Concertos UFRJ: Francis Poulenc

A edição desta semana de Concertos UFRJ, programa radiofônico resultado de uma parceria da Escola de Música com a Roquette Pinto, homenageia o compositor francês Francis Poulec, cujo cinquentenário de morte é lembrado em 2013. Poulec formou com Georges Auric, Louis Durey, Arthur Honegger, Darius Milhaud e Germaine Tailleferre o famoso Grupo dos Seis que, inspirados pela música de Erik Satie e nas ideias de Jean Cocteau, levou adiante uma reação neoclássica ao wagnerismo e ao impressionismo imperantes.

 

  
 
podcast

Ouça aqui o programa: 

 
 
Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.
  

Autor de obras que abarcam a maior parte dos géneros musicais, incluindo canção, música de câmara, oratório, ópera, música para bailado e música orquestral Poulenc nasceu em 7 de janeiro de 1899 em Paris. Na mesma cidade faleceu em 30 de janeiro de 1963.

 

De formação autodidata, já era reconhecido quando resolveu, em 1920, ter aulas de harmonia com Charles Koechlin. Nunca, porém, estudou formalmente contraponto ou orquestração.

 

A vida de Poulenc, segundo vários biógrafos, se caracterizou por constante luta interna ("meio monge, meio bad boy", como o definiu o crítico Claude Rostand, num artigo famoso). Tendo sido educado como católico, debatia-se entre suas profundas convicções religiosas e uma homossexualidade que não o impediu, entretanto, de relacionamentos com mulheres.

 

Essencialmente diatônica com base na melodia acompanhada, forte apelo rítmico e harmonias temperadas por dissonâncias, a música de Poulenc é personalíssima, ainda que se possa deixar de perceber a forte influência do jazz e da obra de Fauré e Stravinsky. Sua produção instrumental é, frequentemente, carregada de humor e, não raro, impregnada de um sentimento doce-amargo derivado da sua personalidade, ao mesmo tempo, alegre e melancólica.

 

Além da obra instrumental, Poulenc deixou importantíssima produção vocal em que se destacam suas canções com piano e as peças corais. Do repertório a capela sobressaem as obras sacras, incluindo vários motetos e uma missa. Já com acompanhamento de orquestra, sua principal contribuição é um Gloria para mezzo-soprano e coro, escrito em 1959 a partir de encomenda da Fundação Koussevitsky e estreada dois anos depois.

 

Repertório da edição

 

A primeira peça do programa foi o Concerto para 2 pianos e orquestra in Ré Menor, Op. 61 – obra que o próprio compositor considerava uma das mais significativas dos seus "anos de aprendizagem". Nela, a personalidade se afirma plenamente, a primeira audição aconteceu no Festival Internacional de Música de Veneza, em 1932, com a Orquestra do Scala de Milão e tendo o compositor e seu amigo Jaques Février como solistas. A interpretação veiculada trouxe os pianistas Bracha Eden e Alexander Tamir com a Orchestre de la Suisse Romande e a regência de Sergiu Comissiona.

 

A seguir, o programa apresentou, o Sexteto para piano e quinteto de sopro, Op. 100 (1932–9), uma das peças de câmara mais importante de Poulenc. Os interpretes: Pascal Roge (piano), Patrick Galois (flauta), Maurice Bourgue (oboé), Michael Portal (clarineta), Amaury Wallez (fagote) e André Cazalet (trompa).

 

Como exemplo da produção sacra do compositor, o programa levou ao ar o seu famoso Gloria na interpretação de Sylvia Greenberg, coros da Rádio Suisse Romande e da Pro Arte de Lausanne, Orchestre de la Suisse Romande e a condução de Jesús Lópes Cobos.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..