Viva la mamma, uma divertida ópera sobre a ópera

O que poderia ser mais engraçado do que uma ópera sobre os bastidores de uma ópera, especialmente se você coloca em cena uma prima donna com um ego infladíssimo e a mamma da seconda donna brigando com o diretor por um papel mais expressivo para sua filha? Certamente foi isso o que pensou o grande compositor italiano Gaetano Donizetti quando escreveu Viva la mamma, uma de suas mais conhecidas e populares óperas. 

 Fotos::Eneraldo Carneiro
 Ensaio
  
 Ensaio
 Acima, cena de um ensaio. Abaixo, a equipe  envolvida no projeto.

Marcando a 20ª montagem do projeto Ópera na UFRJ, Viva la mamma estreia no dia 22 de junho, às 19h, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música, com solistas, coro e orquestra sinfônica da UFRJ. Com entrada franca e faixa etária livre, o espetáculo é apresentado na Escola também na sexta 23 (19h), sábado 24 e domingo 25 (16h), e depois segue em itinerância para a Cidade Universitária (27) e os teatros municipais de Petrópolis (9/7) e Niterói (14, 15 e 16/7).

Com adaptação e tradução do maestro Ernani Aguiar, esta montagem conta a história de uma companhia de ópera italiana que desembarca na cidade do Rio de Janeiro em meados do século XIX. Os conflitos e brigas de ego entre os membros da companhia, narrados ao longo dos ensaios da ópera Romolo e Ersilia, que seria apresentada no teatro imperial São Pedro de Alcântara, revelam um grupo em permanente disputa. O espetáculo explora, de forma cômica, a realidade e os percalços do fazer operístico da época. Na companhia temos Corilla, a Prima Donna vaidosa pelos seus dotes vocais e artísticos; Procolo, seu marido, que desempenha a função de empresário particular da esposa; Biscroma, o maestro, e Prospero, o poeta, que discutem incessantemente sobre a maior importância do texto ou da partitura; Guglielmo, um tenor alemão incorporado à companhia por acaso na viagem transatlântica, sendo que este cantor diletante não compreende muito bem nem o italiano nem o português; Luígia, a Seconda Donna do grupo, novata que está fazendo a primeira tournée profissional; Dorotea, veterana que se sente menosprezada, destinada a fazer apenas papeis secundários; o Empresário, que luta para que o espetáculo aconteça apesar do caos; o Inspetor do teatro carioca, que não aguenta tanta confusão; e por fim, Mamma Agata, uma matrona italiana intrometida, convencida de sua grande experiência como artista lírica, que se infiltra na companhia com o objetivo de ver sua filha Luígia conquistar os palcos.

Originalmente intitulada Le Convenienze ed Inconvenienze teatrali (As convenções e inconvenientes do palco), Donizetti estreou a ópera completa no Teatro della Cannobiana, de Milão, em 20 de abril de 1831. Viva la mamma é considerada a mais moderna das obras do compositor. Uma ópera onde as piadas vêm uma após a outra, dando oportunidade ao autor de parodiar o estilo musical que o fez famoso. Gaetano Donizetti, ao lado de Vincenzo Bellini e Gioachino Rossini, é um dos grandes compositores do bel canto, criando obras como L'elisir d'amore, Don Pasquale e Lucia di Lammemoor.

A atemporalidade da farsa operística é, na verdade, o que torna esta ópera tão apaixonante e atual. Além de um enredo muito divertido, o público irá apreciar a brilhante música de Donizetti no auge de sua capacidade criativa. Ambientada na cena lírica da capital do Império, certamente esta montagem agradará o público de todas as idades.

