e pela variedade de seus sons. Passei a infância ouvindo os tambores do jongo, da capoeira, do maculelê e de outras manifestações que ainda não sabia explicar ou entender, mas que faziam movimentar meu corpo, me tocavam a alma e faziam meu coração bater mais forte, confundindo-se com a marcação dos tambores que pequenos grupos de negros percutiam em seus cortejos de rua, na cidade do sul fluminense onde cresci. Eu os seguia religiosamente e quase sempre minha mãe corria para alcançá-los e resgatar aquela criança, que se apropriava dos passos da dança que nunca aprendeu a dançar mas que imitava quase com perfeição. Assim o samba entrou na minha história”, revela a autora. Não demorou para que Regina começasse a participar das rodas de samba e de choro, chegando a desfilar como passista e porta-estandarte em várias escolas de samba.

A Graduação em Piano pela Escola de Música da UFRJ, o Mestrado em Educação e o Doutorado em Comunicação e Cultura na UFRJ – cuja tese final serviu de base para esse livro – trouxeram novas experiências didáticas, mas não diminuíram seu interesse pela música popular brasileira. Como professora de Folclore Nacional Musical, Regina dedicou-se a pesquisar a questão da identidade do samba, rastrear suas origens sociais e históricas, e o processo de urbanização de sua trajetória. Estas são algumas das questões que a autora traz à tona em seu trabalho.

O livro poderá ser adquirido no próprio evento do dia 03 de junho na Escola de Música. Também estará disponível na livraria Copabooks, em Copacabana, e na Livraria Folha Seca, no Centro. Mais informações: nospassosdosamba@gmail.com

Exposição “Já Raiou a Liberdade: Hinos do Brasil” é destaque no

Em 14/05/2022, a exposição “Já Raiou a Liberdade: Hinos do Brasil” foi destaque no Jornal Nacional. Até 7 de setembro, data em que se comemora o bicentenário da Independência do Brasil, o Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, exibirá um acervo de manuscritos das partituras dos quatro mais importantes hinos brasileiros: Hino Nacional; da Independência; da Bandeira; e da Proclamação da República. Também integram a exposição composições históricas, como o Hino da Feliz Aclamação de D. João VI e a Estrela do Brasil.

Em 14/05/2022, a exposição “Já Raiou a Liberdade: Hinos do Brasil” foi destaque no Jornal Nacional. Até 7 de setembro, data em que se comemora o bicentenário da Independência do Brasil, o Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, exibirá um acervo de manuscritos das partituras dos quatro mais importantes hinos brasileiros: Hino Nacional; da Independência; da Bandeira; e da Proclamação da República. Também integram a exposição composições históricas, como o Hino da Feliz Aclamação de D. João VI e a Estrela do Brasil.

Os manuscritos originais estavam arquivados na Biblioteca da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na capital fluminense. Esta é a primeira vez que este material saiu do Rio de Janeiro. Logo após o término da exposição, os documentos serão restaurados e encaminhados para Brasília.

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“Cada hino pontua a história do Brasil e sentimentos de uma época e representa um sentido de nação. Como contrapartida, o Arquivo Público Mineiro, que tem uma equipe especializada, vai fazer o restauro dos documentos, com a colaboração da Escola de Belas-Artes da UFRJ. Isso significa preservar o que é mais importante, que é a nossa história, a nossa formação enquanto nação. Ter o restauro de documentos tão importantes resguarda que a posteridade possa conhecê-los e mantém a nossa história viva”, enfatiza Marcelo Jardim, vice-diretor da Escola de Música da UFRJ e coordenador geral do programa Arte de Toda Gente.

A iniciativa, que abre as comemorações do Bicentenário da Independência, é organizada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) em parceria com o programa Arte de Toda Gente, da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com curadoria de sua Escola de Música.

