Especial Arnaldo Estrella em “Concertos UFRJ”

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.

Um especial dedicado a Arnaldo Estrella, um dos maiores pianistas brasileiros e, também, um dos mestres da Escola de Música (EM), é o que oferece a edição de Concertos UFRJ que foi ao ar em 14 de março. Apresentado por André Cardoso, docente da Escola e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), o programa é veiculado toda segunda-feira, às 22h, na sintonia Roquette Pinto 94,1 FM, e resulta de uma parceria da Escola de Música (EM) com a emissora.

 

Nascido no Rio de Janeiro em 14 de março de 1908 Arnaldo Estrella ingressou em 1923, ainda adolescente, no Instituto Nacional de Música, atual EM, onde se formou, com medalha de ouro, na classe de Barrozo Neto, em 1930. Prosseguiu seus estudos a partir de 1934 com Tomas Terán, pianista espanhol radicado no Brasil. Estrella fez parte - já na juventude - do círculo de intérpretes e amigos de Heitor Villa-Lobos, o maior compositor brasileiro de todos os tempos, que o considerava um de seus intérpretes mais autorizados e a ele dedicou o terceiro volume de seu Guia Prático, de 1932.

 

A relação com o compositor foi intensa. Estrella foi professor do Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, criado a partir de projeto de educação musical apresentado por Villa-Lobos a Getúlio Vargas. Foi também autor do livro “Os quartetos de cordas de Villa-Lobos” premiado em concurso em 1970.

 

Em 1947 Arnaldo Estrella tornou-se professor da Escola de Música da UFRJ nela atuando até 1969. Sua atividade didática estendeu-se também em aulas particulares e master-classes através das quais formou várias gerações de importantes pianistas como Antônio Guedes Barbosa, Jean-Louis Steuerman, Eliane Rodrigues, Fernando Lopes, Luiz Medalha, Vera Astrachan, Marcelo Verzoni e outros mais. Além da docência, dedicou-se à difusão da obra de alguns de seus colegas, com destaque para a de Francisco Mignone.

 

Estrella foi um de nossos mais brilhantes solistas e, também, gabaritado camerista tendo formado já em 1934 um Trio com o violinista Oscar Borgerth e o violoncelista Iberê Gomes Grosso, que se tornariam também, anos mais tarde, professores da Escola de Música da UFRJ. Seus conjuntos mais estáveis, entretanto, foram o duo que formou com a esposa, a violinista Maiucia Iacovino, e o Quarteto da Guanabara que, além do casal, era constituído pelo violista Frederico Stephany e Iberê Gomes Grosso.

 

Como solista ou em duo com sua esposa Arnaldo Estrella realizou inúmeras turnês de concertos pelo Brasil, Estados Unidos, Europa, China e África, tendo atuado ao lado de importantes regentes como Bruno Walter, Dimitri Mitropoulos, Eugene Ormandy e Eugen Jochum, entre outros.

 

As principais gravações deixadas por Arnaldo Estrella foram reunidas em dois álbuns intitulados Antologia da Música Brasileira para Piano. O primeiro volume aborda um repertório eclético de diferentes épocas. O segundo é dedicado apenas a valsas.

 

Arnaldo Estrella formou com Jacques Klein a geração de pianistas que sucedeu a grande Guiomar Novaes e antecedeu àquela que emergiu na cena musical após os anos 1970 e da qual fazem parte, entre outros, Antonio Guedes Barbosa, Arnaldo Cohen e Nelson Freire.

 

Sua autoridade intelectual se revelou também na crítica musical que exerceu nos jornais “O Globo” e “Última Hora”. Foi membro da Academia Brasileira de Música e recebeu em 1965 a Medalha Carlos Gomes do antigo Estado da Guanabara.

 

Arnaldo Estrella faleceu na cidade de Petrópolis em 1980.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Programação de Março

 

 Em razão da cobertura do desfile das escolas de samba a Rádio Roquette Pinto não transmitirá o programa Concertos UFRJ no dia 7 de março.


Programa 32 – Dia 14 de março – Grandes mestres da Escola de Música V: Arnaldo Estrella.


Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O quinto programa será dedicado a Arnaldo Estrella (1908-1980), pianista que foi um dos mais gabaritados intérpretes de Villa-Lobos e que se dedicou intensamente à música brasileira. Como professor formou várias gerações de importantes pianistas.

 

  1. Heitor VILLA-LOBOS – Guia Prático no 3 (O Pastorzinho, João Cambuête, A Freira, Garibaldi foi à Missa e O Pião).
  2. Heitor VILLA-LOBOS – Valsa “Tristorosa” (1910).
  3. Heitor VILLA-LOBOS – Valsa da Dor (1932).
  4. Francisco MIGNONE – Valsas Choro nos 8 e 11.
  5. Sigismund NEUKOMM – “Amor Brasileiro”.
  6. Brasílio ITIBERÊ – “A sertaneja” .
  7. Leopoldo MIGUEZ – Noturno op. 10
  8. Alberto NEPOMUCENO – “Galhofeira”, último número das Quatro Peças Líricas op. 13.
  9. Heitor VILLA-LOBOS – Choros no. 5 “Alma Brasileira”.

 

Programa 33 – Dia 21 de março – Especial Pablo Marquez.


Recital do violonista argentino Pablo Marquez no festival “Violão: 30 anos na UFRJ”, gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ no dia 8 de outubro de 2010.

 

  1. J. S. BACH - Suite BWV 1001: Adágio, Fuga, Siciliano e Presto.
  2. Franz SCHUBERT – Seis canções (transcrição de Mertz): “Lob der Thränen”, “Liebebotschaft”, “Aufenthalt”, “Das Fichermädchen”, “Ständchen” e “Die Post”.
  3. Alberto GINASTERA – Sonata para violão em quatro movimentos: Preludio, Canto, Scherzo e Finale.
  4. Cuchi LEGUIZAMON – El silbador (Zamba).

 

Programa 34 – Dia 28 de março – Ópera “La serva padrona” de Giovanni Batista PERGOLESI


Composta pelo compositor italiano Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) a partir de libreto de autoria de Gennaro Maria Federico, foi estreada em 1733 no Teatro di San Bartolomeo, em Nápoles. Trata-se, na verdade, de uma obra musical dramática que, em rigor, não é uma ópera. La Serva Padrona é classificada como um intermezzo, ou seja, um tipo de espetáculo que era executado nos intervalos das óperas sérias. A gravação que ouviremos traz a soprano Maddalena Bonifaccio no papel de Serpina, o barítono Siegmund Niemsgern como Uberto. O conjunto instrumental é o Collegium Aureum.