SERVIÇO

DATA/HORÁRIO
22 e 23 de junho, 19h
24 e 25 de junho, 16h
LOCAL
Salão Leopoldo Miguez, Escola de Música da UFRJ
Rua do Passeio, 98, Centro
Tel.: 2240-1441
www.musica.ufrj.br
LOTAÇÃO: 300 lugares
ENTRADA FRANCA / FAIXA ETÁRIA LIVRE DATA/HORÁRIO
27 de junho, 12h30
LOCAL
Auditório Horta Barbosa, Centro de Tecnologia
Av. Athos da Silveira Ramos, 149, Bloco A, Cidade Universitária, RJ
Tel.: (21) 3938-7008
LOTAÇÃO: 560 lugares
ENTRADA FRANCA / FAIXA ETÁRIA LIVRE DATA/HORÁRIO
09 de julho, 16h
LOCAL
Theatro Municipal D. Pedro, 17º Festival de Inverno de Petrópolis
Praça Expedicionários, s/nº, Centro, Petrópolis
Tel.: (24) 2235-3833
www.teatromunicipal.petropolis.rj.gov.br
www.dellarte.com.br
LOTAÇÃO: 600 lugares
ENTRADA FRANCA / FAIXA ETÁRIA LIVRE DATA/HORÁRIO
14 e 15 de julho, 20h
16 de julho, 19h
LOCAL
Teatro Municipal João Caetano, Óperas de Inverno
Rua XV de Novembro, 35, Centro, Niterói
Tel.: (21) 2620-1624
www.culturaniteroi.com.br/municipal
LOTAÇÃO: 292 lugares
ENTRADA
Inteira (R$ 10,00); Meia entrada (R$ 5,00); 1 k de alimento não perecível (R$ 5,00)
FAIXA ETÁRIA LIVRE

 

 SINOPSE

Le Convenienze ed Inconvenienze teatrali (Viva la mamma)

Ópera em um ato de Gaetano Donizetti
Adaptação e tradução de Ernani Aguiar
(trechos em língua italiana de Domenico Gilardoni)
Em um teatro no Rio de Janeiro, nos fins de 1840.

Le Convenienze ed Inconvenienze teatrali conta a história de uma companhia de ópera italiana que desembarca na cidade do Rio de Janeiro em meados do século XIX. Os conflitos e brigas de ego entre os membros da companhia, narrados ao longo dos ensaios da ópera Romolo e Ersilia, que seria apresentada no teatro imperial São Pedro de Alcântara, mostra um grupo extremamente disfuncional e não coeso. O espetáculo explora, de forma cômica, a realidade e os percalços do fazer operístico da época.

Na companhia temos Corilla, a Prima Donna soberba de seus dotes vocais e artísticos; Procolo, seu marido que desempenha a função de empresário particular da esposa; Biscroma, o maestro, e Prospero, o poeta, que discutem incessantemente sobre a maior importância do texto ou da partitura; Guglielmo, um tenor alemão incorporado à companhia por acaso na viagem transatlântica, sendo que este cantor diletante não compreende muito bem italiano e português; Luígia, a Seconda Donna do grupo, novata que está fazendo a primeira tournée profissional; Dorotea, primeiro músico da companhia, veterana que se sente menosprezada, destinada a fazer apenas papeis pequenos; o Empresário, que luta para que o espetáculo aconteça apesar do caos; o Inspetor do teatro carioca, que não aguenta toda essa confusão; e por fim, Mamma Agata, uma matrona italiana intrometida, convencida de sua grande experiência como artista lírica, que se infiltra na companhia almejando ver sua filha Luígia conquistar os palcos.

Os conflitos começam desde a chegada da companhia ao teatro, quando todos ficam incomodados com as atitudes esnobes de Corilla em relação aos outros membros do grupo. Começam a exigir árias do maestro e rondós do poeta; o tenor tem dificuldades de solfejo e de compreender seu papel; enquanto a Prima Donna se regozija de prazer por ter o papel título. As confusões se acirram com a chegada inesperada de Mamma Agata, que insiste que sua filha tenha uma participação maior na ópera. No desenrolar da trama, os ensaios da ópera são diversas vezes interrompidos pelas demandas absurdas e as confusões criadas por Agata e pela competição entre os cantores, que querem mostrar seus virtuosismos. Em determinado momento, Guglielmo e Dorotea, ao perceberem o caos que se instalou, fogem, deixando tudo ainda mais caótico. São feitas substituições: Procolo assume o papel do tenor e Agata acaba também entrando na ópera. Finalmente, chega o dia do ensaio geral e, como era de se esperar, as intrigas e disputas se impõem fazendo o espetáculo desandar. Todos introduzem arbitrariamente no espetáculo números musicais na tentativa de se sobressair e "roubar a cena". Por fim, todos recebem a notícia de que os patrocinadores suspenderam os pagamentos e que não haverá mais récita. Nesse momento, todos entram em desespero, até lembrarem que estão no Brasil e é carnaval, então organiza-se um baile no teatro e tudo acaba em festa.