 

Palácio da Liberdade, em BH, recebe exposição “Já Raiou a Liberdade:

O estado de Minas Gerais está exibindo, desde 26/04, os manuscritos das partituras dos quatro mais importantes hinos brasileiros: Hino Nacional; da Independência; da Bandeira; e da Proclamação da República. Todo este acervo ficará em exposição inédita no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Também integram a exposição “Já Raiou a Liberdade: Hinos do Brasil” composições históricas, como o Hino da Feliz Aclamação de D. João VI e a Estrela do Brasil.

O estado de Minas Gerais está exibindo, desde 26/04, os manuscritos das partituras dos quatro mais importantes hinos brasileiros: Hino Nacional; da Independência; da Bandeira; e da Proclamação da República. Todo este acervo ficará em exposição inédita no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Também integram a exposição “Já Raiou a Liberdade: Hinos do Brasil” composições históricas, como o Hino da Feliz Aclamação de D. João VI e a Estrela do Brasil.

Os manuscritos originais estavam arquivados na Biblioteca da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na capital fluminense. Esta é a primeira vez que esses documentos saem do Rio de Janeiro. Aterrissaram em Minas em 19 de abril, durante a semana da Inconfidência – mais uma celebração brasileira. O material ficará exposto até 7 de setembro. Em seguida, os documentos serão restaurados e encaminhados para Brasília.

“Cada hino pontua a história do Brasil e sentimentos de uma época e representa um sentido de nação. Como contrapartida, o Arquivo Público Mineiro, que tem uma equipe especializada, vai fazer o restauro dos documentos, com a colaboração da Escola de Belas-Artes da UFRJ. Isso significa preservar o que é mais importante, que é a nossa história, a nossa formação enquanto nação. Ter o restauro de um documento tão importante resguarda que a posteridade possa conhecê-lo e mantém a nossa história viva”, enfatizou Marcelo Jardim, vice-diretor da Escola de Música da UFRJ e coordenador geral do programa Arte de Toda Gente.

   Nadejda Costa
 
   

A iniciativa, que abre as comemorações do Bicentenário da Independência, é organizada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) em parceria com o programa Arte de Toda Gente, da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com curadoria de sua Escola de Música.

Hinos

Em 6 de setembro de 1922, o Decreto nº 15.671 oficializou a letra definitiva do Hino Nacional, escrita por Osório Duque Estrada em 1909. A música é de Francisco Manoel da Silva. O Hino da Bandeira, escrito pelo poeta Olavo Bilac, foi apresentado pela primeira vez em 1906. O Hino à Proclamação da República do Brasil é de 1890 e tem letra de Medeiros e Albuquerque e música de Leopoldo Américo Miguez. O mais antigo é o Hino da Independência, composto pelo próprio D. Pedro I, em 1822.

Como visitar?

Durante a semana, a exposição estará disponível para visitas das escolas. Já aos sábados e domingos, o público em geral poderá ter acesso ao local. Os ingressos serão disponibilizados às quintas e sextas-feiras para as visitas aos fins de semana. Os horários de visitação são às 10h, 11h, 13h, 14h e 15h.

Em 18/4 Salão Leopoldo Miguez sediará Aula Magna “A Música e a Nossa

Após dois anos funcionando em sua maior parte de forma remota, é com grande alegria que a UFRJ dá início hoje, 11 de abril, às atividades referentes ao primeiro período letivo do ano.

Na Escola de Música o retorno também está ocorrendo já nesta semana. E para marcar este momento de reencontro e de recepção dos novos alunos, a Escola realizará, na próxima segunda-feira, dia 18/4, um evento de acolhimento e uma aula magna que terá como tema “A Música e a Nossa Humanidade”, a ser proferida pela professora Cristina Ayoub Riche.

O evento de recepção dos calouros começa às 13h30 no Salão Leopoldo Miguez. A aula magna ocorrerá na sequência, às 15h30.

Esperamos contar com a presença de todos os nossos novos e antigos alunos!

