Duas edições atrás o programa abordou o barroco, estilo musical que, na música, se originou na Itália e desconstruiu a simetria e o equilíbrio, próprios do renascimento, em favor de uma arte que explora as tensões e valoriza o contraste. Está semana Concertos UFRJ retornam ao tema. O foco, porém, é agora a profícua produção sacra coral dos compositores da península – uma característica geral e não apenas da produção daquele país, cabe mencionar, pois os embates entre os mundos da reforma e da contrarreforma marcaram profundamente a cultura do período.
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No programa, obras de quatro compositores, dos mais significativos, Monteverdi, Caldara, Vivaldi e Albinoni. Do primeiro, um importante artífice da transição da renascença para o barroco, o programa apresentou o moteto “Adoramus Te Christe”, composto em 1620 para seis vozes. Obra para coro a capella, ou seja, sem a participação de instrumentos, nela a polifonia, típica da do momento anterior, já é menos marcante e dá lugar a uma movimentação mais paralela das vozes.
O texto do Magnificat, retirado do Evangelho de São Lucas, relatada a visita de Maria a sua prima Isabel. Um dos mais conhecidos cânticos marianos, serviu de base à inspiração de diversos compositores. Entre eles Antonio Caldara, compositor italiano, que viveu entre 1670 e 1736. Mais conhecido pela produção operística, sua música sacra, entretanto, merece a mesma atenção.
Antonio Vivaldi, que foi objeto de atenção no programa dedicado à vertente instrumental do barroco, escreveu dois Glórias, ou seja, música para a segunda parte do ordinário da missa. São as peças sacras mais conhecidas do compositor. Ambos datam do início do século XVIII. O primeiro deles, que a edição levou ao ar, recebeu o número de catálogo RV 588 e foi composto provavelmente no período em que foi professor e diretor de música na Ospedale della Pietá, em Veneza, um orfanato para moças que ganhou fama pela qualidade de suas atividades musicais. O texto do Glória é dividido em diferentes partes em forma de cantata, onde os trechos corais se alternam com árias e duetos.
Para encerrar, o programa veiculou outro Magnificat, o de Tomaso Albinoni, violinista e compositor que viveu entre 1671 e 1751 em Veneza, um dos centros musicais mais importantes do período.
Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Repertório da Edição • Adoramus Te Christe, de Claudio Monteverdi, com o coro da Abadia de Westminster e direção de Sthefen Cleobury. • Magnificat, de Antonio Caldara, com o soprano Marta Szucs, o contralto Klara Takacs, o tenor Dénes Gulyás, o baixo Tamás Bátor, o Coro Madrigal de Budapest, a orquestra de cordas de Budapest e a direção de Ferenc Szekeres. • Glória, RV588, de Antonio Vivaldi, com os sopranos Lynda Russel e Patrizia Kwella, o mezzo soprano Anne Wilkens, o tenor Kenneth Bowen, o coro do Saint John College de Cambridge, a orquestra WREN e a direção de George Guest • Magnificat, de Tomaso Albinoni, com o soprano Marta Szucs, o contralto Klara Takacs, o tenor Dénes Gulyás, o baixo Tamás Bátor, o Coro Madrigal e a orquestra de cordas de Budapeste sob a direção de Ferenc Szekeres |