Orquestra de Sopros faz concerto na Sala Cecília Meireles

A Orquestra de Sopros da UFRJ sobe ao palco da Sala Cecília Meireles, no dia 14 de julho, quinta-feira, em mais um espetáculo da temporada 2016. Sob a batuta de Marcelo Jardim, seu regente titular e diretor musical, interpreta obras de Heitor Villa-Lobos, Raul do Valle e José Siqueira. Como solistas, Marcus Ribeiro (violoncelo), Flávio Augusto (piano) e Pedro Bittencourt (saxofone). Formada por alunos de graduação em instrumentos de sopro e de percussão da Escola de Música (EM) inscritos na disciplina Prática de Orquestra, a Orquestra de Sopros oferece suporte também ao bacharelado em Regência de Banda, inaugurado em 2011. O objetivo é proporcionar o desenvolvimento da prática de conjunto a partir dos conceitos orquestrais, bem como difundir a literatura brasileira e internacional para a formação de banda sinfônica, orquestra de sopros e sopros orquestrais. Entre suas preocupações, incentivar a criatividade de compositores e arranjadores brasileiros, tendo realizado primeiras audições de peças de Ernani Aguiar, Hudson Nogueira, Sérgio Di Sabbato, Carlos Almada, Marcos Nogueira, Alexandre Schubert, entre outros.

 

 Fotos: Ana Liao
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O concerto, marcado às 20h, integra as comemorações dos 71 anos da Academia Brasileira de Música – instituição criada por Villa-Lobos, em 1945, nos moldes da Academia Francesa, que reúne quarenta acadêmicos, personalidades de destaque no meio musical brasileiro nas áreas da composição musical, da interpretação, da musicologia e da educação musical. Dois anos depois da fundação, decreto a tornou órgão técnico-consultivo do governo federal. A novidade do programa, destaca Marcelo Jardim, é a estreia mundial de Painel Sonoro. A peça, composta por José Siqueira (1907-1985), é um concerto para violoncelo, tendo como coadjuvante o piano e adicional de harpa, celesta, grande percussão e os sopros orquestrais. – Siqueira foi professor da EM e membro da ABM, lembra. Painel, que pode ser considerada um diamante nos dias atuais, foi composta na década de 1960 e dedicada ao grande violoncelista russo Mitislav Rostropovich – talvez por isso seja recheada de passagens de extrema dificuldade e apesente um fraseado de grande dramaticidade. As sonoridades se misturam como num caleidoscópio e são evidentes as referências à música popular urbana, ao jazz e aos compositores russos, o que explica o título.

 

Programa

O programa inclui também três peças interessantes de Villa-Lobos. A marcha triunfal Pro Pax, escrita em 1912, para a estrutura de banda e sinfônica, mostra bem o pensamento do compositor sobre as bandas no início do século XX, o que acontece também com Caixinha de Boas Festas, que será executada em versão para banda sinfônica, feita por Antônio Pinto Jr., maestro da Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros entre as décadas de 20 e 40 do século passado. A transcrição é de 1936 – apenas quatro anos depois da composição original –, e mostra toda a criatividade de Pinto Jr. como orquestrador ao escrever para uma ampla banda uma releitura bastante fidedigna da peça original. Já a transcrição escrita por João Victor Bota para saxofone e orquestra da Fantasia estabelece um contraponto em relação ao processo de transcrição de Pinto Jr. e chama atenção para um conceito novo de releitura. A tonalidade desta transcrição é a do tom original de fá maior. O solo será do professor Pedro Bittencourt. Completa o programa a suíte Metalescência para quinteto de metais, de Raul do Valle.