 

aulamagna2022

 

 

 

Extensão 2022: divulgados editais

A Diretoria Adjunta dos Cursos de Extensão divugou hoje (12/01) os editais para ingresso nos cursos de extensão da Escola de Música – Musicalização Infantil, Básicos (Infanto-Juvenil e Adulto) e Intermediário.-

   Nadejda Costa
 
   

As inscrições para o Concurso de Habilitação ao Curso de Musicalização Infantil, ao Curso Básico Infanto-Juvenil e ao Curso Básico Adulto e, Curso Intermediári estarão abertas de 19 de fevereiro a 26 de fevereiro.

As Inscrições podem ser feitas por formulário eletrônicoro.

Para o Curso de Musicalização Infantil, serão oferecidas 20 vagas para o turno da manhã e 20 vagas para o turno da tarde.

Para o Curso Básico Infanto-Juvenil, serão oferecidas 20 vagas para o turno da manhã e 20 vagas para o turno da tarde. Para o Curso Básico Adulto, serão oferecidas 20 vagas para o turno da manhã e 20 vagas para o turno da tarde.

Para o Curso Intermediário, serão oferecidas 20 (vinte) vagas para o turno da manhã e 20 (vinte) vagas para o turno da tarde.

Os editais podem ser consultados nos respectivos links.

Outras informações pelo e-mail: secretariaextensao@musica.ufrj.brr

“DAS IBÈRICAS: um Grito a Favor da Vida”

A apresentação do ‘DAS IBÉRICAS − Na Voz do Violão, um Grito a Favor da Vida’ ocorrerá nos dias 23, 24 e 25 de novembro, a partir das 17 horas, horário de Brasília e 21 horas, horário de Portugal.

A segunda edição do evento, organizado pela decania do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas da UFRJ (CCJE/UFRJ), chega ao final com os músicos selecionados, estudantes e profissionais, nos dois lados do Atlântico, com exibição remota.

-A pluralidade das produções, a qualidade, talento e inspiração dos músicos participantes confirmaram as expectativas dos organizadores e colaboradores: a arte, nesses tempos de crise sanitária, social e econômica especialmente, confirma sua capacidade transformadora da história, de renovação e defesa da vida digna. 

Com o violão como protagonista desta edição e com a participação dos grupos de representação “Violões da UFRJ”, “Camerata Dedilhada da UFRJ” e “In-versus”, além de diversos alunos da EM, todos estão convidados a prestigiar.

A programação completa pode ser conferida aqui.  

 Links para as transmissões

Dia 23 – 17h: https://youtu.be/GdKJsZardIk
Dia 23 – 19h (Roda de Conversa): https://youtu.be/nMvrjyDT3hk

Dia 24 – 17h: https://youtu.be/hTN1gcYjmAU
Dia 24 – 19h (Roda de Conversa): https://youtu.be/TL28o4-Dzxk

Dia 25 – 17h: https://youtu.be/4D3qsx3Jz08
Dia 25 – 19h (Roda de conversa): https://youtu.be/LdOivUJgvMw

 

UFRJ e Funarte realizam a XXIV Bienal de Música Brasileira

Presencial e com ingressos a preços populares, a edição deste ano, que tem 11 concertos, conta com apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro. O público poderá conhecer obras de 74 compositores, vindos de 12 unidades da Federação. A abertura, com a Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJRJ), será no sábado (13), às 19h, na Sala Cecília Meireles. Haverá quatro apresentações de música de câmara: no dia 14, domingo, às 17h; nos

 A Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com a Fundação Nacional de Artes – Funarte, realizam a XXIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea, entre os dias 13 e 21 de novembro – com uma apresentação extra no dia 24 – na Sala Cecília Meireles, Centro do Rio de Janeiro. O público poderá conhecer obras de 74 compositores, vindos de 12 unidades da Federação, em 11 concertos, com ingressos a R$10. A abertura, com a Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJRJ), será no sábado (13), às 19h. O Governo do Estado do Rio de Janeiro apoia esta edição, por meio da FUNARJ/Sala Cecília Meireles.

