“A Volta do Estrangeiro”, de Felix Mendelssohn

 

Die Heimkehr aus der Fremde, que pode ser traduzido por “A Volta do Estrangeiro”, ópera cômica em um ato de Felix Mendelssohn, é a atração da semana de Concertos UFRJ. Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.

Mendelssohn (1809-1847), que não deixou uma grande produção operística, compôs Die Heimkehr aus der Fremde durante sua primeira visita à Inglaterra, em 1829. Impedido de seguir viagem à Irlanda,  e retido na casa de um empresário amigo devido ao mau tempo, acabou concebendo a obra como uma homenagem às bodas de prata de seus pais. É uma opereta (ou Liederspiel) em um ato, não muito sofisticada do ponto de vista dramático, embora a música, que mostra alguma influência de Weber, seja bonita e bem construída. O libreto é de Karl Klingemann, poeta e amigo do compositor, que mais tarde também forneceria o texto para o oratório Elias. Despretensiosa no que diz respeito à forma, seus ensembles são simples e os sete números solo (exceto para Romanze da mãe) foram assinalados pelo compositor como Lieds (Canções).

 

A mãe de Mendelssohn sugeriu várias vezes que o filho publicasse a ópera, mas o compositor evitou fazê-lo, talvez pelo caráter familiar e reservado da ocasião para a qual fora escrita. Após a morte de Mendelssohn, porém, os familiares autorizaram a divulgação.

 

Apesar do caráter episódico da obra, resulta uma comédia divertida e repleta de truques inteligentes e agradáveis ao público. Sua estreia aconteceu privadamente, na casa dos Mendelssohn, em 26 de dezembro de 1829, para uma plateia de cerca de 120 pessoas. Paul, irmão do compositor, tocou na ocasião violoncelo, enquanto suas irmãs Fanny e Rebekka fizeram, respectivamente, os papéis da mãe de Hermann e de Lisbeth. A primeira apresentação pública aconteceria somente depois da morte do compositor, em 1851. Para esta ocasião, o crítico, dramaturgo e poeta Henry Fothergill Chorley fez uma tradução do libreto. O título dado por ele à versão, Son and Stranger, é às vezes o nome pelo qual a ópera é conhecida em países de língua inglesa.

 

A gravação veiculada tem nos papéis principais Helen Donath, Hanna Schwarz, Peter Scheier, Dietrich Fisher-Dieskau e Benno Kusche. O Coro e a Orquestra são as da Rádio de Munique e a regência de Heinz Wallberg.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

Sinopse de Die Heimkehr aus der Fremde.

 

Ópera em um ato de Felix Mendelssohn sobre libreto de Karl Klingemann.

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Personagens

 

Schultz, delegado da aldeia, baixo
Hermann, seu filho, tenor
Mãe de Hermann, mezzo-soprano
Lisbeth, filha adotiva dos Schultz e prometida de Hermann, soprano
Kauz, um trapaceiro que se faz passar por Hermann, barítono

 

Coro, aldeões

 

A ação se passa numa aldeia.

 

Ato único

 

Na véspera do delegado da aldeia completar 50 anos de bons serviços, sua mulher lamenta a ausência do filho Hermann, alistado no exército há muitos anos. A filha adotiva e namorada de Hermann, Lisbeth, tenta consolá-la, procurando alegrá-la para a festa do dia seguinte. Ela, porém, também sente a falta do amado.

 

Já é noite quando o trapaceiro Kauz chega à aldeia. Ele se aproxima se Lisbeth e, espertamente, se informa de tudo, disfarçando-se em organizador da festa. Seu intuito é se passar por Hermann. Entretanto, este também chega à vila, e decide ficar incógnito até saber se seus pais o perdoaram por sua partida. Hermann se dá a conhecer apenas a Lisbeth, o que acaba frustrando os planos de Kauz. Ele pede à amada para não revelar a verdade até a festa.

 

O trapaceiro tenta perturbar o namoro dos jovens e, na chegada do delegado, insinua que há um vagabundo na vila rondando sua casa e sua pupila. Se faz passar por homem honesto e preocupado, ao mesmo tempo em que afirma conhecer Hermann. No entanto, a mãe não simpatiza com o forasteiro. A vila aguarda também a chegada do alistador do exército.

 

À noite, Hermann canta uma serenata para Lisbeth e é interrompido por Kauz, que se faz passar por guarda noturno. Hermann, que conhece o verdadeiro guarda, reage e sai. Quando Kauz tenta cantar uma serenata, o guarda o impede. Kauz se assusta, o delegado aparece e ao ver Kauz detido, acredita nele e manda soltá-lo.

 

Todos se recolhem e a madrugada cai sobre a aldeia. Com um intermezzo orquestral nasce o dia.

 

Chegam os convidados para a festa e Kauz finge ser Hermann. Este, porém, disfarçado de alistador do exército o ameaça com uma convocação forçada. Kauz, pressionado, revela sua verdadeira identidade. A seguir, é a vez de Hermann se fazer conhecer aos parentes e amigos, propondo casamento a Lisbeth e pedindo ao pai para não punir Kauz.

 

Um coro de aldeões, cantando a felicidade, encerra a obra.