A Escola de Música (EM) tem um presente especial para as crianças em outubro: a estreia da ópera infantil Os irmãos repentistas e os pandeiros encantados, que será apresentada no Salão Leopoldo Miguez. A música e o libreto são de Rafael Bezerra e a peça é cantada em português. Estão programadas cinco récitas, todas com entrada franca.
Foto: Ana Liao | |
Rafael Bezerra. Esta será a segunda partitura do compositor montada pelo projeto, que em 2011 estreou sua primeira ópera infantil.> |
A obra foi encomendada pelo projeto "A Escola Vai à Ópera", idealizado e coordenado pela professora Maria José Chevitarese. Esta é a quinta edição do projeto, que tem como objetivos divulgar a ópera brasileira em vernáculo e inserir crianças da rede pública de ensino no mundo operístico. Segundo informou a docente, a iniciativa já atingiu um público de mais de seis mil crianças e vem contribuído, destaca, para "a inclusão sociocultural desses jovens que têm a oportunidade de entrar em contato com uma linguagem nova para a grande maioria deles".
Chevitarese assina a concepção e a direção geral do espetáculo, que tem direção cênica de Claudio Castro Filho. O maestro e professor Ernani Aguiar divide com a Cyrano Morenos Sales a regência da orquestra. Os solistas são alunos da EM e a montagem conta com a participação do Coral Brasil Ensemble-UFRJ e de estudantes e docentes das Escolas de Belas Artes e Comunicação. As professoras Desirée Bastos e Andréa Renck, ambas da ECO, são responsáveis, respectivamente, pela orientação e coordenação de figurino e pela orientação e coordenação de cenário. José Henrique Moreira, da ECO, pela orientação de iluminação.
Récitas 7 de outubro – 14h30 e 18h30; 8 de outubro – 14h30, 10 de outubro – 14h30; e 11 de outubro – 16h00 | |
Cobertura fotográfica do espetáculo na galeria de imagens | |
Castro Filho chama atenção para aproximações entre a partitura de Bezerra e o movimento armorial fundado por Ariano Suassuna, dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta paraibano recentemente falecido.
– Não seria exagero dizer que se trata de uma ópera de inspiração armorial, que traz à cena o rico imaginário nordestino numa mescla cosmopolita de cultura popular e erudita, onde pífanos e violinos podem conviver harmonicamente. A despedida de Suassuna apanhou-nos, de repente, no meio do processo, e acabou por converter esta encenação numa homenagem, cheia de gratidão e saudade, a tudo o que o mestre universal deu à arte brasileira contemporânea.
A estória é simples, como convém ao público que o espetáculo busca atingir, e cheia daquela magia característica do romanceiro popular. Os gêmeos Chica Mosca e Toinho Mosquito nasceram em Macaxeira Seca, cidadezinha onde não chove há meses. Os pais, se outra alternativa, os deixam na porta da igreja criada para serem acolhidos pelo Padre Amâncio.
Quinze anos depois nada parece mudar na pequena Macaxeira Seca, ainda assolada pela seca. Até que um dia dois acontecimentos agitam a vida da localidade: um estranho vidente chega à cidade ao mesmo tempo que uma tempestade repentina atinge com um raio o sino da igreja. Perto do sino em ruínas Chica Mosca e Toinho Mosquito acham dois pandeiros. Logo descobrem que são mágicos e enviados por uma fada - Maria da Zabumba, que os protege desde que nasceram. Com os poderes mágicos dos instrumentos, conseguem fazer repentes sobre qualquer pessoa, mesmo sem nunca as terem conhecido.
O vidente e sua esposa - Dandara e Arion – são, na verdade, dois charlatões. Por acaso, ouvem Chica Mosca e Toinho Mosquito combinarem usar os pandeiros mágicos para, com repentes, angariar dinheiro para a reforma da igreja. Não resistem e arquitetam um plano para roubar os instrumentos.
Dandara e Arion convencem Padre Amâncio de que são os donos dos pandeiros, o que faz o padre ordenar que os meninos os "devolvam. Desolados, Chica Mosca e Zé Mosquito, correm para contar o que aconteceu a Maria da Zabumba. Enquanto isso, o vidente e a esposa criam um rebuliço na cidade. Eles ganham dinheiro com os pandeiros mágicos e acabam descobrindo os segredos de cada morador da cidade. A Fada Maria da Zabumba intervém, entretanto, e num passe de mágica faz o casal se contorcer e bater descompassadamente nos pandeiros. Sem conseguir se controlar, acabam devolvendo os instrumentos mágicos e vão embora da cidade, transformados em cabra e jumento.
Os irmãos repentistas e os pandeiros encantados Rafael Bezerra, Libreto e Música
Idealização e Direção Geral Direção Cênica Claudio Castro Filho Regência
Elenco Coral Brasil Ensemble-UFRJ Orquestra Priscila Honório (Viola) Alexandre Santiago (Flauta) André Seccadio (Oboé) Lucas Ferreira dos Santos (Clarineta) Direção de Movimento Assistente de Direção Cênica Figurino e Caracterização Assistentes de Figurino Orientação e Coordenação de Figurino Cenografia Assistentes de Cenografia Orientação e Coordenação de Cenário Projeto Gráfico e Ilustrações Iluminação Orientação de Iluminação Produção Assistente de Produção Agradecimentos |
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