  Divulgação
 

Haverá quatro apresentações de música de câmara: no dia 14, domingo, às 17h; nos dias 16 e 17, terça e quarta-feira, às 19h; e no dia 24, quarta, no mesmo horário. Uma série de audições de música eletroacústica e mista será apresentada no dia 16, às 16h. Serão realizados seis concertos com orquestras, nos dias 13, 15, 18, 19, 20 e 21 (horários abaixo) – cada um com um conjunto. A quantidade é um ponto relevante da XXIV Bienal: esse número de formações orquestrais somente foi superado na 13a edição do programa, em 1999, com sete orquestras. Ao todo, serão executadas 75 partituras, sendo 44 delas em estreia mundial, 46 em estreia presencial e uma a título de homenagem póstuma, para o compositor Henrique David Korenchendler (1948-2021).

A Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro, responsável pelo concerto de abertura, integra o grupo Ação Social pela Música do Brasil. A regência será do compositor Guilherme Bernstein – com a execução de uma obra sua. A participação dessa orquestra tem por objetivo aproximar os jovens do universo dos projetos sociais ligados à música e, ao mesmo tempo, divulgar na Bienal essa atividade musical importante – realizada fora dos meios acadêmicos. Há apenas dois registros de orquestras jovens na Bienal desde 1975: a extinta Orquestra Sinfônica Jovem do Estado do Rio de Janeiro – em três edições entre 1985 e 1989 –, e a Orquestra Juvenil da Bahia, do programa Neojiba (Governo do Estado da Bahia), em 2015.

Além da carioca OSJRJ, virá, de São Paulo (SP), a eclética orquestra Câmaranóva, liderada pelo compositor Felipe Senna. Ela se apresenta no dia 15 de novembro, às 17h. Os concertos finais serão realizados pela Orquestra Sinfônica de Barra Mansa – OSBM (Estado do RJ), em sua primeira participação em bienais, no dia 18/11 às 19h, sob a regência de Anderson Alves; Orquestra Sinfônica da UFRJ (dia 19/11 às 19h), com regência de Thiago Santos; pela Orquestra Petrobras Sinfônica (OPES), dia 20/11 às 19h – regência de Felipe Prazeres; e pela Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminense (OSN – UFF), dia 21/11 às 17h – regência de Roberto Duarte. No dia 24, a Bienal termina com um concerto de câmara, para vários instrumentos.

Dois dos compositores participantes moram no exterior: Eduardo Frigatti na Polônia, e Bruno Cunha, na República Tcheca. Autores de diferentes gerações estão entre os escolhidos, desde os convidados e veteranos Edino Kriger (93 anos), Ernst Mahle (92 anos), e Marlos Nobre (82 anos) e Ricardo Tacuchian (aos 82 anos, o único a participar de todas as edições do evento, em sua 24a colaboração), até jovens, recém-saídos de cursos universitários. Além dos citados, participam, a convite, nomes reconhecidos: Tim Rescala, Eli-Eri Moura, Ernani Aguiar, Fernando Cerqueira, Guilherme Bauer, Harry Crowl, João Guilherme Ripper, Jorge Antunes, Luigi Antonio Irlandini, Luiz Carlos Csekö, Maria Helena Rosas Fernandes, Marisa Rezende,  Nestor de Hollanda, Paulo Costa Lima, Pauxy Gentil-Nunes, Raul do Valle, Roberto Victorio, Rodolfo Coelho de Souza, Rodrigo Cicchelli, Ronaldo Miranda, Silvio Ferraz e Wellington Gomes. 

“A Funarte e a Escola de Música da UFRJ são instituições que se aproximam muito em seus objetivos e missões. De um lado a promoção e divulgação das Artes, dos produtores de artes e de toda a cadeia da economia criativa, do outro a promoção e divulgação da arte e educação musical brasileira. São instituições parceiras por natureza. A realização conjunta deste evento da Bienal de Música Contemporânea, pela primeira vez com a curadoria da Escola de Música, fortalece ainda mais esta ligação começada, aliás, há décadas”, comenta Ronal Silveira, diretor da Escola de Música da UFRJ.

