Publicações Acadêmicas

A primeira iniciativa de edição sistemática de obras de autores nacionais e a criação do primeiro periódico brasileiro de musicologia por parte da Escola de Música aconteceram em 1934, quando surgiu a Revista Brasileira de Música. O musicólogo Luiz Heitor Corrêa de Azevedo (1905-1992), então bibliotecário do Instituto Nacional de Música, foi seu primeiro redator e com ele nasceu o trabalho editorial com o acervo da biblioteca. 

 Foto: Arquivo/EMUFRJ
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 Luiz Heitor Correa de Azevedo, primeiro editor da RBM, em foto de 1938, folheando a publicação.

Arquivo de Música Brasileira, na forma de suplemento da Revista Brasileira de Música, publicou suas primeiras partituras já em 1934: a Missa dos Defuntos (1809) a 4 vozes a cappella e o Tantum Ergo com acompanhamento de sopros do Padre José Maurício, o Canto Religioso O Salutaris de Francisco Manuel da Silva, esta última em duas diferentes versões, além de diversos trechos reduzidos para piano da ópera Joanna de Flandres de Carlos Gomes, por ocasião do centenário do compositor em 1936.

A partir de 1937 as edições musicais abandonaram a forma de suplemento e foi criada a Coleção de Música Brasileira, publicada pela então denominada Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil com o apoio do Ministério da Educação e Saúde. Obras importantíssimas do repertório sinfônico e camerístico foram impressas: a Sinfonia em Sol menor de Alberto Nepomuceno, o poema-sinfônico Imbapara de Lorenzo Fernandez, o Sonho de um menino travesso de Francisco Mignone, o Trio para violino, violoncelo e piano de Francisco Braga e o Quinteto op. 18 de Henrique Oswald, entre outras obras. 

A saída de Luiz Heitor do cargo de bibliotecário aconteceu em 1939, para assumir como professor a recém-criada cadeira de Folclore. Em 1947 Luiz Heitor deixou a Escola de Música, para dirigir os serviços de música da UNESCO. A partir de então as edições continuaram mas passaram a contemplar obras didáticas para piano.

Ao longo de sua história a Escola de Música promoveu também a edição de livros, como a reimpressão de "A Música no Brasil" de Guilherme de Melo em 1947, e textos didáticos e teses acadêmicas.

Com a criação no programa de pós-graduação do Colóquio de Pesquisa em 1999, os textos apresentados no evento passaram a ser publicados na forma de anais. 

Revista Brasileira de Música

RBM

A Revista Brasileira de Música (RBM) é o periódico acadêmico-científico da área de música mais antigo do Brasil e da América Latina em circulação. Fundada em 1934 sob a tutela da mais antiga instituição de ensino musical deste país, pelo então diretor do Instituto Nacional de Música, o professor Guilherme Fontainha, foi consequência direta da reforma implementada três anos antes por Luciano Gallet, por ocasião da incorporação do então Instituto Nacional de Música à estrutura da recém-criada Universidade do Rio de Janeiro, mais tarde denominada Universidade do Brasil, hoje a reconhecida Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo o próprio Fontainha, na apresentação do primeiro número da Revista, faltava ao INM um órgão de publicação onde o aluno pudesse acompanhar todos os passos do progresso musical. 

Em março de 1934 foi lançado o primeiro número, elaborado por uma comissão editorial da qual faziam parte o próprio Fontainha, os professores Lorenzo Fernandez e Luiz Moretzsohn e, como redator, Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, então bibliotecário do INM, futuro professor da cadeira de folclore e figura mestra da musicologia brasileira do século XX. Os artigos do primeiro número trazem as assinaturas de importantes figuras da vida musical brasileira, como Antônio Sá Pereira, Ayres de Andrade, Francisco Mignone e, principalmente, Mário de Andrade, que se tornou colaborador assíduo da RBM, Mário de Andrade foi, inclusive, merecedor de uma homenagem no ano de seu cinquentenário, em uma separata de volume IX, de 1944.

Os primeiros números foram financiados pelo próprio Instituto, passando, mais tarde, a serem custeados pelo Governo, com verba própria prevista no orçamento da República. A RBM foi publicada ininterruptamente até 1944, tendo sido lançados vinte e cinco números, em dez volumes, e mais um especial inteiramente dedicado à vida e obra de Carlos Gomes (1836-1896), por ocasião do centenário de nascimento do compositor, em 1936. A importância da revista fez por merecer indexação e comentários do musicólogo Gilbert Chase no "A Guide to Latin American Music", da Biblioteca do Congresso, em 1945. A Revista Brasileira de Música marcou uma época.

