Mário Tavares em Concertos UFRJ

Concertos UFRJ desta semana relembram a carreira e a obra do maestro Mário Tavares, um dos mais importantes regentes brasileiros da segunda metade do século passado e compositor engajado na estética nacionalista. De origem nordestina, sua vida profissional se desenvolveu principalmente no Rio, cidade para onde se transferiu nos anos 1940.

 

Mário Tavares nasceu em 1928 em Natal, Rio Grande do Norte. De uma família de músicos, já aos sete anos, estudava violoncelo com o professor Tommaso Babini. Com 16, ingressou na orquestra sinfônica do Recife, Pernambuco.

 

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Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.

Já no Rio, cursou violoncelo, composição, instrumentação e regência na Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil, atual Escola de Música da UFRJ, onde estudou, entre outros, com Francisco Mignone. Aqui, em 1947, ingressou, como violoncelo concertino, na OSB, onde ficou até 1960, participando ainda de sua comissão artística.

 

Em 1957 fundou a orquestra de câmara da Rádio MEC, dirigindo-a até 1968. E, após aperfeiçoamento, de 1958 a 1960, com o maestro chileno Victor Tevah, foi nomeado regente titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal no Rio de Janeiro, cargo que desempenhou por 38 anos até sua aposentadoria em 1998.

 

Conduziu também alguns dos mais famosos solistas nacionais e internacionais como Aldo Parisot, Nelson Freire, V. Ghiorgiu, Giorgy Sandor, Mtslav Rostropovich, Paula Seibel e Nina Beylina, e foi o principal maestro no Festival Internacional da Canção Popular da TV Globo, de 1967 a 1975 e do Festival de Música Contemporânea, de 1969 a 1970.

 

Considerado pela crítica como um dos mais autorizados intérpretes e divulgadores da obra sinfônica de Villa-Lobos, regeu, entre outras, a estreia mundial do “Gênesis”, e as primeiras audições de “Floresta do Amazonas”, “Rudá” e da “Fantasia Concertante” para orquestra de violoncelos. Além disso, por 16 anos teve a frente dos festivais e concursos internacionais do Museu Villa-Lobos.

 

Mário Tavares também conduziu várias primeiras audições de outros importantes autores brasileiros, a exemplo das óperas “O chalaça” (1976) e “Sargento de milícias” (1978), de Francisco Mignone, “Gabriela”, bailado de Ronaldo Miranda (1983), “Romance de Santa Cecília”, oratório de Edino Krieger.

 

Sua carreira internacional o levou a países da Europa e América Latina, além dos Estados Unidos. Algumas de suas obras conquistaram prêmios importantes. Em 1959, o oratório “Ganguzama” obteve o primeiro lugar do concurso dedicado ao cinquentenário do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Outras premiaçõe incluem os concursos de música de câmara da Rádio MEC, também em 1859, o de música para bailado da secretaria de cultura do então Estado da Guanabara, em 1963, e o do quarto centenário da cidade do Rio de Janeiro, em 1965, com a cantata “Rio, a Epopeia do Morro”.

 

Além de membro honorário vitalício de várias orquestras estrangeiras, tornou-se membro da Academia Brasileira de Música em 1988, ocupando a cadeira 30, cujo patrono é Alberto Nepomuceno.

 

Em 1995 recebeu o Prêmio Nacional da Música do Ministério da Cultura na categoria regente e em 1998, por ocasião do seu aniversário de 70 anos, foi homenageado com um concerto especial dedicado a suas obras, evento promovido pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro e pela Escola de Música da UFRJ, instituição na qual foi professor visitante e da qual recebeu o título de doutor honoris causa em 2002, ano de sua morte.

 

Das suas obras, o programa destacou “Potiguara”, na interpretação da Orquestra de Câmara da Rádio MEC, tendo o próprio Mário Tavares como regente; o “Quinteto para instrumentos de Sopro”, com o Quinteto Villa-Lobos; o “Concertino para flauta, fagote e orquestra de cordas”, com Eduardo Monteiro (flauta), Aloysio Fagerlande (fagote) e a Orquestra Sinfônica da UFRJ sob o comando de André Cardoso. Finalizando, edição mostrou a gravação ao vivo (2010) do seu “Divertimento para 11 instrumentos de sopro” com o Quinteto Experimental de Sopros da UFRJ em apresentação no Castelo de Gottesaue em Karlsruhe (Alemanha) que contou com a participação de alunos da Universidade de Karlsruhe.

 

Concertos UFRJ resultam de um convênio da UFRJ com a rádio Roquette Pinto, indo ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

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