Modinhas e lundus em “Concertos UFRJ”

 

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

 
 
Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.
  

O terceiro programa da série “Concertos UFRJ”, resultado de uma parceria da Escola de Música da UFRJ com a Rádio Roquete Pinto (FM 94,1) e que vai ao ar toda segunda-feira às 22h, aborda os dois gêneros que, partindo de polos opostos da hierarquia social, estão na gênese da música popular brasileira: a modinha e o lundu. 

Gênero tipicamente brasileiro, a modinha descende da moda portuguesa, canção de salão escrita a uma ou duas vozes com acompanhamento de cravo. Provavelmente oriunda das elites coloniais brasileiras aqui passou a ser tocada na viola de cordas arame, revestindo-se, então, de um forte caráter lírico e sentimental. 

Se a modinha deixou o espaço limitado dos ambientes aristocráticos para ganhar as ruas, o lundu, por seu turno, percorreu o caminho inverso: saiu dos terreiros e invadiu os salões. Tem origem nas danças de roda realizadas ao ar livre pelos escravos cujas coreografias, fortemente sensuais, estavam associadas a cantigas entoadas em coro. Entre elas, a mais comum era o batuque que, a partir da adaptação de danças ibéricas, em especial o fandango, gerou o lundu. No final do séc. VIII, já consolidado como dança, foi aos poucos sendo aceito nas casas das famílias abastadas, incorporou letra e se transformou em canção, com a viola original sendo substituída pelo cravo. 

A modinha e o lundu se influenciaram mutuamente e, no princípio do século XIX, se converteram no principal veículo da incipiente expressividade musical brasileira. O programa revisita as canções de três compositores que viveram no Rio de Janeiro naquele período. São eles Joaquim Manoel Gago da Câmera, Gabriel Fernandes da Trindade e Cândido Inácio da Silva. As interpretações, que fazem parte do CD Modinhas Cariocas, gravado na Escola de Música da UFRJ em 2007, são de Luciana Costa e Silva (mezzo-soprano), Marcelo Coutinho (barítono), Paulo da Mata (flauta), Marcus Ferrer (viola de arame) e Marcelo Fagerlande (cravo), que também assina a direção musical. 

O programa pode ser acompanhado ao vivo on line e no podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto. Contato através do e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

Programação de Agosto

 Programa 1 – Dia 2 de agosto – Chopin por pianistas brasileiros 

O programa de estréia apresenta a música de Frèdèric Chopin (1810-1849) pelas mãos de pianistas brasileiros de diferentes gerações. 

• Estudo op. 10 no 3 com Nelson Freire
• Prelúdio op. 28 no 20 com João Elias Soares
• Mazurka op. 24 no 4 com Guiomar Novaes
• Noturno op. 72 no 1 com Guilherme Tomaselli
• Balada no 1 op. 23 com Jacques Klein
• Mazurca op. 24 no 1 com Silas Barbosa
• Valsa no 7 op. 64 no 2 com Antônio Guedes Barbosa
• Polonaise-Fantasia op. 61 no 7 com Luciano Magalhães
• Noturno op. 9 no 2 com Nelson Freire 

Programa 2 – Dia 9 de agosto – Carlos Gomes: Cortina Lírica 

Aproveitando a Semana de Aniversário da Escola de Música e o I Simpósio Internacional de Musicologia da UFRJ, cujo tema será a Ópera, o segundo programa será totalmente dedicado à obra de Carlos Gomes (1836-1896), um dos maiores compositores brasileiros do século XIX e principal representante de nosso romantismo musical. 

• Abertura da ópera Fosca – Orquestra Sinfônica da UFRJ; regência de Roberto Duarte.
• Ária "Mia Picirella" da ópera Salvator Rosa – Carol McDavit (soprano), Orquestra Sinfônica da UFRJ; regência de Ernani Aguiar.
• Ária "Di sposo di padre" da ópera Salvator Rosa – Maurício Luz (baixo), Orquestra Sinfônica da UFRJ; regência de Ernani Aguiar.
• Ária "Sol ch'io ti sfiori" da ópera Maria Tudor – Fernando Portari (tenor); Orquestra Sinfônica da UFRJ; regência de Ernani Aguiar.
• "Alvorada" – Prelúdio do Quarto Ato da ópera Lo Schiavo – Orquestra Sinfônica da UFRJ; regência de Roberto Duarte.
• Ária "Sogni d'amore" da ópera Lo Schiavo – Inácio de Nonno (barítono); Orquestra Sinfônica da UFRJ; regência de Ernani Aguiar.
• "Noturno" - Prelúdio do Terceiro Ato da ópera Condor – Orquestra Sinfônica da UFRJ; solo de oboé de José Francisco Gonçalves; regência de Ernani Aguiar.
• Aria "Era un tramonto d'oro" da ópera Colombo – Inácio de Nonno (barítono); Orquestra Sinfônica da UFRJ; regência de Ernani Aguiar.
• Hino ao Novo Mundo da ópera Colombo – Carol McDavit (soprano), Fernando Portari (tenor), Inácio de Nonno (barítono), Maurício Luz (baixo); Coro e Orquestra Sinfônica da UFRJ; regência de Ernani Aguiar. 

