Escola de Música da UFRJ recebe o maestro colombiano Rubén Darío

As atividades têm início em 20/05 e vão até a 27/05, quando o maestro regerá a Orquestra de Sopros da UFRJ num concerto cujo repertório conta com obras de Julie Giroux, David Biedenbender, David Maslanka, Franck Tichelli, além de composições autorais do próprio regente

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A Escola de Música da UFRJ se prepara para receber, entre 20 e 27 de maio, o maestro e compositor colombiano Rubén Darío Gómez Prada para uma intensa agenda de atividades junto ao Projeto de Extensão Sistema Pedagógico de Apoio às Bandas de Música. O regente atualmente ocupa o cargo de diretor do programa de bandas da Southern Illinois University-Edwardsville, nos EUA, onde ensina regência para alunos de graduação e pós-graduação, além de dirigir a Orquestra de Sopros da Universidade.

Em 20/05, Rubén dará aulas de regência para a classe de Regência de Banda, bem como para as classes de Introdução à Regência. Em 22/05, o maestro oferecerá uma oficina de composição para banda sinfônica, a qual contará com a coordenação do professor Liduino Pitombeira. Em ambos os dias, bem como em 23/05, Rubén estará também envolvido nos ensaios da Orquestra de Sopros da UFRJ. Finalmente, para completar as atividades, no dia 27, às 19h, o maestro regerá a Orquestra de Sopros da UFRJ no Salão Leopoldo Miguez num concerto que contará com obras do repertório contemporâneo para banda sinfônica.

É fundamental destacar que, além de gratuito, o concerto também integrará a campanha de solidariedade com a população impactada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Serão aceitas doações de itens como: água mineral; alimentos não perecíveis; itens de higiene e limpeza; botas e roupas impermeáveis para equipe de salvamento; roupas e calçados limpos e em bom estado de conservação; colchonetes e cobertores; além de ração para cães e gatos.

Eis o link para acompanhar a transmissão ao vivo pelo Youtube: https://www.youtube.com/live/PsQIo5tZtJM

Seis obras serão apresentadas, sendo a primeira “La Mezquita de Córdoba”, da compositora Julie Giroux, que descreve musicalmente a construção da grande mesquita de Córdoba, Espanha, atual Mesquita-Catedral de Nossa Senhora da Assunção. Na sequência, a obra “Traveler”, de David Maslanka, composta em homenagem ao regente Ray Lichtenwalter, e que descreve as idas e vindas da vida, e que se inicia com uma nota breve: “Em nossos corações, nossas mentes, nossas almas. Viajamos de vida em vida, no tempo e na eternidade.” A terceira obra a ser apresentada, Luminescence, de Biedenbender, é baseada em fragmentos da melodia Break Forth O Beauteous Heavenly Light (Irrompe, ó bela luz celestial), escrita por Johann Schop (1590–1664) e posteriormente harmonizada em diversas formas por Johann Sebastian Bach.

Na segunda metade do concerto, o maestro dá voz às suas próprias composições Latinoamerica Despierta e Montaña Mágica. A primeira descreve a importância dos movimentos sociais da América Latina na luta contra a desigualdade e o abuso de poder por governos autoritários. A segunda é uma obra descritiva sobre a Montaña Mágica, um local tranquilo e bonito entre Medellín e Santa Elena (Antioquia, Colômbia) e que traz à memória a imponência da serra, das belas paisagens naturais, e da paz e tranquilidade que surge do contato direto do ser humano com a natureza. Musicalmente, trata-se uma alternância entre os ritmos bambuco e caña, característicos da região andina da Colômbia. O concerto finalizará com a obra “Vesuvius”, de Frank Tichelli, que faz um retrato musical do Monte Vesúvio e os momentos finais da cidade de Pompéia, destruída pelo vulcão em 79 D.C. Com elementos da Bacchanalia Romana e citações do Dies Irae, retirados do texto medieval da Missa de Réquiem, originalmente cantada para aqueles que já partiram, a obra recria a atmosfera festiva da cidade em contraste com as trevas e destruição, após a explosão do vulcão, e com a redescoberta da cidade, séculos depois em um renascimento histórico.

O vice-diretor da Escola de Música, professor Marcelo Jardim, celebra a vinda do maestro. “Receber um regente convidado é sempre motivo de alegria para todos, principalmente por agregar informação e experiência aos alunos. E ter um regente com a experiência e vivência de Ruben Dario, que agrega também o fato de ser um compositor conectado com suas raízes latino-americanas, é um privilégio. Todos estamos contentes que esta parceria esteja avançando, e com todo o apoio da Southern Illinois University-Edardsville e apoio do Programa Proart-Garin, do Fórum de Ciência e Cultura, além do suporte do PROMUS, ao qual o projeto de extensão é conectado”, afirma Marcelo Jardim, que também é diretor musical da Orquestra de Sopros da UFRJ, professor de regência de banda da EM/UFRJ e orientador no PROMUS.

O maestro Rubén Darío Gómez

Atualmente ocupa o cargo de diretor do programa de bandas da Southern Illinois University-Edwardsville, Estados Unidos, onde ensina regência para alunos de graduação e pós-graduação, dirige a Orquestra de Sopros da Universidade e coordena o festival estadual de bandas. Nascido em Zapatoca, Colômbia, o maestro Gómez recebeu seu Doutorado em Artes Musicais com ênfase em Regência de Bandas e área secundária em Composição da Universidade de Nebraska-Lincoln, assim como seu mestrado em Música na Middle Tennessee State University, e sua Licenciatura em Música da Universidade Industrial de Santander. Ele desenvolveu um amplo trabalho como regente, compositor, produtor, pianista e arranjador. Suas composições foram interpretadas e publicadas na Colômbia, Europa e Estados Unidos. Dirigiu bandas e orquestras na Colômbia, Peru e Estados Unidos. Alguns de seus prêmios mais importantes incluem: Prêmio Nacional de Música em Composição (Colômbia 2012), bolsa de estudos para colombianos estudando no exterior (2016), competição para compositores estudiantes organizada pela Metropolitan Winds em Boston (2019), e as bolsa de estudo Hixon- Lied e F. Pace Woods concedida pela Faculdade de Artes da Universidade de Nebraska-Lincoln. Atualmente é codiretor da Banda Municipal de Edwardsville e Diretor Assistente da Banda Sinfônica de San Luis, Missouri.