A parceria da UFRJ/Funarte nesta edição do programa realiza-se pelo Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos). A coordenação artística é do maestro André Cardoso e a coordenação de produção é do vice-diretor e diretor adjunto do Setor Artístico da Escola de Música da UFRJ, o maestro Marcelo Jardim. A coordenação-geral é de Bernardo Guerra, diretor do Centro da Música da Funarte, com a assistência de Flávia Peralva.

Alguns números desta Bienal

Foram divulgados números da XXIV Bienal de Música Contemporânea, que mostram a representatividade dos compositores por unidades da federação: da Bahia, são quatro autores; do Ceará, um; do Distrito Federal, um; dois de Goiás; de Minas Gerais, cinco; de Mato Grosso, um, assim como da Paraíba; do Paraná, cinco; de Santa Catarina, dois; de São Paulo, 16; do Rio de Janeiro, 31; e do Rio Grande do Sul, quatro. Ainda que realizada com as restrições impostas pelos protocolos sanitários atuais, que condicionaram o efetivo de intérpretes e o repertório, os números da edição 2021 são relevantes: 74 compositores, dentre convidados (maiores de 50 anos e com, pelo menos, dez participações em bienais) e contemplados por chamada pública.

Das 253 partituras inscritas no edital, 213 foram habilitadas para a etapa de seleção. Ao final, foram escolhidas as 48 obras, que, assim como aquelas encaminhadas pelos compositores convidados, mais a homenagem, formam a programação de 74 peças. Elas foram selecionadas por uma comissão, composta por compositores e regentes, de diversos estados do País. Destaca-se ainda o fato de que 44 dessas obras nunca foram apresentadas.

Sobre as bienais de música da Funarte

O projeto que originou a Bienal de Música Brasileira Contemporânea foi criado pelo compositor Edino Krieger, em 1968. Teve por inspiração os famosos festivais da canção, direcionados para a música popular. Encampada pela Secretaria de Cultura do antigo Estado da Guanabara, a proposta abriu a temporada do Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1969, sob o nome de Festival de Música da Guanabara (FMG). Com o formato de concurso, ele ganhou uma segunda edição, em 1970 e, em seguida, foi interrompido.

Em 1973, Myrian Dauelsberg assumiu a direção da Sala Cecília Meireles, também na Capital Fluminense. A pianista e empresária achou, em arquivos, um novo projeto de Krieger, que substituía o FMG pela Bienal. Sem caráter competitivo, esta seria uma mostra da produção dos compositores brasileiros contemporâneos. Autorizada por seu criador, Dauelsberg produziu a I Bienal de Música Brasileira Contemporânea, em 1975 (ano em que se instituiu a Fundação Nacional de Artes). O fim da gestão de Dauelsberg coincidiu com a presença de Edino Krieger à frente do Instituto Nacional de Música da Funarte – antigo nome do atual Centro da Música da casa. Isso permitiu que a entidade federal abraçasse o projeto, mantido por ela desde então.

Foram realizadas 23 edições da Bienal, desde seu lançamento, em 75, sem pausas. Entre 1975 e 2017 (ou seja, em 22 edições), as bienais proporcionaram a participação de 472 compositores, com a execução de 1.740 obras, sendo 1.002 delas em primeira audição – o que significa uma produção e lançamento de material inédito, que valoriza e amplia a importância do programa. Muitos dos compositores são jovens, o que representa uma importante renovação de nomes e ampliação da música de concerto produzida no Brasil – inclusive territorialmente. De início, a produção se concentrava basicamente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Hoje, mediante as sucessivas edições, houve avanços significativos na integração de centros de produção musical contemporânea, de quase todos os estados. Essas entidades atendem à formação de profissionais da música em alto nível – o que resulta na crescente participação de novos compositores, a cada Bienal. Autores hoje renomados tiveram o primeiro impulso em suas carreiras depois de contemplados num dos eventos. A história da Bienal é também marcada por alguns nomes emblemáticos e essenciais, referências na música brasileira atual.

Durante muitos anos, a Bienal de Música Brasileira Contemporânea da Funarte foi dirigida por um dedicado servidor da casa: o musicólogo e membro de Academia Brasileira de Música (ABM) Flávio Silva (1939 – 2019), então coordenador de música de concerto da Fundação. 