FICHA TÉCNICA

Direção Geral
Andrea Adour

Direção Cênica
Daniel Salgado, diretor
Diana Maron, diretora assistente
Luiz Buarque, diretor assistente
Conrado Cerqueira, diretor assistente
Orientação: José Henrique Moreira

Direção Musical
Ubiratã Rodrigues, diretor e regente
Carlos Völker-Fecher, diretor assistente
Diana Maron, diretora assistente

Ernani Aguiar
Adaptação e tradução

Elenco
Corilla: Maria Gerk, Luísa Lima
Luígia: Amanda Gonzalez, Renata Vianna
Procolo: Kaique Stumpf
Mamma Agata: Marcelo Coelho, Cyrano Salles
Guglielmo: Roberto Montezuma, Guilherme Moreira
Dorotea: Carla Antunes, Herbert Augusto
Empresário: Thiago Teixeira
Inspetor: Iago Cirino
Biscroma: André Novaes
Prospero: Saulo Laucas

Coro
Regente: Maria José Chevitarese
Tenores: Alberto Barbosa Santos, Bruno dos Anjos Pimentel, Carlos Eduardo Dias Barcelos, Fábio do Carmo de Sá, João Paulo Santiago da Rocha, Suelio Brendo Santos Almeida
Baixos: Anderson Bruno da Silva de Azevedo, Cícero Pires Pinto, Felipe Nunes Naim, Gilmar Nascimento Garantizado, Joseleno Moraes Gonçalves de Moura, Ullisses Areias de Paiva César
Pianista: Gustavo Ballesteros, Jean Molinari

Orquestra Sinfônica da UFRJ
Direção artística: André Cardoso e Ernani Aguiar
Violinos: Adonhiran Reis, spalla, Adailson de Barros, Anderson Bruno, André Bukowitz, Angélica Alves, Caroline de Santa Rosa, Ewerton Cândido, Fábio Peixoto, Felipe Damico, Felipe Prazeres, Her Agapito, Iago Pereira, Israel Pessoa, Joel Victor Pereira, Joyce Teixeira, Kelly Davis, Luisa Chaim, Mariana Machado, Marília Aguiar, Mauro Rufino, Ricardo Coimbra, Sônia Katz, Talita Vieira
Violas: Carlos Eduardo dos Santos, Carlos Eduardo Tavares, Cecília Mendes, Denis Rangel, Erick Alves, Francisco Pestana, Ivan Zandonade, Ligia Maria Fernandes, Jessé Pereira, Jéssica de Oliveira, Rúbia Siqueira
Violoncelos: Eleonora Fortunato, João Bustamante, Márzia Miglietta, Mateus Ceccato, Paulo Santoro, Ricardo Santoro
Contrabaixos: Rodrigo Favaro, Saulo Bezerra, Tarcísio Silva, Voila Marques
Flautas: Mirian Valentim, Thaís Bacellar, Gabriel Carvalho
Oboés: Juliana Bravim, João Gabriel Sant'Anna, Leandro Finotti
Clarinetas: Felipe Santos, José Guilherme Palha, Matheus Martins
Fagotes: Paulo Andrade, Pedro Paulo Parreiras
Trompas: Tiago Carneiro, Gilieder Veríssimo, Sérgio Motta
Trompetes: Alex Ferreira, Ezequiel Freire, Luan Ferreira
Trombones: Brian Ronald, Josemar Souza, Nicolas Fernandes, Pablo Beato
Percussão: William Moraes, Pedro Moita
Direção de produção: Vanessa Rocha
Coordenação de palco: Paula Buscácio
Monitores: Carlos Eduardo Tavares, Felipe Damico