A Orquestra de Sopros da UFRJ

A Orquestra de Sopros da UFRJ foi criada em 2007 e desde 2008 apresenta, de forma ininterrupta temporadas regulares de concertos, com programação intensa da obra brasileira e mundial para banda sinfônica, tendo sido responsável por importantes estreias de obras de compositores nacionais e primeiras audições na Brasil do repertório internacional escrito especificamente para banda sinfônica e orquestra de sopros. É formada por alunos de graduação do bacharelado em instrumentos de sopros e de percussão da Escola de Música da UFRJ, inscritos na disciplina de Prática de Orquestra e por técnicos funcionários. Como projeto de extensão, atende também alunos provenientes de projetos sociais da cidade do Rio de Janeiro. Outra importante função é sua atuação direta no suporte ao bacharelado em Regência de Banda, oferecido pela EM/UFRJ desde 2011. Entre seus principais objetivos está proporcionar o desenvolvimento da prática de conjunto a partir dos conceitos orquestrais, difundir a literatura brasileira e internacional para a formação de banda sinfônica, orquestra de sopros e sopros orquestrais, atuar no desenvolvimento técnico musical de seus integrantes a partir da prática de banda e orquestra. Em 2009 gravou o CD “A Obra para Orquestra de Sopros de Heitor Villa-Lobos” e em 2017 o CD ao vivo “Dobrados para o Itamaraty”. Em 2017 e 2019, atuou como grupo residente do Simpósio Funarte-UFRJ para Bandas, e desde sua organização, tem participado dos Panoramas de Música Brasileira Atual.

Arte de Toda Gente | SISTEMA PEDAGÓGICO DE APOIO ÀS BANDAS

O Programa Arte de Toda Gente conjuga vários projetos de extensão da Escola de Música da UFRJ, tais como o Sistema Nacional de Orquestras Sociais – SINOS, o Bossa Criativa, o Um Novo Olhar, o Arte em Circuito, o Projeto Bandas: Sistema Pedagógico de Apoio às Bandas de Música e o Projeto Ópera: Plano de Desenvolvimento para a Ópera no Brasil. Todos os projetos foram estruturados a partir da parceria entre a Funarte e a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, com início em 2020 e com o objetivo de desenvolver uma amplitude de ações em prol do desenvolvimento das ações pedagógicas nas áreas das artes, no Brasil, e especificamente, na área musical. A esse conjunto de projetos somaram-se também a realização de duas edições da Bienal de Música Brasileira Contemporânea (XXIV e XXV). Atualmente, o Programa Arte de Toda Gente viabiliza centenas de outras parcerias pelo Brasil, com as mais importantes instituições de arte, cultura e educação, e avança com o programa de parcerias institucionais, com foco no compartilhamento dos cursos em EAD.

Projeto de Extensão Sistema Pedagógico de Apoio às Bandas de Música

O projeto de extensão foi criado em 2019, com aprovação no Departamento de Música de Conjunto e na Congregação da EM e conectado ao PROMUS, e vem atuando desde então para ações que objetivam o suporte técnico e pedagógico para regentes e instrumentistas de bandas de música, bandas sinfônicas, projetos socioculturais, orquestras e bandas juvenis. Em 2022, passou a contar com o apoio da Funarte e a integrar o programa Arte de Toda Gente, intensificando seus objetivos de apoio e avançando em diversas ações de suporte, tais como o Por Todas as Bandas do Brasil, o Simpósio Funarte-UFRJ de Bandas, as publicações de partituras, guias e manuais, a gravação de concertos com repertório brasileiro para bandas e a ampla difusão desse repertório no Brasil e no mundo. Tem como coordenador o professor Marcelo Jardim.

Projeto Bandas (Funarte)

Criado em 1976, o Projeto Bandas da Funarte possui uma trajetória que se confunde com a da própria história da Fundação, que foi estruturada no ano de 1975. Sua função sempre se estabeleceu no apoio sistemático ao desenvolvimento da banda de música no Brasil, com realização de doação de instrumentos musicais, promoção de cursos e oficinas de aperfeiçoamento musical prático e teórico para regentes e instrumentistas, através dos Painéis Funarte de Bandas de Música, edição de partituras de obras de compositores brasileiros, preparação de manuais técnicos, organização do cadastramento das bandas no Brasil, entre outras ações. É realizado pela Coordenação de Bandas de Música, ligada à Diretoria de Música da entidade. O Projeto de extensão Sistema Pedagógico de Apoio às Bandas de Música, da UFRJ, foi criado como suporte direto para o Projeto Bandas.

O programa

Julie Giroux – La Mezquita de Cordoba

David Maslanka – Traveler

David Biedenbender – Luminescence

Rubén Darío Gómez Prada – Latinoamerica Despierta

Rubén Darío Gómez Prada – Montaña Mágica

Franck Tichelli – Vesuvius

Cronograma de atividades:

Dia 20/5 (segunda)

14h-16h Oficina de Regência de Banda (Sala Francisco Manuel, Rua do Passeio, 98)

18h-20h30 Ensaio com a Orquestra de Sopros da UFRJ (Salão Leopoldo Miguez)

Dia 22/5 (quarta)

14h-16h Encontro e oficina de composição para banda sinfônica (Sala 2116, Ed. Ventura). Coordenação Prof. Dr. Liduino Pitombeira

18h-20h30 Ensaio com a Orquestra de Sopros da UFRJ (Salão Leopoldo Miguez)

Dia 23/5 (quinta)

18h-20h30 Ensaio com a Orquestra de Sopros da UFRJ (Salão Leopoldo Miguez)

Dia 27/5 (segunda)

19h CONCERTO Orquestra de Sopros da UFRJ

Regência Rubén Darío Gómez

Onde: Salão Leopoldo Miguez (Rua do Passeio, 98, Escola de Música da UFRJ, Centro-RJ)

Entrada franca

Realização

Fundação Nacional de Artes – Funarte (www.funarte.gov.br)

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) | Escola de Música da UFRJ

Projetos Funarte-UFRJ (Programa Arte de Toda Gente):

Em 16/05, Orquestra Sinfônica da UFRJ faz 4º concerto de sua 100ª

Em 16 de maio, às 19 horas, a Orquestra Sinfônica da UFRJ retorna ao palco do Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, para mais um concerto da sua temporada centenária. Desta vez, a regência será diretor artístico da OSUFRJ, maestro André Cardoso. A apresentação também contará com a participação do flautista João Moreira, um dos vencedores do concurso jovens instrumentistas 2024 da OSUFRJ.

O quarto concerto da 100ª temporada da Orquestra Sinfônica da UFRJ será basicamente dedicado ao repertório da segunda metade do século XIX, com dois dos mais importantes compositores do chamado Romantismo Musical. Giuseppe Verdi é a principal figura da ópera italiana no período, autor de títulos famosíssimos, encenados anualmente nos grandes teatros de todo o mundo, como La Traviata, Rigoletto, Il Trovatore, Aída e Otello. A ópera Les Vêpres Siciliennes (em italiano, I Vespri Siciliani) foi composta para Paris, cidade onde estreou na Academia Imperial de Música, em 1855. Segue o modelo francês em cinco atos, com a inclusão de um balé. A abertura é das mais extensas compostas por Verdi e, junto com a de La forza del destino, das mais frequentemente executadas em concerto. Foi estruturada pelo compositor a partir dos principais temas da ópera, presentes na introdução e no Allegro agitato que segue, com temas contrastantes, que preparam o ouvinte para os diferentes momentos dramáticos que perpassam toda a encenação.

