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Obras para oboé em Concertos UFRJ

A edição desta semana de Concertos UFRJ reprisa o programa dedicado ao oboé ? instrumento de sonoridade rica em harmônicos e notas agudas penetrantes,  usualmente responsável pela afinação da orquestra. O repertório apresenta obras de Carl Philipp Emanuel Bach, W. A. Mozart e Breno Blauth, que cobrem momentos diversos da trajetória do oboé e, ao mesmo tempo, evidenciam suas potencialidades sonoras.

 

Programa radiofônico, resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, os Concertos UFRJ vão ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. A produção e a apresentação são de André Cardoso, docente da Escola de Música e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

podcast

Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.
      

História

 

O Oboé foi incorporado à orquestra em meados do século XVII, quando desfrutou de grande popularidade entre compositores como Antonio Vivaldi, Johann Sebastian Bach, Alessandro Marcello, Georg Friedrich Händel, Wolfgang Amadeus Mozart, Robert Schumann e Richard Strauss.  Considerado um dos instrumentos de sopro de técnica mais difícil, requer grande controle respiratório e relativamente altas pressões de sopro, além de sofisticado controle labial das vibrações da palheta, por meio da chamada embocadura.

 

Durante a Renascença os instrumentos tocados com palheta dupla formavam uma família muito diversificada. Eram as bombardas. Existiam em diferentes tamanhos e tessituras. Dependendo do país e do registro (grave, médio ou agudo), as bombardas recebiam diferentes nomes. Na Itália eram conhecidas como ciaramellas e em Portugal como charamelas. No Syntagma Musicum de Michael Praetorius, um importante tratado sobre música do século XVII, são identificados diferentes tamanhos de bombardas desde a soprano com aproximadamente 65 cm de comprimento até a contrabaixo, um instrumento gigantesco que media quase três metros.

 

As bombardas ou charamelas produziam o som da mesma forma, ou seja, através da vibração de uma palheta dupla. Eram construídas em uma peça única de madeira, terminando em uma campana. Outra característica era a chamada pirouette, que consistia em um pequeno tubo onde ficava parcialmente encapssulada uma palheta e no qual o músico apoiava os lábios. Segundo Praetorius a sonoridade da charamela se assemelhava ao “grasnar de um ganso”. O oboé, assim como o fagote, descendem desses instrumentos.

 

O oboé surgiu na França na segunda metade do século XVII e deriva da charamela soprano. A palavra francesa – hautbois - que designava o instrumento e que deu origem à designação do instrumento, significa literalmente “madeira alta”. A origem do oboé está relacionada com a prática musical da corte de Luiz XIV, em especial de um de seus conjuntos musicais, a Grande Ecurie du Roi, o conjunto de sopros do qual faziam parte músicos versáteis que, além de instrumentistas, eram compositores e construtores de instrumentos. A Jean Hotteterre, um desses músicos e artesãos atuantes, é atribuída a invenção do novo instrumento.

 

Foto: Reprodução
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O corpo do oboé foi dividido em três partes e os furos foram estreitados e realinhados. Mas a principal inovação com relação à charamela foi a abolição da pirouette e a colocação de uma palheta de largura menor encaixada na parte externa superior do instrumento. O som passou a ser produzido pelo contato direto dos lábios do músico com a palheta, o que proporcionava um som mais delicado e refinado.

 

A partir da segunda metade do século XVII o oboé se tornou um instrumento fundamental para a formação da sonoridade da orquestra barroca. O primeiro registro de sua participação na orquestra se deu no ballet “L'amour balade” de Lully em 1657. O protótipo do oboé barroco, entretanto, só foi definido nas duas últimas décadas do século XVII, com a primeira descrição técnica do instrumento feita por Bartolomeo Bismantova em sua “Regole del oboé”, publicada em 1688. Outra referência importante foi a publicação em Londres em 1695 daquele que é considerado o primeiro método para oboé, cuja autoria é atribuida a John Bannister.

 

Repertório do Programa

 

A edição destacou três obras. A Sonata para oboé em Sol Menor de Carl Philipp Emanuel Bach na interpretação de Alfredo Bernardini, oboé; Harald Hoeren, cravo; e Nicholas Selo, violoncelo. O Concerto para oboé Dó Maior, de W. A. Mozart, K. 314, com Randall Wolfgang como solista da Orpheus Chamber Orchestra. Movimentos: Allegro Aperto, Adagio Non Troppo, e Rondo, Allegretto. O Concertino para oboé e cordas Breno Blauth com o solista Alexandre Ficarelli e a Orquestra Bachiana Brasileira sob a direção de Ricardo Rocha. São três movimentos Animado, Andante e Vivo.

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

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