Figurinos
Figurinistas: Bidi Bujnowski, Henrique Guimarães, Alessandra Moraes, Luna Vicente, Maria Luisa Marques; Assistentes: Diana Bulcão, Giulianna Natividade, Karoline Pereira, Isabel Vanderlei, Marcele Mendes, Luana Amâncio, Winnie Nicolau
Orientação: Desiree Bastos

Cenografia
Cenógrafas: Caroline Amaral, Lívia Charret; 1ª assistente: Mirian Guilarducci; Assistentes: Kelly Malheiros, Nícolas Gonçalves, Vitória Cravo; Estagiários: Anya Louise, Jefferson Costa, Jovanna Souza, Lara Scaramussa, Lucas Cavalcanti, Sarah Mantuan, Stéphanie Morterá, Suellen Refrande; Pintura de arte: Mariana Leico; Cenotécnicos: Humberto Jr., Beto de Almeida
Orientação: Andrea Renck

Iluminação
Projeto de Luz: José Henrique Moreira
Montagem e operação de luz: SUAT (Serviço Universitário de Apoio Teatral)
Coordenação: José Henrique Moreira

Arte Gráfica
Renan Salotto

Fotografia
Rafael Reigotto, Eneraldo Carneiro

Produção Ópera na UFRJ
André Garcez, Fabricia Medeiros, José Mauro Albino (Coord.)

Andrea Adour (Direção Geral)

Bacharel em Desenho Industrial pela PUC-Rio, Mestre em Música - Canto pela UFRJ, e Doutora em Educação pela UFMG. Foi professora substituta na UFRJ, UERJ e UFMG. Em 2006 ingressou como professora efetiva na UFOP e, em 2013, foi redistribuída para a UFRJ, onde é Professora do Departamento Vocal da Escola de Música. Como intérprete, privilegia o repertório camerístico dos séculos XX e XXI, sobretudo da música brasileira. Destaca-se pelo seu trabalho, há 20 anos, com o Duo Adour e, mais recentemente, com o Duo AdourMedeiros. Como pesquisadora, investiga, desde 2004, a presença de africanias na música vocal brasileira. Coordena atualmente o projeto Ópera na UFRJ.

Ubiratã Rodrigues (Direção Musical e Regência)

Maestro e diretor artístico da Sinfonietta Carioca, Ubiratã Rodrigues formou-se em violino com Paulo Bosisio na UNI-RIO, Jerrold Rubenstein na Bélgica, com bolsa da CAPES, e Jean-Jacques Kantorow na Holanda, com bolsa da Stichting voor Kultuur Maaseik. Violinista do Quarteto de Cordas da UFF e da Orquestra Sinfônica Brasileira desde 1991, estudou regência com Alceo Bocchino, Osvaldo Ferreira, Ronald Zollman, Daisuke Soga e Isaac Karabtchevsky. Dirigiu importantes orquestras no Brasil e no exterior, entre as quais Orquestra do Algarve em Portugal; Orquestra Sinfônica Brasileira Ópera & Repertório; Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Atualmente cursa o Mestrado Profissional da Escola de Música da UFRJ.

Daniel Salgado (Direção Cênica)

Estudante do mestrado acadêmico em Musicologia pelo UFRJ, Daniel Salgado formou-se em filosofia na UFRJ já desenvolvendo estudos e pesquisas com ópera e filosofia da arte. Além das pesquisas acadêmicas vem trabalhando como diretor cênico em produções de óperas no Rio de Janeiro como La Traviata, de Guiseppe Verdi (2011), com a Cia. Lírica; Così fan Tutte, de Wolfgang A. Mozart (2012), do projeto Ópera na UFRJ sobre a orientação de André Heller; bem como foi diretor cênico e artístico do projeto da UFRJ Cantatas Dramáticas na Quinta (2011 e 2012,) sob a orientação da professora Heliana Farah. Foi assistente de direção de André Heller nas óperas Renaud, de Antonio Sacchini (2015), na Sala Cecilia Meireles, e Jenuja, de Leos Janacek (2017), no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Ernani Aguiar (Adaptação e tradução)