Cécile Chaminade foi uma importante compositora francesa que, ainda jovem, mostrou alguns de seus trabalhos a Georges Bizet, que a orientou na composição. Sua obra abrange o piano solo, canções, a música de câmara e orquestral. Dentre elas se destaca o Concertino para flauta, que, apesar de composto em 1902, ainda se enquadra na tradição romântica. É uma obra originalmente composta para flauta e piano e posteriormente orquestrada. Origina-se de uma encomenda do Conservatório de Paris para ser uma peça de exame para estudantes em final de curso. O Concertino foi estruturado em movimento único, no qual se alternam diferentes andamentos. O tratamento da flauta é virtuosístico e o orquestral equilibrado e expressivo, qualidades que levaram a obra a ultrapassar os limites dos exames escolares e ganhar o repertório profissional, sendo abordada pelos grandes flautistas. Foi dedicada a Paul Taffanel, então professor do instrumento no Conservatório de Paris.

A Sinfonia nº1 em Dó menor op.68 foi a obra de Brahms de mais longa gestação. Sentindo o peso de sua responsabilidade em abordar a forma sinfonia após o legado deixado por compositores como Beethoven, Schumann e Mendelssohn e em um momento histórico no qual o poema sinfônico lisztiano e o drama musical wagneriano ditavam as regras da música austro-germânica, Brahms levou mais de uma década para finalizá-la. Os primeiros esboços datam de 1862, mas a estreia só se deu em 1876, na cidade de Karlsruhe. Os modelos são evidentes: Beethoven na elaboração e no desenvolvimento temático e Schumann na forma. Sua primeira sinfonia se diferencia das demais que produziu por ser a única com introduções lentas, no primeiro e no quarto movimentos, além de um instrumento solo, o violino. Após o alívio da estreia, Brahms produziria imediatamente sua segunda sinfonia e mais duas, que constituem um dos grandes conjuntos de sinfonias produzidas no século XIX.

A entrada é gratuita e a apresentação está marcada para as 19h, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, que fica na Rua do Passeio, 98, próximo à estação Cinelândia do metrô.

 

JOÃO MARCOS MOREIRA

Iniciou os estudos de Música aos seis anos, no Projeto Bem-me-quer Paquetá, sob orientação dos professores Josiane Kevorkian e Bruno Jardim. Com 12 anos iniciou na Flauta Transversal com o professor Rubem Schuenck. Atualmente cursa 7º período do Bacharelado em Flauta na Escola de Música da UFRJ, com o professor Eduardo Monteiro. Atuou na Orquestra Sinfônica Cesgranrio e na Academia Jovem Concertante. Atualmente integra o Quinteto Experimental de Sopros da Escola de Música da UFRJ, o Quinteto Guanabara, a Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem e Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro.

ANDRÉ CARDOSO

Músico (violista e regente) graduado pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com Mestrado e Doutorado em Musicologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). Estudou regência no Brasil com os maestros Roberto Duarte e David Machado. Recebeu, durante três anos, bolsa da Fundação Vitae para curso de aperfeiçoamento na Argentina com o maestro Guillermo Scarabino, na Universidade de Cuyo (Mendoza) e no Teatro Colón de Buenos Aires. Em 1994, foi o vencedor do Concurso Nacional de Regência da Orquestra Sinfônica Nacional da UFF, passando a atuar à frente de conjuntos como as sinfônicas da Paraíba, de Minas Gerais, do Espírito Santo, de Campinas, de Porto Alegre, do Teatro Nacional de Brasília, a Sinfônica Brasileira e a Petrobrás Sinfônica. Foi maestro assistente da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro entre 2000 e 2007 e diretor artístico da instituição nas temporadas de 2015 e 2016. Como pesquisador publicou os livros “A música na Capela Real e Imperial do Rio de Janeiro” (ABM, 2005) e “A música na Corte de D. João VI” (Martins Fontes, 2008). Como libretista e roteirista estreou a ópera Aleijadinho, com música de Ernani Aguiar, em produção da Fundação Clóvis Salgado em Ouro Preto e no Palácio das Artes. No Theatro Municipal do Rio de Janeiro estreou o balé Macunaíma, com música de Ronaldo Miranda. É professor de Regência e Prática de Orquestra da Escola de Música da UFRJ, instituição da qual foi diretor de 2007 a 2015. Coordena para a Fundação Nacional de Artes – Funarte – em parceria com a UFRJ, o Sistema Nacional de Orquestras Sociais. É membro da Academia Brasileira de Música e seu atual presidente.

 

Confira o programa:

1- Giuseppe VERDI (1813-1901) – Abertura

I Vespri Siciliani(1855) 10’

2- Cécile CHAMINADE (1857-1944) – Concertino para flauta em Ré maior op.107 (1902) 10’

Solista: João Marcos Moreira (flauta)

4- Johannes BRAHMS (1833-1897) – Sinfonia n°1 em Dó menor op.68 (1812) 30’

I- Un poco sostenuto / Allegro / Meno Allegro

II- Andante sostenuto

III- Un poco Allegretto e grazioso

IV- Adagio / Più Andante / Più Allegro

 

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Sacra Vox e Coral da PUC-Rio se apresentam no Salão Leopoldo Miguez

Em 3 de maio, o Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, será palco do primeiro concerto do ano da série Música Sacra de Todos os Tempos, coordenada pela professora Valéria Matos. A abertura da temporada de 2024 colocará lado a lado, através de uma relevante parceria institucional, o Conjunto Sacra Vox e o Coral da PUC-Rio.

O projeto Sacra Vox tem como principal referência o gênero sacro, realizando pesquisas e difundindo a produção coral brasileira, de modo a dar visibilidade a uma vertente expressiva da memória cultural do país. Além disso, o Sacra Vox estimula a produção de novas composições sacras e realiza parcerias com outras instituições. Em seu currículo constam centenas de concertos, apresentações didáticas, programas de rádio, TV e CDs.

O evento ainda contará com a participação do Grupo de Canto Coral da EM/UFRJ. O concerto apresentará obras corais clássicas e populares, desde o período barroco ao contemporâneo.

A Série Música Sacra de Todos os Tempos é coordenada junto ao Setor Artístico da Escola de Música da UFRJ, integrando também as ações pelo Circuito PROART do Fórum de Ciência e Cultura.

