Orquestra de Sopros da UFRJ e convidado especial se apresentam no

Com apoio do Sistema Nacional de Orquestras Sociais- SINOS- e Direção Musical de Marcelo Jardim, o Projeto Bandas, uma parceria UFRJ/FUNARTE, realiza o segundo concerto da Orquestra de Sopros da UFRJ, no dia 29 de maio às 19h, tendo como convidado especial o aclamado flautista Antonio Rocha (foto), considerado por Altamiro Carrilho seu sucessor natural.

2023 antoniorocha dentroCom uma trajetória profissional que conferiu a ele o título de sucessor de Altamiro Carilho, como não poderia deixar de ser, caberá a Antonio Rocha o solo da obra que tem por título Meu sonho é você, de Altamiro Carrilho, que nesse concerto será executada em acordo à revisão e adaptação para a formação de orquestra de sopros, realizada por Marcelo Jardim. Será também de Antonio Rocha o solo da peça musical Zinha, de Pattápio Silva. E, na apresentação da composição Antilhano, de Francisco Lucas Duchesne, com arranjo de Marcelo Jardim, será dele a incumbência de conduzir a orquestra.

Fazem ainda parte do programa: Quebra-quebra minha gente, de Henrique Alves de Mesquita; Polca em Dó número 2, de Viriato Figueira; Tymburibá, de Francisco Braga; Tango Brasileiro, de Alexandre Levy; Saudades, saudades, de Ernesto Nazareth e Rosana, de Hudson Nogueira, na versão para formação de bandas sinfônicas com arranjos de Everson Moraes, Gabriel Dellatorre, regente assistente da Orquestra de Sopros da UFRJ, recém aprovado no Concurso de Professor Substituto da Escola de Música e, também, o responsável pela revisão e transcrição da obra Carlos Gomes no frevo, assume a regência da orquestra.

De outras informações que fazem parte da totalidade desse concerto, merece ser assinalado com matiz mais intenso, o seguinte fato: as partituras que nesse concerto forem utilizadas serão publicadas na Série Música Brasileira para Bandas, que faz parte da estrutura do site do Projeto Bandas, e poderão, de forma gratuita, serem  acessadas a partir de agosto,  no endereço www.artedetodagente.com.br , por regentes e instrumentistas da formação de bandas sinfônicas.

Orquestra Sinfônica e Coro Infantil da UFRJ homenageiam Edino Krieger

Com regência do maestro André Cardoso, dia 5 de maio, às 19h, e, no dia 6 de maio às 16h, na Sala Cecília Meireles, a Orquestra Sinfônica da UFRJ, em sua 99ª temporada, e o Coral Infantil da UFRJ realizam dois concertos em homenagem a Edino Krieger que completaria 95 anos nesse ano corrente.

2023cartazx03NNo programa, tendo como solista a soprano Michele Menezes e como narrador o barítono Inácio de Nonno, a primeira peça executada será o Romance de Santa Cecília, do compositor homenageado Edino Krieger, que a ele foi encomendada por Henrique Morelenbaum, em 1989, por ocasião da reabertura da Sala Cecília Meireles que havia passado por uma reforma.

No histórico dessa peça musical consta que para a compor, Edino Krieger se inspirou no poema homônimo de Cecília Meireles que narra a vida de Santa Cecília, filha de romanos abastados, convertida ao cristianismo, a quem tentaram sem sorte separar seu corpo de sua cabeça por três vezes. E que, em sua estréia em 1989, a narração que dela faz parte foi realizada pela atriz Maria Fernanda, filha de Cecília Meireles.

Em acréscimo às informações a respeito da obra Romance de Santa Cecília, de Edino Krieger, o maestro André Cardoso faz saber que, após sua única execução no já citado ano, ela permaneceu em manuscrita e, só agora, trinta e quatro anos depois, volta a ser executada no palco da Sala Cecília Meireles, na mais que justa homenagem a esse grande compositor brasileiro.

No encerramento dos dois concertos, a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro irá interpretar a Sinfonia número 2 em Ré maior, op.73, do compositor Johannes Brahms, escrita no verão de 1877, e considerada pelo crítico musical Rubner de Abreu como a “mais lírica e luminosa“ das sinfonias por ele escritas.