Professor de regência na Escola de Música da UFRJ e diretor artístico da Orquestra Sinfônica da UFRJ, atua junto às principais orquestras do país. Como compositor, alcançou expressivo sucesso no Brasil e no exterior. Estudou com Paulina d'Ambrosio e Santino Parpinelli (violino e viola), César Guerra-Peixe (composição) e Carlos Alberto Pinto Fonseca (regência). No Conservatório Cherubini de Firenze estudou com Roberto Michelucci (violino) e Annibale Gianuário (regência). Fez cursos de aperfeiçoamento em regência na Itália com Franco Ferrara, Adone Zecchi e Giuseppe Montanari e, na Alemanha, com Sergiu Celibidache. É mestre em Música pela UFRJ.

Maria José Chevitarese (Regência do Coro)

Professora Titular de Canto Coral da UFRJ e Diretora da Escola de Música da UFRJ, desenvolve trabalhos na área de inclusão sociocultural através do canto coral e da música coral brasileira com foco principal nos séculos XX e XXI. Recebeu por três vezes o prêmio PROEXT Cultura, do Ministério de Educação, pelo projeto A Escola vai à Ópera, que tem por objetivo introduzir crianças da rede pública na linguagem da ópera. É a idealizadora e regente do Coral Infantil da UFRJ, criado em 1989, que tem em sua bagagem musical a atuação em mais de 30 montagens de óperas, cantatas, balés e obras sinfônicas no Theatro Municipal do Rio de Janeiro; e do coral Brasil Ensemble-UFRJ, criado em 1999, grupo que se dedica especialmente aos compositores brasileiros.

Solistas

A cada ano, a coordenação do projeto Ópera na UFRJ e docentes dos Departamentos de Canto e Regência realizam audição para a seleção, entre estudantes de canto da Escola de Música, de solistas para sua nova montagem. Para esta ópera foram selecionados quinze cantores, sendo que duplas de solistas para os papeis principais. Em sua maioria, os cantores já participaram de outras óperas produzidas pelo projeto, como O Diletante, O professor de música e João e Maria. Todos os solistas integram ou já integraram o conjunto vocal Brasil Ensemble da UFRJ.

Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ)

É a mais antiga orquestra do Rio de Janeiro, com 92 anos. Diversos regentes com ela atuaram, entre eles os compositores Francisco Mignone, Oscar Lorenzo Fernandez e José Siqueira. As óperas passaram a fazer parte da temporada anual de concertos a partir de 1949. Em 1969, o maestro Raphael Baptista foi nomeado seu regente titular. Foi sucedido em 1979 pelo maestro Roberto Duarte, que esteve à frente do conjunto por mais de quinze anos. De 1998 a 2015, esteve sob a direção artística dos maestros André Cardoso e Ernani Aguiar. Atualmente, está sob a direção de Ernani Aguiar. Em 1997, realizou a gravação integral de Colombo, de Carlos Gomes (1836-1896), que mereceu dois importantes prêmios: Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) de "Melhor CD de 1998" e Prêmio Sharp 1998 de "Melhor CD" na categoria música erudita. Suas funções acadêmicas visam ao treinamento e à formação de novos profissionais de orquestra, solistas e regentes.

Figurinos e Cenografia

Os figurinos e cenário da ópera são assinados por estudantes do Curso de Artes Cênicas da Escola de Belas Artes, orientados por docentes de Indumentária e Cenografia. Os alunos têm a oportunidade de colocar em prática os ensinamentos teóricos e técnicos aprendidos em sala de aula, desenvolvendo com criatividade e autonomia todo o processo de concepção e confecção das roupas, adereços, cenário e objetos cênicos.