A entrada é gratuita e a apresentação está marcada para as 18h30, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, que fica na Rua do Passeio, 98, próximo à estação Cinelândia do metrô.

 

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Montagem da ópera “O Elixir do Amor”, de Donizetti, no Theatro

O Projeto Ópera na UFRJ foi criado na Escola de Música em 1994. O objetivo foi o de proporcionar aos estudantes dos cursos de Música, Belas Artes e Direção Teatral uma formação específica no universo da ópera e seus subgêneros e a experiência prática de colocar um espetáculo em cena e apresentá-lo ao público.

Desde sua criação, foram levadas ao palco do Salão Leopoldo Miguéz 26 produções, abrangendo o repertório internacional e o brasileiro de óperas, de diferentes épocas, inclusive com estreias. Os resultados do projeto Ópera na UFRJ se refletem positivamente no meio profissional e nos principais teatros brasileiros dedicados ao gênero. É o caso da atual produção de “O Elixir do Amor”, de Donizetti, no Theatro Municipal do RJ.

No elenco estão Michele Menezes e Carolina Morel no papel de Adina, Guilherme Moreira, no papel de Nemorino e Murilo Neves, como Dulcamara, todos ex-alunos de canto da Escola de Música que participaram de diversas produções do Ópera na UFRJ. Não é apenas no elenco de cantores que um dos mais longevos e efetivos projetos de extensão da Escola de Música mostra sua importância na formação de profissionais para a ópera, mas também na direção musical, na direção cênica e na equipe criativa.

A regência do espetáculo está a cargo de Felipe Prazeres, integrante da Orquestra Sinfônica da UFRJ e atualmente cedido para a Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde é o Regente Titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. Felipe teve sua primeira experiência com a regência de ópera enquanto aluno do Programa de Pós-Graduação Profissional da Escola de Música, quando desenvolveu um trabalho sobre a regência de recitativos e participou do Ópera na UFRJ como regente da ópera “A Flauta Mágica”, de Mozart, uma produção de 2018.

Como Regente Titular do Coro do Theatro Municipal está Edvan Moraes, outro egresso da Escola de Música e do Ópera na UFRJ. Edvan participou de várias de nossas produções como cantor e pianista, mas concluiu o Bacharelado em Regência como um dos regentes de “Cosi fan tutte”, de Mozart, em 2012.

A Escola de Belas Artes marca presença na produção de “O Elixir do Amor” no Theatro Municipal através dos cenários e figurinos de Desirée Bastos, que também participou de várias produções do Ópera na UFRJ. Estava na equipe de figurinos e adereços da ópera “A volta do estrangeiro”, de Mendelssohn, em 2001, como assistente de figurinos em “Don Pasquale”, de Donizetti, em 2002, e na equipe de cenógrafos de “As Bodas de Fígaro”, de Mozart, em 2003. Desirée retornaria ao projeto em 2011, já na condição de professora da Escola de Belas Artes, coordenando a equipe de figurinistas da ópera “Don Quixote nas bodas de Comacho”, de Telemann.

A ópera “As Bodas de Fígaro” de 2003 marcou também a estreia de Menelick de Carvalho no Ópera na UFRJ. O então aluno do curso de Direção Teatral da Escola de Comunicação atuou como assistente de direção cênica do professor André Heller-Lopes. Em 2019, Menelick retornaria ao Ópera na UFRJ como diretor cênico convidado para a ópera “O Elixir do Amor”, de Donizetti, a mesma que agora coloca em cena em nova produção do Theatro Municipal para a temporada de 2024.

 

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Em 18/04, Orquestra de Sopros faz concerto dedicado a compositores de

Nesta quinta, dia 18 de abril de 2024, às 19 horas, no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ, a Orquestra de Sopros da UFRJ irá apresentar um concerto totalmente dedicado aos compositores de origem inglesa e australiana, com obras que se tornaram, ao longo das décadas, referências da sonoridade da banda sinfônica moderna.

De Gustav Holst (1874-1934), duas obras ocuparão parte do concerto, e a transcrição de uma giga de Johann Sebastian Bach, feita por Holst em 1930, pouco antes de escrever a Hammersmith. O compositor havia recebido um convite da BBC Military Band para escrever uma obra e, com um hiato sem uma escrita contínua para banda após escrever as duas Suítes Militares, decidiu por fazer uma transcrição de uma pequena giga de Bach. O resultado foi Fuga a la Giga, a qual serviu como readaptação para a escrita de uma obra autoral, Hammersmith, Prelude e Scherzo, Op. 52, em homenagem ao distrito de Londres. Esta música é descritiva da alegria da multidão aos sábados e o passeio às margens do rio Tamisa.

A outra obra, Songs of the West, é parte de “A Somerset Rhapsody”. O par – opus 1 e 2 – foi escrito em 1906/1907, baseado em canções folclóricas, coletadas por Cecil Sharp e Baring Gould. De Ralph Vaugham Williams, duas obras principais para banda: Toccata Marziale e Englisht Folk Song Suite, apresentada em sua forma original com a peça Sea Songs como segundo movimento. Posteriormente, o compositor a tratou como obra separada. De igual direcionamento estilístico, as obras são todas baseadas nas canções folclóricas recolhidas por Sharp e Gould, assim como as obras do compositor australiano Percy Grainger, que se baseiam no compêndio “The Complete Petrie Collection of Ancient Irish Music”, editado por Sir Charles Villiers Stanford. Percy Grainger, talvez, tenha sido um dos mais ávidos compositores a utilizar amplamente a canção folclórica como base de sua obra, tanto pianística quanto orquestral e de banda.

A distância média de um século separa o período dessas composições com os dias atuais, e nos mostra a genialidade latente no trato do elemento folclórico musical. Atualmente, tais obras se estabeleceram como cânones do repertório tradicional das bandas sinfônicas por todo o mundo e continuam sendo fonte de informação e conhecimento a todas as bandas e deleite a todos os ouvintes.

A entrada é gratuita e a apresentação está marcada para as 19h, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, que fica na Rua do Passeio, 98, próximo à estação Cinelândia do metrô.