Homenagens de 2021

Assim como nas edições passadas, a XXIV Bienal também presta tributo a compositores e intérpretes que marcaram o cenário musical brasileiro das últimas décadas. Este ano os homenageados são: Tim Rescala – 60 anos; Fernando Cerqueira – 80 anos; Roberto Duarte – 80 anos; Henrique Morelenbaum – 90 anos; Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro – 90 anos; e  Orquestra Sinfônica Nacional da UFF – 60 anos. In memoriam: Antônio Arzolla (1966-2021); Gustavo Menezes (1973-2021); Henrique (Herz) David Korenchendler (1948-2021); Nelson Abramento (1937-2021); Nelson Freire (1944-2021).

A Comissão de Seleção

Os seguintes nomes compuseram a Comissão de Seleção desta Bienal:

  • Abel Rocha – Regente da Orquestra Sinfônica de Santo André e professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP);
  • Daniel Luís Barreiro – Compositor e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – MG;
  • Danilo Guanais – Compositor e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN);
  • Flo Menezes – Compositor e professor da UNESP;
  • Ilza Nogueira – Compositora e professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB);
  • Oiliam Lanna – Compositor e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
  • Roberto Macedo – Compositor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
  • Rodrigo Cicchelli – Compositor e professor da UFRJ; e
  • Roseane Yampolski – Compositora e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

SERVIÇO 

XXIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea, 13 a 21 e 24 de novembro de 2021. Sala Cecília Meireles e Espaço Guiomar Novaes, Rua da Lapa, 47 – Centro, Rio de Janeiro (RJ). Concertos presenciais: Ingressos: R$ 10, na bilheteria. Classificação indicativa: Livre 

Horários: Dia 13, sábado – 19h; Dia 14, domingo – 17h; Dia 15, segunda-feira – 17h; Dia 16, terça-feira, 16h e 19h, Dia 17, quarta-feira – 19h, Dia 18, quinta-feira – 19h, Dia 19, sexta-feira – 19h, Dia 20, sábado – 19h, Dia 21, domingo – 17h, e Dia 24, quarta-feira – 19h 

Transmissão ao vivo no Canal Arte de Toda Gente (youtube.com/artedetodagente

Música e Diversidade: programa na Rádio UFRJ mostra complexidade das

Mesmo com o impacto da tecnologia e do streaming, o rádio mantém um papel muito importante para quem ouve música no Brasil. Lançado há pouco mais de 1 ano, o Música e Diversidade  estreou com a proposta de ser um programa sobre a diversidade de culturas musicais existentes no tempo e no espaço, seus produtores e circuitos culturais, e atua como ponta de lança para a divulgação de projetos de pesquisa em música ou de suas interlocuções com culturas musicais no Brasil e no exterior, como as advindas de projeto conjunto com a Universidade de Aveiro, Portugal, na comunidade lisboeta-cabo-verdiana da Cova da Moura entre outros. O Música e Diversidade é um projeto de extensão do Laboratório de Etnomusicologia da Escola de Música da UFRJ (LE/UFRJ), em parceria com o Grupo de Estudos Musicais da Amazônia da Universidade Estadual do Pará (GEMAM/UEPA), e  pode ser ouvido através do aplicativo digital da Rádio UFRJ, todas às quintas-feiras, às 21h, e nas plataformas de streaming  que mesclam música e podcast. 

   
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Confira na Rádio UFRJ ou no podcast do programa.- 
Redes sociais: @musicaediversidade

A programação envolve projetos de pesquisas do LE/UFRJ  – música indígena, música preta brasileira, música e religião, música em escolas, música na Maré e de blocos carnavalescos ou grupos de cabocolinho -, onde também participam convidados, estudiosos e integrantes de outros coletivos de pesquisa em música, bem como, pesquisadores individuais, ativistas culturais e artistas. O programa apresenta a diversidade da música brasileira, a partir da experiência de seus produtores, que atuam também como professores e pesquisadores e apresenta diversos conteúdos musicais originais, gravações realizadas em trabalho de campo que podem ser em festas, rituais, aldeias indígenas, quilombos  e nos mais diferentes espaços, permitindo ao  programa dá muita atenção aos sons locais. A proposta é atingir  professores da Educação Básica da rede pública e privada, estudantes de pós-graduação e  o público que se encontra em situação  de invisibilidade social, promovendo  o compartilhamento de  seus repertórios  e práticas musicais  em  um veículo de comunicação de massa e realizando trocas entre a  academia  e os saberes populares/ tradicionais.

