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Vinicius de Moraes em Concertos UFRJ

Concertos UFRJ reproduz a pedidos a edição dedicada Vinicius de Moraes, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro. O programa destaca dois momentos de sua aproximação com a música: a colaboração com Cláudio Santoro, que resultou em um ciclo notável de canções, e a parceria com Tom Jobim no nascedouro da Bossa Nova, movimento que revolucionou a Música Popular Brasileira. 

  
 
podcast

Ouça aqui o programa: 

 
 
Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.
  

 

Com produção e apresentação do professor André Cardoso, Concertos UFRJ é uma parceria da UFRJ com a rádio Roquette Pinto e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1913, e faleceu na mesma cidade em em 9 de julho de 1980.  Com apenas 16 anos entrou para a Faculdade de Direito do Catete, onde se formou em 1933, ano em que publicou "O caminho para a distância", seu primeiro livro. Durante o período de formação acadêmica firmou amizades com boêmios, cujo estilo de vida o atrairia para sempre.

 

Em 1935, recebeu o prêmio Filipe d'Oliveira por "Forma e exegese". Três anos depois ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxforf. Neste ano publicou "Novos poemas". Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, retornou ao Brasil. Após algumas experiências como jornalista, cronista e crítico de cinema, ingressou em 1943 no Ministério das Relações Exteriores, do qual foi aposentado compulsoriamente em 1969 pelo AI-5 da ditadura militar.

 

Desde sempre impregnada de musicalidade, a poesia de Vinícus transita de uma primeira fase, marcada pelo neo-simbolismo e pela espiritualiade, para um erotismo personalíssimo, dominado por confidências e pleno de sentidos a partir dos anos 1950. A linguagem, por sua vez, abandona paulatinamente os versos caudalosos e difusos das primeiras obras, em famor de uma maior objetividade e coloquialidade, ganhando nesse percurso uma dicção inconfundível. É esse lirismo renovado e renovador que o aproximará dos grandes músicos e compositores da sua geração.

 

Canções de Amor

 

Vinicius de Moraes é mais conhecido pelas parcerias com compositores populares como Tom Jobim, Carlos Lyra, Toquinho e Baden Powell. Ele foi, sem dúvida, um dos expoentes da Bossa Nova ­ movimento surgido na Zona Sul do Rio de Janeiro, no final da década de 1950, que se caracterizou pelo refinamento da harmonia, de influência jazzística e impressionista, sobre uma base essencialmente de samba. No plano da letra - e neste aspecto a contribuição do poeta foi decisiva -, assinala uma virada em favor de um lirismo despojado e maracado pelo cotidiano.

 

 Fotos: Reprodução
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 Acima, Vinicius com a famosa antologia de seus poemas publicada pela Editora Sabiá. Abaixo, com Tom Jobim e o violão (c. 1950).

Mas os poemas de Vinícius de Moraes também serviram de fonte para obras de compositores clássicos brasileiros. O exemplo mais notável são as Canções de Amor, compostas por Cláudio Santoro e contemporâneas ao surgimento da Bossa Nova. A origem dessas canções remonta aos Prelúdios para piano que o compositor começou a escrever ainda na década de 1940. Em 1958 Santoro, morando então em Paris, entrou em contato com Vinícius, que colocou letra em alguns deles. O resultado, um dos mais importantes ciclos de canções da música vocal brasileira.

 

O programa destacou as Canções de Amor na voz especial do tenor Aldo Baldin acompanhado ao piano por Lilian Barreto.

 

Bossa Nova

 

O marco inicial do movimento é o álbum Canção do Amor Demais, com obras assindas por Vinícus e Tom Jobim, e com a insuperável interpretação de Elizeth Cardoso. O LP foi lançado em 1958 pelo antigo selo Festa do produtor Irineu Garcia, um visionário que nos legou um catálogo invejável de gravações de música de concerto e de gravações pioneiras de Bossa Nova.

 

Com o sucesso de Canção do Amor Demais, Garcia investiu em um segundo LP com canções da parceria. Intitulado Por toda a minha vida, como solista foi convidada a cantora lírica Lenita Bruno, conhecida intérprete de operetas em programas da antiga Rádio Nacional. Lenita era casada com o maestro Léo Perachi, arranjador da Nacional e autor das orquestrações do filme Orfeu Negro. Dirigido por Marcel Camus e baseado em peça de Vinicus a produção franco-brasileria ganhou a Palama de Ouro do Festival de Cannes, em 1959, e o Oscar de melhor filme estrangeiro no ano seguinte.

 

Para as melodias de Tom Jobim, de quem aliás havia sido professor, Perachi escreveu arranjos de grande beleza e enorme economia de meios. Na orquestra, músicos do quilate de Radamés Gnattali, ao piano, e Mário Tavares, como um dos violoncelistas. Um verdadeiro recital de canto onde a voz cristalina de Lenita casa perfeitamente com orquestrações inspiradas.

 

Das 13 canções desse álbum histórico, o programa apresentou Estrada Branca, Valsa de Orfeu, Canção do Amor Demais, Eu sei que vou te amar, Canta Canta Mais, Cai a tarde, Sem você e Eu não existo sem você.

 

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O programa radiofônico Concertos UFRJ, resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1).

 

Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

 

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