Ópera infantil João e Maria estreia em outubro

Com entrada franca, como são todos os eventos da Escola de Música da UFRJ, às 16h dos dias 12, 15 e 16 e às 14h30, dos dias 13 e 14 de outubro de 2016, no Salão Leopoldo Miguez, serão realizadas as récitas da Ópera João e Maria, de Engelbert Humperdinck.

 

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 Cobertura fotográfica do evento na galeria de imagens.

A realização das récitas é fruto da união de dois projetos da Escola de Música, Ópera na UFRJ e A Escola Vai à Ópera que acumularam sucesso absoluto em suas respectivas edições e que têm gravado na memória do pano de fundo que os congrega, dois princípios. Um se revela na determinação de possibilitar às crianças de pouco ou nenhum acesso à linguagem operística e, de modo geral, à música de concerto, o ingresso nos espetáculos deste gênero musical. Determinação que fez com que, em 2008, fosse implementado o Projeto A Escola Vai à Ópera, pela Diretora da Escola de Música da UFRJ, Diretora Geral e Regente do Coral Infantil da UFRJ nesta montagem, Maria José Chevitarese. O outro princípio é, certamente, o caráter interdisciplinar das ciências humanas e das artes, que há 21 anos é utilizado como bússola no Projeto Ópera Na UFRJ, para que pudessem ser encenadas as óperas, e, para que os discentes da Escola de Música, Escola de Belas Artes e Escola de Comunicação da UFRJ possam, na prática, desenvolver a aperfeiçoar a criação e performances artísticas pertinentes às suas formações acadêmicas. É também com a integração de competências dos servidores docentes e técnicos, das citadas Unidades de Ensino da UFRJ, que baseada no conto homônimo dos irmãos Grimm, com música do compositor Engelbert Humperdinck, libreto de Adelheid Wette e versão para a língua portuguesa de Alexandre Delgado, a Ópera João e Maria, será encenada. Como anteriormente mencionado, a Direção Geral é de Maria José Chevitarese, a Direção Cênica está sob a responsabilidade de Alessandra Vannucci, da Escola de Comunicação que tem como assistentes, Antonio Ventura e Daniel Salgado da Luz. A Direção Musical cabe a Andrea Adour, da Escola de Música e seu assistente Carlos Völker-Fecher. A Direção Artística da Orquestra Sinfônica da UFRJ é do maestro Ernani Aguiar que é também o seu regente junto a Vilane Trindade, nas récitas da ópera. A Coordenação de Figurinos é de Desirée Bastos, da Escola de Belas Artes. O autor do espetáculo de iluminação é José Geraldo, da Escola de Educação Física, e a montagem e operação de luz estará a cargo de José Henrique Moreira , da Escola de Comunicação. Todo o trabalho na montagem tem sido desenvolvido com dois elencos, a saber: João: Jacqueline Rezende e Mariana Gomes; Maria: CrislaineHildebrant e Monalisa Lima; o pai: Marcelo Coelho; a mãe e a bruxa serão desempenhadas por Beatriz Simões e Tatiana Nogueira. A interpretação da personagem Fada do Orvalho é de Juliana Sampaio e a da Fada do Sono, é de Luísa Lima. Da montagem desta ópera podem ser retiradas, entre outras, duas leituras. A que passa pelos caminhos da psicanálise e é apresentada pela Diretora Cênica, Alessandra Vannucci, aponta que nesta versão musicada do conto dos irmãos Grimm, a Ópera João e Maria ignora a atual pedagogia bondosa "do politicamente correto" que, em síntese, afasta a criança de qualquer possibilidade de enfrentar o perigo do mundo "fora de casa". Nesta linha de raciocínio, isto é, no abandono dessa pedagogia bondosa, a lição que a Ópera João e Maria traz é o fato de ser necessário à criança enfrentar o "mundo lá fora com seus monstros", para que possa crescer. Uma outra leitura que pode ser feita desta ópera, toma por fundamento o fato dos contos populares, tal como o de João e Maria, terem sido recolhidos do contexto histórico dos camponeses franceses que viveram entre os séculos XVII e XVIII.Documento histórico de tal período, a ópera narra a luta constante pela sobrevivência que significava e também nos dias atuais significa manter-se acima da linha que separa os pobres dos indigentes e, consequentemente, da fome absoluta. De uma ou outra leitura, para além da determinação de proporcionar às crianças o acesso ao espetáculo operístico, ao se unir com o Projeto Ópera na Universidade, para que a Ópera João e Maria pudesse ser encenada, o Projeto A Escola Vai à Ópera irá, seguramente, fazer brotar nas crianças que a assistirem, a certeza de que, existem circunstâncias que é preciso lutar para conquistar tudo que lhes possa fazer felizes, do mesmo modo que João e Maria fizeram.