  Divulgação
 
  Ssmuel Arsaújo

Em tempo real ou por meio do repositório virtual de podcasts dos programas já realizados, a experiência radiofônica tem aberto possibilidades exponenciais que difundam o conhecimento acumulado e em gestação acerca da música e outras artes a ela associadas enquanto produto da diversidade de relações sociais presentes no Brasil e no mundo”, diz Samuel Araújo, professor da Escola de Música e coordenador geral do programa. Para Paulo Murilo Guerreiro do Amaral, coordenador do GEMAM, essas ações são positivas. “Ao incorporarem questões da Etnomusicologia em suas programações musicais, meios massivos de difusão, tais como o rádio, oportunizam ouvintes a estabelecerem contato com a música não como produto para simplesmente ouvir, e sim como processo de escuta e conhecimento”.

O  Música e Diversidade já apresentou dezenove episódios temáticos: #1 Etnomusicologia e a pesquisa sobre diversidade musical; #2 O trabalho dos profissionais da música durante a pandemia; #3 A presença africana na música do Pará; #4 Folia de Reis; #5 Cavalo Marinho; #6 Orquestras nas escolas; #7 Uma vida chamada Salgueiro; #8 Afoxés no Rio de Janeiro; #9 Música indígena; #10 Jongo contemporâneo; #11 O Xangô do Recife; #12 Os corres do Hip Hop do Rio de Janeiro; #13 Tambor de Sopapo; #14 São João; #15 O erudito e o popular se encontram no Bloco Lira da Minerva; #16 Perspectivas pretas e ladinoamefricanas em Etnomusicologia; #17 Oitenta anos de Robertinho Silva; #18 O som do Cerrado; #19 Centro Cultural Donana. Além dos programas com temas especiais, há ainda episódios quinzenais com uma playlist das músicas tocadas nos programas temáticos.

O Música e Diversidade tem edição, roteiro e apresentação da jornalista e etnomusicóloga Claudia Góes e edição técnica de Thiago Kobe. Equipe: Tainá Façanha (GEMAM/UEPA), Dil Fonseca (UFF), Guilherme Sá (LE/UFRJ), Cecília Mendonça (LE/UFRJ), Jonas Lana (IFRJ) e Igor Sá (UFPE).

Nelson Freire, prelúdio de muitas saudades

O site da Adufrj, órgão de representação dos docentes da UFRJ, publicou (06/11/2021) matéria sobre a morte do pianista Nelson Freire

O site da Adufrj, órgão de representação dos docentes da UFRJ, publicou (06/11/2021) matéria sobre a morte do pianista Nelson Freire

Nelson Freire, prelúdio de muitas saudades

Por Kelvin Melo, 06 Novembro 2021

 

Nelson Freire partiu para encantar plateias celestiais na véspera de finados, uma segunda-feira chuvosa no Rio de Janeiro, cidade em que o mineiro escolheu viver.  O que nem todos sabem é que, junto, o artista levou um pedacinho da UFRJ. Em 15 de setembro de 2011, o pianista subiu ao imponente palco da Escola de Música não para se apresentar, como fez tantas vezes ao longo da carreira, mas para receber o título de Doutor Honoris Causa da universidade. “O reconhecimento da maior instituição acadêmica de música do meu país, nesta cidade que escolhi viver, me enche de alegria e profunda emoção”, disse Nelson, na ocasião.