Um Recital de Formatura na Encruzilhada de Saberes

No dia 28 de abril, às 18h no Salão Leopoldo Miguéz, Paulo Maria, acompanhado por Silas Barbosa ao piano e Fábio Adour ao violão, realiza seu Recital de Formatura que tem por título Africanias em Encruzilhada: a presença preta na música vocal de concerto.

Andrea Adour esclarece que esse título do recital é fruto da investigação e da aplicação de seus resultados em sala de aula do Grupo de Pesquisa instituído em 2015, com o propósito de formar cantores a partir do repertório da música de concerto, na qual elementos das diferentes etnias derivadas da diáspora do continente africano estejam presentes. 

Essa presença, cuja origem e características musicais foram reconhecidas pelo trabalho de pesquisa que vem sendo desenvolvida ao longo desses anos, está exposta nesse Recital de Formatura em peças de compositores pretos ou descendentes de povos escravizados, seja em suas temáticas, em seus discursos, ou, mesmo no conjunto de palavras e expressões da língua de um povo da África ocidental que faz parte de um conjunto de cantos.

Assim, em seu Recital de Formatura, Paulo Maria interpretará obras que visibilizam a citada presença na música vocal de concerto, ao mesmo tempo, que com elas cumprirá também os requisitos exigidos à formação de um cantor, uma vez que no repertório selecionado constam composições musicais inscritas no espaço de tempo compreendido entre o século XVII e o ano atual.

Do todo desse Recital de Formatura não se pode deixar de acentuar que, ele demonstra ser possível a construção de uma formação acadêmica utilizando o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão com práticas pedagógicas nas quais o objeto de estudo da pesquisa seja o condutor das questões trabalhadas em sala de aula, seja ela da Graduação ou de um Curso de Extensão.

Um dos dados que exemplifica tal afirmativa é a trajetória escolar e acadêmica de Paulo Maria. Encaminhado aos 16 anos ao Projeto de Extensão Africanias  por Jonas Maia, seu professor de canto na FAETEC, passou a ser orientado por Andrea Adour e, posteriormente, no Bacharelado em Canto e também nas atividades complementares à sua formação de cantor na Iniciação Científica se manteve sob a orientação da mesma docente, com estudos desenvolvidos nas três vertentes desse Grupo de Pesquisa, ou seja,  nos estudos lingüísticos, discursivos e musicais.

Desmistificando a educação a distância

Dentre as diversas mudanças observadas nos processos educacionais ao longo dos últimos anos, uma das mais relevantes é, sem dúvida, a popularização da educação a distância (EaD). De acordo com a legislação brasileira, em termos conceituais, a EaD…

Dentre as diversas mudanças observadas nos processos educacionais ao longo dos últimos anos, uma das mais relevantes é, sem dúvida, a popularização da educação a distância (EaD). De acordo com a legislação brasileira, em termos conceituais, a EaD pode ser definida como “a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”.

2023 que e EAD Ensino a DistnciaPara se ter uma ideia, entre 2011 e 2021, o número de estudantes matriculados em cursos superiores de graduação nessa modalidade aumentou 474%. Se em 2011 os ingressos por meio de EaD correspondiam a 18,4% do total, dez anos depois, em 2021, esse percentual chegava a 62,8%. Os dados integram o Censo da Educação Superior 2021, divulgados no fim do ano passado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e pelo Ministério da Educação (MEC).

Esse processo de crescimento da EaD no país tomou uma proporção especialmente significativa a partir de 2017, quando o Decreto Nº 9.057 trouxe uma série de mudanças nas permissões de realização de cursos desse tipo. A norma em questão viabilizou que instituições de ensino superior passassem a oferecer cursos de EaD independentemente do credenciamento para cursos presenciais.

