Lorenzo Fernandez em “Concertos UFRJ”

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.

Mostrar um pouco da obra de Lorenzo Fernandez (1897-1948) é o objetivo da vigésima edição de Concertos UFRJ que foi veiculada no dia 13 de dezembro. Apresentado por André Cardoso, diretor da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ, o programa radiofônico é resultado de uma parceria da UFRJ com a Roquette Pinto e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

Oscar Lorenzo Fernandez, filho de pais espanhóis, nasceu no Rio de Janeiro em 1897 e com 20 anos, em 1917, ingressa no Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ, onde estudou piano com João Otaviano e iniciou-se em teoria, harmonia, contraponto e fuga com os professores Francisco Braga, Henrique Oswald e Frederico Nascimento, considerado seu mentor artístico.

 

Em 1923, por ocasião de uma doença de Nascimento, assume como substituto a cadeira de Harmonia, Contraponto e Fuga e Composição, situação que se tornou definitiva após dois anos.

 

Vasco Mariz divide a produção de Fernandez em três períodos.  O primeiro, que vai de 1918 a 1922, há influência do impressionismo francês, o uso da bitonalidade e a ausência de temática brasileira. O segundo, de 1922 a 1938, considerado o ponto alto de sua obra, há uma forte presença nacionalista, com a utilização de temas folclóricos, que, sem cair no exotismo fácil, valorizam a presença das etnias branca, negra e índia na formação do Brasil, assim como a modernização do país. Por fim, de 1942 até a sua morte, Fernandez assume um tom mais universalista.

 

Há na produção de Fernandez, ainda segundo Mariz, certa tensão entre o uso racional de temas folclóricos locais e o apelo cosmopolita - o que a torna mais próxima da obra de Alberto Nepomuceno (1864-1920), o fundador do nacionalismo musical brasileiro, que seguiu linhas mais conservadoras na escritura musical, do que propriamente da de Villa-Lobos (1887-1959). Entretanto, isso não impediu que ela fosse apreciada por modernistas da geração heroica do movimento, como Mário Andrade, que assinalou que seu Trio Brasileiro (1924), peça para piano, violino e violoncelo, “revela um artista em plena posse e emprego de sua personalidade poderosa. Nele, Lorenzo Fernandez, inteiramente convertido nos tipos melódicos e rítmicos nacionais, criou uma obra de suma importância que não só marca a etapa definitiva de sua carreira como serve para marar uma data na evolução musical brasileira.”. Nenhuma obra sua, porém, alcançou tanto reconhecimento internacional como o Reisado do Pastoreio (1930), suíte orquestral em três partes que contém o famoso Batuque, que encantou Toscanini e Koussevitzky, e que vem sendo apresentado como peça sinfônica independente, tendo sido gravado por Leonard Bernstein à frente da Filarmônica de Nova York.

 

Compôs canções, suítes sinfônicas, balés, peças para piano, música de câmara, concertos e sinfonias e representou o país várias vezes no exterior, como regente de diversas orquestras e como conferencista. Fernandez também encabeçou importantes associações musicais como a Sociedade de Cultura Musical, a Academia Brasileira de Música e fundou com Villa Lobos, em 1948, o Conservatório Brasileiro de Música

 

O compositor faleceu em 27 de agosto de 1948, aos 50 anos, um dia após ter dirigido com a Orquestra  Sinfônica da Escola de Música o concerto comemorativo ao centenário da instituição.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

Programação de Dezembro

 

 

Programa 19 – Dia 6 de dezembro – Família Bach

No mês de setembro apresentamos um programa exclusivamente dedicado a Johann Sebastian Bach, em razão dos 260 anos de sua morte, ocorrida em 1750. Como Bach é um compositor atemporal e que não necessita de efemérides para que possamos ouvi-lo, preparamos um outro programa. Só que desta vez não abordaremos com exclusividade Johann Sebastian mas também outros membros da família Bach, que se constituiu um verdadeiro clã de músicos de várias gerações.

 

  1. Johann BACH (1604-1673) – Moteto “Sei nun wieder zufrieden, meine Seele” com o grupo Akademia, o conjunto vocal La Fenice e a direção de Françoise Lasserre.
  2. Heinrich BACH (1615-1692) – Cantata “Ich danke dir Gott” com o conjunto Musica Antiqua Köln e a direção de Reinhard Goebel.
  3. Johann Christoph BACH (1642-1703) – Moteto “Liebe, Herr Gott” com o grupo Akademia, o conjunto vocal La Fenice e a direção de Françoise Lasserre.
  4. Johann Sebastian BACH (1685-1750) – Primeiro movimento do Concerto de Brandemburgo no. 1 com a Academia de Saint Martin-in-the-fields e a direção de Neville Marriner.
  5. Wilhelm Friedemann BACH (1710-1784) – Concerto para cravo em fá menor com o cravista Ottavio Dantone, o grupo Il Giardino Armonico e a direção de Giovanni Antonini.
  6. Carl Philipp Emanuel BACH (1714-1788) – Sinfonia no. 6 em Mi Maior Wq 182 com a Camerata de Berna e a direção de Thomas Füri..
  7. Johan Christian BACH (1735-1782) – Sinfonia em Si bemol op. 6 no. 4 com a The Hanoverd Band e a direção de Anthony Halstead .

 

Programa 20 – Dia 13 de dezembro – Grandes mestres da Escola de Música II: Lorenzo Fernandez.

Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O segundo programa será dedicado a Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948) um compositor carioca que, junto com Francisco Mignone, faz parte da primeira geração de compositores nacionalistas surgida após Villa-Lobos.

 

1. Trio Brasileiro op. 32 (primeiro movimento) com Fritz Jank ao piano, Gino Alfonsi no violino e Calixto Corazza no violoncelo.

2. Suite para Quinteto de sopros com o Quinteto de Sopros da Rádio MEC .

3. Segunda Suite Brasileira para piano com o pianista Miguel Proença.

4. “Velha modinha” com o violonista Fábio Zanon.

5. Sonata Breve com o pianista Miguel Proença.

6. Duas canções: “Toada para você” e “Meu coração” com a a soprano Lia Salgado e ao piano o maestro Alceu Bocchino.

7. Suite Reisado do Pastoreio com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas sob a regência de Benito Juarez.

8. "Batuque", terceiro movimento da suite Reisado do Pastoreio com a Orquestra Filarmônica de Nova York e a regência de Leonard Bernstein.

 

Programa 21 – Dia 20 de dezembro – Concerto de Natal

 

No calendário cristão uma das festas mais importantes é aquela que comemora o nascimento do Menino Jesus. E como onde há festa há música, a tradição ocidental nos deixou um repertório imenso de obras destinadas a celebrar o nascimento do Salvador. Os concertos de Natal tem suas origens em costume popular italiano de representar em música a adoração dos pastores ao Menino Jesus. No interior das igrejas o presépio fornecia o contexto para a execução de obras instrumentais que criavam o clima natalino. Concertos UFRJ apresenta então o seu Concerto de Natal.

 

  1. Francesco MANFREDINI – Concerto op 3 no. 12 (Pastorale per il Santissimo Natale) com o grupo I Musici.
  2. Johann Sebastian BACH – Oratório de Natal (primeira cantata) com os solistas Paul Esswood (contralto), Kurt Equiluz (tenor), Siegmund Nimsgern (baixo), o Coro dos Meninos Cantores de Viena, acompanhados pelo Concentus Musicus e a direção de Nikolaus Harnoncourt.
  3. Felix MENDELSSOHN – Cantata de Natal “Vom Himmel hoch” (Das alturas do céu) com Krisztina Laki (soprano), Berthold Possemeyer (barítono), o Coro de Câmara de Stuttgart, a Orquestra de Câmera de Württemberge e a direção de Frieder Bernius.
  4. Leroy ANDERSON – “Christmas Festival” com a Orquestra Sinfônica da UFRJ e a regência de André Cardoso.

 

Programa 22 – Dia 27 de dezembro – Retrospectiva 2010

 

O último programa do ano apresenta gravações exclusivas feitas com os alunos da Escola de Música da UFRJ e outras realizadas ao vivo em concertos da temporada de 2010. Será uma excelente oportunidade de ouvir a nova geração de músicos, muitos deles premiados em concurso, e ouvir novamente alguns dos grandes solistas que se apresentaram no Salão Leopoldo Miguez este ano.

 

  1. Giuseppe VERDI – Ária “Tacea la notte placida” da ópera Il Trovatore com a soprano Maira Lautert e a pianista Priscila Bomfim. Gravação realizada ao vivo no Salão Leopoldo Miguez no dia 23 de maio de 2010 durante a final do Concurso Nacional de Canto Lírico.
  2. Marco PEREIRA – “Bate Coxa” com o violonista Fábio Zanon. Gravação realizada ao vivo no Salão Leopoldo Miguez no dia 5 de outubro de 2010 durante o festival Violão na UFRJ: 30 anos.
  3. Sérgio ASSAD – “Aquarela” (Divertimento, Valseana, Prelúdio e Tocatina) com o violonista Gerard Abiton. Gravação realizada ao vivo no Salão Leopoldo Miguez no dia 6 de outubro de 2010 durante o festival Violão na UFRJ: 30 anos.
  4. Antonio LAURO – Três peças (Vals Venezolano, Romanza e Pasaje) com o violonista Carlos Perez. Gravação realizada ao vivo no Salão Leopoldo Miguez no dia 7 de outubro de 2010 durante o festival Violão na UFRJ: 30 anos..
  5. Elodie BOUNY – “Et si le temps passe” com o violonista Gilson Antunes. Gravação realizada ao vivo no Salão Leopoldo Miguez no dia 8 de outubro de 2010 durante o festival Violão na UFRJ: 30 anos.
  6. Gustavo LEGUIZAMÓN  - “Zamba del silbador” com o violonista Pablo Marquez. Gravação realizada ao vivo no Salão Leopoldo Miguez no dia 9 de outubro de 2010 durante o festival Violão na UFRJ: 30 anos.
  7. Rafael BEZERRA – Fantasia para quinteto de sopros com o Quinteto Experimental de Sopros da Escola de Música da UFRJ composto por Milher Moraes (flauta), Juliana Bravin (oboé), Diogo Lozza (clarineta), Carlos Henrique Bertão (fagote) e Alessandro Jeremias (trompa).
  8. Franz LISZT – Estudo de Concerto “A dança dos Gnomos” com a pianista Laís Frey.
  9. Sergei RACHMANINOV – Etude Tableau em dó sustenido menor op. 33 no. 8 com o pianista Antônio Guimarães Neto.