PATROCÍNIO

PROART / Programa de Apoio às Artes da UFRJ

Forum de Ciência e Cultura da UFRJ
Coordenador: Carlos Vainer
Produção: Patrícia Klein, Maria Dias, Thyago Machado PROFAEX / Programa de Fomento Único de Ações de Extensão
Pró-reitoria de Extensão da UFRJ
Pró-reitora: Maria Malta FAPERJ / Edital 03/2016 Apoio à Produção e Divulgação das Artes no Estado do Rio de Janeiro
Presidente: Augusto da Cunha Raupp

REALIZAÇÃO

Escola de Música da UFRJ
Diretora: Maria José Chevitarese
Vice-diretora: Andrea Adour
Diretor Artístico: Marcelo Jardim Escola de Belas Artes
Diretor: Carlos Terra
Vice-diretora: Madalena Grimaldi Escola de Comunicação
Diretor: Amaury Fernandes
Vice-diretora: Cristina Rego Monteiro da Luz

APOIO

Centro de Tecnologia
Decano: Fernando Ribeiro
Superintendente: Wilma Almeida Instituto Dell'Arte
Diretora: Myrian Dauelsberg
Coordenador do 17º Festival de Inverno de Petrópolis: Steffen Dauelsberg
Produção: Rafael Eveno Teatro Municipal João Caetano, Niterói
Diretora: Marilda Ormy
Coordenadora Artística: Luciene Rocha
Produção: Gustavo Martins

HISTÓRICO

O projeto ÓPERA NA UFRJ foi criado em 1994 e produziu, em sua primeira fase, espetáculos como A Flauta Mágica, de Mozart (1994); Maroquinhas Fru-Fru, de Ernst Mahle, sobre texto consagrado de Maria Clara Machado (1995); O Elixir do Amor, de Donizetti (1996); O Chalaça, de Francisco Mignone (1997); O Franco Atirador, de Carl Maria von Weber (1998); A Volta do Estrangeiro, de Felix Mendelssohn (2001); Don Pasquale, de Donizetti (2002); e As Bodas de Fígaro, de Mozart (2003).

Retomado em 2009, foram apresentados quatro diferentes títulos: O Telefone, de Giancarlo Menotti; Rita, de Donizetti; La Serva Padrona, de Pergolesi; e Un Mari a la Porte, de Offenbach. Cada espetáculo teve três récitas - uma na Escola de Música da UFRJ e duas no Teatro IBAM -, sendo uma delas exclusiva para alunos da rede municipal do Rio de Janeiro.

Em 2011 o projeto inaugurou um novo formato com a realização de itinerância por teatros municipais do Estado do Rio de Janeiro. Foi encenada a ópera Don Quixote nas Bodas de Comacho, do compositor barroco alemão George Phillip Telemann, com direção musical de Marcelo Fagerlande e direção cênica de José Henrique Moreira. Foram quatro récitas com casa cheia na Escola de Música e, pela primeira vez na Cidade Universitária, uma encenação de ópera no Auditório do Centro de Tecnologia da UFRJ, também com lotação esgotada, com mais de 600 estudantes, docentes e técnico-administrativos.

E, em parceria com as Secretarias de Cultura e de Educação, houve apresentações com casas cheias nos teatros municipais de Campos, Niterói e Petrópolis, atingindo um público novo que em sua grande maioria jamais havia assistido a uma ópera. As cidades foram escolhidas por possuírem teatros com fosso para a orquestra, formato no qual a ópera pode ser apreciada em sua plenitude.

Em Petrópolis, o fosso do Teatro D. Pedro se encontrava lacrado por várias décadas e, de acordo com a imprensa local, o espaço não abrigava uma ópera desde os anos 40 do século passado. O fosso foi aberto e agora o Estado do Rio e a cidade de Petrópolis contam com um teatro que pode novamente abrigar espetáculos líricos. A récita lá realizada foi especialmente dedicada aos alunos de escolas municipais do município com lotação esgotada.