 

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 Marcelo Jardim regendo a Orquestra de Sopros da UFRJ

PROGRAMA

 

Percy GRAINGER (1882-1961)

English Morris Dance, “Shepherd’s Hey”, 1911

Johann Sebastian Bach (1685-1750)

Fuga a la Gigue, 1930 (transc.: Gustav HOLST, ed. Jon C. Mitchell)

Efeméride: 150 anos de nascimento / 90 de morte de Gustav Holst

Ralph Vaugham WILLIAMS (1882-1961)

Toccata Marziale, 1924

Efeméride: 100 anos da composição

Ralph Vaugham WILLIAMS (1882-1961)

English Folk Song Suite, 1923/1924 (15’30”)

I – Marcha “Seventeen come Sunday”

II – Sea Songs (movimento independente)

III – Intermezzo “My Bonny Boy”

IV – Marcha Folk Songs from Somerset

Gustav HOLST (1874-1934)

Hammersmith, Op. 52, 1930

Preludio: poco adagio – Scherzo: poco vivace

Gustav HOLST (1874-1934)

Songs of the West, Op. 21, nº 1, 1907 (transc.: James Curnow)

Percy GRAINGER (1882-1961)

Molly on the Shore, 1920

 

Orquestra de Sopros da UFRJ

A Orquestra de Sopros da UFRJ foi criada em 2005 e desde 2008 apresenta, de forma ininterrupta, temporadas regulares de concertos, com programação intensa da obra brasileira e mundial para banda sinfônica, banda de música e orquestra de sopros, tendo sido responsável por importantes estreias de obras de compositores nacionais e primeiras audições na Brasil do repertório internacional escrito especificamente para a formação. Em sua estrutura, conta com alunos dos cursos de bacharelado em instrumentos de sopros e de percussão da EM/UFRJ, inscritos na disciplina de Prática de Orquestra, e com técnicos funcionários. Como projeto de extensão, atende também alunos provenientes de projetos sociais da cidade do Rio de Janeiro. Outra importante função é sua atuação direta no suporte ao bacharelado em Regência de Banda, oferecido pela EM/UFRJ desde 2011. Entre seus principais objetivos está proporcionar o desenvolvimento da prática de conjunto a partir dos conceitos orquestrais, difundir a literatura brasileira e internacional para a formação de banda sinfônica, orquestra de sopros e sopros orquestrais, atuar no desenvolvimento técnico musical de seus integrantes a partir da prática de banda e orquestra. Em 2009 gravou o CD “A Obra para Orquestra de Sopros de Heitor Villa-Lobos” e em 2017 o CD ao vivo “Dobrados para o Itamaraty”. Em 2017, 2019 e 2023 atuou como grupo residente do Simpósio Funarte-UFRJ para Bandas, e desde sua organização, tem participado dos Panoramas de Música Brasileira Atual. É parte integrante do Sistema Pedagógico de Apoio às Bandas, atuando como grupo residente para as gravações de novas obras.

Prof. Marcelo Jardim, maestro

Diretor artístico e vice-diretor da Escola de Música da UFRJ, professor de Regência de Banda e Prática de Orquestra e diretor musical da Orquestra de Sopros da UFRJ. Atua também como professor-orientador do PROMUS – Programa do Mestrado Profissional em Música da UFRJ. É Doutor em Práticas Interpretativas pela UNIRIO, e Mestre e Bacharel em Regência e Práticas Interpretativas pela UFRJ. É coordenador do programa Arte de Toda Gente, da parceria entre a Funarte e a UFRJ, e que inclui os projetos de extensão universitária Sistema Pedagógico de Apoio às Bandas, Projeto Sistema Nacional de Orquestras Sociais do Brasil – SINOS, Projeto Bossa Criativa, Projeto Um Novo Olhar, Projeto Por Todas as Bandas do Brasil, entre outros. É responsável pelo programa de Edições de Partituras para Banda. Atua em concertos, seminários, simpósios, congressos e festivais em todo o Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa, e dentre seus projetos de pesquisa está A Banda do Villa, com resgate da obra de Villa-Lobos para banda, e encomenda de novas obras para bandas sinfônicas.

De 24 a 26/04, XX Semana do Cravo na UFRJ celebra duas décadas de

No ano de 2004, o cravista e professor Marcelo Fagerlande iniciava um movimento inovador na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro: a criação da Semana do Cravo. Vinte anos depois, este evento pioneiro continua a ser o único do gênero no país, proporcionando um espaço de debates e intercâmbio tanto artístico quanto científico entre professores e alunos das instituições brasileiras que oferecem ensino do instrumento.

A Semana do Cravo de 2024, que ocorrerá nos dias 24, 25 e 26 de abril na EM/UFRJ, celebrará as primeiras duas décadas de atividades deste importante marco no calendário musical nacional. Este encontro, que tem crescido ao longo dos anos, conta agora com a parceria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), desde 2019, e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), desde 2021. Além disso, as cravistas e professoras Mayra Pereira e Maria Aida Barroso têm sido colaboradoras fundamentais para o sucesso do evento.

O cravo sempre fez parte da história da música brasileira e parece que era jogado para debaixo do tapete. A primeira Semana veio quatro anos depois da criação do curso de cravo na Escola de Música da UFRJ, em 2000. Eu tinha ido estudar fora em 1982 exatamente porque não havia bacharelado por aqui no instrumento; me tornei professor da Escola de Música em 1995 já com a intenção de criar o curso. Afinal, a UFRJ é uma instituição centenária, que guarda toda a história do cravo no Brasil. Não foi fácil criar o curso. Hoje em dia, o corpo docente é superantenado, mas na época havia resistência e desconhecimento. Tudo o que é desconhecido sofre preconceito. E a minha ideia da Semana veio nesse embalo de valorizar o que se faz aqui, e não só lá fora. Desde o início, foi abraçada por todos. É o momento de trocar experiências, divulgar pesquisas, trabalharmos juntos para o cravo se adaptar à nossa realidade. Mas um impor tante fator da longevidade da Semana do Cravo é ser um evento relativamente concen trado em poucos dias, um formato que fosse viável a alunos vindos de longe. Mais do que grandiosidade, a continuidade e o conteúdo de qualidade e inovação. Hoje, vejo que se criou um belo espírito de trupe, de imensa colaboração”, explicou o professor Marcelo Fagerlande em recente entrevista à Revista Concerto, ao comentar sobre a longevidade alcançada pelo evento.

Um dos pontos altos da programação deste ano é o lançamento de um volume comemorativo contendo a tradução para o português do “Método de Baixo Contínuo ao Cravo”, de autoria de L. Bourmayan e J. Frisch. Esta obra didática, que até então estava disponível apenas em francês, foi publicada por uma equipe de renomados profissionais, incluindo Marcelo Fagerlande, Mayra Pereira, Maria Aida Barroso, Luciana Camara, Daniele Barros e Ilma Lira. O volume será disponibilizado gratuitamente em formato impresso e digital, para download nos sites dos programas de pós-graduação da Escola de Música: PPGM e PROMUS.

