Concertos UFRJ: Cantata BWV 36, de J. S. Bach

A cantata BWV 36 de J. S. Bach, composta para o primeiro domingo do Advento, período litúrgico que corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal, é o assunto da edição desta semana de Concertos UFRJ. Para os cristãos o período marca um momento de alegria e expectativa com o nascimento de Jesus e a renovação das esperanças de paz e fraternidade que traz. O programa radiofônico, resultado de uma parceria da UFRJ com a Roquette Pinto, vai ao ar toda segunda feira às 22h na sintonia 94,1 FM e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola de Música.

 

As cantatas constituem o grosso da produção J. S. Bach (1685 – 1750), mas apenas nas últimas décadas sua importância vem sendo reconhecida. Esquecidas quase por completo no século XIX, até meados do século XX somente um punhado delas havia sido estudado em detalhe, situação que vem mudando por causa do rápido crescimento dos estudos bachianos. A maior parte é sacra, compostas em Weimar e principalmente Leipzig, mas o mestre do barroco cultivou o gênero ao longo de quase toda a sua carreira.

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Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.
     

Muitas foram perdidas. Bach teria composto cinco ciclos completos para o ano eclesiástico, fora as cantatas profanas, o que representaria mais de 350 obras, das quais sobrevivem 194. Peças de ocasião, as cantatas sacras eram por regra executadas apenas uma única vez.

 

As de sua fase inicial são escritas segundo o modelo alemão do século XVII, sem recitativos ou árias da capo, elementos de origem operística italiana que só aparecem em suas obras maduras. Mais tarde se consolidou um formato italianizado, com uma abertura mais elaborada com coro, seguida de uma alternância de cinco ou seis árias da capo e recitativos para voz solo, encerrando com uma harmonização coral simples homofônica a quatro vozes, quando a congregação possivelmente se unia ao coro. Entretanto, são encontradas também outras soluções formais, incluindo fugas, cânones, variações sobre um ostinato, formas concertantes, influência da abertura francesa e do antigo moteto, além de se valerem de uma ampla gama de forças instrumentais.

 

A cantata BWV 36, “Schwingt freudig euch empor” (“Eleva-se com alegria até as estrelas”) foi composta em Leipzig para o primeiro domingo do Advento em 1731 e estreou no mesmo ano, em dois de dezembro. A liturgia recorda a entrada triunfal de Jesus, acompanhado dos apóstolos em Jerusalém. O texto de base é retirado das Epístolas de São Paulo aos Romanos e do Evangelho segundo São Mateus a partir de hinos de Lutero, Philipp Nicolai e Christian Friedrich Henrici (Picander).  A música, por seu turno, foi reaproveitada de uma cantata secular composta originalmente em 1725 para comemorar o aniversário da universidade local.

 

A partitura estabelece quatro solistas (soprano, contralto, tenor e baixo) e coro a quatro vozes, dois oboés d’amore, dois violinos, viola e baixo contínuo. Sua estrutura, intercalando coros e árias com corais, é única entre as cantadas do compositor.

 

A versão veiculada foi a do maestro Ton Koopman a frente do Coro & Orquestra Barroca de Amsterdã. Datada de 2002 conta com o soprano Sandrine Piau; o contralto Bogna Bartosz; o tenorJames Gilchrist; e o baixo Klaus Mertens nos papéis principais.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..