Outro marco importante para tal expansão foi a pandemia de covid-19, ocasião em que milhares de instituições tiveram que mudar completamente suas estratégias de ensino do dia para a noite, se vendo forçadas a rever muitas de suas rotinas escolares. A necessidade imposta por esse motivo de força maior acabou por gerar não apenas um aprimoramento das ferramentas de comunicação a distância existentes, mas também um acúmulo de conhecimento prático acerca do tema. Assim, muito do que inicialmente ainda era feito em caráter experimental até 2020 acabou eventualmente sendo incorporado e institucionalizado.

Contudo, apesar dessa recente expansão da EaD, sua aceitação ainda está longe de ser uma unanimidade. Os motivos são os mais variados: falta de confiança por parte dos atores envolvidos, falta de respaldo das instituições que promovem esse tipo de educação, sensação de que o diploma “valeria menos” do que o de um curso presencial, e até mesmo certo corporativismo de professores que apontam o modelo EaD como um risco à manutenção de empregos. Em linhas gerais, é possível notar que existe ainda um senso comum que simplifica a questão ao opor, de um lado, a boa educação presencial e, de outro, a má qualidade da educação a distância.

De acordo com o professor de Piano da Escola de Música da UFRJ Ernesto Hartmann, essa visão maniqueísta ainda encontra certa dificuldade de ser superada justamente por conta dos preconceitos nela embutidos. “Poderíamos também pensar no mau ensino presencial e no bom ensino a distância. Ou em ambos ruins. Ou ainda em ambos bons”, provoca o docente, antes de concluir seu raciocínio: “A questão é que uma modalidade não se opõe à outra. Elas são complementares”.

Tendo ministrado a disciplina Teclado no Prolicenmus, curso pioneiro de Licenciatura em Música EaD, fruto de um convênio entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e outras seis instituições parceiras, entre elas a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), onde lecionava à época, Hartmann fala com conhecimento de causa.

Iniciado em 2008, o Prolicenmus contou com um público-alvo constituído por professores de Música que já atuavam nos sistemas públicos de ensino de diversas regiões do país, mas que ainda não possuíam habilitação legal — Licenciatura em Música — para o exercício da função. Segundo Hartmann, a experiência foi muito positiva, tendo em vista que foi o primeiro curso de graduação na modalidade EaD realizado no Brasil, utilizando-se de forma bastante vanguardista dos softwares e plataformas de comunicação e videoconferência então disponíveis.

Já entre os principais desafios, o professor destacou um em especial: “a evasão na educação a distância é muito alta”. O curso ofereceu inicialmente 840 vagas. Ao todo 724 alunos cumpriram as exigências para se matricularem, 614 compareceram à aula inaugural e, em 2012, após nove semestres, formaram-se 189.

A experiência é descrita em detalhes no livro “EAD na Formação de Professores de Música”. A publicação conta com um capítulo assinado pelo próprio professor Ernesto Hartmann, que é otimista quanto às possibilidades que o modelo pode agregar à tradicional educação presencial: “Sempre haverá questões que precisam ser resolvidas presencialmente e outras que podem ser resolvidas a distância. Não existe uma oposição entre uma e outra, mas uma complementaridade. É só uma questão das pessoas começarem a ver que funciona, que existem tecnologias pra isso. Caminhamos para um modelo cada vez mais híbrido onde as ferramentas que são características da EaD daqui a pouco estarão se fundindo com o ensino presencial”, concluiu.

Sua percepção se coaduna com a de Ronal Silveira, diretor da Escola de Música da UFRJ. Num momento em que se busca atualizar o projeto pedagógico da Escola, ele explica que o que está em jogo, de forma alguma é um conflito entre modalidades de ensino, mas sim um melhor aproveitamento das tecnologias disponíveis, de modo a trazer uma importante complementação ao modelo tradicional. Para ele, a EaD poderia impactar em especial o leque de possibilidades de abrangência das ações extensionistas da Escola, ou mesmo de determinadas disciplinas de cunho mais teórico.

 O que prevemos inicialmente não são necessariamente cursos, mas atividades de extensão, como por exemplo, conferências, congressos. Podemos imaginar masterclasses onde um professor no exterior ministre aulas para os alunos da EM, ou então, como já aconteceu, um professor da EM fazendo uma conferência para alunos de graduação da Universidade de Quilmes em Buenos Aires, disse ele.  Atualmente há essa possibilidade de que um professor esteja em uma universidade dando aulas para alunos de outra instituição”, ilustrou.