Além disso, mesas-redondas dedicadas ao ensino do cravo, atividades de acompanhamento ao instrumento e pesquisas recentes contarão com a participação de especialistas renomados, incluindo Helena Jank, Alessandro Santoro, Ana Cecilia Tavares, Pedro Persone, Isabel Kanji, Beatriz Pavan, Luciana Camara, Mayra Pereira, Maria Aida Barroso, Eduardo Antonello e Clara Albuquerque, entre outros.

Recitais com jovens cravistas das instituições participantes também estão previstos, destacando o talento e a dedicação dos estudantes envolvidos.

O apoio da FAPERJ reforça a importância desta iniciativa para o desenvolvimento do cravo e seu ensino no Brasil. Ao longo dos anos, diversas instituições já participaram deste evento, desde a sua criação, incluindo UFPE, UFJF, UNICAMP, UNIRIO, UFRGS, UFESC, USP, CEP-Escola de Música de Brasília, Instituto Gustav Ritter (GO) e Conservatório de Tatuí, além da própria UFRJ. O encontro também já teve o privilégio de receber convidados de instituições estrangeiras, como a Escola Superior de Música de Karlsruhe, IReMus (Paris-Sorbonne, CNRS), Centro de Música Barroca de Versailles (França), Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris, Universidade McGill (Montreal), Conservatório Real de Haia, Conservatório Claude Debussy (Paris) e Conservatório Erik Satie (Paris).

Um dos objetivos principais da Semana do Cravo tem sido contribuir com a bibliografia em português dedicada ao instrumento, além de promover o encontro entre professores e alunos de diversas partes do país. Este evento, que já se consolidou como um marco na história da música brasileira, continua a desempenhar um papel fundamental na promoção e no aprimoramento do cravo e de seu ensino no país.

Serviço

XX Semana do Cravo

Dias 24, 25 e 26 de abril de 2024 (horários na programação a seguir)

Coordenação: Marcelo Fagerlande

Organização: Mayra Pereira e Maria Aida Barroso

Local: Escola de Música da UFRJ

Edifício Ventura Corporate Towers

Av. República do Chile, 330

21o andar, Torre Leste

Centro – Rio de Janeiro, RJ

Entrada Franca

Para mais informações: semanadocravo@gmail.com

Dia 24 de abril de 2024, quarta-feira

14h30 Mesa redonda I

A didática do ensino do cravo em Universidades brasileiras

Helena Jank, UNICAMP

Luciana Câmara, UFPE

Marcelo Fagerlande, UFRJ

Mayra Pereira, UFJF

Mediação: Maria Aida Barroso, UFPE

17h30 Recital I

Participantes e programa a determinar

Dia 25 de abril de 2024, quinta-feira

10h00 Mesa redonda II

O acompanhamento ao cravo em instituições brasileiras

Isabel Kanji, EMESP

Fany Souza Lima, Conservatório de Tatuí, SP

Eduardo Antonello, UFRJ

Mediação: Clara Albuquerque, UFRJ

12h00 Manutenção de cravos

Conversa com Cesar Tessarin

14h00 Mesa redonda III

Lançamento do Método de Baixo Contínuo ao cravo (Bourmayan e Frisch)

Daniele Barros, UFPE

Ilma Lira, UFPE

Luciana Câmara, UFPE

Maria Aida Barroso, UFPE

Mayra Pereira, UFJF

Marcelo Fagerlande, UFRJ (e mediador)

17h30 Recital II

Participantes e programa a determinar

Dia 26 de abril de 2024, sexta-feira

10h00 Mesa redonda IV (híbrida)

(aberta para inscrições)

Mediação: João Vidal, UFRJ

14h00 Mesa redonda V

A didática do ensino do cravo em Instituições de nível médio

Beatriz Pavan, Instituto Gustav Ritter, GO

Ana Cecilia Tavares, CEP-EMB

Carlo Arruda, Conservatório de Tatuí, SP

Alessandro Santoro EMESP

Mediação: Patricia Michelini, UFRJ

17h30 Recital III

Participantes e programa a determinar

 

XIX Semana do Cravo Insta 1

Orquestra Sinfônica da UFRJ faz 3º concerto de sua 100ª temporada em

As celebrações da centésima temporada de concertos da Orquestra Sinfônica da UFRJ seguem a todo vapor. O terceiro concerto será em 16 de abril, às 18h, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ. A entrada é gratuita.

Nessa apresentação, a Orquestra Sinfônica da UFRJ retorna ao formato de câmara para apresentar obras dos séculos XVIII e XX. Na primeira parte constam obras de dois dos maiores expoentes do Classicismo Musical, Joseph Haydn e Wolfgang Amadeus Mozart.

Haydn foi alcunhado como o “pai da sinfonia”. Apesar de ter sido consolidada por compositores da geração anterior, foi com Haydn que a forma se tornou a mais representativa manifestação da música orquestral. No catálogo de obras de Haydn constam nada menos do que 104 sinfonias, compostas ao longo de uma produtiva carreira como empregado em diferentes cortes austríacas ou, já na fase final de sua vida, como músico independente, a partir de encomendas vindas de cidades como Paris e Londres. A Sinfonia nº12 foi composta em 1763, no segundo ano a serviço do Príncipe Nikolaus Esterházy, na cidade de Eisenstadt. O pequeno efetivo instrumental, com oboés e trompas a dois e mais um fagote, além das cordas, e o formato em três movimentos revelam uma obra composta para os espaços limitados dos salões, na qual o compositor ainda seguia os modelos de seus antecessores vienenses.

Se Haydn se destaca na forma sinfonia, Mozart foi quem elevou a forma de concerto a um novo patamar de importância na história da música, em especial naqueles para piano. Escrever concertos visando um solista específico ou mesmo para dedicar a um amigo é hábito antigo, até hoje praticado. Não foi diferente nos concertos para trompa de Mozart, dedicados ao trompista Joseph Leutgeb (1732-1811). A peculiaridade do Concerto para trompa nº3 em Mi bemol maior K447 está na instrumentação, para a qual Mozart optou por um par de clarinetas ao invés dos tradicionais oboés previstos nos demais concertos que escreveu para o instrumento.

A segunda parte do concerto é dedicada à música do século XX, com compositores de dois períodos distintos. Karel Husa foi um dos mais importantes compositores tchecos. Nascido em 1921, estudou no Conservatório de Praga, prosseguindo os estudos em Paris com Arthur Honegger e Nadia Boulanger. Em 1954, Husa imigrou para os Estados Unidos, onde se tornou professor da Universidade de Cornell, ganhando a cidadania americana em 1959. Sua obra mais conhecida é Music for Prague 1968, composta em memória das vítimas da invasão da Tchecoslováquia pelas tropas da União Soviética. Suas Quatro Peças foram compostas em 1955 e exploram com generosidade todos os naipes da orquestra de cordas, alternando momentos expressivos e rítmicos. O concerto finaliza com a Brook Green Suíte, de Gustav Holst, compositor inglês lembrado em 2024 pelos 150 anos de seu nascimento. A obra foi composta em 1933, durante uma internação do compositor no hospital, onde morreria meses depois. Foi escrita para suas alunas da orquestra da Saint Paul’s Girls School, notabilizada por uma de suas obras mais conhecidas, a Saint Paul Suíte, também para cordas.

