O barroco coral é atração em Concertos UFRJ

Duas edições atrás o programa abordou o barroco, estilo musical que, na música, se originou na Itália e desconstruiu a simetria e o equilíbrio, próprios do renascimento, em favor de uma arte que explora as tensões e valoriza o contraste. Está semana Concertos UFRJ retornam ao tema. O foco, porém, é agora a profícua produção sacra coral dos compositores da península – uma característica geral e não apenas da produção daquele país, cabe mencionar, pois os embates entre os mundos da reforma e da contrarreforma marcaram profundamente a cultura do período.

podcast

Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.
    

No programa, obras de quatro compositores, dos mais significativos, Monteverdi, Caldara, Vivaldi e Albinoni. Do primeiro, um importante artífice da transição da renascença para o barroco, o programa apresentou o moteto “Adoramus Te Christe”, composto em 1620 para seis vozes. Obra para coro a capella, ou seja, sem a participação de instrumentos, nela a polifonia, típica da do momento anterior, já é menos marcante e dá lugar a uma movimentação mais paralela das vozes.

 

O texto do Magnificat, retirado do Evangelho de São Lucas, relatada a visita de Maria a sua prima Isabel. Um dos mais conhecidos cânticos marianos, serviu de base à inspiração de diversos compositores. Entre eles Antonio Caldara, compositor italiano, que viveu entre 1670 e 1736. Mais conhecido pela produção operística, sua música sacra, entretanto, merece a mesma atenção.

 

Antonio Vivaldi, que foi objeto de atenção no programa dedicado à vertente instrumental do barroco, escreveu dois Glórias, ou seja, música para a segunda parte do ordinário da missa. São as peças sacras mais conhecidas do compositor. Ambos datam do início do século XVIII. O primeiro deles, que a edição levou ao ar, recebeu o número de catálogo RV 588 e foi composto provavelmente no período em que foi professor e diretor de música na Ospedale della Pietá, em Veneza, um orfanato para moças que ganhou fama pela qualidade de suas atividades musicais. O texto do Glória é dividido em diferentes partes em forma de cantata, onde os trechos corais se alternam com árias e duetos.

 

Para encerrar, o programa veiculou outro Magnificat, o de Tomaso Albinoni, violinista e compositor que viveu entre 1671 e 1751 em Veneza, um dos centros musicais mais importantes do período.

Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

Repertório da Edição


• Adoramus Te Christe, de Claudio Monteverdi, com o coro da Abadia de Westminster e direção de Sthefen Cleobury.
• Magnificat, de Antonio Caldara, com o soprano Marta Szucs, o contralto Klara Takacs, o tenor Dénes Gulyás, o baixo Tamás Bátor, o Coro Madrigal de Budapest, a orquestra de cordas de Budapest e a direção de Ferenc Szekeres.
• Glória, RV588, de Antonio Vivaldi, com os sopranos Lynda Russel e Patrizia Kwella, o mezzo soprano Anne Wilkens, o tenor Kenneth Bowen, o coro do Saint John College de Cambridge, a orquestra WREN e a direção de George Guest
• Magnificat, de Tomaso Albinoni, com o soprano Marta Szucs, o contralto Klara Takacs, o tenor Dénes Gulyás, o baixo Tamás Bátor, o Coro Madrigal e a orquestra de cordas de Budapeste sob a direção de Ferenc Szekeres