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O choro é tema da décima-primeira edição de Concertos UFRJ, programa que vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, numa parceria da Escola de Música (EM) da UFRJ com a Rádio Roquette Pinto (FM 94,1). Considerado a primeira manifestação musical urbana tipicamente brasileira, acabou influenciando compositores dedicados ao campo da música de concerto que fizeram uso de procedimentos característicos do gênero em composições sinfônicas e de câmara.
Os primeiros conjuntos de choro surgiram nas últimas décadas do séc. XIX no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil, nas biroscas do bairro Cidade Nova e nos quintais dos subúrbios cariocas. Era então visto como uma forma própria, digamos, “abrasileirada”, de executar ritmos estrangeiros populares àquela época, como o xote, a valsa e principalmente a polca; além, claro, dos batuques e lundus.
O nome pelo qual acabou conhecido deve-se ao caráter plangente da música que esses pequenos conjuntos faziam. Entretanto, apesar da denominação, o ritmo é em geral agitado e alegre, caracterizado pelo virtuosismo e improviso dos instrumentistas.
Heitor Villa-Lobos (1887–1959) será o primeiro compositor brasileiro a chamar atenção para o gênero que, desde jovem, o atraia de uma forma muito especial. Fascínio que o levou a frequentar os círculos dos “chorões” escondido dos pais, que consideravam aquele ambiente marginal. Entre 1920 e 1929, como consequência desse envolvimento, compôs uma série de quatorze peças que denominou "Choros", na qual utilizou as mais diversas formações, desde o violão solo até a grande orquestra sinfônica.
Nasce aí uma nova forma musical, em que aquela expressão urbana se funde às modernas técnicas de composição e às diversas tradições de origem popular. “Os Choros – afirma - representam uma nova forma de composição musical na qual são sintetizadas as diferentes modalidades da música brasileira indígena e popular, tendo por elementos principais o ritmo e qualquer melodia típica de caráter popular que aparece, vez por outra, acidentalmente, sempre transformada segundo a personalidade do autor. Os processos harmônicos são, igualmente, uma estilização completa do original [...]”.
Depois dessas experiências, não haverá praticamente nenhum compositor brasileiro dedicado à música de concerto, independente de concepções estéticas e de pressupostos musicais, que não se deixará seduzir pelo gênero a ponto de incorporá-lo em suas obras. A edição de Concertos UFRJ mostra um pouco dessa apropriação criativa. O programa destaca, além do próprio Villa-Lobos, Francisco Mignone (1987–1986), Camargo Guarnieri (1907–1993), Radamés Gnattali (1906–1988), Edino Krieger (1928) e Cláudio Santoro (1919–1989).
O programa Concertos UFRJ é apresentado por André Cardoso, regente e diretor da EM, e suas edições podem ser acompanhadas on line ou através do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Programa 10 – Dia 4 de outubro – Violão na UFRJ: 30 anos
Traremos o violão novamente como personagem principal de nosso programa em razão do aniversário de 30 anos do curso da UFRJ, que foi fundado em 1980 pelo professor Turíbio Santos. Para comemorar a data a Escola de Música organizou um grande evento que ocupará durante toda a semana as salas de concertos da Escola com inúmeros convidados brasileiros e estrangeiros e que são considerados alguns dos maiores violonistas da atualidade.
• Fábio Zanon – Allegro da Sonata em Lá menor BWV 1003 de Bach.
Programa 11 – Dia 11 de outubro – Choro em concerto.
Será abordado o choro, mas não o tradicional, aquele que é reconhecido como uma das mais representativas manifestações musicais da cultura carioca. Serão apresentadas obras nas quais diferentes compositores brasileiros utilizaram os procedimentos característicos do choro em suas composições de câmara e sinfônicas.
• Heitor Villa-Lobos – Choros no. 3 "Pica-Pau" com o Coro da OSESP, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e a regência de John Neschling.
Programa 12 – Dia 18 de outubro – Bicentenário de Robert Schumann
Uma homenagem ao bicentenário de nascimento do compositor Robert Schumann, que assim como Chopin é comemorado em todo o mundo em 2010 com execuções de suas obras mais importantes, e considerado o compositor que melhor representa o romantismo alemão.
• Canção Widmung (Dedicação) op. 25 no. 1 sobre texto do poeta Friedrich Rückert com o barítono Bryn Terfel e Malcolm Martineau ao piano.
Programa 13 – Dia 25 de outubro – Homenagem a Ernani Aguiar
Um dos mais importantes compositores brasileiros da atualidade, o maestro Ernani Aguiar completa 60 anos em plena atividade. Estudou composição com o maestro César Guerra-Peixe e violino com Paulina D'Ambrosio. Estudou também no Conservatório Cherubini, na cidade de Florença, na Itália. É atualmente professor de regência e prática de orquestra da Escola de Música da UFRJ e membro da Academia Brasileira de Música. • Terceiro movimento da Sonatina para piano no. 1 com a pianista Ruth Serrão. • "Tempo de frevo" das Meloritmias no. 4 para violino solo com a violinista Ludmila Vinecka. • "Música a três" para duas clarinetas e fagote com o trio formado pelos clarinetistas José Botelho e José de Freitas e o fagotista Aloysio Fagerlande. • Quatro Momentos no. 2 para cordas com a Orquestra de Câmara do Sesi Minas. • "Instantes" no. 2 para cordas com a Orquestra de Câmara do Sesi Minas. • Primeiro movimento do Concertino para flautim e cordas com a Orquestra de Câmara de Moscou, Raffaele Trevisani na flauta e a regência de Roberto Duarte. • Salmo 150 para coro com o Madrigal de Brasília e a regência de Emílio de César. • Cantata de Natal – Coros "Tolite portas" e "Laetentur caeli" com o Coral dos Canarinhos de Petrópolis, a Orquestra Sinfônica da UFRJ e a regência de Marco Aurélio Lischt. • Sinfonietta Prima com a Orquestra Petrobras Pró-Música e a regência de Armando Prazeres. |
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