Com a diretora Joanídia Sodré, que dirigiu a Escola de Música por mais de vinte anos, a partir de 1946, a RBM deixou de ser publicada. Sua publicação foi retonada em 1981, após 37 anos, durante a gestão da Professora Andrely Quintela de Paola, com periodicidade anual. Para a apresentação do volume XI foi convidado o antigo redator, o Prof. Luiz Heitor Corrêa de Azevedo. Em seu texto, Luiz Heitor manifestou sua satisfação com o ressurgimento da publicação, afirmando que a RBM, "pela sua vocação e pela autoridade do estabelecimento universitário sob a égide do qual ela vai circular, está destinada a ser o órgão representativo do saber das novas gerações de músicos e musicólogos".

Periódico de tradição, a Revista Brasileira de Música contou com colaboradores como Mário de Andrade, Antônio Sá Pereira, Francisco Mignone, Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, Ayres de Andrade e, mais recentemente, Robert Stevenson, Gerard Béhague, Régis Duprat, Ricardo Tacuchian, Vasco Mariz, Ilza Nogueira, Elizabeth Travassos, Samuel Araújo, Cristina Magaldi, André Cardoso, Philip Gossett, Ralph Locke, Elliott Antokoletz, Robin Moore, Juan Pablo González, Maria Alice Volpe, Manoel Aranha Corrêa do Lago, Marcelo Verzoni, David Hesmondhalgh, Corinne A. Pernet, Flávia Camargo Toni, Diósnio Machado Neto, Marcos Nogueira, Denis Laborde, Martha Tupinambá de Ulhôa, Luiz Costa-Lima Neto, Mariana Portas de Freitas, entre muitos outros que contribuíram para o avanço da pesquisa musical do seu tempo.

Em 2008 a Revista Brasileira de Música passou a constituir-se numa publicação do Programa de Pós-graduação em Música, este que é o primeiro do país, e a partir de 2010 retomou sua periodicidade, tendo como editora a musicóloga Maria Alice Volpe. A RBM constitui projeto institucional enraizado na tradição acadêmica que tem como prioridade manter o nível de excelência. O Conselho Editorial da RBM é composto por especialistas de reconhecida competência e larga experiência na área, vinculados a instituições diversas em abrangência nacional e internacional. Conta também com um corpo de pareceristas ad hoc, constituído por pesquisadores nacionais e internacionais de diversas instituições.

Em sua nova fase, a Revista Brasileira de Música visa a incentivar a pesquisa em música nas diversas abordagens interdisciplinares, mantendo seu amplo escopo sobre todos os ramos da música. Tradicional veículo de difusão dos assuntos relacionados à música brasileira e no Brasil, a RBM considera oportunas as contribuições sobre questões relacionadas a outras regiões culturais que possam promover o diálogo com a comunidade internacional de especialistas, bem como amplas discussões concernentes à área. Cada volume está organizado em seções de artigos acadêmico-científicos, de memória, de resenhas, de entrevista e é concluído pela seção de arquivo de música brasileira, constituída de texto introdutório e edição de obra musical oriunda da Coleção de Manuscritos Musicais da Biblioteca Alberto Nepomuceno, da Escola de Música da UFRJ. Sempre que possível os volumes serão organizados em eixos temáticos propostos pelo Conselho Editorial ou extraídos do conjunto substancial dos artigos selecionados para publicação. Desse modo, a RBM busca estimular o debate, a crítica e a inovação, bem como captar e refletir as tendências, temáticas e questões norteadoras da pesquisa em música no momento.

A RBM dirige-se à comunidade acadêmico-científica em seu amplo espectro de pesquisadores da música, músicos, historiadores, antropólogos, sociólogos e estudiosos da cultura e áreas afins. Com periodicidade semestral e distribuição nacional e internacional, a RBM apresenta-se em versão impressa e eletrônica. A revista é gentilmente distribuída para bibliotecas, universidades e demais instituições de natureza educacional, científica e cultural, do Brasil e do exterior, que tenham interesse na música brasileira, latino ou ibero-americana. Solicita-se permuta aos demais periódicos afins. A versão eletrônica encontra-se disponível gratuitamente no site institucional. Atualmente a RBM está indexada nas bases Bibliografia Musical Brasileira da Academia Brasileira de Música e RILM – este último licenciado a disseminar seu conteúdo.

Os números inicias da revista podem ser consultados no site da Biblioteca Digital da Escola de Música. A RBM está aberta de forma permanente para recebimento de artigos. Veja as normas editoriais da publicação e consulte as versões digitais dos últimos números, assim como demais informações, no site da revista.

Anais do Colóquio de Pesquisa da Pós-Graduação

Os Anais do Colóquio de Pesquisa do PPGM-UFRJ refletem o andamento das pesquisas desenvolvidas no âmbito do programa, e contam com a participação de autores docentes, pós-graduandos e graduandos participantes da Iniciação Científica de instituições de ensino superior em nível nacional.

O Colóquio de Pesquisa foi criado em 1999. As últimas três edições (2013, 2014 e 2015) foram publicadas em 2016. Encontra-se em curso a conversão para publicação online das edições anteriores (1999 a 2012).