A ópera Così fan tutte (Assim fazem todas), do compositor Wolfgang Amadeus Mozart, escolhida para a temporada 2012 do projeto Ópera na UFRJ, com apoio da FAPERJ e da Reitoria da UFRJ, estreou no dia 05 de julho, no Salão Leopoldo Miguez, seguindo-se mais três récitas na Escola de Música, uma no Centro de Tecnologia, e três récitas nos teatros municipais de Niterói, Campos e Petrópolis, sempre com entrada franca. Com direção musical e regência de André Cardoso e coordenação cênica de André Heller-Lopes, foi apresentada em duas versões, clássica e contemporânea, com dois elencos diferentes.

Foi uma produção artística bastante complexa, que exigiu grande esforço e dedicação de todos, tudo mais do que compensado pela aclamação de cerca de 3.600 pessoas que assistiram às oito récitas: 1600 pessoas que assistiram às quatro récitas no Salão Leopoldo Miguez; 700 estudantes, professores e técnico-administrativos que lotaram o Auditório do Centro de Tecnologia; quase 500 pessoas que encheram o Teatro Trianon, marcando a inauguração de seu fosso; cerca de 400 pessoas no Teatro Municipal de Niterói; e mais de 400 moradores que se encantaram com a ópera encenada no Teatro D. Pedro, Petrópolis.

Comemorando os 20 anos do projeto, foi encenada em 2014 uma ópera inédita, O Diletante, música e libreto de João Guilherme Ripper. Com dez récitas em diferentes municípios, foi escolhida pela crítica especializada um dos 10 melhores concertos do ano. Como novidade, além de encenar pela primeira vez uma ópera em Macaé, foi realizada gravação e edição de vídeo e áudio de uma récita para disponibilizar a ópera no site Concertos Virtuais UFRJ, como também vídeo-reportagens na TV WEB e Canal Archimedes/COPPE. Desse modo, um amplo e variado público, de faixas etárias e classes sociais diferentes, das grandes cidades ou do interior do Brasil ou do mundo, poderá ter acesso ao espetáculo. Esta é uma iniciativa de uma universidade pública que, ao usar as novas mídias, visa proporcionar um espetáculo operístico a um público cada vez maior, formando plateias, especialmente entre os jovens.

Em 2015, a montagem da ópera cômica O professor de música marcou o cenário operístico fluminense com outro fato inédito: a participação de um solista autista e deficiente visual, estudante do Bacharelado de Canto da Escola de Música. Para tanto, fez-se necessário, paras os diretores de cena e de música, antes de iniciar-se o trabalho musical, aprender como lidar com essas características, a fim de que este aluno atingisse o mesmo resultado musical e cênico dos outros cantores, tornando-se uma experiência enriquecedora para todos os envolvidos. A repercussão foi tão positiva que gerou uma reportagem especial no programa Fantástico e matéria de 4 páginas no caderno de cultura do jornal O Fluminense por ocasião das apresentações no Teatro Municipal de Niterói.

Fechando o ano, foi lançado o livro ÓPERA NA UFRJ 20 ANOS, com patrocínio da FAPERJ e da UFRJ. Resultado de um trabalho de pesquisa de quase três anos, realizado por técnico-administrativos e bolsistas PIBIAC das Escolas de Música, Belas Artes e Comunicação, a publicação, ricamente ilustrada com fotos e capas de programas e cartazes, registra não somente as montagens do projeto, como também todas as óperas completas encenadas pela Escola de Música desde 1949.

Em 2016, os projetos ÓPERA NA UFRJ e A ESCOLA VAI À ÓPERA unificaram sua produção artística, apresentando a mais conhecida e popular ópera infantil, João e Maria. Foram cinco récitas no Salão Leopoldo Miguez. Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, estiveram presentes 14 escolas públicas; a Creche da UFRJ; 07 escolas particulares; 07 projetos sociais; e público em geral. Assim, o projeto cumpre seu objetivo de formar novas plateias, popularizando esse complexo e múltiplo gênero artístico.

ÓPERAS DO PROJETO NO YOUTUBE:

O diletante
https://www.youtube.com/watch?v=94WeSPx4UtA

O professor de música
https://www.youtube.com/watch?v=wUAuRxqhjb0

João e Maria
https://www.youtube.com/channel/UCdy8C-Ub2D-Dz2CwpMeMGOw