Mesmo ciente do potencial existente nessa combinação de modelos, Ronal destacou a necessidade de levar a discussão à comunidade acadêmica, em especial aos alunos e professores da EM mediante a revisão de seu projeto pedagógico. “Precisamos perder o receio de que o uso da modalidade EaD vai precarizar o ensino, pois vários exemplos mostram exatamente o contrário. Ela veio para fortalecer as práticas presenciais. Mas isso é algo que teria que estar previsto no projeto pedagógico da EM”, frisou.

Acervo com mais de 500 composições de José Siqueira retorna para BAN

A Academia Brasileira de Música finalizou o trabalho com o acervo do compositor e maestro José Siqueira (1907-1985). Através de um convênio aprovado pela Congregação da Escola de Música da UFRJ, o acervo foi transferido da Biblioteca Alberto Nepomuceno (BAN) para a ABM em 2018. Ao longo dos últimos anos, com uma interrupção em 2020, decorrente da pandemia, o acervo foi catalogado e inserido na Base Minerva da UFRJ pela bibliotecária Dolores Brandão, que trabalhou nas dependências da Biblioteca Mercedes Reis Pequeno, da ABM.

   Reprodução
 

Ao longo do processo a ABM recebeu os pesquisadores e intérpretes encaminhados pela BAN para realizarem consultas ao acervo, assim como deu apoio à produção do documentário Toada para José Siqueira, dos cineastas Eduardo Consonni e Rodrigo Marques, de 2022. Ao mesmo tempo todas as obras foram digitalizadas no Laboratório de Digitalização da ABM, trabalho realizado por nosso colaborador Sylvio Soares do Nascimento. Na catalogação e na digitalização foram incluídos também os manuscritos constantes no acervo da soprano Alice Ribeiro (1920-1988), esposa do compositor.

A digitalização foi realizada seguindo o padrão estabelecido pelo Sistema de Bibliotecas da UFRJ. Foram digitalizadas mais de 28 mil páginas de partituras e partes manuscritas. Ao término do trabalho a ABM encaminhou para a Escola de Música um HD com toda a obra de José Siqueira digitalizada e retornou todo o acervo físico para a BAN. Agora os pesquisadores, intérpretes e demais interessados na obra de José Siqueira podem ter acesso à produção de um dos mais prolíficos compositores brasileiros do século XX, com um catálogo de mais de 500 composições, entre obras vocais e instrumentais para solo, música de câmara, orquestra e óperas.

O acesso à obra do maestro José Siqueira deve ser feito exclusivamente através da Biblioteca Alberto Nepomuceno, pelo e-mail . O trabalho desenvolvido com a Escola de Música da UFRJ reafirma a importância das parcerias institucionais e o apoio da ABM a instituições que guardam acervos de música brasileira.

Escola de Música: entre a tradição e um Projeto Pedagógico de futuro

“Não é intenção da Escola de Música da UFRJ transformar seus cursos presenciais na modalidade de Ensino a Distância- EaD -, porque não concebemos isso”

A frase em epígrafe foi proferida com ênfase pelo Diretor da Escola de Música da UFRJ, Ronal Silveira, quando na entrevista foi solicitado que tecesse considerações a respeito da Portaria do Ministério da Educação, que trata da possibilidade de poder ser introduzido na organização pedagógica e curricular dos cursos de graduação presenciais, a oferta de disciplinas na modalidade de ensino a distância.

 Dessa Portaria de nº 2.117, de 6 de dezembro de 2019 que trata da citada oferta, foram três  as ponderações expostas pelo Diretor da Escola de Música. Na primeira fez saber que, por determinação da UFRJ, o limite da oferta de disciplinas na modalidade do ensino a distância, não poderá ultrapassar 20% da carga horária total dos cursos.

  Reprodução
 
  aspas2

Não é intenção da Escola de Música da UFRJ transformar seus cursos presenciais na modalidade de Ensino a Distância- EaD -, porque não concebemos isso.