 

Regente

Marcelo Jardim é professor de Regência de Banda e Prática de Orquestra da EM, além de diretor artístico e musical da Orquestra de Sopros da UFRJ. Concluiu o bacharelado e o mestrado em Regência pela UFRJ. É Doutor na área de Práticas Interpretativas pela UNIRIO, com a tese "A Banda do Villa: a Obra para Banda de Heitor Villa-Lobos". Foi o responsável pela criação e organização do curso de regência de banda no Instituto Estadual Carlos Gomes, em Belém (PA) e, através de colaboração acadêmica, atua na direção artística do Festival Música das Américas e Festival Internacional de Música do Pará. É consultor artístico e coordenador pedagógico dos Painéis FUNARTE de Bandas de Música, tendo sido responsável pelo Projeto de Edições de Partituras para Banda, da mesma instituição. É membro do conselho diretor da WASBE (World Association of Symphonic Bands and Ensembles). Mantêm uma agenda como professor convidado em festivais e seminários no Brasil, América Latina, Europa e Estados Unidos, além de atuar como regente convidado em orquestras sinfônicas e bandas sinfônicas. Atua sistematicamente na encomenda de obras novas e arranjos para bandas sinfônicas e orquestra de sopros.

 

Solistas

 

 Fotos: Reprodução
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 Solistas:  Marcus Ribeiro (violoncelo), Flávio Augusto (piano) e Pedro Bittencourt (saxofone).

Pedro Bittencourt (saxofone) - Saxofonista e pesquisador dedicado à música de concerto e contemporânea. Professor assistente de sax na UFRJ. É doutor em Estéticas, Ciências e Tecnologias das Artes/Música no CICM (Centro de Informática e Criação Musical) na Universidade Paris 8, França, sob orientação de Horacio Vaggione. Sua tese, iniciada em 2006, investiga a colaboração compositor-instrumentista na elaboração e na interpretação de novas obras musicais com instrumentos acústicos e eletrônica. Mestrado na Universidade de Bordeaux (2005), com uma pesquisa sobre o "Oresteia" de Iannis Xenakis, sob direção de Marie-Bernadette Dufourcet e Makis Solomos. Artista residente no Instituto de Música e Acústica do ZKM (Zentrum für Kunst und Medientechnologie – Centro de arte, tecnologia e mídias) em Karlsruhe, Alemanha (2006, 2008 e 2010). Diploma de Estudos Musicais e Aperfeiçoamento em saxofone e música de câmara contemporânea no Conservatório Nacional de Bordeaux, França (2001-2004) na classe de Marie-Bernadette Charrier. Graduação em Comunicação/Radialismo pela UFRJ (2000), tendo cursado diversas matérias na Escola de Música da UFRJ (sax, flauta, oficina de prática instrumental). Integrou a UFRJAZZ entre 1997 e 1999, tendo gravado o primeiro CD do grupo. Iniciou os estudos de saxofone com Mecenas Magno aos 10 anos de idade. Flávio Augusto (piano) - Natural de Poc?os de Caldas (MG), foi aluno de Homero de Magalha?es, Gilberto Tinetti e Myrian Dauelsberg. É considerado pela crítica especializada um dos mais conceituados cameristas brasileiros. Atuou como solista das principais orquestras do pai?s, sob as rege?ncias de maestros como Isaac Karabitchewsky, Eleazar de Carvalho, David Machado, Sergio Magnani, Silvio Barbato, entre outros. Foi professor do Conservato?rio Estadual de Mu?sica Lorenzo Ferna?ndez e do Departamento de Artes da Universidade Estadual de Montes Claros (MG). Em setembro de 2004, passou em 1o lugar no concurso pu?blico para "Mu?sico – Pianista" da UFRJ. No exterior, ja? se apresentou em importantes salas de concerto de diversas cidades da Ame?rica do Norte, Ame?rica Central, Ame?rica do Sul, Europa, África e Oceania. Marcus Ribeiro (violoncelo) - Iniciou seus estudos com Eugen Ranevsky, na EM, prosseguindo com o professor Alceu Reis na UNI-RIO, onde diplomou-se em 1995. A convite de Antonio Meneses, frequentou durante três anos, a seleta classe do renomado artista na Musikakademie Basel, na Suíça, onde obteve o título de Master Degree em 1999. Aperfeiçoou-se em Música de Câmara com os professores Hatto Beyerle, Walter Levin, Jost Meier, Gérard Wyss e Chiara Banchini na Suíça e com o professor Herman Voss, na Alemanha. Desde 1995 desenvolve intensa atividade pedagógica como docente em escolas de música, universidades e festivais por todo o Brasil, a exemplo dos festivais de Brasília, Curitiba e Belém. Como solista, já atuou à frente de várias orquestras sob a batuta de renomados maestros. Na Europa, excursionou com várias formações camerísticas e com orquestras tais como a Zürcher Kammer Orchester, Neues Orchester Basel, Basel Festival Orchester e Camerata Stuttgart. Com integrantes desta última, gravou um CD, como solista do Octeto de Mendelssohn. Atualmente desenvolve intensa carreira como camerísta, é professor substituto da EM, além de atuar como violoncelista da Orquestra Sinfônica Nacional da UFF e primeiro violoncelo convidado nas orquestras Sinfônica da Bahia e Filarmônica de Belo Horizonte. estrela SERVIÇO
A Sala Cecília Meireles fica no Largo da Lapa, 47, Centro. E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Telefones: (21) 2332-9223 e (21) 2332-9224. Ingressos a R$ 40. Compra pela internet em Ingresso.com.