Programa 3 – Dia 16 de agosto – Modinhas cariocas 

O terceiro programa abordará dois gêneros que estão na gênese da nossa música popular: a Modinha e o Lundu, especialmente as canções de três compositores que viveram no Rio de Janeiro no alvorecer do século XIX. São eles Joaquim Manoel Gago da Câmera, Gabriel Fernandes da Trindade e Cândido Inácio da Silva. A interpretação é de Luciana Costa e Silva (mezzo-soprano), Marcelo Coutinho (barítono), Paulo da Mata (flauta), Marcus Ferrer (viola de arame) e Marcelo Fagerlande (cravo e direção musical). 

• Joaquim Manoel da Câmera – "Estas lágrimas"
• Joaquim Manoel da Câmera – "Se queres saber a causa"
• Gabriel Fernandes da Trindade – "Batendo a linda plumagem"
• Gabriel Fernandes da Trindade – "Quando não posso avistar-te"
• Cândido Inácio da Silva – "Lá no largo da Sé"
• Gabriel Fernandes da Trindade – "Graças aos ceos"
• Anônimo – "Si te adoro"
• Cândido Inácio da Silva – "Busco a campina serena"
• Cândido Inácio da Silva – "Hum só tormento d'amor"
• Gabriel Fernandes da Trindade – Adorei hum'alma impura"
• Joaquim Manoel da Câmera – "Triste Cousa"
• Joaquim Manoel da Câmera – "Desde o dia em que eu nasci"
• Joaquim Manoel da Câmera – "Roxa saudade"
• Joaquim Manoel da Câmera – "Ouvi montes"
• Joaquim Manoel da Câmera – "Vem cá minha companheira"
• Joaquim Manoel da Câmera – "Nestes Bosques"
• Joaquim Manoel da Câmera – "Porque me dises chorando" 

Programa 4 – Dia 23 de agosto – Radamés Gnattali: a música sem fronteiras 

O programa será dedicado ao compositor Radamés Gnattali abordando a sua música de concerto com referência na música popular. Radamés foi, entre os grandes compositores brasileiros do século XX, aquele melhor trasitou pelos mais diversos gêneros musicais com competência fora do comum, mostrando que, para ele, a música era, de fato, um território sem fronteiras. Serão apresentadas, entre outras, gravações históricas com o próprio compositor ao piano, acompanhando sua irmã Aída Gnattali, o saxofonista Sandoval e o Quarteto de cordas da UFRJ. 

• "Apanhei-te cavaquinho" de Ernesto Nazareth em arranjo para dois pianos de Radamés Gnattali – Aída e Radamés Gnattali (pianos).
• "Uma rosa para Pixinguinha – Radamés Gnattali (piano).
• Vaidosa no 1 – Radamés Gnattali (piano).
• Concerto no 4 para violão e orquestra – Laurindo Almeida (violão), Orquestra de Câmara de Los Angeles e regência de Elmer Ramsey.
• Noturno no 1 para quarteto de cordas e piano – Quarteto da UFRJ e Radamés Gnattali (piano).
• Brasiliana no 7 para saxofone e piano – Sandoval (saxofone) e Radames Gnattali (piano).
• Sinfonia Popular no 1 (I movimento) – Orquestra Petrobras Sinfônica e regência de Isaac Karabtchevsky. 

Programa 5 – Dia 30 de agosto – Violões da UFRJ 

Formado por oito instrumentistas, alunos da Escola de Música, o grupo Violões da UFRJ foi criado em 2003 e é coordenado pelo professor Bartholomeu Wiese. Após tournée de concertos na Espanha o Violões da UFRJ lança o seu primeiro CD com repertório inteiramente dedicado aos compositores brasileiros contemporâneos, com várias músicas escritas especialmente para o grupo. 

• Nicanor Teixeira – João Benta no Forró
• Adamo Prince – Brasileirinha
• Afonso Machado/Bartholomeu Wiese/Paulo Cesar Feital (arranjo: Tiago Machado) – Malemolente
• Marcus Ferrer – Ballet
• Afonso Machado/Luiz Moura (arranjo: Afonso Machado) – Soturno
• Paulo Cesar Botelho – Samba da Quarta-feira
• Marcelo Fortuna - Trio Característico (Bendito/Andança/Final)
• Rudá Brauns – Corrente
• Marcos Melo – Rio Antigo
• André Trindade Silva – Odair no Ernesto
• Márcio Camacho – Baião Carioca
• Elias Sobrinho/Fábio Neves/Júlio Morgado – Cordas Cariocas
• João Lyra/Nilton Rangel – Pedra Terra
• Henrique Annes – Terra Nova
• Francisco Mário (arranjo: Luiz D'Anunciação) – Ressurreição