A entrada é gratuita e a apresentação está marcada para as 18h, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, que fica na Rua do Passeio, 98, próximo à estação Cinelândia do metrô.

 

PROGRAMA

1- Joseph HAYDN (1732-1809) – Sinfonia no12 em Mi maior Hob. I:12 (1763) 18’

I- Allegro

II- Adagio

III- Presto

2- W. A. MOZART (1756-1791) – Concerto para trompa no3 em Mib maior K447 (1787) 16’

I- Allegro

II- Romance (Larghetto)

III- Allegro

Solista: Renato Seabra

3- Karel HUSA (1921-2016) – Quatro peças para cordas (1955) 18’

I- Variazioni

II- Notturno

III- Furiant

IV- Coda

4- Gustav HOLST (1874-1934) – Book Green Suíte H190 (1933) 7’

I- Prelude (Allegretto)

II- Air (Andante)

III- Dance (Allegro)

Regentes: alunos de Regência Orquestral

 

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Salão Leopoldo Miguez recebe ópera “Eternamente” em 05/04 e 12/04

Nesta sexta-feira, 05/04, e na próxima, 12/04, o Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, será palco do recital “Eternamente: modinhas e canções dramatizadas de Antônio Carlos Gomes”. O espetáculo apresenta parte do cancioneiro do compositor brasileiro, escrito no período do Segundo Império no Brasil, e que busca trazer, através da dramatização e ressignificação de seus poemas, a crônica de costumes da época. A linha condutora do enredo é uma história romântica que apresenta conflitos sociais e individuais contextualizados na segunda metade do século XIX. Cantadas em português, italiano e francês, as canções são uma parte rica da produção deste que é o maior compositor de óperas das Américas.

As entradas são gratuitas e as apresentações estão marcadas para as 18h, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, que fica na Rua do Passeio, 98, próxima à estação Cinelândia do metrô.

 

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Em 11/04, Orquestra Sinfônica da UFRJ faz 2º concerto de sua 100ª

Em 11 de abril, o Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, será palco da segunda apresentação da centésima temporada de concertos da Orquestra Sinfônica da UFRJ. O concerto será dedicado à professora Veruschka Mainhard e ao compositor Guilherme Bauer, importantes nomes que marcaram a EM/UFRJ e que nos deixaram em março deste ano.

Querida por alunos e colegas, Veruschka era doutora em Música pela Unirio e mestre em flauta transversa barroca e música antiga pela Escola Superior de Utrecht (Holanda). Era professora adjunta da EM/UFRJ, atuando na graduação como professora de Canto e Dicção, e na pós-graduação como professora/ orientadora no PROMUS (Mestrado Profissional em Música). Além disso, era também preparadora vocal do Conjunto Vocal Sacra Vox e coordenadora do projeto de extensão Transcrições e Traduções. Atuou como solista em óperas, oratórios e cantatas no Brasil, Alemanha, Holanda e Estados Unidos, assim como fez estreias mundiais de obras escritas para sua voz.

Já Bauer iniciou seus estudos musicais no Colégio Santo Inácio e foi aluno de violino de Iolanda Peixoto. Em 1960, ingressou na então Escola Nacional de Música, tornando-se posteriormente professor na Universidade Estácio de Sá e na Escola de Música Villa-Lobos. Em 1977, organizou o grupo Ars Contemporânea, que, durante sete anos, realizou inúmeros concertos divulgando o repertório brasileiro. O compositor também foi idealizador do selo RioArte Digital, que registrou em CD mais de cinquenta obras de compositores brasileiros, e do Projeto Estreias Brasileiras, que, em 1997, encomendou e estreou 33 obras de autores nacionais. Premiado em diversos concursos, como o Prêmio Esso de Música Erudita, Concurso Latino-Americano da UFBa, Prêmio da Sociedade Cultura Artística de São Paulo e o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, Guilherme Bauer era membro da Academia Brasileira de Música, onde ocupava a cadeira número 17.

A peça escolhida para homenageá-los é In Memoriam, composta em 1952 por Ernest Bloch, e que abrirá a apresentação de 11 de abril.

Na sequência, será executada uma obra que Johannes Brahms compôs em 1880 como agradecimento ao título de Doutor que lhe foi outorgado pela Universidade de Breslau no ano anterior. Para estruturar a obra o compositor reuniu diversas canções estudantis, concluindo com o muito conhecido à época hino Gaudeamus igitur. A celebração de seu doutoramento proporcionou a criação de uma obra festiva, que inclui um naipe de percussão pouco usual no conjunto de sua produção orquestral.

O programa segue com uma das peças mais célebres do compositor francês Ernest Chausson, o Poème para violino, que desde sua estreia se tornou uma das obras consagradas do repertório violinístico. Ela tem origem em um pedido do violinista Eugène Ysaÿe para que Chausson escrevesse um concerto. Pouco à vontade com a forma concerto, o compositor propôs escrever uma peça em movimento único, de forma mais livre. Tendo por base uma novela do escritor russo Ivan Turgueniev, a obra foi intitulada inicialmente de Le Chant de l’amour triomphant (A canção do amor triunfante), sendo o título alterado posteriormente para Poème symphonique e, finalmente, apenas Poème. Embora não seja descritiva, ou seja, desprovida de associações extra-musicais, a obra, segundo o autor, reflete diferentes “sensações” expressas nos andamentos que se alternam em seu movimento único.

O programa conclui com a Sinfonia nº8, de Beethoven. Composta em 1812, precede a brilhante e agitada Sinfonia nº7 e a triunfante Sinfonia nº9. Em sua estreia, o público a acolheu com pouco entusiasmo, pois esperava algo no estilo “heroico” do compositor e foi surpreendido com uma sinfonia que remete ao estilo de Haydn. É uma obra descontraída, na qual não há propriamente um movimento lento, cujo caráter “saltitante” e quase mecânico do segundo movimento teria sido uma provável homenagem do compositor a Johann Nepomuk Mälzel, o engenheiro que criou o metrônomo. Outra questão formal que chama atenção na sinfonia está no terceiro movimento, com a substituição do tradicional e impetuoso Scherzo de suas sinfonias anteriores por um cadenciado Minueto.

O concerto ainda contará com a regência de Daniel Guedes e com a participação do violinista Mateus Soares. A entrada é gratuita e a apresentação está marcada para as 19h, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, que fica na Rua do Passeio, 98, próxima à estação Cinelândia do metrô.