Ronal Silveira, Diretor da Escola de Música

Na segunda acentuou a inequívoca importância dos Projetos Pedagógicos, uma vez que neles constam a concepção dos cursos de graduação com suas peculiaridades, ou seja, suas disciplinas, a forma como as aulas são dadas, como são realizadas as avaliações ensino/aprendizagem e os modos de integração entre teoria e prática.

Sobre tudo aquilo que os documentos dos Projetos Pedagógicos podem comportar, acrescentou que neles estão registradas as observações relacionadas à própria formação técnica dos cursos, pelo fato das habilidades por eles transmitidas se refletirem diretamente nas inserções sociais dos egressos no Mercado de Trabalho, já que a Escola de Música forma cidadãos que vão contribuir para o desenvolvimento do país.

 Por essas e outras questões relacionadas à formação acadêmica dos alunos e que, em resumo, procuram prever novas contextualizações dos elementos estruturais dos cursos, Ronal Silveira afirmou que a revisão dos Projetos Pedagógicos é compreendida como algo necessário e natural.

Na demonstração desta afirmativa, trouxe à lembrança dois exemplos. No primeiro, evocou que antigamente eram dois os cursos da Escola de Música: a Licenciatura em Música e o Bacharelado em suas várias habilitações. Depois, quando por determinação do Ministério da Educação foi determinado o fim das Habilitações, cada uma das vinte e seis Habilitações que faziam parte do Curso de Bacharelado foram transformadas em Cursos de Graduação, o que terminou por dar origem a 27 Cursos de Graduação, sendo um deles o Curso de Licenciatura em Música, fazendo com que mais de 10% dos cursos da UFRJ sejam na Escola de Música ministrados.

Ainda no reboque dessa informação a respeito do número de cursos, Ronal Silveira salientou a participação da Escola de Música no Curso de Musicoterapia junto a outras cinco Unidades de Ensino da UFRJ.

No outro exemplo, mencionou que, em 2021, a Escola de Música revisou seus Projetos Pedagógicos para que 10% das Atividades de Extensão passassem a compor a carga horária curricular estudantil dos cursos de graduação, em acordo a Resolução Normativa nº 7, do Conselho Nacional de Educação, de 18 de dezembro de 2018.

E informou que, em 2022, depois que com a pandemia o exercício do magistério esteve sujeito à modalidade do ensino a distância como um dos poucos, senão o único amparo à continuidade de sua existência, na qualidade de Diretor da Escola de Música da UFRJ, e em acordo as normas que regulam a congregação dessa Unidade de Ensino, estabeleceu que, durante uma semana, os docentes em seus departamentos examinassem os Projetos Pedagógicos, levando em consideração a necessidade de uma formação acadêmica mais consistente e mais atualizada, frente às constantes mudanças que se fazem em moto-contínuo no Mercado de Trabalho e na vida de todos nós. 

Assim, em razão dessa necessidade; em face ao que determina a UFRJ no que diz respeito a Portaria 2.117; a experiência obtida com as vantagens e desvantagens do que funcionou e não funcionou na transmissão dos saberes durante a pandemia, que atingiu a todos os docentes e discentes, Ronal Silveira afirmou ser um engano pensar que os cursos ministrados presencialmente na Escola de Música da UFRJ possam ser transformados em cursos de EaD. Mas, em sua terceira ponderação disse acreditar que algumas disciplinas podem ser dadas na modalidade híbrida, ou seja, a maior parte presencialmente e uma pequena parte no EaD, uma vez que os saberes transmitidos virtualmente e recebidos através da assistência, da escuta e/ou da leitura também garantem a apropriação do aprendizado.

E noticiou que, o que tem sido discutido e previsto inicialmente não são os Cursos de Graduação, mas Atividades de Extensão no EaD, já que na história recente ficou comprovado que a utilização dessa modalidade não precariza o ensino, ao contrário, é atividade complementar que fortalece as práticas presenciais, ou, até mesmo permite que sejam concretizadas.

Contudo, ressaltou que no sentido do entendimento do presente e de se pensar os próximos movimentos em relação ao futuro é absolutamente necessário que os Projetos Pedagógicos da Escola de Música da UFRJ sejam revistos.  