 

 

Sala Cecília Meireles
14 de julho, quinta-feira, 20h Concerto em comemoração aos 71 Anos Academia Brasileira de Música Pedro Bittencourt, sax
Marcus Ribeiro, violoncelo
Flávio Augusto, piano
Marcelo Jardim, regência PROGRAMA Heitor Villa-Lobos
Pro Pax, marcha triunfal para banda sinfônica
Revisão e edição: Marcelo Jardim Heitor Villa-Lobos
Caixinha de Boas Festas, ou "Vitrine Encantada"
Transcrição: Antônio Pinto Jr. | Revisão Marcelo Jardim Raul do Valle
Metalescência, para quinteto de metais Heitor Villa-Lobos
Fantasia para sax soprano e orquestra de sopros
Animé
Lent
Très animé
Transcrição: João Victor Bota
Pedro Bittencourt, saxofone José Siqueira*
Painel Sonoro, para violoncelo, harpa, piano, percussão e orquestra de sopros
Marcus Ribeiro, violoncelo
Flávio Augusto, piano
* Estreia mundial Duração: 60 minutos

 

Orquestra de Sopros da UFRJ
Direção artística: Marcelo Jardim

Piccolo: Alexandre Santiago; Flautas: Danilo Klem Silveira, Thais Alves Gomes, Mirian Valentim, Victor Gonçalves, Pedro Sales, Gabriel de Carvalho, Caroline Ribeiro de Souza, Flávia Castilho; Oboés: João Gabriel, Stefanny Ribeiro; Corne-Inglês: Pierre Descaves*; Fagotes: Ezequiel Zimmer, Bruno Peçanha; Contrafagote: Mauro Ávila; Clarinetas: Felipe dos Santos, Matheus Martins, Bernardo Bisinela, Rachel Motta, Elon Silveira Duarte; Sax alto: Maycon França, Jessé Junior; Sax tenor: Felipe Amorin, Sax barítono: Aurimar Bento Donato, Trompas: Gilieder Veríssimo, Mateus Lisboa de Freitas, Tigrano Pedreira, Felipe Santos, André Araújo, Sérgio Motta*, Whilton Barbosa da Rocha; Trompetes: José de Arimatéia, Ezequiel Freire, Evelin Cecília, Edmar Machado, Ruy Rodrigues, Raphael Cardoso, Fernando José; Trombones: Nicolas Fernandes, Carlos Henrique, Brian Ronald; Bombardino: João Carlos da Silva; Tubas: Carlos Augusto; Contrabaixo: Rodrigo Favaro*; Harpa: Carlos Victor Freitas; Tímpanos: Tiago Calderano*; Percussão: Pedro Moita*, Fausto Maniçoba, Marcos Nero Jr.
* funcionários Montagem: Paula Buscácio
Monitores: Gabriel Linhares Quintão e Amarildo Feuchard