 

Mateus Soares

Mateus de Oliveira Soares iniciou seus estudos musicais em 2010, na ONG Orquestrando a Vida, na cidade de em Campos dos Goytacazes, tendo aulas com a professora Fernanda Morais. Em 2016 mudou para o Rio de Janeiro, ingressando no bacharelado em violino da Escola de Música da UFRJ, na classe do professor Daniel Guedes. Participou também de master classes com violinistas renomados, como Shmuel Ashkenasi e Pinchas Zukerman, em festivais como o Orchesterzemtrum, em Dortmund (Alemanha), o Festival de Inverno de Campos do Jordão (SP) e o Festival Internacional de Música de Barra Mansa. Entre 2017 e 2021 foi violinista da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa (OSBM), onde atuou como chefe de naipe e professor do projeto “Música nas Escolas”. Em 2021 ingressou na Academia da OSESP, dando continuidade aos estudos sob a orientação de Emmanuele Baldini e Amanda Martins, tendo participado de concertos de câmara e sinfônicos, inclusive no Carnegie Hall (EUA) em 2022, com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Como músico convidado atuou também na Orquestra Petrobras Sinfônica e na Orquestra Sinfônica Brasileira. Em 2023, foi um dos vencedores do Concurso Jovens Instrumentistas da Orquestra Sinfônica da UFRJ, sendo selecionado para atuar como solista na temporada de 2024.

 

Daniel Guedes

Carioca, nascido em 1977, Daniel Guedes iniciou seus estudos de violino aos sete anos com seu pai e logo ingressou no Conservatório Brasileiro de Música. Em 1991 ganhou bolsa de estudos da Capes para estudar em Londres, tendo sido aluno de Detlef Hahn na Guildhall School of Music. Posteriormente cursou bacharelado e mestrado na Manhattan School of Music de Nova York, na classe de Pinchas Zukerman e Patinka Kopec no Pinchas Zukerman Performance Program. Estudou música de câmera com Sylvia Rosenberg, Isidore Cohen e Arnold Steinhardt e regência com Pinchas Zukerman e Mika Eichenholz. Foi vencedor de vários concursos, destacando-se o Jovens Concertistas Brasileiros, que venceu com apenas 13 anos de idade, e a Waldo Mayo Memorial Award, em Nova York, prêmio que lhe valeu concerto no Carnegie Hall tocando o Concerto n°1 de Max Bruch. Atua como solista das principais orquestras brasileiras e também nos EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Noruega, Itália e América do Sul. Como regente, atuou frente a orquestras como a OSB, Sinfônica de Campinas, Sinfônica da Bahia, Sinfônica da Paraíba, Sinfônica da UFRJ, Sinfônica da USP, Sinfônica Nacional da UFF, entre outras. É regente da Academia Jovem Concertante e Regente Associado da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa. É professor de violino da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de lecionar em importantes festivais como o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão e o Festival de Música de Santa Catarina (FEMUSC).

 

PROGRAMA

1- Ernest BLOCH (1885-1977) In memoriam (1952) 3’

2– Johannes BRAHMS (1833-1897) – Abertura Festival Acadêmico op.80 (1880) 10’

3– Ernest CHAUSSON (1855-1899) – Poème para violino e orquestra op.25 (1896) 17′

Solista: Mateus Soares (vln.)

4- L. V. BEETHOVEN (1756-1791) – Sinfonia no8 em Fá M op.93 (1812) 30′

I- Allegro vivace e con brio

II- Allegretto scherzando

III- Tempo di Menuetto

IV- Allegro vivace

Regente: Daniel Guedes

 

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Projeto reúne e preserva o acervo patrimonial e artístico da UFRJ

No 7º andar da Escola de Belas Arte (EBA/UFRJ), está instalado um ateliê que abriga um trabalho inovador e agregador da UFRJ, desenvolvido a partir do Projeto de Pesquisa Conservação e Restauração de Bens Móveis e Integrados Escultóricos (tridimensionais), de autoria de Benvinda de Jesus Ferreira Ribeiro, professora do Departamento de Artes e Conservação dessa mesma Escola.

Na descrição do trabalho realizado nos citados bens, de diferentes tipologias, confeccionados em madeira, gesso, concreto ou bronze, a professora Benvinda explicou que, anterior aos processos de conservação e restauração, são efetuadas as seguintes etapas: a pesquisa histórica, a técnica, a artística, além do desenho de cada peça dos acervos que, em síntese, terminam por constituir o registro patrimonial de cada um deles. Registro que impede qualquer perda no objeto, que pode evitar roubos, ou tornar menos complicada a sua recuperação, já que ele passa a dispor de documentação que comporta seus dados técnicos, históricos e seu desenho.

Em pleno funcionamento há sete meses, o projeto conta com o apoio dos atuais gestores da UFRJ, o Reitor, Roberto Medronho, e a Vice- reitora, Cássia Turci, além de incentivos da Decania do Centro de Letras e Artes, da Direção da Escola de Belas Artes -EBA, da Direção da Escola de Música -EM e da Direção da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo- FAU.

Projeto reúne e preserva o acervo patrimonial e artístico da UFRJ

 Pesquisadores, conservadora-restauradora da empresa, coordenadora do projeto e o prof. Ronal Silveira, Diretor da Escola de Música

Nesse período, embora tenha por objetivo principal a salvaguarda dos bens móveis e escultóricos da UFRJ, inicialmente, o trabalho no ateliê tem sido dedicado à conservação e restauração de obras do Museu D. João VI – EBA, de cópias de painéis, portadas, entre outros elementos compositivos que representam a decoração de edificações arquitetônicas do século XVIII pertencentes a FAU e de bustos de reconhecidos compositores, regentes e instrumentistas do Brasil e do exterior que fazem parte de um dos acervos da EM.

Para realização desse precioso e necessário trabalho na UFRJ, o projeto conta com uma equipe formada por pesquisadores do Curso de Graduação em Conservação e Restauração da Escola de Belas Artes e da Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, que integram o Grupo de pesquisa do CNPQ “Preservação de Acervos Escultóricos”; de tutores egressos de diferentes cursos da Escola de Belas Artes e alunos da graduação do Curso de Conservação e Restauração, do Departamento de Arte e Preservação – EBA; de docente da Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – COPPEAD/UFRJ, além de alguns colaboradores.

E por ter sido idealizado como um projeto de Pesquisa, Ensino e Extensão, a professora Benvinda informa que, tão logo, todas as obras dos diferentes acervos que se encontram no ateliê sejam restauradas, uma exposição aberta ao público será realizada.

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Equipe de conservadores-restauradores em ação