Concerto com traços musicais de diferentes nações

O 3º concerto da 99ª temporada da Orquestra Sinfônica da UFRJ- OSUFRJ- tem como regente Marcelo Jardim, vice-diretor e diretor artístico da Escola de Música, que em seu currículo de maestro e arranjador exibe parcerias artísticas com Toquinho, Milton Nascimento, Beth Carvalho e Guilherme Arantes, assim como registra sua atuação por seis anos consecutivos no WASB- World Association of Symphonic Bands and Ensembles-, entre outras importantes atividades profissionais.

2023cartazx03No programa desse concerto, que será realizado no dia 5 de abril de 2023 às 19:00h, no Salão Leopoldo Miguéz da Escola de Música, serão executadas pela Orquestra Sinfônica da UFRJ, em formação de câmara com sopros, obras de Beethoven, Antonin Dvorak e Henrique Alves de Mesquita.

De Beethoven, a obra Octeto para sopros em Mi bemol maior op. 103 guarda a marca histórica de ter sido a última peça por ele composta, antes de deixar Bonn, sua cidade natal, na Alemanha. A Serenata op. 44, de Dvorak composta com base em temas de danças folclóricas traz à lembrança as bandas de música dos vilarejos tchecos, de seu país de origem. A obra Batuque, do compositor carioca Henrique Alves de Mesquita finaliza o concerto proporcionando a escuta da célula rítmica que é característica da habanera cubana, substrato musical que deu origem a várias outras formas de dança na América Latina, como informa o maestro André Cardoso.

 

Boas-Vindas aos calouros do Curso de Licenciatura: Aula Inaugural,

A Aula Inaugural A Natureza da Música será proferida por Maycon Lack (foto), músico, flautista e educador musical, dia 3 de abril às 10:30h. Um pouco antes acontece o lançamento da Revista Brasileira de Música V. 34, n.1 com dossiê temático Educação Musical na Pós-Modernidade: Epistemologias, Práticas e Contextos, com curadoria dos editores convidados Sergio Álvares e Fábio Adour.

No dia 3 de abril às 10h, no Salão Leopoldo Miguéz, antecedendo a Aula Inaugural do Curso de Licenciatura em Música da UFRJ, o Diretor da Escola de Música, Ronal Silveira, e os Coordenadores Sergio Alvares e Aline da Paz, recepcionarão os calouros deste curso.

2023aulainauguralÀs 10h acontece o lançamento da Revista Brasileira de Música V. 34, n.1 com dossiê temático Educação Musical na Pós-Modernidade: Epistemologias, Práticas e Contextos, com curadoria dos editores convidados Sergio Álvares e Fábio Adour.

10h, com a regência de Liliam Ameal, o Coral do Colégio Pedro II apresentará um concerto com peças musicais dos compositores Kleiton e Kledir, João Donato e Thelma Álvares, com acompanhamento ao piano de Geraldo Leão.

Às 10:30h terá lugar a Aula Inaugural A Natureza da Música que será proferida por Maycon Lack, músico, flautista e educador musical.

No encerramento das atividades dessa recepção aos calouros do Curso de Licenciatura em Música, a partir das 11:15h, Maycon Lack e seu convidado, Tafke-a-Fulniô disponibilizarão, ao público em geral, uma Oficina Pedagógica destinada à formação de professores de musicalização infantil, crianças brincantes e aos educadores que acreditam em um processo de construção do conhecimento musical integrado à espiritualidade, à educação ambiental e às culturas tradicionais.

Masterclass Improvisação ao Órgão e Concerto Órgão e Piano

A EM informa que o Masterclass Improvisação ao Órgão e o Concerto Órgão e Piano foram transferido para o dia 30 de março e serão realizados na Igreja Martin Luther, na rua Carlos Sampaio, 251- Praça da Cruz Vermelha.

  Cartaz
 

Na condução dessa atividade de Ensino estará Salvatore Pronestì que, na qualidade de Diretor Artístico do Festival de Órgão no Panteão de Roma, Mestre Manufaturador e organista italiano de renome internacional, além de realizar workshops, ministrar conferências sobre Organologia, métodos de construção na tradição italiana, realização de testes, de projetos e relatórios especializados sobre órgãos submetidos a testagem,  possui uma extensa carreira de concertista em países da Europa, no Brasil e nos EUA.

