Um dos compositores mais celebrados do séc. XX, a obra de Serguei Prokofiev é o assunto desta semana de Concertos UFRJ, programa radiofônico resultado de uma parceria da UFRJ com a rádio Roquette Pinto. Apresentado pelo professor André Cardoso, vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.
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O compositor havia terminado sua Sinfonia no 1 quando eclodiu a Revolução de Outubro, em 1917. Logo em seguida migrou para os EUA. Apesar de trabalhar como concertista, passou por dificuldades financeiras o que o obrigou a mudar, três anos depois, para Paris.
Em 1935, após o sucesso na França, voltou definitivamente para a União Soviética, então marcada culturalmente por forte repreensão às experiências de vanguarda. A “União dos Compositores”, por exemplo, impedia o contato dos compositores soviéticos com resto do mundo e os obrigava a uma produção alinhada com padrões emanados do regime stalinista. Neste quadro não é de se estranhar que Prokofiev enfretasse problemas com as autoridades, chegando sua obra a ser duramente atacada, acusada de “formalismo burguês”. O compositor se retratou publicamente e acabou desenvolvendo uma produção esteticamente sinuosa ? ora agradando as elites do regime, ora despertando o interesse dos “vanguardistas”.
Em 1941, o compositor sofre o primeiro de uma série de ataques cardíacos, resultando numa gradual deterioração de sua saúde. Em decorrência, foi obrigado a cancelar vários compromissos. Sua última apresentação pública foi na estreia da sua sétima sinfonia, em 1952. A obra recebeu o prêmio Stalin.
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Selo comemorativo do centenário de Prokofiev em 1991. |
A produção de Prokofiev é usualmente dividida em dois grandes grupos. No primeiro, imperam peças de matriz “pós-romântica”, herdada de Scriabin e Rachmaninoff; no segundo, de acentuado caráter sarcástico, dominam dissonâncias e ritmos peculiares.
Sua música, extensa, abrange todos os gêneros. O piano solista ocupa um lugar importante em seu trabalho (nove sonatas, entre 1907 e 1947). Para orquestra compôs sete sinfonias e uma sinfonieta, suítes extraídas de balés, óperas e músicas para filmes. Para solista e orquestra, cinco concertos para piano e dois para violino. Para as crianças escreveu um poema sinfônico chamado Pedro e o Lobo (1936).
Entre suas óperas destacam-se O Amor por Três Laranjas (1921), O Anjo de Fogo (1929-1937) e Guerra e Paz (1941-1952). É autor de sete balés, sendo os mais conhecidos O Bufão (1921), O Filho Pródigo (1929), Romeu e Julieta (1938) e Cinderela (1945). Para o cinema compôs entre outras, as trilhas sonoras dos Alexander Nevsky e Ivã, o Terrível, dirigidos por Sergei Eisenstein.
Prokofiev faleceu em 5 de março de 1953, no mesmo dia que Stalin, o que impediu que seus amigos e discípulos organizassem um tributo adequado.
Repertório da audição
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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
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