O pianista era retraído com as palavras. Algo que não escondeu no curto discurso que proferiu. Assim como o amor pelo Rio de Janeiro, onde residiu até os momentos finais.  “Com a música, é possível expressar sentimentos sem dizer uma palavra. Hoje sinto uma emoção que dificilmente conseguirei traduzir em palavras”, afirmou, segundo notícia na página da Escola. “Há anos, ando pelo mundo. Mas é para cá que volto. A praia, o ar, as nuvens e os sabores desta cidade me alimentam como nenhuma outra”, completou.

Diretor em 2011, André Cardoso relembra que a Escola de Música abraçou a homenagem sem hesitação. “Um artista consagrado no mundo inteiro. O maior pianista brasileiro da geração dele. Tocou com as principais orquestras”, afirmou. Superpremiado ao longo da carreira, Nelson receberia da UFRJ seu primeiro título acadêmico. “Era o reconhecimento da mais antiga instituição de ensino musical do país, que é a Escola de Música da UFRJ, em função da carreira dele, levando o Brasil pelos palcos do mundo. Depois, ele recebeu da UFMG e de outras instituições”.

O então vice-reitor da UFRJ, professor Antônio Ledo, recorda com carinho de uma curiosidade que cercou os preparativos daquela  sessão solene. O professor Aloísio Teixeira, que era o reitor da UFRJ até julho daquele ano — e que viria a falecer no ano seguinte —, entusiasta de música clássica e fã de Nelson Freire, queria assistir a uma apresentação musical do pianista. “Isso foi pensado. Mas acabou não ocorrendo”, disse Ledo. Ao final, Aloísio cobrou: “Você não fez ele tocar?”, recorda o ex-dirigente, divertido.

O professor Giulio Draghi representou o Departamento de Instrumentos de Teclado e Percussão, de onde partiu a ideia da homenagem, no evento de 2011. “Lembro que ele chegou uma hora antes e ficou ensaiando com a página de papel que leu. Foi muito bonito”, relatou. Outra beleza da noite foi a gentileza característica de Freire, que ainda ficaria um bom tempo do pós-cerimônia conversando e tirando fotos com todos que pediram.

O GÊNIO

Giulio teve a oportunidade de visitar a casa do artista uma vez, ao lado de alguns amigos, quando ainda era estudante, no início dos anos 80. E lembra de uma passagem marcante, ao encontrar algumas partituras pela casa. Pensava que veria anotações ou marcações nos papéis, algo que poderia guiar seus estudos depois. “Os músicos escrevem nas partituras. Mas não tinha uma marca. Nada! Aí eu me dei conta que ele tinha uma leitura fabulosa, que não precisava marcar nada”, afirmou.

Sempre que possível, Giulio não perdia nenhuma apresentação de Nelson Freire no Rio. “Ele nunca parava de progredir. Era inacreditável. Há pessoas que sofrem uma crise, depois se reencontram”. Nelson Freire não oscilava para baixo. “Mesmo que fosse uma peça que eu já tivesse visto, nunca era igual. Era sempre melhor”, descreve.

O docente ainda não se conformou com a morte do pianista. Separou os LPs e CDs, olhou as capas, buscou lembranças, mas ainda não conseguiu ouvir nenhum deles. “Foi uma tragédia não anunciada. Isso me impede agora de ouvi-lo imediatamente. Ainda vou esperar mais um pouco”.

Um único concerto com a Orquestra Sinfônica da UFRJ

Seis anos após receber o título de Doutor Honoris Causa, Nelson Freire fortaleceu o vínculo com a universidade. Em julho de 2017, realizou sua única apresentação com a Orquestra Sinfônica da UFRJ, no palco do Theatro Municipal. “Eu era diretor artístico do Theatro e fiz essa programação em homenagem aos 130 anos do maestro Villa-Lobos (1887-1959)”, conta o professor André Cardoso. Os ensaios eram realizados na Escola de Música, para deleite do corpo discente. “Evidentemente, os alunos iam falar com ele”, completa o ex-diretor. O espetáculo pode ser conferido no Youtube, no canal da Academia Brasileira de Música.