Às 18:30h, também no novo local, em uma atividade de Extensão, Enóe Ferrão, pianista brasileira, radicada em Portugal, e, Salvatore Pronestì, realizam o Concerto Órgão e Piano.

Desse concerto, que concilia a interpretação de obras em um piano e em um órgão, que por sua sonoridade e possibilidades solísticas impressiona a qualquer platéia, é imperioso destacar que sua realização encontra-se em muito ancorada na consolidada carreira de Enóe Ferrão,  recitalista em formações de câmara e também solista à frente de muitas orquestras sinfônicas do Brasil, Portugal e Áustria.

 

OSUFRJ abre temporada 2023 com dois concertos no mês de março

São dois os concertos que, em março de 2023, fazem parte da 99ª temporada da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro- OSUFRJ-. O primeiro com regência de Felipe Prazeres, um dos spallas dessa orquestra, tem por data o dia 8 de março, às 19h, no Salão Leopoldo Miguéz, da Escola de Música da UFRJ.

Nesse concerto, a Orquestra Sinfônica da UFRJ, em formação de câmara, irá apresentar um programa constituído por obras de compositores que figuram entre os mais importantes dos períodos barroco, clássico e romântico.

   Nadejda Costa
 
 
  Os regentes. Felipe Prazeres (acima) conduz a OSUFRJ no concerto do dia 8 de março, Thiago Santos (abaixo), no do dia 23.

Do compositor Mozart, duas peças musicais serão interpretadas: Música fúnebre maçônica em Dó menor (1785) e Divertimento em Mi bemol maior (1771). A composição de Bach, Concerto para piano em Ré maior (1738), terá como solista o pianista José Sacramento, aluno do bacharelado em piano da Escola de Música, da classe do professor Ronal Silveira que, no Concurso para Jovens Instrumentistas realizado em 2022, tornou patente seu talento e técnica ao ser um dos alunos escolhidos para atuar junto à OSUFRJ em sua temporada do ano de 2023. 

Em acordo ao Diretor Artístico e Regente Titular da OSUFRJ, André Cardoso, o programa desse primeiro concerto da 99ª temporada será finalizado com a Serenata para cordas op. 48 (1880), de Tchaikovsky, composição que se tornou referência no repertório para orquestras de cordas.

O segundo concerto dessa temporada acontece no dia 23 de março de 2023, às 19h, no Salão Leopoldo Miguéz, da Escola de Música da UFRJ. Em formação de orquestra de cordas, a regência da Orquestra Sinfônica da UFRJ estará sob a responsabilidade de Thiago Santos, graduado pela Escola de Música da UFRJ no Curso de Regência, na classe do professor André Cardoso, e, com orientação do mesmo docente no Mestrado Acadêmico dessa mesma Unidade de Ensino.

Do sólido e eminente currículo de Thiago Santos não se pode deixar de acentuar que, no contexto histórico brasileiro no qual já emergia o anseio pela inclusão sócio-econômica nas mais diferentes estruturas sociais, a elaboração de seu projeto intitulado Bebendo o Concerto, com vista à formação de platéia para a música clássica, foi, em 2020, premiado pelo edital Cultura Presente nas Redes, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro.

 Em significativa diferença no que diz respeito às constituições desses programas da 99ª temporada da Orquestra Sinfônica da UFRJ, esse segundo concerto é basicamente formado por obras produzidas no século XX. Com exceção da pungente peça Mélancolie op. 48 nº 3, composta em 1888 por Eduard Náprawnik, as demais foram escritas no século passado pelos compositores ingleses, William Walton- Duas peças do filme Henry V (1944) -, e por Benjamin Britten – Simple Symphony op.4(1934) -. Do compositor brasileiro, Camargo Guarnieri, será apresentado o Concerto para Cordas e Percussão (1972), no qual ele agregou à tradicional orquestra de cordas, os tímpanos e a caixa.